Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
VÍRUSTEMPOS (3)
30/03/2020
VÍRUSTEMPOS (3)

TEXTOS ANTIVIRAIS (3)

Não há vírus pior do que a ignorância presunçosa e arrogante.

No governo da inepta Dilma, o ex-Ministro do STF Nelson Jobim ocupava o Ministério da Defesa. Vinha fazendo uma gestão elogiada pelos militares das três Armas, mas, entrou em colisão com o estilo tacanho da inepta Dilma, sempre desconfiada daqueles, poucos, que não adotavam o tratamento “presidenta”, e dissociavam-se do comportamento dos áulicos, sempre afagando o ego boçalizado da chefe, ou chefa do governo, exigindo ser “presidenta”, embora, em nenhum dos dois gêneros, conseguisse preencher o cargo.

Jobim, político experimentado, personagem repleto de prestígios, sentiu que estava sendo desconsiderado por Dilma, e não hesitou em deixar o ministério. Dias depois, acossado por repórteres buscando uma explicação para a sua saída, o ex-ministro respondeu mais ou menos assim: “O pior que pode acontecer a um país, é quando os que o conduzem, além de incompetentes, se tornam presunçosos e boçais”.

Jobim nem imaginaria, menos de dez anos transcorridos: a República volta a ser vítima da incapacidade, aliada à presunção e à boçalidade arrogantes.

Nesse fim de semana, o povo brasileiro vivia mais um desses dias agônicos, percorrendo um sofrido calvário, esperançoso de que a espinhosa caminhada venha a ser interrompida, com a vitória sobre o vírus devastador, utilizando-se, para isso, os meios que a ciência recomenda.

Pelo Brasil afora, naquele sábado e domingo, as equipes de saúde se sacrificavam, desdobravam-se no atendimento aos milhares de pessoas chegando aos hospitais e postos de saúde, e também se contaminavam. Apesar do sábado e domingo, pelo Brasil todo, as pessoas estavam recolhidas às suas casas, seguindo orientação do Ministro da Saúde.

Pelo Brasil havia gestos de solidariedade, multiplicavam-se os atos de heroísmo; laboratórios e fábricas trabalhavam em tempo integral, buscando produzir remédios, kits para identificação do vírus, ampliando a oferta de equipamentos, máscaras, luvas, respiradores. Policiais, forças armadas em plantão permanente, ajudavam a manter o necessário isolamento; protegiam as pessoas confinadas nas suas casas, ajudavam a construir, emergencialmente, hospitais de campanha.

Onde deveria estar o presidente?

Alguém que fosse efetivamente presidente, sejamos objetivos, se coubesse essa tarefa ao vice Hamilton Mourão, onde estaria ele?

Sem dúvidas, trabalhando incessantemente durante o fim de semana. Afinal, estamos em estado de calamidade, e a máquina pública em todos os seus níveis, teria de ser permanentemente azeitada, para funcionar sincrônica e eficazmente. Antes, muito antes, no começo da crise, Mourão teria ocupado uma rede de rádio e TV, para falar à Nação. Sensato, munido de informações científicas, e tendo feito um estudo abalizado do clima psicossocial do país, pediria a união de todos. Na sequência, descreveria, com base técnica, o cenário atual da pandemia, a sua curva ascendente, e qual o motivo das providências adotadas, entre elas, o isolamento social. E acrescentaria, didaticamente a dose de sacrifício que cada um teria de suportar, para que se construísse a capacidade coletiva da resistência.

Começaria, então, a coordenar uma Força Tarefa do tamanho do Brasil, onde estariam, integrados, todos os Poderes, Congresso, Supremo Tribunal; os governadores, prefeitos, cientistas, médicos, as forças armadas, as polícias, os empresários, os trabalhadores. Tudo isso, para dar suporte aos que estão na linha de frente: os trabalhadores da saúde.

Por outro lado, o presidente estaria, junto ao seu ministério, em ligação permanente com os governadores, os prefeitos das grandes cidades, sempre cercado de técnicos, de conselheiros qualificados. Daria consistência às medidas necessárias e urgentes para manter viva a economia, preservar os empregos, as empresas, o socorro imediato aos estados, aos municípios, garantindo sua capacidade operacional, nesses tempos de parcial hibernação da atividade econômica, quando a arrecadação de todos despenca.

E iria encontrar recursos que podem ser manejados ou remanejados nos seus cofres, até, se necessário, intervindo nas estatais, ou mesmo em empresas privadas. Poderia até seguir um exemplo de Donald Trump. Ele interveio na GM, fazendo a montadora gigante alterar a linha de produção de veículos, passando a fabricar equipamentos hospitalares.

Aqui, se a FAB não se mostrasse suficiente, haveria intervenção nas aéreas, para fazer seus aviões transportarem medicamentos e equipamentos urgentes.

Providencias assim, exigem comando, presença, decisão. E Bolsonaro passeava no fim de semana.

Não havendo mesmo recursos, recorreria à Casa da Moeda, fabricaria dinheiro, medida extrema, altamente inflacionária, mas, não deixaria secar os cofres públicos, nem empresas falindo, nem o povo passando fome.

Só um exemplo: esta semana, nos Estados Unidos, as famílias começam a receber em suas casas, cheques variando entre 1.200 a 1.400 dólares, enviados pelos Correios. Isso é parte daquele pacote de medidas de 2 trilhões e 200 bilhões, construído por Trump e pelo Congresso. Não é fácil, como lá está sendo feito, manter um isolamento em Nova Iorque e Miami, que concentram quase 40% da indústria de turismo do país.

Alguém imaginaria o general Mourão, ou qualquer outro personagem com responsabilidade pública, em meio à crise que vivemos, flanando, como se nada tivesse a fazer, pelas ruas da periferia de Brasília, juntando gente à sua volta, fazendo selfies, e descumprindo as normas que o próprio governo estabelece?

Enquanto governadores e prefeitos tomavam medidas corajosas, enfrentando incompreensões e ataques do próprio presidente; enquanto os empresários se preocupavam em pagar, neste fim de mês, os salários dos trabalhadores; enquanto milhões de pessoas confinadas em suas casas, e na pobreza das favelas estavam passando fome, sendo atendidas pela rede de solidariedade que o povo brasileiro montou; Bolsonaro passeava, ociosa a acintosamente pelas ruas brasilienses, desmoralizando as ações do seu próprio governo, engordando o arsenal de sandices que costuma falar, e demonstrando total indiferença aos sofrimentos, às angústias dos que enfrentavam o avanço do vírus, na azáfama incessante dos hospitais. Parecia ignorar a dor e o luto das famílias, que naquele fim de semana enterravam os seus mortos. Parecia ignorar o martírio dos milhares ainda atendidos nos hospitais, próximos ao esgotamento.

E sobre isso, sobre a doença que mata e não é uma “gripezinha”, o que disse Bolsonaro? Disse coisas desse nível: “Essa é a realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentar como homens, Porra. Não como um moleque.

Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.

Bolsonaro, além das gritantes carências evidentes, demonstra carecer também, de qualquer vestígio de sentimento humano, ou mesmo de perfeita sanidade mental.

O respeitado general da reserva Eduardo Vilas Boas, ouviu, certa vez, em público, Bolsonaro dizer que devia a ele o cargo de Presidente. Acredita-se que o general, como todo brasileiro, esteja preocupado com o pandemônio resultante do anarcopopulismo, inaugurado no Brasil pelo presidente. Vilas Boas, apesar de muito doente, poderia fazer mais um sacrifício cívico: subir, na sua cadeira de rodas a rampa do Planalto, e do alto da sua autoridade moral dizer a Bolsonaro: “Me pague a dívida que você disse ter comigo. Eu me equivoquei. Tenha um gesto efetivo de amor ao Brasil: Assine a Carta de Renúncia, e mande entregá-la ao presidente do Senado Federal. Não haverá problemas institucionais, nenhum aventureiro assaltará o poder. O Vice, Hamilton Mourão, fará o seu juramento no Congresso Nacional, será empossado, e exercerá, na plenitude constitucional, o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil.

Seria, sem traumas maiores virada, definitivamente, uma turbulenta e arriscada página, desta República em transe.

E nesta segunda pela manhã Bolsonaro anunciou, assassinando também o português: “Vão morrer gente”.

Há uma semana era só uma “gripezinha”. Agora: “Vão morrer gente”.

O que virá amanhã?

LEIA MAIS:

INFORME PUBLICITÁRIO

Assinado Contrato de Programa de Aracaju que garante a captação de recursos e a prestação de serviços pela Deso 

O Contrato de Programa, fruto da celebração de convênio de Cooperação que assegura a captação de recursos necessários para a melhoria e expansão dos serviços de saneamento na capital sergipana foi assinado e contou com a presença de diversas autoridades e inúmeros funcionários da Companhia de Saneamento de Sergipe - Deso. ​

Diante da assinatura do documento, Aracaju que conta com 100% da cobertura de água e 60% de esgotamento sanitário, passará a dar continuidade nas obras em curso, e alavancará o percentual de cobertura de esgotamento sanitário para 90% até 2022, o que representa a garantia de que até o ano de 2033 os serviços estarão universalizados e à disposição de toda a população. ​

O Contrato de Programa reforça o compromisso conjunto da Deso, do Governo do Estado e da Prefeitura de Aracaju com a ampliação da oferta dos serviços de água e esgoto em nossa capital, garantindo a melhoria contínua da prestação dos serviços ofertados pela Companhia.  A Deso presta serviços em vários municípios, mas tem a necessidade de formalizar o contrato do Programa para a prestação dos serviços.  A importância do Convênio traz a viabilização de novos recursos, novos financiamentos que estavam travados pois o Contrato de Programa não tinha avançado, e serão liberados. Já está em fase de tratativas com o Banco do Nordeste, por isso,  é um ato extremamente importante para todo cidadão sergipano, em especial aos aracajuanos que veem nesse ato, uma oportunidade de melhoria nos serviços. ​

Na capital, já são 100% de cobertura no abastecimento de água, toda população de Aracaju tem sua água potável e encanada. Já são mais de 60% em coleta e tratamento de esgotamento sanitário, ou seja, nos últimos 10 anos foram mais de R$ 650 milhões investidos em abastecimento de água e esgotamento sanitário em Sergipe. Nos últimos cinco anos foram mais de R$ 220 milhões investidos na capital e estão sendo investidos mais R$ 200 milhões na Zona Norte,com o intuito de minimizar o impacto para a população.​

COMUNICADO 

MF Tour, KARRANCAS e ECO PARQUE

Parar, interromper atividades de lazer envolvendo dezenas de milhares de pessoas, e todos os nossos colaboradores, não deixa de ser uma decisão amarga.
Todavia, conscios da nossa responsabilidade social e fiéis ao compromisso de zelar pela integridade física e o bem estar dos nossos clientes, assim decidimos  paralisar as nossas empresas.
Atravessamos,  no Brasil e no mundo, um momento extremamente grave. A pandemia do coronavirus espalha-se e impõe aos governos e à sociedade em geral inesperados sacrifícios.
Como empresa estamos fazendo a nossa parte, assumindo o ônus pesado da renúncia às receitas que asseguram a nossa sobrevivência. Isso, para que possamos manter perfeita sintonia com os protocolos   definidos pelas autoridades da Saúde.
Esta será a nossa parcela de colaboração à uma luta que é  de todo o povo brasileiro.
Não fixamos data para o retorno dos nossos serviços. Isso acontecerá, esperamos, com a brevidade possível, quando não houver mais riscos à saúde dos nossos clientes e colaboradores.
Confiantes na ação dos  governantes, e na  força do povo brasileiro, acreditamos , firmemente, que o desafio será vencido.
Retornaremos com mais energia, mais entusiasmo , sobretudo revigorados, para assegurar a solidez do nosso conglomerado de empresas, a tranquilidade dos nossos colaboradores, e servindo  aos nossos clientes com o mesmo referencial da qualidade dos nossos serviços turísticos.

Atenciosamente,

Manoel Foguete e Júnior Brasil

 

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