Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
TEXTOS ANTIVIRAIS (90)
25/02/2022
TEXTOS ANTIVIRAIS (90)

AS LEMBRANÇAS DA PETROBRAS: UM LEVE CHEIRO DE QUEROSENE

Em meio século a Petrobrás foi grande parceira de Sergipe até quando dolarizou se e priorizou outros interesses


Há quem afirme, com certa desolação, que, da PETROBRAS em Sergipe só nos resta agora um leve cheiro de querosene, perceptível, ao que dizem alguns, constatando o fato em riachos pelos vales do Cotinguiba e Japaratuba. Seria uma metáfora, ou, efetivamente, a presença da petroleira naquelas regiões por mais de meio século nos teria  legado um passivo ambiental que estaria a exigir alentadas compensações.
O legado que a PETROBRAS deixa a Sergipe, não pode ser resumido a um leve cheiro de querosene observado em alguns locais.
A PETROBRAS foi, e continua sendo importante para Sergipe, apesar do insolente desprezo com que, desde os tempos de Pedro Parente, (o inventor da dolarização) a empresa vem nos tratando.
Sergipe mudou, e mudou para bem melhor, desde que a PETROBRAS aqui veio, isso na virada dos anos cinquenta para os sessenta; e houve a descoberta do petróleo em 1963. Daquele tempo em diante Sergipe era tratado com deferência, em alguns casos, até com generosidade pelos sucessivos presidentes, desde os do período autoritário até aqueles dos tempos da democracia plena, ou quase isso.
Todos os presidentes por aqui passaram. Vieram para ver de perto o óleo escorrendo em Sergipe, e sempre anunciando formas de melhor aproveitá-lo. Castelo Branco veio para dar início ao transporte do óleo por via férrea até a Refinaria de Mataripe. Alguém lembra? já tivemos uma estrada de ferro. Costa e Silva veio, aliás, com um impressionante aparato bélico (parecia que estávamos em guerra) para inaugurar o Terminal Marítimo. E por aí a coisa foi andando, com variadas conquistas, e a economia sendo dinamizada. Houve uma adutora feita em convênio com o estado (governo de Augusto Franco) trazendo água do São Francisco para       Aracaju. Instalou-se a FAFEN, com ela o surgimento do polo de fertilizantes. Sem esquecer que em 68 surgiu o petróleo no mar, em frente à praia da Atalaia, pela primeira vez no Brasil. Daí em diante o porto off-shore, a luta pela instalação de um polo mineral-petroquímico. Enfim, os projetos de desenvolvimento do estado giravam, quase todos, em torno da PETROBRAS. Os seus superintendentes eram participantes, envolviam-se diretamente com os projetos sergipanos. José Eduardo Dutra na  presidência da empresa deu especial atenção a Sergipe. 
Aracaju viveu um salto de crescimento, quando em 1967, numa manobra astuciosa e bem calculada do governador Lourival Baptista, a sede de produção no nordeste da PETROBRAS, que ficava em  Maceió,  foi transferida para Aracaju.
Agora,  a petroleira faz um comunicado seco, palavras economicamente  utilizadas, para informar que vendeu,  ao que tudo  faz crer, até por um bom preço, coisa de mais de um bilhão e meio de dólares, todos os campos e suas instalações de terra em Sergipe. A espanhola COBRA, com a subsidiária CARMA Energy, vai dar sequência à produção, reativar a unidade de gás. Será bom para Sergipe, mas o passivo ambiental, deixado pela  estatal, que não se resume ao cheirinho de querosene, é algo que, se cobrado judicialmente por estados e municípios, poderá render uns bons trocados. Coisa pouca para a PETROBRAS, que acaba de anunciar um portentoso lucro de 106 bilhões de reais. O que não poderia  ser diferente com a extorsão que a estatal faz ao povo brasileiro através dos preços dolarizados dos combustíveis, e tendo o faturamento engordado com a soma de todos os ativos vendidos no decorrer do ano passado. 

 

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O MUNDO EM AGONIA E O CAPITÃO PASSEIA DE MOTO

O mundo em transe e ele passeia. Faz campanha e confusão.


Pela manhã, como sempre faz, o Vice – presidente da República Hamilton Mourão, afeito ao trabalho e à disciplina, chegava ao local onde exerce suas funções. Como já se tornou costumeiro, parou na entrada para falar com os jornalistas que sempre o aguardam.
O general foi bem claro e explícito nas suas afirmações a respeito da carnificina inconcebível iniciada pela Rússia contra a Ucrânia, ignorando as leis internacionais e afrontando a civilização.
Mourão disse que o Brasil condenava o ataque, criticou pesadamente as atitudes do autocrata Putin, e solidarizou-se com o povo ucraniano, além de apoiar as ações visando conter a sanha belicosa e restabelecer a paz.
Como general e estrategista ele sabe que sanções econômicas  não bastam, e quando a diplomacia fracassou, a OTAN teria,  no mínimo, de anunciar  um deslocamento de forças convergindo para a Ucrânia, o que obrigaria Putin  a reformular seus planos de invasão, e preparar-se para um confronto de grandes proporções. Enquanto isso, a diplomacia ganharia terreno. Nenhum dos lados quer descambar para a guerra nuclear, que seria a derradeira das guerras, e o fim desta passagem sanguinolenta do bicho homem sobre o planeta terra.
O general vice-presidente sem fazer qualquer alusão a Bolsonaro, foi a única voz no governo a seguir as tradições da nossa diplomacia, em consonância, também, com as diretrizes da nossa Constituição, que é minudente ao delinear o comportamento que devemos seguir no plano das relações internacionais, invariavelmente defendendo a soberania e a integridade dos países.
Já o Palácio do Planalto, esse, estava deserto. Enquanto o aparato de guerra colossal da Rússia espalhava morte e terror na Ucrânia, e os chefes de Estado responsáveis, indormidos, cuidavam de encontrar uma saída para evitar uma catástrofe maior, ou cada um cuidar das precauções necessárias em seus países, mesmo distantes do teatro da guerra.  Todavia, o presidente brasileiro, preparava-se, em São Paulo, para sair à frente de mais uma motociata, aquelas custosas e inúteis farras eleitoreiras. Isso num dia tenso de quinta-feira, em hora de expediente, e nesses  tempos de sobressaltos  em que nenhum chefe de estado responsável, fica indiferente ao cenário atormentador do mundo.
O barril do petróleo passou dos cem dólares, as bolsas desabaram, a perspectiva é  de crise, tanto maior quanto mais demorarem os combates.  Mesmo após cessada a carnificina,  que, tudo indica, acabará rapidamente sua primeira etapa, em face da desproporção de forças entre o agressor e o agredido, a tensão persistirá, a incerteza  afetará os mercados. A economia mundial sofrerá abalos, mas o nosso presidente, pilota uma moto, tendo os olhos fixos muito mais na sua reeleição, do que na estrada a percorrer, e  assim, desleixado, inconsequente, vai levando a vida, enquanto o mundo despenca.

 

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O CORONEL E O FOTÓGRAFO

Dois cidadãos que deixam saudades e merecem o reconhecimento dos sergipanos: o coronel Eduardo e o fotógrafo Lineu.


Registrar despedidas de pessoas amigas e queridas, de pessoas que deixam, quando se vão, as marcas de tantas coisas boas que fizeram, é uma circunstância sempre dolorosa que cabe a quem  escreve sobre os acontecimentos, e faz uma crônica do cotidiano, tantas vezes  sufocado pela profunda tristeza.
Quase no mesmo dia nos deixaram o coronel Eduardo Pereira e o fotógrafo Lineu Lins.
O oficial do Exército Brasileiro veio comandar o 28º BC  pouco tempo após a transição para o poder civil. Numa época que exigia sensibilidade para entender as mudanças, o coronel Eduardo teve uma atuação fundamental em Sergipe. Homem afeito ao diálogo, afável, ele e sua esposa Socorro formaram um amplo círculo de amizades. Católicos praticantes, se envolviam intensamente em ações de solidariedade humana, e isso os fez queridos e respeitados. Cearenses, em pouco tempo sergipanizaram-se, e  ao passar para a reserva  Eduardo recebeu do governador Valadares um convite para tornar-se Secretário da Segurança Pública.
Para o sistema policial  ele levou os seus conceitos firmes de hierarquia, disciplina, higidez moral e rigor absoluto na aplicação de recursos públicos.
O coronel Eduardo Pereira deixa à sua família o legado de uma vida produtiva e honrada.
Lineu, o fotógrafo, desde adolescente descobriu o segredo da junção das lentes com a poesia. Tornou-se um profissional e um esteta  em busca da imagem perfeita. E como perfeição é meta inacessível, ele fez da vida um tempo de experimentações, algo que só uma alma de artista pode entender.
 A primeira câmera de Lineu foi uma Rolleyflex, mas, não demorou muito ele já era visto acariciando uma Hasselblad, a jóia da tecnologia sueca.
Ficou fascinado por aquela máquina quando assistiu o filme Blow-up, onde um fotógrafo usava a top de linha sueca, também vista na mão de um astronauta flutuando no espaço, que a revista Life destacou em primeira página. Lineu montou um estúdio, no centro de Aracaju, que era, também, um ponto de reunião de  quem queria falar sobre cultura, arte, e até fotografia. Ele dedicou-se também à fotografia aérea, seguindo os passos do pioneiro em Sergipe Walmir Almeida. Walmir era fotógrafo e piloto, e para fotografar levava sempre ao lado quem podia assumir o comando, enquanto ele buscava os melhores ângulos, e orientava as manobras. Linneu utilizou helicópteros da PETROBRAS, e fez para aquela empresa diversos documentários.
O acervo de Lineu forma um conjunto expressivo da cena sergipana nos últimos sessenta anos.
O fotógrafo e o coronel, dois nomes que merecem ser homenageados, e que os vereadores aracajuanos devem usar para denominar logradouros públicos, onde se deveria deixar a lembrança permanente de pessoas que foram generosas, produtivas, e honradas.

 

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UM PARLAMENTAR SERGIPANO COM VISIBILIDADE NACIONAL

Alessandro uma voz que já tem amplitude nacional.

São raros os parlamentares sergipanos procurados para entrevistas nas redes  de televisão e rádio, e nos grandes jornais. Poucos, mostrariam alguma capacidade para dizer algo que interesse ao país, e ficam por aqui mesmo, na miudeza das nossas acanhadas fronteiras.
O último que teve visibilidade nacional foi André Moura, quando deputado federal e prestigiado líder de Temer no Congresso.
Outros estados nordestinos, como o Piauí, Alagoas, o Rio Grande do Norte, têm deputados e senadores que se destacam, que ocupam cargos importantes ,  se tornam ministros. Isso,  a depender do interesse do parlamentar em servir ao seu estado resulta em recursos que chegam em maior quantidade.  Quando Renan Calheiros era presidente do Senado tirou muito proveito disso, para direcionar recursos a Alagoas,  até que veio Bolsonaro. Mas há outros alagoanos no alto do poder. 
Agora, o senador sergipano Alessandro Vieira depois do protagonismo que teve na CPI da COVID, onde muito se destacou, tenta viabilizar sua candidatura a Presidente da República. Não está fácil, mas ele vai conquistando espaços na grande mídia.
Alessandro é um delegado de polícia que, surpreendentemente, elegeu-se Senador. Surfou na onda de Bolsonaro, como tantos outros, e teve êxito, mas, no Senado, tornou-se uma voz crítica muito incisiva contra os desacertos do capitão.
Quem o ouviu na entrevista ao jornalista Roberto D'ávila na Globo  News, certamente teve uma excelente impressão do senador. Ele tem preparo intelectual, grande capacidade e clareza expositiva, e é, sobretudo corajoso, fazendo indispensáveis denúncias e críticas. Os bolsonaristas hoje o detestam, e contra ele desfecham uma barragem de insultos.
Alessandro, todavia, tem uma aparência tímida na TV. Eloquente na fala, mas uma expressão facial imutável, fria, e não gera a empatia que a oratória consistente e assertiva mais facilmente alcança, quando acompanhada pela expressão facial, o gestual adequado, e a tonalidade da voz, para que não seja monocórdia. O político estreante e já senador Alessandro Vieira, conquistou espaço pela coragem de dizer, e de abordar com pertinência os temas políticos e os problemas brasileiros, e, principalmente, por afastar-se do bolsonarismo, mas, para conquistar corações e mentes, estaria necessitando de uns pequenos ajustes que caberiam a um adequado marketing.
Já adversário de Bolsonaro, ele poderia também aposentar o entusiasmo anterior pela onda lavajatista, agora encaminhando-se ao descrédito.
Alessandro é, sem dúvidas, uma novidade positiva na desenxabida cena sergipana. Se vai ter sucesso na pretensão presidencial, isso já é outra história. 
Respondendo a uma das perguntas que lhe fez Roberto Dávila relativa à calamidade do “orçamento secreto”, Alessandro foi incisivo ao dizer que votou contra, mas o projeto foi aprovado no Senado por um voto a mais, saído exatamente do senador petista sergipano Rogério Carvalho.

 

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CARLOS BRITTO JURISTA E FRASISTA SINTÉTICO

O ex ministro do STF, jurista, intelectual e frasista.

Carlos Ayres Britto, que fez história no Supremo Tribunal Federal, revela-se, também, como um frasista criativo que em poucas palavras expressa e dá graça ao pensamento. Uma delas: “República é assim: chega o tempo em que o cargo tem o direito de ver seu ocupante pelas costas”.
 

INFORME PUBLICITÁRIO

POR QUE VOCÊ PRECISA TER UMA CAIXA D' ÁGUA EM CASA?

A caixa d'água garante o abastecimento do seu imóvel quando é necessário fazer uma interrupção temporária no fornecimento, no caso de uma manutenção na rede de distribuição, por exemplo. Assim, caso o abastecimento seja paralisado por um período, os imóveis equipados com o reservatório domiciliar não sentirão os efeitos da falta de água.

O reservatório deve possuir capacidade para armazenar o volume de água adequado para garantir um consumo equivalente a 24 horas ininterruptas. 

Para decidir o tamanho da caixa d'água que o seu imóvel precisa, é preciso levar em consideração uma estimativa de consumo diário de 200 litros por morador. Por exemplo: Se em sua casa residem 5 pessoas, adotando-se a média de 200 litros por pessoa, a caixa d'água deverá ter a capacidade de 1.000 litros.

Depois de instalado, o reservatório domiciliar demanda alguns cuidados. É imprescindível realizar a limpeza a cada seis meses, para prevenir risco de proliferação de vírus e bactérias, além de mantê-la sempre fechada para evitar a entrada de ratos e insetos, incluindo o Aedes Aegypti, o mosquito da dengue.

Se você ainda não possui um reservatório em sua casa, está na hora de rever os seus conceitos. Caixa d'água é mais que uma necessidade! É certeza de água na torneira sempre!

Deso é parceira da Universidade Federal de Sergipe no projeto “Reuso de Água Residuária do Semiárido”

Por conta da limitação hídrica encontrada na região do semiárido sergipano, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) está realizando uma pesquisa na Estação de Tratamento de Esgoto de Nossa Senhora das Dores para o reuso da água tratada do esgoto para a irrigação. O projeto chamado “Reuso de Água Residuária do Semiárido” é liderado pelo professor do Núcleo de Engenharia Agronômica do campus do Sertão, em Nossa Senhora da Glória, Marcos Eric Brito. O experimento foi realizado em uma plantação de 1 m² na área da nossa Estação de Tratamento com 3 tipos de palma, espécie escolhida por sua abundância na região semiárida e por sua importância na alimentação dos animais.

Os resultados parciais são considerados promissores diante do padrão de qualidade da água residuária a ser utilizada para a irrigação e toda a produção será transformada em alimento para o gado leiteiro, além da doação de mudas para os produtores rurais.

O projeto tem parceria com a DESO, Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e Secretária da Agricultura de Nossa Senhora das Dores.

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