FILHA DE BOLSONARO, TRAGÉDIA BAIANA, TRAGÉDIA BRASILEIRA
E enquanto isso o presidente se diverte.
Um pai, um pai normal, amoroso, fraterno, protetor, como são quase todos eles, preocupa-se com os seus filhos, cuida para que nada de mal lhes aconteça, busca, sobretudo, dar-lhes uma existência segura, tranquila, e, enfrentando qualquer circunstância e qualquer perigo, estaria sempre atento para defender-lhes a vida.
O presidente Bolsonaro tem uma filha que deve andar pela casa dos 12 anos. Trata-se daquela que ele disse ter gerado “num momento de fraqueza”.
Ultrapassando os regulamentos militares, o comando do Exército permitiu que essa filha do presidente entrasse sem prestar exame de suficiência num Colégio Militar, em Brasília. O presidente alegou “questões de segurança”, e o Exército entendeu que deveria atendê-lo, mas, as razões para isso foram mantidas em sigilo. Certamente, uma questão de “segurança nacional”.
O presidente demonstrava estar preocupado com a integridade física da sua primogênita.
Agora, o presidente no seu lazer praiano, informa publicamente: não vai permitir que vacinem a sua menina. Ele parece demonstrar orgulho, e também preconceito, quando recusa submeter-se à imunização, que é recomendada pelo seu próprio governo.
A vacinação para as crianças vai acontecer, porque todos os órgãos científicos do próprio governo, a começar pela altamente conceituada ANVISA, já consideram a imunização como uma medida urgente e indispensável. E assim, mais uma vez, as ideias absurdas do presidente ficam desmoralizadas. E o que ganha o país com essas inúteis e desinteligentes controvérsias, com esse tumulto que o próprio presidente provoca?
O Colégio Militar onde estuda a jovem, irá exigir, zelando pelos seus alunos, e em respeito às suas vidas, que todos sejam vacinados. Não irá transigir nessa questão, porque abrir exceção para a filha do presidente, seria um desprezo à vida dela, e, mais ainda, às vidas de todos os seus colegas, dos professores e funcionários, que ela ameaçaria não estando imunizada.
Agora, o presidente não vacinado, passeia, navega nas águas catarinenses, e faz aglomerações. Demonstra total indiferença ao momento atroz que vivemos.
Ele não causou a tragédia das chuvas, da mesma forma não causou a tragédia Covid. Mas é culpado por agravar essas tragédias, fazendo pouco caso da Covid, tentando desacreditar a vacina, é culpado, sobretudo, por não dar ele mesmo o exemplo, cumprindo o dever cívico de vacinar-se, de usar máscara; e o dever de pai, protegendo a vida da sua filha, e, como autoridade maior do país, não fugindo absurdamente, da obrigação de proteger as vidas dos seus governados. A tragédia baiana não chega a comovê-lo. Um presidente normal, teria imediatamente ligado para o governador baiano, levando solidariedade aos baianos, e seguiria para uma visita ao local, onde comandaria as providências; dialogaria com as autoridades estaduais e municipais, ouviria o povo. Essa, seria a atitude de alguém responsável. Ele prefere postar fotos sentado descalço na calçada de um bar humilde, distante de tudo, lá em Santa Catarina. Assim, tenta transmitir a impressão de que é humilde, e está junto ao povo. Um populismo tacanho e improducente, de um homem medíocre, que tem prazer em cultivar ódios e alimentar inimizades pessoais. O que acontece da parte dele em relação a pelo menos vinte dos nossos 27 governadores. Aos quais costuma xingar e dirigir impropérios.
Um país não pode ser governado dessa maneira.
O que dizer de um pai que põe em risco a vida da própria filha, e não se preocupa, mais ainda, em saber que ela, sem vacinação, e sendo contaminada colocará em risco a vida dos seus colegas de escola? Tudo isso para satisfazer o seu egoísmo enorme, alimentado com a ausência de equilíbrio e sensatez, o que faz dele uma permanente ameaça aos valores da civilização.
Alguns ministros foram até os locais da tragédia baiana, o presidente por lá ligeiramente passou, e logo retornou aos prazeres do seu jet-sky. Foi cumprido o roteiro burocrático convencional, e autorizados recursos, medidas emergenciais, embora insuficientes, e até agora irrisórias, como admitiu o presidente da Câmara Federal Artur Lira, após percorrer as áreas devastadas.
O grave, o espantoso, o constrangedor, é a constatação de que o presidente não demonstra nenhum sentimento de respeito às vidas humanas, ao drama imenso dos que sofrem.
Antes, zombou dos que morriam sufocados nos hospitais, retirou a máscara do rosto de uma criança, colocou na mão de outra uma arma. Ele parece entender que vidas humanas não merecem muito mais do que alguma providência burocrática, isolada e circunstancial.
Onde o gesto de solidariedade, onde a demonstração de que lhe preocupa e constrange o sofrimento dos brasileiros?
Falta ao presidente aquilo que é essencial às pessoas: falta-lhe a alma, a alma para sentir compaixão, a alma para acolher o semelhante, a alma para derramar uma lágrima, não por pieguismo, mas, por caridade.
Enquanto ele passeia de jet-sky, pesca, se diverte, dança um Funk despudorado e agressivo, onde cantavam uma música deprimente de ódio e preconceito, chegamos a quase 620 mil mortos por covid; e agora, só na Bahia, mais de 400 mil pessoas sofrem as consequências das enchentes catastróficas, além disso, milhões de brasileiros passam fome.
Num país assim, quem o governa deveria até constranger-se ao sentar diariamente ao lado de uma mesa farta, de usar impudicamente um cartão corporativo para despesas pessoais. De ver filhos comprarem mansões à beira do lago brasiliense, e concordar. Se demonstrasse algum sentimento, nem teria tempo para os constantes folguedos descontraídos e festivos, ao seu modo grosseiro e truculento. Qual o governante que, à frente de um país tão sofrido, tão carente, tão desigual, cometeria a indecência insana de exibir-se comendo um churrasco, onde havia carnes de mais de 1.500 reais o quilo?
E fazendo propaganda do churrasqueiro de elite, e da iguaria aristocrática?
Quando navega nos mares catarinenses ou paulistas, festejando a vida fora que goza ao lado dos que o acompanham, passaria, nesse instante cruel, pela cabeça do capitão, que ele agora é exatamente o presidente do país onde crianças com a idade da filha dele são vulneráveis à Covid, e esperam a vacina que ele combate, retarda e tenta desmoralizar ?
Mas há uma esperança pairando no país onde a economia entra em recessão: o presidente que adora Jet- Sky e abandona tudo por um bom passeio, anunciou a providência salvadora: vai isentar os impostos para a importação de barcos à vela e jet-skis. Na Europa, ele também anunciou, existem milhares de barcos à vela e jet skis que podem ser adquiridos, e aqui no Brasil, irão, segundo o rasteiro entendimento dele, gerar uma montanha de empregos.
Com armas na cintura, jet-skis e barcos à vela à disposição nas marinas, o povo brasileiro terá novos tempos de vida feliz e prosperidade.
Bolsonaro tem sempre razão e os olhos no futuro, por isso, não enxerga, nem perde tempo com dramas, tragédias, sofrimentos, essas coisas inevitáveis, ou até desprezíveis.
Por isso, seu governo que faz do Brasil um país desconectado com o mundo para ser fiel ao fanatismo ideológico, transforma-se, nesse instante, em cruel algoz dos baianos, recusando uma ajuda humanitária oferecida pelo governo de um país irmão, a Argentina.
Tragédias simplesmente acontecem. Mas passam.....
E passam, sem dúvidas, mais rapidamente ainda, na medida em que o povo se vá acostumando a fazer aquela sopa de osso.
É o que ao povo oferece a mixórdia desumanizada deste governo de hospício.
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O CIRCO DE JORGE LINS E A CULTURA RESISTE
Jorge Lins ressuscita e renova Amora e Amores e surge a Arena.
A cultura popular sobrevive porque o povo resiste. Como resiste agora, neste momento em que a gente sente de perto o hálito nauseabundo do fascismo em tantas falas ameaçadoras e desconexas. Não vai muito longe o tempo em que, na visão oficial, arte misturava-se com prostituição e degenerescência. Não foi fácil evoluir, e torna-se tão perigoso retroceder.
Arte quer liberdade para criar, desafiar, e contestar o marasmo, mais ainda, para ir além da mediocridade do conformismo.
Antes de subverter, a arte embeleza o mundo.
O gênio de Ariano Suassuna enxergou, no circo, todo um comprometimento atávico com a arte dos menestréis, mexendo na pasmaceira aquietada do medievo. Secretário da Cultura em Pernambuco, Ariano colocou num circo o conteúdo rico da cultura nordestina, e se pôs a mostrá-la, desde os canaviais do maracatu, do frevo citadino, ao mundo dos cavaleiros encourados.
Enquanto transitava o circo pernambucano, Jorge Lins, que juntou o teatro à sua alma, e por isso é um desses batalhadores do impossível, fundou um circo, urbano, praiano, na ainda incipiente Orla de Aracaju. Era o notório Amora e Amores. Fez época, ou seja: sensação.
Faltam-nos, agora, a verve , a circunspecta rebeldia de Ezequiel Monteiro para contar o que foi o Amora e Amores. Faltam -nos, a soberba, pertinaz, afiada, ou desembestada; a elegante e culta irreverência de um soberbo Amaral Cavalcanti, para contar sobre as entranhas inquietas do Amora e Amores, partejando insuspeitados sonhos.
E então, mais de trinta anos passados, quando Jorge já está bem longe das traquinagens de antanho, surge ele, com um outro circo, desta vez, como ele mesmo explica, “juntando-se com mais outros 14 malucos, que embarcam na aventura”.
Lá, na mesma praia da Atalaia, com a lembrança das “loucuras mágicas” do Amora e Amores, está fundada e estabelecida a Arena Aracaju, e, como se poderá constatar, em lá chegando, não tem nada o nome, nenhuma similitude mesmo com as arenas que a glutoneria da FIFA tem espalhado por aí, pelo mundo.
A ideia daquela empanada em frente ao Celi Praia Hotel, bem no coração da Orla trepidante, é, segundo o desbravador Jorge Lins: “nuclear teatro, música, artes circenses, festas, danças, baladas e o escambau.”
Chegam então ao circo ou Arena Aracaju. Lá, vocês vão se deparar, em pessoa, com Sua Excelência: o escambau
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A PETROBRAS ESQUECEU-SE DA ANUNCIADA ERA DO GÁS ?
A era do gás prometida para Sergipe e que agora a Petrobrás ameaça teve como protagonistas principais o ministro Bento Albuquerque ,o governador Belivaldo e o deputado Laércio Oliveira.
Não faz muito tempo, é coisa de três anos somente, anunciava-se em Sergipe o início bem próximo da era do gás. Não era ficção, muito menos mais um desses engodos da retórica fácil dos palanques eleitorais. O gás efetivamente existe e em portentosa quantidade, ao longo da plataforma continental sergipana, todavia, em profundezas quase abissais. Mas, com a avançada tecnologia da PETROBRAS, que, pioneira no mundo, devassou o fundo dos oceanos por baixo de um manto de água até com mais de 4 mil metros, fazendo jorrar petróleo e gás.
E a PETROBRAS já estava aqui, começando a explorar o campo, definido como fantástico. Também a Exxon, e outra empresa, brasileira e indiana, por lá andavam. Ou seja, estávamos prestes a ter petróleo e gás escorrendo pelas tubulações, chegando aos navios, levados para as refinarias, e, possivelmente, industrializados aqui mesmo, em Sergipe. Daí a euforia, daí o entusiasmo que caracterizou aquele Seminário sobre as perspectivas do Gás realizado em Aracaju. Veio o Ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que formatará com cuidadoso teor técnico toda a engrenagem complexa, do que se convencionou entender como a era do gás, onde Sergipe seria um dos principais protagonistas.
Vieram ao Seminário, técnicos, grandes empresários, um grupo chinês. Já se vislumbravam portentosos investimentos.
O governador Belivaldo apressou-se em montar a parte sergipana, dando-lhe a formatação, técnica, jurídica e fiscal indispensáveis. Tudo corria bem. E aí veio a Covid. As petroleiras suspenderam as atividades. Já retornaram agora. Nisso tudo foi importante, é bom que se ressalte, a participação direta do deputado federal Laércio Oliveira, que ajudou a abrir caminhos, não muito fáceis em Brasília. Foi importante o trabalho da Secretaria do Desenvolvimento, comandada pelo engenheiro e professor José Augusto, também a atuação do técnico Oliveira Júnior, assessor para assuntos de energia, e toda uma equipe que se esmerou em montar o modelo, e a estratégia para alcançá-lo. Na parte legal a qualificada equipe da Procuradoria Geral do Estado, comandada pelo jurista Vinicius Thiago Soares de Oliveira fez um trabalho esmerado.
Também foi solucionado o impasse da FAFEN, com a concessão para a UNIGEL, que já está operando com eficiência a indústria, e garantiu o fornecimento do gás.
Mas surge a inopinada decisão da Petrobras, suspendendo o fornecimento do gás, inconformada por não ter alcançado o teto escorchante de preço para o metro cúbico do produto.
O estado de Sergipe foi o primeiro a judicializar o caso, e já obteve uma liminar da juíza Erica Magri Milani, determinando a manutenção do preço contratual e o fornecimento do gás até que se alcance uma solução definitiva.
O estado do Rio, depois, obteve uma vitória similar, e em segunda instância. A Petrobras anunciou que vai recorrer. A empresa dissociou-se dos interesses nacionais e opera voltada exclusivamente para assegurar lucros vultosos aos seus acionistas, onde se destacam poderosos fundos multinacionais de investimentos.
Caso a petroleira não consiga enxergar um pouco adiante o interesse nacional, sem um acordo razoável com os estados, entre eles Sergipe, teremos de aguardar até quando o bom senso retorne àquela empresa, que, um dia, foi fundamental para o desenvolvimento deste país, agora em recessão, e quase desalentado.
INFORME PUBLICITÁRIO
Deso apresenta Estudo Socioeducativo do “Programa Boa Semana”
Entre os dados divulgados, uma análise das situações que incluem a Covid-19, e as metas para a atuação técnica a partir de março de 2022, visando promover a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho
A importância em dar visibilidade aos impactos da pandemia nas relações sociais e trabalhistas, foi tratada na Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, com a apresentação da equipe de Coordenação de Serviço Social e Benefícios – CSSB, que expôs os resultados da “Pesquisa Social de Mapeamento Covid-19”, diante de um cenário mundial nunca vivido até então, através do “Programa Boa Semana”, já desenvolvido pelo setor.
De acordo com a coordenação da CSSB, a equipe esteve inserida em todo o contexto dos colaboradores da Deso acometidos pela Covid-19. Além disso, buscaram possibilitar embasamento para a construção de ações socioeducativas e estratégicas que visam acolher vidas, fortalecer vínculos e emoções no ambiente laboral.
PESQUISA E RESULTADOS
A pesquisa foi realizada, contando com todas as suas fases, durante cinco meses. O estudo foi realizado através do “Programa Boa Semana”, pela equipe de assistentes sociais, em colaboração com toda a equipe técnica da CSSB: psicólogo, assistente social e estagiárias, sob orientação da coordenação.
A partir de um processo de desenvolvimento de análise e interpretação dos dados coletados de forma qualitativa, correlacionando com a totalidade e com a realidade da Deso, os dados foram obtidos através da aplicação de questionários impressos ou enviados via aplicativo de WhatsApp e e-mail institucional, ferramentas que viabilizaram a realização da pesquisa já que estávamos em uma pandemia e que era necessário esse acolhimento pelo Serviço Social da empresa.
As repercussões da pesquisa poderão ser percebidas na prática a partir do desenvolvimento de intervenções baseadas em seus resultados que serão realizadas pelo “Programa Boa Semana”, que traçará as metas para a atuação técnica a partir de março de 2022 visando promover a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho, socializar informações da pesquisa e da pandemia, dar visibilidade a saúde mental e proporcionar momentos de interação e descontração aos colaboradores.
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
De acordo com a Gerência de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho – GGSS, o evento do “Boa Semana” foi de suma importância para mostrar aos colaboradores os resultados dos questionários respondidos pelos que foram acometidos pela Covid-19. Muito importante para que cada situação seja analisada, inclusive em relação à eficácia das medidas profiláticas implementadas pela empresa no início da pandemia que perduram até o momento. Uma oportunidade para demonstrar as ações realizadas pela GGSS, pois foi um grande desafio para o setor de saúde e segurança do trabalho, com a equipe reduzida no início da pandemia, realizando pesquisa de vários protocolos dos órgãos da saúde para implantar as ações de combate ao coronavírus na empresa, ações estas descritas no Plano de Contingência da Deso. Importante lembrar que devemos continuar os mesmos cuidados como o uso da máscara e tomar a vacina contra a Covid-19 para que consigamos controlar a pandemia.
Segundo a coordenação de Saúde Ocupacional, o momento trouxe inúmeros aprendizados para todos os envolvidos nesse processo, além de fornecer um enriquecimento profissional, que contribuem para o desenvolvimento humano. Para a coordenação da CSSB, o Serviço Social dentro da instituição torna-se um setor de relevância que trabalha na desburocratização da informação, e assim, viabiliza para que os colaboradores tenham acesso aos seus direitos. É imprescindível em qualquer situação a parceria entre diretorias, gerências, coordenadores e colaboradores para melhores resultados dentro da empresa. E o acesso a informação é o que possibilita a consolidação do objetivo e missão da Deso.