Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
Todo poder ao Judiciário?
24/11/2017
Todo poder ao Judiciário?

(O presidente Getúlio Vargas e o Ministro do STF José Linhares)

(A Ministra Carmem Lúcia e o presidente Michel Temer)

Em outubro de 1945 os generais Góis Monteiro e Gaspar Dutra os dois pilares principais do Estado Novo, comunicaram a Getúlio Vargas que ele estava deposto. O Exército não quis meter-se na enrascada que seria substituir o ditador. Há menos de 4 meses as tropas brasileiras vitoriosas, chegavam da Europa, onde ajudaram, em nome da democracia a demolir os déspotas, Adolf Hitler e Benito Mussolini.

A eleição geral, primeira em 8 anos, estava marcada para 2 de dezembro. Alguém deveria comandar o país e conduzir o processo eleitoral, depois, transmitir a faixa ao presidente eleito. A Constituição de 37, a feroz ¨polaca¨ nada dizia sobre a  ¨sucessão ditatorial¨. As ditaduras partem sempre da presunção que podem eternizar-se. Hitler falava sobre o ¨Reich de Mil Anos¨, que  durou doze.

Naquele clima de ansiedades e incertezas, com a redemocratização a depender de uma eleição em cima da hora, era preciso assegurar liberdade para a campanha que estava em curso, e  garantir a posse  a quem fosse eleito.

Lançou-se então a palavra de ordem: ¨Todo poder ao Judiciário. O STF fora a única instituição, ao menos formalmente, preservada pelo Estado Novo, que, entre outros desatinos totalitários acabou o Legislativo e suprimiu bandeiras e hinos dos estados para os quais foram nomeados interventores.

Presidia o STF um cearense de pouco brilho José Linhares. Apesar disso serviu perfeitamente para a ocasião. Assinou papeis, convocou a Constituinte que no ano seguinte daria por completa a nova Carta, Linhares montou o seu Ministério ouvindo os comandantes militares. Havia dois líderes fardados candidatos à presidência, e Linhares passou a faixa presidencial a um deles, o general Dutra, que derrotou o brigadeiro Eduardo Gomes, graças ao apoio de Getúlio, o ditador que ajudara a manter e também a derrubar.

O apoio de Getúlio que nem saiu da sua distante estancia nos pampas gaúchos, foi levado aos brasileiros através de uma simples frase lida nas emissoras de rádio, publicada nos jornais, em cartazes e faixas: ¨Ele disse: Vote em Dutra¨.

Linhares não se esqueceu contudo de  usar generosamente a caneta e nomear parentes e amigos para cargos efetivos  com salários atraentes.

A situação hoje é muito diferente e muito mais complexa, mais do que isso: é aterrorizante. O pegajoso e imenso polvo da corrupção espalha seus tentáculos e subjuga as instituições.  Acomodou-se no Executivo, controla o Legislativo, avançou pelo Judiciário. A nova Procuradora Geral Raquel Dodge, acabou com as esperanças dos que pretendiam usá-la para que o polvo chegasse até o Ministério Público.

Mas, desgraçadamente, a Polícia Federal já teria sido invadida por um dos tentáculos. Isso ficou evidente quando o novo chefe da PF, na sua posse, ao lado do presidente, o primeiro a ir a uma solenidade semelhante, disse, sem demonstrar constrangimento, que uma só mala cheia de dinheiro, não é prova suficiente para nada, desconsiderando a própria Polícia Federal e o Ministério Público. A prova, para ele fajuta, foi considerada pelo Supremo Tribunal Federal suficiente para que o presidente fosse investigado.

Enquanto o polvo avança, se vai completando o processo de dissolução moral do país.

Seria o instante para repetir-se a frase: ¨Todo Poder ao Judiciário¨?

Dirão muitos: ¨Mas uma parte do judiciário é corrupta ou conivente¨.

Ainda bem que seria só uma parte.

Esse todo poder ao Judiciário não significa que a Ministra Carmen Lúcia substitua Temer, e até poderia, se fossem considerados impedidos de exercer a presidência todos os que estão sendo investigados.

Bastaria apenas que o STF decidisse, e decidisse com a coragem que é hoje o que mais falta ao Brasil. Decidisse, sobre o fim do foro privilegiado, a exigência de ficha rigorosamente limpa para todos os candidatos a cargos eletivos, incluindo processos que respondam na área penal, além da aplicação da cláusula de barreira para deter a proliferação desses balcões de negociatas chamados partidos.

Estaria assim feita a reforma política, hoje o que existe de mais urgente. Com a higienização do cenário, nas próximas eleições surgiriam nomes habilitados moralmente ao exercício pleno da política, e capazes de retirar o país dessa lixeira onde fomos jogados, e nela estamos a apodrecer.

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DOS CAJUEIROS AO TAJ MAHAL

(Instalações do Centro Administrativo da Saúde)

A política, tal e qual se faz em Sergipe, com certeza não difere muito daquela nos demais estados, ou mesmo no centro nevrálgico em Brasília. Vícios são os mesmos, virtudes também, se é que ainda existem.

Sergipe, estado miúdo e de miúda representação, bota miúdo nisso, mantinha, bem vivo, talvez como resultado da consciência clara sobre a sua própria fragilidade, um sentimento comum que unia a sua classe política. Para que uma bancada reduzida obtivesse um mínimo de representatividade, seria imprescindível que se unissem os nossos representantes, sempre em torno de um objetivo maior, no caso, o interesse do povo sergipano.

Na negociação e redistribuição de recursos do orçamento federal nunca houve discrepâncias, nunca Sergipe foi deixado de lado para que prevalecesse a visão político-eleitoreira. Sobre isso, tanto se tem manifestado o ex-deputado federal José Carlos Machado.

Desde o deplorável episódio do PROINVEST engavetado na Assembleia, e que levou Déda a implorar pela prevalência do bom senso, começaram a surgir também em Brasília situações semelhantes. Agora por aqui, e também por lá, a absurda investida contra um empréstimo normal, já aprovado pela Caixa Econômica, que vai injetar recursos numa economia em crise, o que se observa é uma fragmentação em meio a qual o interesse de Sergipe desaparece no ralo por onde passam tantas águas turvas, e nessa turbidez, fatos reais, evidências claras, transformam-se por mera mesquinhez ou má vontade em ficções depreciativas, às vezes raivosas.

Aqui listamos dois exemplos dessa tendência nada republicana de tumultuar fatos para alimentar ficções adequadas ao gosto eleitoreiro:

Quando Almeida Lima assumiu a Prefeitura de Aracaju em 1988, havia um efervescente clima eleitoral, e o prefeito que começava a demonstrar capacidade administrativa, então tornou-se o alvo preferencial. Almeida iniciara um projeto de arborização da cidade, nele incluiu cajueiros. Como era impossível criticar quem planta árvores numa cidade delas desnuda, começaram a enxergar nos cajueiros uma grave ameaça.

Quando crescessem, diziam, e certamente produzissem cajus, a ¨molecada¨ começaria a neles jogar pedras,  então, seria o inferno urbano, pedras por todo lado, ferindo pessoas e quebrando vidraças. Os cajueiros hoje estão pacificamente crescidos, amenizam o calor e humanizam a cidade. O irrealismo fantástico não aconteceu.

Outra vez Almeida, e quase 30 anos depois. Hoje, Secretário da Saúde, ele alugou galpões enormes tendo em volta uma grande área para estacionamento. O preço: 150 mil reais. Era uma decisão racional, baseada em cálculos de custos e em modelos de eficiência operacional, começando pela logística. Algo que fugia à rotina da burocracia desatenta ao ritmo das respostas que devem ser dadas a uma sociedade cada vez mais desiludida com a ineficiência do poder público.

Ali não se instalaria apenas o gabinete do Secretário, seria um completo Centro Administrativo, base das operações do SAMU, antes espalhadas por 14 unidades, muitas delas alugadas, além de vários outros serviços. Operações centralizadas para um melhor rendimento e economia.

Desencadeou-se a tempestade, surgia à ficção eleitoreira de que era tudo desnecessário, resultado da vaidade de um gestor deslumbrado. Deram até um nome ao centro, seria o Taj Mahal. O nome nem se tornou depreciativo, porque o fantástico mausoléu indiano construído por um marajá em homenagem à memoria da sua amada, tornou-se referência arquitetônica, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, listadas pela UNESCO.

A Secretaria da Saúde, já foi chamada ¨Caverna de Ali Babá¨, coisa amedrontadora para quem não fizesse parte dos ¨quarenta¨ que a frequentariam. Se a ¨caverna¨ permanecesse, não haveria tanto barulho, mas os serviços de saúde teriam permanecidos deficientes e sem solução à vista.

Em dezembro começa a funcionar o acelerador linear para uma segunda unidade. A unidade existente estava quebrada, agora funciona, a fila foi reduzida de 600 para 142 pacientes oncológicos, antes levados para tratamento em Arapiraca, agora atendidos aqui, três tomógrafos foram recuperados e comprados mais seis, instalados em Itabaiana, Estância, Glória, e no HUSE em Aracaju.  No HUSE vai ser instalado o sistema de ressonância magnética.

O fornecimento de medicamentos quimioterápicos está sendo normalizado. Na semana passada o governador e o secretário fizeram a entrega a hospitais públicos de equipamentos tais como desfibriladores, monitores, raios X. Foram 465 dos 900 locados. O Hospital regional de Glória, reformado, ampliado, inclusive com Centro Cirúrgico moderno, está quase pronto.

Junto com o de Itabaiana, também em reforma e ampliação terão tomógrafos, cirurgias ortopédicas, gerais, e maternidades. Vão reduzir a carga sobre o HUSE, que também, ampliado, acrescentará mais cem leitos aos disponíveis agora. A maternidade Hildete Falcão Baptista, em Aracaju, volta a funcionar em dezembro.

O sistema de saúde estadual fecha este ano gastando menos recursos do que em 2016, e isso se fez com cortes, e racionalização de gastos.

Entre a ¨Caverna¨ e o Taj Mahal  as diferenças ficarão evidentes, e isso causa incômodos, que até estimulam algumas baixarias.

A TRAMA FOI DESMONTADA?

(Presidente Temer)

Temer faz propaganda na TV. Aparece num cenário assim meio surreal e anuncia: ¨A trama foi desmontada a verdade prevaleceu¨.

De onde saiu à verdade? Da Polícia Federal, do Ministério Público, do Supremo Tribunal?

Descobriram quem era o dono dos 500 mil reais carregados na mala de Loures, o emissário, o interlocutor que Temer disse a Joesley Batista, ser a pessoa da sua ¨estrita confiança¨?

Acharam o dono dos 51 milhões no apartamento de Geddel?

A Justiça já reconheceu que a ¨Organização Criminosa¨ nunca existiu?

Tá bom, deixa pra lá...

A PRAÇA E OS HERÓIS QUE NOS RESTAM

(Praça dos Expedicionários)

A Praça dos Expedicionários fica no largo da antiga estação da ferrovia Leste Brasileiro. Há muitos anos a praça andava largada ao abandono. Faz uns quatro anos um grupo de acadêmicos da ASL, junto com o ex-comandante do 28 º BC coronel Eduardo Pereira, foram   constatar o desleixo em relação aos nossos heróis, e temos tão poucos, que lutaram na Segunda Grande Guerra (1939-1945) contra a bestialidade do nazi-fascismo.

Faziam parte do grupo o presidente da Academia, José Anderson Nascimento, o conselheiro Carlos Pinna, o historiador Murilo Mellins, este escrevinhador. O panorama era desolador. Estavam arrancados os nomes em letras de bronze dos sergipanos que morreram na Itália, integrando a FEB e a Força Aérea, nos mares, em navios da Marinha de Guerra, ou mercantes, inclusive nos torpedeamentos em praias sergipanas (agosto de 1942) o que nos levou a declarar a guerra.

Em volta do monumento muita sujeira, restos do triste ritual de morte dos fumantes do crack.

Na Academia imaginou-se uma campanha para que a praça fosse restaurada, os nomes dos heróis recolocados, o obelisco reconstruído, os mastros das bandeiras repostos, tudo com simplicidade, mas, criando-se um espaço, com muito verde, que poderia ser usado para eventos cívicos, à rememoração de datas históricas. Era prefeito João Alves, também acadêmico, que cercou a praça para fazer as reformas. Teria começado as obras que foram logo paralisadas.

Logo no início do mandato Edvaldo Nogueira assumiu a obra, fez a reforma e a inaugurou na noite dessa sexta- feira, 23. Fez um trabalho simples, mantendo as características iniciais da Praça, todavia, não conseguiu refazer a relação dos heróis, mas recuperou uma placa assinalando o naufrágio de um navio de guerra, que estava deteriorada.

O jornalista e professor Luciano Correia, secretário de comunicação da Prefeitura, informa que os nomes retornarão logo que a lista de todos eles seja obtida.

A ASL deverá fazer esse trabalho e certamente oferecerá sugestões ao Prefeito Edvaldo. A Praça dos Expedicionários era muito bem cuidada pela associação dos ex-combatentes. O major Aloísio, os capitães José Teófilo (Juca), Sizenando, Sargento Zacarias, o mais heroico entre os nossos heróis, costumavam ir à praça, viam o que estava errado e logo comunicavam à Prefeitura que fazia os reparos. Hoje, restam vivos uns três ou quatro nonagenários ex-combatentes, e também restam poucos vestígios de cidadania entre nós, e logo em Sergipe, onde a guerra chegou primeiro, ensanguentando o nosso mar, as nossas praias.

A TERMOELÉTRICA E O DESEMPREGO

(Protesto de trabalhadores)

Quando foram iniciadas as obras da Usina Termoelétrica na Barra dos Coqueiros, festejou-se o investimento portentoso e a possibilidade de geração de empregos para os sergipanos. Entrando numa segunda etapa da obra que cumpre rigorosamente o cronograma estabelecido, ampliou-se o canteiro de obras e foram convocados mais trabalhadores. São agora cerca de 800, mas o numero aumentará ao longo do próximo ano. 80% desses trabalhadores são sergipanos, na sua maioria da Barra dos Coqueiros.

A usina da CELSE, Centrais Elétricas de Sergipe, é para nós estratégica. Será a primeira de um Polo de três, que levará o nome de Complexo Energético Governador Marcelo Déda. A usina da Barra deverá entrar em operação no último trimestre de 2019. Vai consumir gás que virá do golfo do México, ou dos Emirados, mas a petroleira estrangeira que vai explorar o pré-sal sergipano já estaria visando tornar-se fornecedora de gás a preços mais competitivos, pela proximidade. Tudo isso abre perspectivas muito favoráveis para a montagem de uma ampla cadeia produtiva. Os efeitos da obra já se fazem sentir na economia da Barra, inclusive na arrecadação do município.

As expectativas sobre a geração de empregos estimularam muita gente a buscar o canteiro da obra, onde é impossível atender a todos. Muitos sobram, e misturam decepção com revolta. Chega então o político à cata de voto, e os incentiva a irem à luta pelo emprego, a forçarem a empresa a contratá-los. Surgem as narrativas demagógicas de sempre, esquivando-se da realidade e desenhando cenários de injustiça, perigos ambientais, ameaças à tranquilidade dos cidadãos, decorrentes da futura Usina.

Alguns acreditam e se tornam violentos. Não se pode esperar que o desempregado passando fome seja racional, e se conforme só com esperança. Houve ameaça de invasão, a Usina parou temporariamente as obras. Agora já foram reiniciadas, mas sob proteção policial. Esse não é o melhor dos cenários. O estado e a Prefeitura devem dialogar diretamente com os desempregados da Barra, com os líderes, para que se construa um terreno de entendimento que possa aliviar as tensões. Não é coisa fácil. Mas o que é fácil nos dias que vivemos?

Uma coisa deve ficar assentada: a usina é importante, vai trazer benefícios a Sergipe, e as suas obras não podem ser interrompidas.

Os ¨líderes¨ que incentivaram a marcha contra a termoelétrica, esqueceram-se, talvez, que haveria oportunidade de empregos, bem perto, no entorno da Barra onde usinas sucro alcooleiras, estavam contratando mais de 4 mil trabalhadores para o corte da cana.

Pensavam em empregos ou em ganhar votos?

BANESE CARD LANÇA CAMPANHA DE FINAL DE ANO

A cada R$ 150,00 em compras com o cartão, cliente concorre ao valor de R$ 1 mil em crédito na sua fatura

Campanha de final de ano do cartão de crédito Banese Card vai sortear 84 clientes com o crédito de R$ 1 mil em suas faturas, no período de 05/11/2017 a 27/01/2018. Intitulada de “Promoção Banese Card Paga Sua Fatura”, a campanha realizará sorteios semanais, contemplando sete clientes por semana.

Para participar da promoção, o cliente deverá fazer a adesão através do site www.banesecard.com.br, Aplicativo ou Portal Cliente Banese Card. Ao aderir a promoção, a cada R$ 150,00 em compras acumuladas com o seu Banese Card, o cliente recebe um cupom digital para concorrer ao valor de R$ 1 mil em crédito na sua fatura.

ENTRE O FEUDALISMO E OS TEMPOS MODERNOS

(Supremo Tribunal Federal)

O embate travado no STF girando em torno do iniquo privilegio do foro especial, é retrato perfeito e emblemático da realidade beirando à tragédia que vive o nosso país. Preconceitos, arrogâncias autoritárias, ideias de supremacia de classe e de cor, misturam-se com o velho e arraigado culto ao patrimonialismo, e derramam um caldo reacionário sobre a cena pública e até sobre a vida privada dos cidadãos.

Querem os que fazem parte desse rebanho de brucutus, que continuemos, ou voltemos a viver como se ainda estivéssemos sob a égide das ordenações afonsinas ou manuelinas, que guiaram a vida da antiga metrópole portuguesa, onde as classes inferiores sabiam muito bem onde era o seu lugar.

Paradoxalmente, a democracia que construímos e da qual até pouco tempo nos orgulhávamos, tornou-se uma ponte que através da força do voto permitiu aos excluídos, ou aos apenas pobres, se transportarem para o outro lado, onde conviveriam com o poder e teriam todos os privilégios antes reservados apenas às classes superiores. Gerou-se assim o político arrivista que, saído de baixo, alcançava as alturas do acesso ao privilégio, inclusive o de roubar, e permanecer impune. Juntaram-se então à casta dos privilegiados de nascença e se tornaram todos defensores de um Estado que poderiam saquear, e nele garantirem a impunidade.

A ¨Confraria do peculato¨, nesse aspecto é francamente ¨democrática¨.

O debate no STF revelou os preconceitos, as aversões de ministros à evolução democrática, à construção da sociedade cidadã. Gilmar Mendes babava e até ofendia os magistrados de primeiro grau que exercem com dignidade o seu ofício e condenam quando se faz necessário condenar. Perguntou Gilmar se um comandante das forças armadas poderia, se acusado de bater na mulher, ser condenado por um Juiz de primeira instância, que contra ele aplicaria a Lei Maria da Penha. Ou seja, escancarou a sua convicção de que devem existir no Brasil cidadãos de primeira, de segunda e terceira classes. Esqueceu-se de que o militar não sendo melhor do que o resto dos brasileiros cultiva um código de honra, adota preceitos éticos para a sua vida profissional, e dedica-se diariamente a manter esses valores. Se algum desses três comandantes citados pelo Ministro Gilmar fosse acusado da covardia de agredir uma mulher, ele mesmo tomaria a iniciativa de afastar-se do cargo para fazer a sua defesa.

Até porque sabe que tem de dar exemplos aos que lhe prestam continência. Nenhum deles precisaria fugir dos rigores da lei aplicada por um Juiz de primeira instancia, indo abrigar-se no regaço ¨tolerante¨ de um ministro do Supremo disposto a esquecer a ética a dignidade da toga, desde que seja para proteger amigos poderosos, personagens do mundo político ou dos negócios. Os militares têm plena consciência de que este foro especial brasileiro é um manto para abrigar canalhas.

Dias Tofoli, pediu vista, usou de um expediente legal, todavia nas circunstancias indigno, para retardar a retirada do foro especial. Revelou-se protetor da horda de políticos bandidos que afrontam a Nação. Já o ministro Alexandre de Morais, se disse favorável ao fim do foro especial para os detentores do mandato, mas desde que o crime tenha ocorrido antes, se ocorrido dentro do mandato, mesmo que seja um roubo, um assassinato, o criminoso eleito permaneceria intocável. Beleza.

E assim já aprovado pela maioria dos ministros do STF o fim do foro especial para políticos, ele vai permanecer válido, até quando Tofoli souber que alguém como Aécio ou outros não correrão mais perigo de irem parar em frente a juízes simples, comuns. Então ele dará por vistos os papeis que levou pra casa.

Ressoam as palavras nobres do ministro decano Celso de Melo, lembrando que não pode haver leis diferentes, para cada tipo de cidadão, e nisso relatou a surpresa e até indignação de uma presidente da Suprema Corte Americana, que na década de noventa visitou o STF e ele perguntou-lhe se lá um ministro gozava das prerrogativas do foro especial, e ela respondeu: A lei em meu país é igual para todos, se um ministro, um senador, um presidente, é acusado de um crime, torna-se investigado pela Polícia e julgado por um juiz de primeira instancia.

Aqui os brucutus querem ter o direito exclusivo de manejar os seus tacapes seletivos.

O INVESTIMENTO ENCOLHE

O montante dos investimentos públicos estaduais no Brasil regride este ano ao nível de 1990. Os investimentos do governo central também sofreram forte declínio, enquanto o BNDES reduziu seus financiamentos em mais de trinta por cento. Não há economia que cresça sem investimentos públicos e com redução do crédito para a iniciativa privada.

Esta anunciada recuperação econômica é apenas um falso otimismo mantido pelo governo que festeja a venda de estatais e de campos de petróleo para tapar rombos orçamentários, agradando o mercado financeiro e sem gerar estímulos na massa real da economia que continua em marcha lenta ou regredindo. As vendas se ampliaram um pouco porque há queda de preços causada pela demanda reduzida. O delírio da queima de dólares no exterior por turistas brasileiros que voltam a circular em Miami e Nova Iorque resulta da economia que muitos fizeram cancelando há dois, três anos, viagens internacionais, e agora forçados quase a preferirem o estrangeiro com medo de viajarem dentro do próprio pais, onde a violência da bandidagem amedronta mais do que o terrorismo lá fora.

CRÔNICA DAS LICENÇAS SENATORIAIS

(Senador Valadares)

Chegando ao fim do terceiro mandato e pronto para concorrer ao quarto, o veterano senador Antônio Carlos Valadares anuncia que tomou uma licença para tratamento de saúde e interesses particulares por 4 meses. Assim, concretizam-se as ansiosas expectativas do seu primeiro suplente, o ex- vereador e Defensor Público aposentado Elber Batalha. Um outro suplente, o engenheiro-agrônomo e empresário hoteleiro Paulo Viana, ficou a aguardar a mesma oportunidade que não lhe veio em dois  mandatos. Na época Valadares entendia que Paulo Viana seria mais útil ocupando cargos públicos e o indicou para a Secretaria da Agricultura nos governos de Marcelo Déda e Jackson Barreto.

Sentar na poltrona cobiçadíssima, e dela afastar-se nem que seja por 3 ou 4 meses é coisa rara.  Nos últimos 40 anos aconteceu quando Augusto Franco, licenciou-se para que o suplente Dilton Costa assumisse. Depois Passos Porto, afastou-se para que Heráclito Rolemberg, ocupasse a poltrona. Detalhe: na época não existiam suplentes integrando a chapa. Heráclito, do mesmo partido de Passos Porto, disputou a vaga em eleições diretas e ficou em segundo lugar numa disputa que envolveu 3 candidatos, o outro foi um médico Paulo Amaral. Na ocasião acontecera o rompimento entre o Grupo Franco e o governador João Alves, Heráclito era o prefeito nomeado de Aracaju, e havia o compromisso de ser mantido por João Alves.

Compromissos rasgados, Heráclito foi substituído na Prefeitura pelo líder do PMDB José Carlos Teixeira, firmando-se assim o acordo com o PFL de João. Augusto Franco acuado, pediu a Passos Porto, seu aliado, que oferecesse 6 meses a Heráclito para que ele se tornasse senador da República, sendo compensado pelo baque político que sofrera. E assim foi feito.

Antes disso, Lourival Baptista no seu segundo mandato, daquela vez biônico (eleito indiretamente pela Assembleia) cedeu a poltrona para nela sentar seu suplente Albano Franco. Augusto Franco não decidira ainda se deixaria o governo. Se permanecesse, nem Albano nem Walter, seus filhos, poderiam ser candidatos. Equivocados exegetas da Constituição convenceram Albano de que se ele sentasse numa cadeira do Senado, mesmo que fosse por um mês, teria o direito de concorrer, sem que o pai deixasse o governo. Mas não era bem assim. Lourival veio ser Secretário da Educação, mas não passou nem dois meses porque logo se constatou que a única saída para Albano e Walter se tornarem candidatos seria mesmo com Augusto Franco passando o governo para o vice, general Djenal  Tavares de Queiroz, tornando-se, ele próprio, candidato a Deputado Federal, sobretudo para somar votos para a legenda. Na época foram 104 mil votos.

Depois disso, só recentemente o senador Eduardo Amorim tornou-se generosamente desprendido, abrindo vaga tanto para o seu primeiro suplente, o então poderoso empresário do setor dos transportes Laurinho Menezes, e depois para o segundo suplente, Kaká Andrade, irmão do sempre saudoso prefeito de Canindé Orlandinho.

Dizem que as poltronas do Senado possuem um visgo forte e delas ninguém se liberta a não ser pela deficiência de votos.

Mas a recordista mesmo em contentar suplentes é a Senadora Maria do Carmo Alves. Deixou o cargo para vir ser secretária municipal quando o marido João Alves foi prefeito de Aracaju. Assumiu o pastor Virgínio, e mais recentemente o suplente Ricardo Franco, que teve alguns aborrecimentos, e preferiu não assumir mais.

JB E UMA FÁBRICA NA SUA TERRA SANTA ROSA DE LIMA

Depois de percorrer na véspera as obras de largas avenidas que irão desafogar em parte o complicado trânsito aracajuano, e anunciar que dava-se um passo largo pela mobilidade urbana em Aracaju, Jackson Barreto foi com o vice Belivaldo Chagas  na sexta-feira à sua terra Santa Rosa de Lima, para anunciar a instalação, no chão de massapês onde só nasceram canaviais, e depois deles jorrou petróleo, que enfim ali surgiria uma fábrica, um polo gerador de empregos. E a indústria é a Cooper Standard, parceira da Ford do Brasil, como fornecedora de componentes automotivos.

O grupo amplia suas atividades chegando a Sergipe, e passando já no próximo  ano a fornecer equipamentos para outras montadoras. A Cooper gerará em Santa Rosa 180 empregos diretos e 50 indiretos. Santa Rosa de Lima é município pequeno com população reduzida e certamente vai haver vagas preenchidas por muitas pessoas vindo das vizinhanças, Divina Pastora, Riachuelo, e outros municípios.

O diretor geral da Cooper Jurgen Kneissler, disse que o seu grupo escolheu Sergipe como bom lugar para investir, e que aqui chegava para se instalar e expandir-se.

Havia um pedido especial de Jackson ao Secretário da SEDETEC José Augusto Pereira. Ele queria que fossem detectadas vantagens locacionais para a instalação de uma indústria na sua terra que ainda não conseguiu vencer o desafio da pobreza. José Augusto que ao lado do diretor presidente da CODISE Eugênio Dezen, tem montado uma estratégia eficaz e moderna para atrair investimentos, cuidaram do caso de Santa Rosa e o resultado será uma indústria que beneficiará toda a região. À tarde Jackson foi percorrer as instalações novas do HUSE, mais 100 leitos. Viu, com o Secretário Almeida Lima os novos aparelhos de radioterapia, o acelerador e outros que entram em funcionamento este mês e em dezembro.

No fim da tarde Jackson chegou ao Parque dos Falcões em Itabaiana. Levou com ele o vice Belivaldo Chagas, o comandante da Polícia Militar, coronel Marconi Cabral, o major Sidney comandante do Batalhão de Itabaiana e o secretário da Comunicação Social Sales Neto.

Conversaram com Percílio o criador do Parque e cuidador dos falcões, que foi recentemente alvo de bandidos. Ficou combinado um esquema especial de segurança para o local, que é centro de atração turística. Ainda na noite de sexta, Jackson e Belivaldo foram à inauguração da Praça dos Expedicionários, uma obra da prefeitura de Aracaju. Haja fôlego.

UM BRASIL COM VERGONHA DE SI MESMO

Que pena, os brasileiros estão começando a ter vergonha da nacionalidade que não escolheram, e da qual antes todos se diziam sortudos por aqui terem nascido. Os que podem, ou têm coragem para tanto, engrossam a onda de migrantes rumo a qualquer canto do mundo, onde exista mais vergonha, mais leis efetivas, menos cafajestes invadindo e devastando o cenário da vida pública. É a onda dos refugiados brasileiros, refugiados sim, porque fogem de um país que não lhes oferece um mínimo de segurança, a certeza elementar de que seus filhos não serão abatidos por balas perdidas nas escolas e creches.

VEJAMOS OS ESCÂNDALOS DA SEMANA: O maior de todos, a permanência da organização criminosa no poder, em seguida, nas penitenciárias cariocas, 2 ex-governadores presos, uma governadora e ex-primeira dama, e uma outra apenas primeira dama, vários ex-secretários de estado, três deputados estaduais, um presidente da Assembleia, outro ex-presidente.

Em Brasília um deputado federal condenado por roubo quando foi prefeito de uma cidade fluminense e que se mantem no mandato, faz todo dia o trajeto entre a penitenciária da Papuda e a Câmara Federal. De dia veste terno e gravata, à noite usa o macacão de presidiário. Esse deputado Celso Jacó, saindo da Câmara e chegando à Papuda, passando pela revista, foi flagrado levando queijo e biscoito na cueca, infração grave para um presidiário. Vai passar sete dias numa solitária. E os seus colegas deputados federais não entendem que isso é uma desmoralização para o poder que representam. Aliás, o que ainda resta sem ser desmoralizado neste país? O agora presidiário Garotinho, sempre patético e cínico, simulou uma agressão e já foi transferido para um presídio de segurança máxima.

Um ex-ministro dos transportes, que tanto ¨transportou¨ malas de dinheiro, está agora foragido.  Trata-se do ilustre presidente do Partido da República, uma das facções do Centrão.  Se souberem onde ele está denunciem a Polícia Federal. Seu nome: Antônio Carlos Rodrigues.

No Rio Procuradores e a Polícia Federal seguem agora as pegadas que levam à conexão entre Sérgio Cabral e Aécio Neves, feita com a interveniência do ex-dono da falida Delta Engenharia, Fernando Cavendish.

No STJ chega um inquérito aberto contra o governador de São Paulo Geraldo Alckmin. A denuncia foi feita originalmente ao Supremo pelo Ministério Publico Federal e transferida ao STJ por tratar-se de um governador de estado. O escândalo nisso tudo é que o inquérito se tornou sigiloso. Por que sigiloso se o governador é um homem público?

A acusação refere-se a dinheiro proveniente de Caixa-2, recebido da Odebrecht por um cunhado de Alckmin. Seriam dez milhões destinados às campanhas eleitorais de 2010 e 2014.

O Ministro Dias Tofoli que pediu vista quando já estava vitoriosa no STF a tese da suspensão do foro privilegiado, teria antes combinado o que iria fazer com o presidente Michel Temer, a quem fez uma reservada visita noturna no dissoluto Palácio do Jaburu. Os grandes e dignos ministros que teve o nosso STF e os que do mesmo quilate ainda lá estão, não teriam vergonha de sentar-se ao lado de Dias Tofoli?

Assumiu o comando da Polícia Federal o delegado Segóvia, indicado por Sarney e Eliseu Padilha e abençoado por Temer, a quem começou a servir logo na solenidade de posse.

Na Penitenciária de Benfica encontraram refinados alimentos e bebidas que faziam parte integrante dos ajantarados opíparos dos seus presos ilustres, entre eles Sérgio Cabral e outros, presos que não perdem o bom gosto de gourmets.

A presidente do PT senadora Gleise Hoffman é acusada pela Procuradora Geral Raquel Dodge de ter ela e o marido recebido propina de 4 milhões de reais. A Procuradora quer a devolução do mandato, prisão e perda dos direitos políticos dos dois.

E do sistema penitenciário carioca desapareceu a força da Justiça, prevalece o poder da organização criminosa.

Já disse a Procuradora Geral da República Raquel Dodge: ¨O Rio é uma terra sem lei¨.

Caberia a pergunta: Só o Rio.

GELATERIA IL SORDO E A HISTÓRIA DE BRENO

(Breno Nunes, empresário)

(Texto do economista e jornalista Oliveira Junior, felicíssimo pai de Breno)

Breno Nunes de Oliveira é um jovem sergipano que nasceu surdo. Não podendo ouvir, teve na Língua Brasileira de Sinais seu primeiro idioma, e assim obteve educação formal, aprendeu o português escrito e a usar as ferramentas de comunicação digital modernas, ainda que sem falar nem ouvir a língua falada. Hoje faz curso superior de Letras/Libras na Universidade Federal de Sergipe e é um bem-sucedido exemplo de superação pessoal de adversidades.

Mas Breno tornou-se empresário – um fato raro em se tratando de pessoas surdas. E resolveu trabalhar também com surdos no seu negócio, uma sorveteria, especializada em gelatos, usando a técnica italiana de fabricação.

O resultado disso é um negócio bem sucedido, onde os frequentadores costumam apontar a boa qualidade do sorvete e elogiam muito o atendimento.

Só que esse atendimento é feito por surdos, que usam prioritariamente a língua de sinais. Esse fato inusitado causou alguma surpresa inicial, mas com a experiência do Breno e sua gelateria chamada “Il Sordo”, que em italiano significa “o surdo”, o que se viu foi uma novidade: as pessoas comuns, ouvintes, podem perfeitamente entrar na loja, ser atendidas por surdos, e com poucos gestos, boa vontade e recursos de comunicação visual, ser perfeitamente atendidas e desfrutar de um bom sorvete.

A revista VEJA percebeu a novidade: “uma iniciativa empresarial em Aracaju promove a inclusão pelo caminho contrário. Na gelateria Il Sordo (O surdo), os falantes é que precisam se adaptar ao universo dos que não ouvem. Para saborear uma das cerca de vinte opções de sorvete italiano, que vão de chocolate a tapioca, ou pedir uma bebida, é preciso se comunicar, sem intérprete, com os seis atendentes, todos surdos.”

A experiência da gelateria prova que a adaptação dos ouvintes é fácil. E a experiência empresarial da Il Sordo prova que é possível construir novos modelos de empresas inclusivas, quebrando barreiras de comunicação e valorizando a igualdade.

A revista VEJA diz que a experiência de atendimento é uma “aula de inclusão”, e por isso destacou Breno como candidato à premiação nacional da revista, chamada de “o Brasil que queremos”, que “busca valorizar as histórias inspiradoras de cidadãos excepcionais que, muitas vezes longe dos holofotes, se destacaram em 2017 como agentes de mudança na sociedade brasileira.”

Como se vê, uma iniciativa de méritos, nascida aqui em Aracaju e modelo para o mundo. Na fase atual do prêmio as pessoas podem votar através do link disponibilizado pela revista (o link é http://veja.abril.com.br/especiais/premio-veja-se/#o-premio). Vale a pena incentivar as pessoas que você conhece a reconhecer a iniciativa do Breno votando através desse link e ajudando no reconhecimento dessa importante iniciativa de inclusão das pessoas surdas no mundo produtivo.

DEPOIS DA MOBILIZAÇÃO DO PMDB

(Belivaldo Chagas recebe título de cidadão gloriense)

O PMDB de Sergipe está fora dessa onda de escândalos e seus integrantes não precisam de foro privilegiado, nem são acusados da pratica de crimes. Por isso, na mobilização feita na última semana, quando surgiu como pré-candidato ao governo o vice-governador Belivaldo Chagas, as pessoas não se sentiram envergonhadas em comparecer e lotar o Instituto Histórico e Geográfico.

Depois o pré-candidato começou a agir como tal, e isso lhe deu desenvoltura. Movimenta-se. Na quinta feira esteve em Nossa Senhora da Glória, recebendo o título de Cidadão Gloriense na Câmara de Vereadores. Foi o centro das atenções e recebeu manifestações de apoio. No fim de semana tem agenda cheia.

Outros homenageados na mesma ocasião foram o Juiz Sérgio Lucas, um magistrado que é referencia entre os sertanejos, também o deputado federal Jony Marcos e o empresário Nelson, da área de transportes e radiofonia.

FÓRUM DE CIÊNCIA DISCUTE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL EM SERGIPE

(Evento da Embrapa)

(Texto de Saulo Nunes, assessor de comunicação da EMBRAPA)

Discutir os resultados, desafios e caminhos da pesquisa agropecuária e seu papel no desenvolvimento regional em Sergipe e demais estados do Nordeste. Esse foi o objetivo principal do Fórum Ciência e Sociedade, realizado em Aracaju, no dia 21 de novembro, pela Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Cerca de 60 participantes com atuação importante no cenário do desenvolvimento regional prestigiaram o evento, entre secretários de Estado, presidentes de empresas e órgãos públicos, entidades associativas e do Sistema S, institutos de pesquisa e instituições de ensino superior e de fomento à produção.

De acordo com o chefe-geral da Unidade, Manoel Moacir Costa Macedo, que fez a apresentação de abertura, o evento teve como foco servir como um canal de prestação de contas das ações e iniciativas da Embrapa Tabuleiros Costeiros, além de aproximar e fortalecer o relacionamento com parceiros e formadores de opinião.

Macedo fez um panorama do papel da Embrapa no desenvolvimento nacional e discutiu os grandes desafios da pesquisa agropecuária pública na região dos Tabuleiros Costeiros do Nordeste – área que se estende do sul da Bahia ao norte do Ceará com 575 municípios, 22 milhões de hectares e mais de 23 milhões de habitantes. Ele apresentou, também, os indicadores expressivos de desempenho da gestão, os resultados dos principais projetos de pesquisa da Unidade e os impactos socioeconômicos das tecnologias geradas.

Projetos
A segunda parte do fórum teve a apresentação de uma das principais linhas de pesquisa da Unidade, a inteligência territorial estratégica e o uso das geotecnologias com foco no aumento da produção e produtividade. O principal impacto dessas ações é a diversificação de culturas e o incremento do desenvolvimento regional pela geração de riqueza.

O pesquisador Marcus Cruz apresentou o projeto GeoTab - Organização e disponibilização da informação geoespacial sobre recursos naturais e aspectos socioeconômicos da área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

A segunda ação de pesquisa apresentada foi o projeto especial de inteligência territorial estratégica para Sergipe, Alagoas e Bahia intitulado SEALBA, termo formado pela junção das siglas dos três estados e que delimita uma área de alto potencial agrícola para grãos e outras culturas sema necessidade de irrigação.

Debate
O segmento final e mais importante do fórum foi o painel de discussão com os pesquisadores, no qual os participantes puderam fazer questionamentos, perguntas e contribuir na discussão sobre os caminhos da pesquisa e fortalecimento de parcerias institucionais.

O debate serviu para ter esclarecimentos sobre as ações de pesquisa da Embrapa na região e pensar caminhos e alternativas, em tempos de crise, para produzir resultados que tragam geração de renda e aumento de qualidade de vida para as comunidades.

“As ricas intervenções dos colegas das entidades parceiras serão um subsídio valioso para formularmos nossas estratégias de atuação para podermos contribuir cada vez mais para o desenvolvimento da região”, afirmou Manoel Moacir.

Para o reitor da UFS, Ângelo Antoniolli, é fundamental que as instituições responsáveis pela pesquisa no estado estejam próximas e atuando de forma integrada e apresentando e discutindo seus resultados. “Eu tenho claro que a Embrapa, em conjunto com a UFS, formam o maior patrimônio para o desenvolvimento de Sergipe. E é extremamente importante que estejamos sintonizados no foco e nas estratégias para gerarmos resultados importantes para o estado”, declarou.

 

 

 

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