Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
TEXTOS ANTIVIRAIS (9)
23/04/2020
TEXTOS ANTIVIRAIS (9)

O VÍRUS E O SANATÓRIO GERAL (9)

A pior coisa a acontecer numa sociedade, seria o óbvio tornando-se imperceptível. Como entender o presente, como prospectar o futuro, como enxergar a nós mesmos, quando, o que é explicito, evidente, notório, de repente escapasse à nossa percepção?

Os infectologistas, às voltas com o Covid- 19, nem de longe suspeitaram, mas, o vírus devastador da saúde, não estaria afetando apenas, a parte física dos seres humanos, estaria, também, agindo sorrateiramente, a influenciar as mentes das pessoas, e afetando a percepção coletiva dos brasileiros.

E os brasileiros começaram a delirar.

Em que mundo girariam agora as cabeças dos brasileiros?

Seriam mundos irreais, onde fatos e evidências se desfiguram. Nesse terreno de irrealidades, o que é obviamente ululante, deixou de ser percebido.

Há uma loucura, uma tendência ao surreal.

Nesses tempos viróticos apavorantes, uns, buscam o isolamento possível, e tomam as precauções necessárias, enquanto outros preferem romper normas, correr em direção às multidões, abraçar, apertar mãos, mas, todos se mostrariam igualmente afetados pelo delírio que afugentaria a realidade.

Vejamos alguns desses delírios, que, aliás, contaminaram também os meios de comunicação.

Imaginem, os que tiverem capacidade de raciocinar corretamente, ainda não afetados pela corrosão mental provocada pelo vírus: o presidente Bolsonaro, no dia exato em que a pandemia teria causado mais de 400 mortes, estaria em rota de colisão com o Ministro da Justiça Sérgio Moro. Qual o motivo? O presidente iria exonerar o superintendente geral da Polícia Federal, delegado Valeixo, porque desconfiaria que ele nada faz para bloquear dois inquéritos contra seus filhos, por peculato e fraudes. Sérgio Moro teria ameaçado demitir-se. Buscou-se um acordo. E o país ficou na expectativa, enquanto no ar pairavam indagações e indignações, a respeito dos apoios que o “Mito”, cavaleiro andante na luta contra a corrupção foi buscar em partidos do “centrão”, comandados pelos ex-presidiários, Roberto Jeferson e Valdemar Costa Neto, satisfeitíssimos, os dois, com a promessa de que indicariam alguns dos seus apaniguados para cargos públicos de relevo na administração federal.

Falava-se, até, no Banco do Nordeste como peça de negociação.

Os disparates sonhados ou figurados em pesadelos não parariam por aí.

Dias antes, o presidente Bolsonaro em carne e osso teria comparecido a uma manifestação de gente ensandecida, desfilando em carros de luxo, buzinando muito, e saindo para arrodearem o Comando do Exército.

Conduziam faixas vistosas, acabamento primoroso, super coloridas, onde eram lidas frases impensáveis: “Intervenção Militar”, “Congresso e Supremo Tribunal Fechados”, “Deixem Bolsonaro Governar”; “Cassação da Globo Lixo”, “Dória na cadeia”, “Coronavírus é invenção comunista”.

O delírio tornou-se maior quando começou a ser criada a versão de que o presidente falara durante o comício e manifestara apoio aos baderneiros.

E começou-se também a suspeitar que o STF já estaria investigando os autores daquelas manifestação criminosas, que atentam contra a Constituição, e nelas estariam as mãos de gente muito próxima ao presidente. Certamente, a Polícia Federal, que é uma instituição de Estado, não de presidentes, participaria da investigação.

Os brasileiros, coletivamente, estariam obcecados pelas ideias saídas de uma mente hospedeira de vírus solertes, que transformavam tudo em Fake News, e assim, até acreditaram que no decorrer do período mais grave da história brasileira, o presidente da República, todos os dias, provocasse um pandemônio político, e exatamente por isso o dólar já estivesse ameaçando alcançar os seis reais, enquanto o petróleo no mundo todo tendo sido negociado a preço zero, representaria uma gravíssima preocupação para ocupar um presidente em todo o fim de semana, quando se sabe que estão ameaçados, não só os negócios do petróleo, como todo o parque produtor de etanol, uma das grandes conquistas do povo brasileiro, uma das ações emergenciais conduzidas pelo então presidente Geisel, para enfrentar com êxito a crise do petróleo em 1972. Geisel, efetivamente, tinha competência, responsabilidade, liderança, e sabia governar; aqui, com a ressalva de ter em mãos poderes ditatoriais do AI-5, do qual, consciente dos riscos e do anacronismo que representava o arbítrio, por isso o extinguiu, antes de passar o governo ao presidente Figueiredo.

Evidente, que tudo não passaria de um pesadelo, e ao despertar daquela insanidade coletiva todos descobririam que atravessaram, apenas, um momento de colapso da razão.

Logo chegariam a conclusão lógica, verdadeira, de que todos esses episódios foram apenas imaginários, e o presidente, de fato, sempre esteve preocupado, apenas, com o enfrentamento da crise, em manter sintonia com os poderes, em estabelecer pontes sólidas com os governadores, prefeitos, com a sociedade brasileira, e muito distante de gente como Roberto Jefferson, Valdemar Costa Neto, Silas Malafaia; e nunca dera ouvidos aos seus filhos, um tanto insanos, muito menos ao guru do caos, o chantagista astrólogo Olavo de Carvalho. E estava de fato, o presidente, mais ainda, liderando de muito perto a equipe eficiente do seu Ministério, anunciando ele próprio programas como o desenhado pelos Ministros Braga Neto, Tarcísio, e Albuquerque, e já tendo exonerado todos os lunáticos que o cercavam.

Ufa, foi por pouco. Enfim, descobríramos o remédio eficaz, nos recuperamos, e saímos sãos e salvos da tonteira de um terrificante pesadelo, podendo enxergar a realidade brasileira como ela de fato, é. Ainda bem.

 

INFORME PUBLICITÁRIO

Responsabilidade Social: Deso envia remessas de copos de água ao "Restaurante Popular Padre Pedro"

Compartilhar. Esse é um dos principais objetivos, não somente diante da pandemia pela COVID-19 que a população mundial enfrenta, mas em todos os momentos. Com base nisso, a Companhia de Saneamento de Sergipe -Deso tem fortalecido a parceria com o "Restaurante Popular Padre Pedro", localizado no Centro da capital sergipana, através da Secretaria Estadual de Inclusão e Assistência Social, e tem enviado remessas de copos de água potável, destinados a população que procura o estabelecimento diariamente para fazerem suas refeições.

Ao constatar que o estabelecimento continuaria atendendo ao público (com as devidas precauções de saúde e higienização), a Companhia percebeu que poderia apoiar o estabelecimento com a entrega dos copos de água. A ação do "Restaurante Popular Padre Pedro" converge com um dos valores empresariais da Deso que é a responsabilidade social, então, os laços foram estreitados entre a Companhia e a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social, para fornecer remessas de copos. A sugestão foi imediatamente aprovada pela diretoria que deu amplo apoio. Até agora foram três remessas e o intuito é ampliar ações como essa.

REFEIÇÕES DIÁRIAS

​Segundo a coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional, vinculada a Secretaria Estadual de Inclusão e Assistência Social, são ofertadas cerca de 2.250 refeições por dia. No almoço 1.500 refeições em média e no jantar, em torno de 750 refeições, apesar de ter aumentado a demanda nos últimos dias. Foram enviados 800 copos d'água, distribuídos na refeição da noite compatível com o número de refeições que é oferecido no turno.

De acordo com a coordenação, ao passarmos por uma pandemia, a alimentação adequada e saudável é mais que necessária, além de ser um direito que deve ser garantido, e é um componente importante no fortalecimento do sistema imunológico. No "Restaurante Popular Padre Pedro" é fornecido um  cardápio nutricionalmente balanceado e todos os usuários tem acesso a água de maneira ininterrupta através do bebedouro localizado na área interna do restaurante, uma parceria como essa com a Deso, permite potencializar o acesso do  usuário a água, para que eles possam levar e se hidratar onde quer que estejam. A hidratação adequada é uma das principais aliadas nas infecções virais e fundamental para a vida do ser humano. É um momento de soma de esforços no combate ao COVID-19. 

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