Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
VÍRUSTEMPOS (2)
26/03/2020
VÍRUSTEMPOS (2)

TEXTOS ANTIVIRAIS (2)

O  Brasil é vítima agora de uma pandemia e de um pandemônio. A pandemia  é coisa que deve ser tratada exclusivamente pela ciência, pela medicina, e caberia aos políticos seguirem os caminhos traçados em protocolos essencialmente técnicos. Isso vinha sendo feito até ontem, terça-feira dia 24 de março, pelo próprio governo federal, através do Ministério da Saúde, e por todos os governadores e prefeitos, quase sem exceção. Mas, exatamente naquele dia, o pandemônio que nos assola desde primeiro de janeiro do ano passado, surgiu, no ápice do descontrole, e da irresponsabilidade.

Assim, restou ao povo brasileiro  a alternativa de livrar-se no tempo mais curto possível, em primeiro lugar; da pandemia, em segundo; do pandemônio.

Não vivêssemos hoje neste clima tão tenso, e ao mesmo tempo tão artificialmente forjado, de  conflagrações político -ideológicas, um caso como o deste corona vírus estaria sendo tratado exatamente, como ele é: um gravíssimo problema de saúde. Para tratar epidemias, ou mesmo pandemias, existem os protocolos já recomendados pela Organização Mundial de Saúde, e seguidos em quase todos os países do mundo.

O Covid-19, é, contudo, um vírus que faz sua estreia cercado da um séquito de mórbidas surpresas. Só ao longo do enfrentamento que a ele for feito, se irá estabelecendo qual a sua efetiva letalidade, e quais as melhores técnicas para neutralizá-lo. A partir do protocolo básico, outros itens iriam sendo acrescentados, certamente à custa de sacrifícios imensos dos que ficam na linha de frente do tratamento, e amparados pelos que nos laboratórios, nas universidades, experimentam, descobrem e teorizam sobre possibilidades.

Trata-se, como se vê, de algo que requer nos países onde ocorre, em primeiro lugar, uma elite política capacitada para operar em estreita colaboração com a elite cientifica, e  possa também traçar ações públicas, que mereçam credibilidade.

Pandemias não se circunscrevem  aos limites das ciências médicas, elas causam mortes e turbulências na economia, são desgraças de amplas proporções, e  transitando por todos os lados do planeta.

A medicina brasileira, a ciência brasileira acompanhou a evolução do coronavírus desde o seu surgimento na China, traçou linhas de cooperação com o mundo, e até desenvolveu praticas laboratoriais, onde diversos aspectos do vírus foram detectados. E mais ainda: acumulou experiencias, mostrando por exemplo que a primeira etapa do combate seria o rigoroso isolamento social, exatamente isso, que o Ministério da Saúde recomendou, até de forma incisiva, pelo próprio Ministro Mandeta.  Até anteontem ele parecia ser um gestor e político responsável. Estados e municípios adotaram o procedimento indicado pela ciência, sem que os seus gestores tenham omitido, ou desconhecido o grau de intensidade das consequências sobre a economia. Presumiam, todos, que o governo federal estivesse alinhado com as mais graves preocupações do país, e assumindo suas responsabilidades nos dois planos de luta que se desenhavam: o vírus devastador, e a economia  em parte demolida.

Com aquela reverencia à liturgia do cargo que é uma procedimento inafastável na República Francesa, o presidente Macron foi a uma rede de TV anunciar a pandemia,  explicar com clareza, aos franceses, os sacrifícios que teria de suportar a Nação. Ele disse: “Nous sommes en guerre”. Nós estamos em guerra. Macron, com a serenidade e  firmeza que momentos assim exigem, (para quem os compreendem, é claro) pediu, como não pode deixar de ser nesses momentos cruciais, a união do povo francês, e assumiu suas responsabilidades, naquele instante, já anunciando as ações que seriam deflagradas.

Os franceses não aceitariam um presidente que agisse de outra forma, e ele  seria escorraçado do Eliseu, se fizesse chacota num grave momento, quem sabe, dizendo: “et  un peu de grippe".

Os parentes dos que morreriam, ou ficariam doentes depois,  moveriam um processo contra o presidente, acusando- o de irresponsabilidade.

 

Já se diz que seria melhor abrir escolas, restaurantes, bares, deixar tudo funcionando, mesmo que alguns milhares morressem.

Alguns até dirão: “por outro lado, os serviços mortuários também  geram empregos.”

Quando se suprime o sentimento essencial de humanidade, não há argumento que valha a pena.

Já se descobriu a  fórmula para humanizar sociopatas, genocidas?

Há, todavia, como evitar os piores efeitos da crise.

Necessitamos promover a união nacional,  estabelecer um amplo diálogo e um gabinete de crise com as dimensão do país, formado por todos os poderes;  todos os governadores; todos os prefeitos.  Instituições públicas ou privadas deveriam imitar aquilo fez que o comandante do Exército, numa responsável fala aos seus comandados,  convocando-os para  o que é mais urgente: subjugar o coronavírus.

Com esse mesmo espírito, trataríamos também de levantar barreiras contra a crise, contra a desagregação social. Isso, somente acontece com a injeção de recursos, talvez superiores a 400 bilhões.

É preciso transformar o orçamento deste ano  numa peça extraordinária, elaborada em tempo de guerra, e assim, some a chamada responsabilidade fiscal. O governo terá de financiar-se emitindo papeis, ou rodando as máquinas da Casa da Moeda;  terá de acionar o sistema bancário, reduzir a 5% o deposito compulsório e aplicar tudo na produção. Claro, haverá inflação, haverá, no ano que vem, o imenso trabalho de construir um orçamento descolado deste, que se improvisará em “tempo de guerra". A União deverá ampliar os repasses para estados e municípios.

Derrotado o vírus, e isso acontecerá, caso a insanidade não venha jogar no lixo tudo o que agora se fez, então, a economia que tomará um baque de uns 3 a 4%, beneficiando-se da imensa carga de demanda reprimida, não só no Brasil, mas em todo o mundo, voltará a crescer.

Alguém acredita que medidas graves, dessa natureza, poderão ser tomadas e comandadas pelo presidente da gripezinha?

Bolsonaro, é o nome do outro e mais grave vírus que nos assola.

O capitão que  na década dos 70 tentou amotinar quarteis, é hoje o presidente responsável pelo pandemônio no Brasil.

Há por perto um general, vice presidente, que poderia conduzir o país nesta hora amarga, e devolver à República brasileira a ideia republicana que o capitão está jogando fora.

Se isso não for feito poderemos estar entregando a país a um comandante de um “Exército de Brancaleone". É a  história de uns poucos, que sem combater conquistaram uma cidade. No interior dela, deserta, o capitão Brancaleone, deslumbrado com os luxos da sua conquista, cruzou as portas de um suntuoso palácio; não viu ninguém, mas, avistou sobre uma cama luxuosa uma bela mulher. Quase sem respirar,  depois de êxtases  seguidos,  sobre lençóis e travesseiros, o capitão pergunta: onde está o povo desta cidade?

A mulher responde: a peste matou a todos, o ultimo foi o meu marido, que morreu  ontem, logo depois que nos amamos aqui, nesta cama.

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INFORME PUBLICITÁRIO

Parceria: Deso e SergipeTec vão desenvolver mudas para recuperação de nascentes e matas ciliares

Sempre em busca de novas parcerias para a realização de projetos de grande relevância para a sociedade, a Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, através da Diretoria de Meio Ambiente e Expansão, Gerência Socioambiental e a Gerência de Meio Ambiente e Mananciais, visitou o Sergipe Parque Tecnológico – SergipeTec com o intuito de firmar parceria no desenvolvimento de mudas específicas para áreas de recuperação de nascentes e de matas ciliares.

O SergipeTec tem uma capacidade produtiva grande, além de apresentar tecnologia na produção de mudas de diferentes espécies, tanto nativas quanto exóticas, que faz toda a diferença. A finalidade é uma parceria produtiva, seja em projetos de revitalização de matas ciliares nascentes ou córregos d'água, seja na consolidação dos projetos que já estão em curso, como o Saneamento Expresso e o trabalho institucional que a Companhia faz, perante as prefeituras e outros órgãos em diversos municípios do estado. São profissionais altamente capacitados, que podem disponibilizar mudas rustificadas, aquelas que já são adaptadas a estiagens, possibilitando ainda mais o desenvolvimento delas e aumentando o índice de aproveitamento. A próxima etapa é verificar a modalidade de contrato que poderia ser firmada.
A visita ao Sergipe Parque Tecnológico foi de extrema importância e uma grande oportunidade para troca de conhecimentos. No Laboratório de Biotecnologia e a Biofábrica foi possível observar a potencialidade que o SergipeTec tem em ampliar as suas ações quanto a contribuição na transformação do meio ambiente. Desta forma, A visita amplia as possibilidades que a Deso busca diante da realização dos projetos.

SERGIPETEC

O SergipeTec, através da Biofábrica, atua na produção e no desenvolvimento de pesquisas relacionadas à produção vegetal, direcionadas ao melhoramento genético para obtenção de plantas de alta qualidade fina. Essa área, da Biotecnologia, é uma das mais promissoras para a agricultura brasileira, por aproximar pesquisa científica de ponta, utilizando a tecnologia para otimizar os processos biológicos.
A contribuição através da produção de mudas, atenderá às necessidades de ambas as instituições. A proposta é contribuir, através da disponibilização de mudas produzidas na Biofábrica, com o Programa Ambiental da Deso, o qual visa restaurar nascentes e matas ciliares das áreas atendidas pela instituição em todo o Estado, na capital e nos municípios sergipanos. Agora, é desenhar um modelo adequado de contrato, atendendo às necessidades de ambas as instituições.

COMUNICADO 

MF Tour, KARRANCAS e ECO PARQUE
Parar, interromper atividades de lazer envolvendo dezenas de milhares de pessoas, e todos os nossos colaboradores, não deixa de ser uma decisão amarga.
Todavia, conscios da nossa responsabilidade social e fiéis ao compromisso de zelar pela integridade física e o bem estar dos nossos clientes, assim decidimos  paralisar as nossas empresas.
Atravessamos,  no Brasil e no mundo, um momento extremamente grave. A pandemia do coronavirus espalha-se e impõe aos governos e à sociedade em geral inesperados sacrifícios.
Como empresa estamos fazendo a nossa parte, assumindo o ônus pesado da renúncia às receitas que asseguram a nossa sobrevivência. Isso, para que possamos manter perfeita sintonia com os protocolos   definidos pelas autoridades da Saúde.
Esta será a nossa parcela de colaboração à uma luta que é  de todo o povo brasileiro.
Não fixamos data para o retorno dos nossos serviços. Isso acontecerá, esperamos, com a brevidade possível, quando não houver mais riscos à saúde dos nossos clientes e colaboradores.
Confiantes na ação dos  governantes, e na  força do povo brasileiro, acreditamos , firmemente, que o desafio será vencido.
Retornaremos com mais energia, mais entusiasmo , sobretudo revigorados, para assegurar a solidez do nosso conglomerado de empresas, a tranquilidade dos nossos colaboradores, e servindo  aos nossos clientes com o mesmo referencial da qualidade dos nossos serviços turísticos.
Atenciosamente,

Manoel Foguete e Júnior Brasil

 

 

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