Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
UMA VISÃO REALISTA SOBRE A AGRICULTURA SERGIPANA
28/11/2018
UMA VISÃO REALISTA SOBRE A AGRICULTURA SERGIPANA

O agrônomo Etélio Prado deixou o serviço público faz algum tempo, e dedica-se agora à atividade de empresário rural e consultor de empresas. Mas não deixa de acompanhar o mover-se, no setor primário, da engrenagem do estado, aliás, a seu ver muito ineficiente. Ele revela preocupações com a cultura do milho, uma conquista quase exclusiva do agronegócio. Sem alarmismo, entende que a produtividade tende a cair, tornando difícil a manutenção da atividade, caso não se comece a rotação de culturas, o binômio milho-soja. Uma prática já adotada aqui perto em Alagoas, com sucesso, embora a produção de milho ali seja bem inferior à sergipana.

No MATOPIBA a florescente nova fronteira agrícola abrangendo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, milho e soja também se revezam, e o solo bem nitrogenado agradece, exibindo portentosas safras. O agrônomo Manoel Moacir, quando dirigia a EMBRAPA em Sergipe, sugeriu uma parceria para o plantio da soja alternando-se com o milho, colocando à disposição do estado a experiência em Carira e Frei Paulo, desenvolvida pela sua empresa, com resultados considerados excelentes.

Na citricultura, Etélio adverte para uma contínua degradação dos laranjais, com ameaças até a sobrevivência das fábricas de sucos. Ele enxerga como muito positiva a anunciada ação de Belivaldo para dinamizar a Biofábrica, que, ao seu vêr, é um instrumento forte com que conta Sergipe para tecnificar a sua agricultura. Para Etélio o plantio de mudas entre as linhas do velho laranjal, daria resultado em poucos anos, e seria a melhor das ações para reativar a nossa outrora pujante citricultura. Ételio considera que a Biofábrica deverá estar à frente dessas iniciativas, e faz elogios à competência dos seus dirigentes e técnicos.

Um outro ponto que Etélio identifica como prioritário, seria a reformulação completa do Projeto Dom Távora, cujo aporte de recursos está em discrepância com os resultados alcançados. É dinheiro do FIDA, que Sergipe terá de pagar ao longo de anos, e que deve ter um custo benéfico compatível. A capilarização do Dom Távora em miniprojetos, segundo Etélio, gera benefícios irrisórios.

Etélio concorda com as ações anunciadas para o semiárido, principalmente no tocante ao plantio da palma, e o foco na pecuária leiteira, todavia, entende que ainda se pode traçar novas alternativas.

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