Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
UM BREVE COMENTARIO SOBRE ASSOCIAÇÃO OU “ASSOCIAÇÕES “.
27/04/2023
UM BREVE COMENTARIO SOBRE  ASSOCIAÇÃO  OU “ASSOCIAÇÕES “.

NESTE BLOG:

 

1) UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE ASSOCIAÇÃO

OU “ASSOCIAÇÕES “.

2) DESDE OS TIROS EM COLUMBINE

AOS MASSACRES ENTRE NÓS

 

TÓPICOS

1- A DESO A ÁGUA E A PRIVATIZAÇÃO

2- OS RELÓGIOS ROLEX E O TEMPO DO DESPUDOR                                       

3- AS SUSPEITAS SOBRE A INTELIGENCIA ARTIFICIAL

 

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Luciano Barreto e o debate nescessário que ele iniciou 

 

UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE

ASSOCIAÇÃO OU “ ASSOCIAÇÕES ”

Quem  busca encontrar a virtude no cenário político ou empresarial, como de resto em todos os cenários de atividades humanas, se estiver imaginando algo como aquilo que antigos e ainda preponderantes filósofos e teólogos desenharam na palavra virtú, quase um sinônimo da perfeição, restará decepcionado. Mas, todavia, se esse catador de excelências em meio às falibilidades humanas, fizer um passeio pela História, descobrirá que a virtú tem sido um objetivo inalcançável, porém, a insistência  em busca-lo exime a humanidade do vício de conformismo  diante do chafurdar nos atoleiros da iniquidade.

Quase nada se move no mundo sem que exista algum monetizado interesse. E isso em última análise faz mover as rodas da economia. Não é ilícita  a vontade de ganhar dinheiro,  nem pecaminosa a competição que existe entre os chamados “ agentes econômicos “.

Todavia existem regras, códigos, regulamentos, a ética profissional entre indivíduos, ou no campo mais vasto do mundo dos negócios.

São coisas fundamentais para que a atividade exercida não seja afetada e venha a colapso pelo acumulo de “ espertezas”,  que acabam misturando-se com ilicitudes.

Há setores como o imobiliário, por exemplo, onde a credibilidade e a confiança são fundamentais para o sucesso. Setores sensíveis como  a construção e a incorporação    são afetados até diante dos pequenos abalos na economia. E mais gravemente ainda quando sobre ele pairam duvidas e desconfianças.

Aqui em Sergipe  empresas sólidas, geridas por empresários corretos, e um portfólio alentado de projetos bem sucedidos, entrarem em colapso em consequência de fatores externos não exatamente previsíveis.

Assim, é imprescindível  que a “ esperteza” não se transforme em regra.

Nas ultimas semanas um tema chegou a causar uma relativa polarização entre comunicadores. Tudo derivado da entrada em cena do engenheiro e empresário Luciano Barreto, que, na condição de responsável por grande parte dos empreendimentos imobiliários em Sergipe, e tendo como arrimo o próprio conceito pessoal que o faz liderar um expressivo segmento da economia sergipana, decidiu alertar a sociedade para os perigos de “ associações “ que ampliam sua fatia no mercado. Claro, Luciano sendo empresário do setor tem os seus próprios interesses a preservar, todavia, no caso, existe concretamente o perigo de uma bolha de “ espertezas “ acumuladas vir a romper-se, como aconteceu devastadoramente no mercado imobiliário da maior economia do mundo a norte-americana, que em 2008 fez as bolsas derreterem em pouco tempo e espalhou-se a crise pelo mundo todo.

Não se pode por muito tempo mascarar intenções, como o fazem algumas “associações “ que trabalham fantasiando-se, e recorrendo à maquiagem semântica, como por exemplo a expressão “  sem finalidades lucrativas”. Com esse eufemismo, que é cinismo ou hipocrisia, ou as duas coisas juntas, essas ditas “associações “, escapam das exigências do fisco, driblam normas, livram-se até da própria responsabilidade técnica pelo que chegam a construir.

Essas “ associações “ cresceram nos últimos anos, abrangem setores de baixa renda, que também fazem as suas acrobacias, e também as áreas de alta renda, onde não existe nenhuma vocação para a filantropia desinteressada, e os seus gestores reservam para eles mesmos vistosas parcelas do investimento feito com participação coletiva, e  dão  a isso o nome de remuneração por serviços prestados, ao que,    poderia, honestamente, ser chamado de lucro.

As “ associações “ se multiplicam pelos diversos setores, e são, na maior parte das vezes, uma forma de reunir  pessoas  tendo o apoio do poder público em torno de objetivos sociais e econômicos, e nisso são positivas, desde que não permitam o avanço das “ espertezas”.

Há ainda um caso, entre tantos outros ,  merecendo ser enfocado pela sua abrangência na área política e  envolvimento nos embates eleitorais.  São as emissoras de rádio comunitárias, que surgem a partir de “ associações “. O propósito é acertado. Trata-se de dar voz e protagonismo às comunidades através do rádio para a abordagem de  problemas existentes, ou o debate de temas de interesse local, visto que as emissoras têm raio de ação limitado, e são vedadas de participação no mercado publicitário, porque  auferem  favores e vantagens que as emissoras comerciais não têm, e não deveriam tê-los.

Essas associações comunitárias, evidentemente com exceções,  enveredam pelos mais rasteiros bate – bocas, que deseducam e desorientam, ao invés de cumprir suas funções sociais e educativas. Seus dirigentes embolsam vantagens financeiras, e tudo ocorre debaixo do guarda-chuva protetor do poder público, atuando na suposição de ampliar a democracia, a civilidade e a participação social.

 O debate em torno desses temas   abrange interesses diversos, inclusive pessoais, mas, não deverá ser interrompido, sob pena de cobrir-se com um lençol de permissividade   o sono  tranquilo dos  espertos criadores de “associações,” enquanto os associados,   ingênuos ou desavisados,  poderão vir a sofrer devastadoras consequências.


 

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O massacre de Columbine e a morte invadindo as escolas.

DESDE OS TIROS EM COLUMBINE

ATÉ OS MASSACRES ENTRE NÓS

Em abril de 1999 dois jovens habitantes da pequena cidade de Columbine, nos Estados Unidos, Eric e Dylan, de  18 anos, entraram armados com fuzis metralhadoras automáticos na  High School de Columbine, e  começaram a disparar. Mataram doze dos seus colegas , um professor,  e feriram  vinte e uma pessoas. Em seguida os dois se mataram.

Houve uma comoção imensa nos Estados Unidos e um espanto geral em todo o mundo. O presidente Bill Clinton  alertou os americanos para a licenciosidade existente no país em relação às armas. Muito se falou e pouco se fez. A  Rifle`s Association, é uma entidade financiada pela indústria da morte. Tem  milhões de associados  praticando o tiro esportivo, caçando, ou  colecionadores, e alguns são fanáticos pelas armas, e radicalizam posições políticas. Assim, iguaizinhos a esse Thiago Brennand, magnata violento  desrespeitador, que ostenta a posse de um arsenal, e  vai chegar preso ao Brasil trazido dos Emirados Árabes pela PF, com pés e mão algemados. Desvios mentais , manchas de caráter costumam estar associados ao fanatismo político , adoração aos fuzis, e aos  rituais  da morte.

 

Quando aconteceu o massacre de Columbine, imaginava-se  que aquilo era uma  tragédia americana, e jamais viria a ocorrer no Brasil. Naquele fim de século ainda não havíamos  perdido as características de cordialidade, que sempre se imaginou fossem marcas permanentes de um sentimento especial de brasilidade.

Erramos. A tragédia agora está entre nós, e alcança as escolas, não poupa a inocência risonha e despreocupada nos Jardins de Infância,  nas creches.

Depois das chacinas estamos a tatear em busca de soluções , agora, em meio as tensões de um cenário politico raivoso e ríspido, que sufoca o debate e  afronta a sensatez.

Mas é preciso encontrar fórmulas de devolver ao Brasil um ar que possa ser respirado por todos, sem contaminações.

A primeira coisa a fazer é trocar a cultura da violência pelo sentimento de harmonia e paz. Não é coisa fácil, nem alcançável a curto prazo.

Tudo poderia começar dentro de cada Escola. Sergipe poderia sair na frente.

Houve  um tempo em  que os alunos tinham orgulho de pertencer a uma Escola pública. Na rede  estadual, ser aluno do Atheneu dava  uma certa sensação de  estar em um nível mais alto.

Quanto mais atividades na própria escola, não só as estritamente curriculares, mas, sobretudo,  de eventos que congreguem, e  absorvam os entusiasmos próprios do adolescente.

Chegamos ao absurdo de admitir que a Educação Física se fizesse de forma teórica.  É mais cômodo para professor preguiçoso fazer o aluno aprender as regras do futebol, do vôlei, do basquete, do ping - pong, sem a pratica que exige algum suor. E o suor, a competição, o entusiasmo são fundamentais.

Disseminar o esporte, das formas mais simples possíveis, sem ter fixação em recordes, em conquistas olímpicas, tentar fazê-lo massificado. Fazer corridas , caminhadas, percorrer, ruas, cidades,  bosques, campos e florestas, escalar serras, havendo rios, lagoas, mar, criar equipes de remadores, velejadores, ensinar a natação a todos, e não esquecer dos coletes salva-vidas. Isso pode parecer utópico, mas não é. Por que quase todas as escolas americanas, europeias, fazem isso, e nós de forma mais simples e acessível não poderíamos também fazê-lo  nas nossas Escolas Públicas,  o que em grande parte das particulares já acontece ? É difícil montar um rede de voley, organizar uma caminhada, jogar bola num campo de várzea, nadar ?

 É impossível criar nas Escolas os  Clubes de Livros, e contaminar os jovens com o sagrado vício da leitura ? No  Atheneu havia uma Arcádia, imitando as antigas sociedades  literárias, foi recriada pelo aluno Iroito Dória Leó.  Arcadianos, se transformaram em escritores, poetas, foram advogados, juízes, promotores, jornalistas, a exemplo do próprio Iroito, que se tornou procurador de Justiça,e também jornalista

  É impossível criar corais, bandas, estimular o gosto pela boa música; pela dança, pelo teatro ?

É impossível despertar o interesse pelas coisas da natureza, fazer o adolescente olhar aos céus, e entender  como se movem os planetas, os ciclos da lua, o trajeto da terra e do sol que fazem as estações, o dia a noite. Isso de forma prática, não apenas através dos livros,  que serão buscados em consequência do interesse despertado.

Pergunte-se a um aluno no segundo grau se ele tem noção de como ocorrem as fases da lua cruzando os céus, se conhece como acontece o ciclo das marés?

Essa passagem da Escola para a natureza e para o mundo, deve ser feita para que o dia a dia de cada aluno não transcorra nas redes sociais que deseducam e estimulam a violência; não seja a apatia de nada fazer e pouco pensar, não seja o ambiente das ruas, por onde o tráfico passa bem perto, e se oferece como facilidade alcançável  a qualquer momento.

É preciso transformar o cotidiano da adolescência e fazê-lo mais estimulante, mais aberto às descobertas, mais propício  ao ato de pensar.

As opções hoje abertas ao adolescente, que variam de acordo com a renda familiar,  se igualam, todavia, no mesmo clima desestimulante de uma sociedade onde preponderam o individualismo e o salve-se quem puder.

A chatice  repetitiva do presente, faz desaparecer a perspectiva de futuro, e disso surge a revolta, a ânsia de fazer alguma coisa, mesmo que seja matar, mergulhar na droga, ou retirar a própria vida.

O laboratório para transformar essa realidade insípida  de desesperança e tédio, deve ser a Escola.

Claro, não há recursos suficientes para tudo, mas, por que não convocar a sociedade, os ricos, as empresas, as famílias de cada um adolescente, para que surjam voluntariados e também doações ? Quem pode doar  às Escolas uma bateria , um teclado, um clarinete, uma rede de voley, bolas de futebol, uma canoa havaiana onde seis podem remar ao mesmo tempo ; quem pode doar livros, microscópios, lunetas,  tablets, computadores, aeromodelos, drones ?

Qual empresa pode patrocinar uma viagem de estudantes para conhecerem alguma instituição cientifica, alguma experiencia nova, um Jardim Botânico; quem poderá leva-los a assistir um concerto da nossa Sinfônica,ou a um Museu ?

Quem se dispõe a sair da pasmaceira, ou da comodidade  do conformismo, e tornar-se um agente de mudanças ?


 

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TÓPICOS:
          
                                                                                                                                 

A jornalista Clara Angelica e o Padre Doutor José Lima qualificam um debate sobre a Deso

 

1- A DESO, A ÁGUA, A PRIVATIZAÇÃO ?

Privatizar a DESO é coisa que causa imensa alegria em alguns setores da sociedade, particularmente entre aqueles que preconizam o Estado Mínimo, sem definir exatamente onde entra o povo na história desse Estado sonhado,  para a delícia dos que mais têm.

Mas a privatização da DESO causa também alarme entre os que enxergam a água como um bem que não pode ser objeto de manipulação pela iniciativa privada. Surgiram nas redes, entre muitas outras, duas manifestações que deram o que pensar. Um texto da jornalista Clara Angélica Porto, preparando-se para ver a floração contida da primavera novaiorquina, e temendo retornar ao Brasil

e deparar-se com a água privatizada, e distante do interesse público.

Já o Padre Jose Lima, que é também advogado, escritor e cidadão com larga experiencia na vida pública, inclusive como presidente da DESO e autor de uma história daquela empresa e dos recursos hídricos em Sergipe, exatamente ele, com a autoridade que possui,  argumenta contrariamente à uma possível ou pretensa privatização.

Em meio à polemica surge nas redes a palavra do governador Mitidieri, dizendo que está existindo um terrorismo que não se justifica, porque não haverá privatização, apenas, se pretende um compartilhamento de atividades através de uma parceria público privada.

Fica o esclarecimento importante e indispensável, mas, sobra também a constatação de que assuntos de tal natureza, como da mesma forma quaisquer projetos de vulto e que afetem a vida do cidadão, deveriam antes  ser levados com toda a explicação necessária, como um projeto ainda a merecer a avaliação da sociedade.
 



O governdor Lourival Batista nos tempos que não eram de despudor 

2- OS RELOGIOS ROLEX E O TEMPO DO DESPUDOR

Diante dessa avacalhação que assolou  e desfez a esperança de que restaria um resquício de honra entre tantas conspícuas autoridades pátrias, vergonhosamente  desnudas da ética diante de potentados árabes, que tão bem sabem corromper, a imagem de diamantes faiscantes,

juntou-se à dos relógios Rolex de ouro,  recebidos por quem deveria lembrar-se da farda que vestiu até tão pouco tempo, e daquela frase de um general que afirmou:  “ a farda se cola permanentemente ao nosso corpo “. E a farda pressupõe honra, integridade, zelo moral.

Vale então rememorar o distante ano de 1967.  Lourival Baptista comemorava no dia 3 de outubro o seu primeiro natalício na condição de governador do estado de Sergipe. Fazia 45 anos. Ao Palácio acorreram muitas autoridades, inúmeros amigos. Chegaram então três deputados estaduais, e lhe presentearam com um pequeno pacote. Ele o recebeu, e não abriu o mimo na mesma hora, diante dos parlamentares. Mandou que fosse colocado sobre a cama do seu quarto, junto com diversos  outros presentes recebidos. Terminados os  salamaleques próprios de ocasiões como aquelas, discursos, recitais de poesias, que fazem parte do ritual da bajulação ostensiva, Lourival recolheu-se ao quarto, ( ele ainda morava em palácio, de onde logo sairia para viver na sua própria casa) e começou a abrir os pacotes e verificar os presentes, todos em valores condizentes com um ato  natural de amizade. Mas, verificou então que na caixinha recebida dos deputados estava um vistoso Rolex dourado.

Entendeu logo que aquilo não era um presente normal, algo compatível com uma relação puramente republicana e protocolar.

Pela manhã, mandou chamar logo cedo para tomar café com ele  os deputados  general Djenal Tavares de Queiroz e Horácio Gois. Perguntou-lhes se eles haviam tomado conhecimento do presente que recebera e eles responderam que não tiveram conhecimento, nem sabiam do elevado valor da joia. Lourival disse-lhes que os convidara exatamente para que fossem testemunhas da devolução, junto a um bilhete, educado, porém incisivo,  sobre as relações republicanas entre homens públicos, e as facilidades que devem ser evitadas. O coronel Argolo, Chefe da Casa Militar, foi encarregado então de ir à casa de um dos deputados para lhe fazer a entrega do Rolex devolvido.

Lourival Baptista Filho, um economista que vive em São Paulo e esteve em Sergipe para assistir a Missa de Sétimo Dia celebrada pela alma do amigo o sempre lembrado conselheiro Carlos Pinna , reunido depois na residência do casal Gel e Toni,  ela, a filha caçula do casal Hildete-Lourival, e ao lado de amigos como o coronel Joseluci Prudente, ouvindo a relembrança do ato do seu pai, emocionado, apenas disse; “ Vivemos o tempo do despudor “.

 


3- AS  SUSPEITAS DIANTE DA INTELIGENCIA ARTIFICIAL

  1. Thiago Laporte, um jovem técnico que é Auditor do Fiscal do Ministério do Trabalho, procura manter-se permanentemente atualizado com os temas relacionados à sua atividade profissional. Thiago é filho do casal Sílvia- Gustavo Laporte, ele, um professor de educação física aposentado e sempre lembrado com muito respeito, e agora merecendo igual respeito como advogado. Herdou as qualidades dos progenitores, pessoas que valorizam o saber como ferramenta essencial para o êxito.

Thiago usa a Internet, para aproximar-se do mundo. Interessando-se pelas perspectivas abertas em função da inteligência artificial que entra em cena, foi ao ChatGPT e iniciou uma série de perguntas e questionamentos. Quis saber  quais os países onde estariam mais avançados os processos de fiscalização do trabalho. Recebeu uma lista já esperada e no meio dela a Coreia do Sul. Thiago conhece os avanços ocorridos naquele país em diversos setores como a Educação a tecnologia, mas, tem reservas em relação aos processos utilizados para  que se sobreponham a ética e o respeito nas relações do trabalho. Discordou do Chat, e recebeu a resposta: um pedido de desculpas pelo erro.

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