Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
VALADARES E A ACUSAÇÃO QUE MERECE UMA RESPOSTA
01/10/2018
VALADARES E A ACUSAÇÃO QUE MERECE UMA RESPOSTA

VALADARES E A ACUSAÇÃO QUE MERECE UMA RESPOSTA

O senador Valadares tem mais de meio século fazendo política. É muito tempo, e ele agora disputa um quarto mandato com grande possibilidade de ser reeleito. O que o sustenta nessa alongada trajetória é o fato de que contra ele nunca pipocaram denuncias consistentes sobre a prática de atos ilícitos. Valadares tem surfado tranquilo nessa turbulência que a tantos tem afetado. E com isso ele constrói o seu discurso, distanciando-se dos vícios do patrimonialismo.

Seu filho, muito jovem, no terceiro mandato de deputado federal, se apresenta como a novidade política, e herdeiro da tradição virtuosa do pai, para tornar-se governador de Sergipe. Vem até agora liderando a campanha, o mesmo acontecendo com o pai. Se eleitos, pela primeira vez em Sergipe, um filho governador teria um pai senador da República.

Valadares Filho promete o paraíso, às vezes parece que se imagina tornar-se emir hereditário de algum Emirado árabe, nadando em petrodólares, e não o governador de um estado pobre, nordestino, brasileiro.

Quando algum adversário o contradiz mais incisivamente, ele recorre à Justiça eleitoral, mas, agora, surge nas redes sociais uma denuncia que é feita de forma devastadora, e revela, decepcionantemente, ligações entre funcionários contratados dos gabinetes dele, deputado federal, e do pai senador da República, que teriam empresas em Aracaju para as quais seriam destinadas verbas do gabinete do deputado, e dessas verbas não há comprovação efetiva de utilização compatível. Há os nomes, os cargos ocupados, os endereços fictícios das empresas que foram destinatárias dos recursos públicos.

Uma acusação com essa grave aparência de ser verdadeira, exige do candidato, ou dos candidatos, que não só processem o acusador, veraz ou caluniador, e também apresentem sólidas e indesmentíveis provas de que não existem em seus gabinetes os servidores apontados, nem às empresas deles foram destinadas verbas oriundas dos seus gabinetes.

Se isso não for feito tempestivamente, e de forma cabalmente convincente e assentada em provas irrefutáveis, o raro patrimônio moral até agora construído pelo Senador, do qual o seu filho seguiria o exemplo, estaria ameaçado de desconstrução, na reta final de uma campanha eleitoral que até agora pai e filho lideram.

Voltar