REINALDO MOURA E O TEMPO PARA LEMBRAR E HOMENAGEAR
Essa charge do notável chargista Álvaro ilustra a matéria sobre Reinaldo.
Lá se vai mais de um mês desde que Reinaldo Moura se foi. Não vamos aqui falar sobre morte, ao contrário o que queremos é homenagear a vida, a vida de quem sempre a entendeu como uma dádiva que deve ser partilhada através dos elos da amizade. Reinaldo foi um construtor de amizades, um artesão do entendimento.
Ligado à terra, às pessoas, aos amigos, à família, fez da comunicação a sua melhor ferramenta para exercitar a ânsia que tinha de tornar-se útil. Daí, a rápida atração pela política, que, na sua melhor acepção, deveria ser entendida como a arte de servir, de transpor obstáculos e de alcançar aquilo que Marcelo Déda definia como o momento maior de felicidade do político: “O sorriso das pessoas”.
Reinaldo foi pressurosamente útil em diversas áreas, e, em todas elas, deixou o seu traço forte de harmonizador.
Remexendo uma biblioteca onde há, necessitando de ordem, livros, papéis com anotações, antiquados documentos, revistas e jornais, encontrei um JORNAL DA CIDADE, onde mantive por mais de dez anos uma página dominical, e nela uma nota onde Reinaldo era a figura central. Publicada em 16 de janeiro de 2000, intitula–se: Pirambú, a Praia das Alianças Reencontradas, e aqui a transcrevo:
“Jornalista que dá credibilidade ao que escreve. Bemvindo Sales de Campos contou, em um artigo escrito na Gazeta, ano passado, um episódio estranho, algo absolutamente inacreditável, mas que ele assegura ser rigorosamente verídico. Deixemos com ele a difícil tarefa de vencer a incredulidade e até o riso zombeteiro diante de uma história tão inusitada e limitemo-nos aqui, apenas a relembrar o caso, ou causo, se preferem.
Pedro Amado, um sergipano que faria fortuna no Rio de Janeiro tornando-se industrial e armador, recém-casado, resolveu passar alguns dias na casa de um amigo na praia de Pirambu. Naquela época existiam apenas poucas casas confortáveis de veranistas e algumas dezenas de casebres de palha, onde viviam pescadores que formavam a população fixa de pequeno povoado. Passeando pela praia nas proximidades da barra do Pomonga, a jovem esposa perdeu a aliança, o que lhe causou tristeza, transformando o passeio em dissabor.
Pedro Amado, foi morar no Rio, montou algumas empresas, entre elas uma fábrica de tecidos em Petrópolis, e instalou também, uma indústria têxtil em Sergipe, na cidade de São Cristóvão. A fábrica sergipana o obrigava a vir com frequência a Aracaju, e numa dessas vezes mais de trinta anos depois do passeio que fizeram em Pirambu, resolveu voltar àquela praia e convidou a mulher para irem juntos, rever o local que ficará marcado na sua lembrança pela perda da aliança, um fato que chegou a ser interpretado como mau presságio.
Chegando a Pirambu, foram passear pela praia, sentaram na areia e ficaram contemplando o mar, relembrando tantos anos passados, quando ainda eram jovens, e dali saíram preocupados talvez, com o peso dos maus augúrios que a perda da aliança evocava.
Passando despreocupada as mãos na areia alva da praia, a esposa de Pedro Amado tateia um pequeno objeto, segura-o com os dedos, olha, e vê, com surpresa, um anel de ouro, uma aliança. Passa na sua mente a lembrança do que acontecera há tantos anos e, quase trêmula, fricciona a parte inferior do anel tentando limpá-lo da areia, da pátina deixada pelo tempo. Com o coração aos saltos a respiração ofegante lê o nome gravado na aliança: Pedro. Sem nenhuma dúvida era a aliança perdida há tantos e tantos anos.
O deputado Reinaldo Moura, presidente da Assembléia é habitual beneficiário da tranquilidade de Pirambu, praia que frequenta com assiduidade cada vez maior, tanto mais o entusiasma agora o sucesso administrativo de seu filho prefeito. Reinaldo deve conhecer a história da aliança e isso o inspira, talvez para tentar fazer de Pirambu uma praia onde outras alianças, dessa vez políticas, poderão ser reencontradas.
Reinaldo apoiou Albano nas últimas eleições, teve ação preponderante na manutenção de uma forte dissidência do PFL, que se afastou de João Alves. Votou, porém, em Maria do Carmo para o Senado, não escondendo em nenhum instante, sua objeção pessoal a Jackson Barreto, que ajudou a derrotar.
Logo, o viram com o pé no tapete do PSDB, mas Reinaldo é um político pragmático e tem a rara capacidade de enxergar mais longe, avaliando com sagacidade o desenrolar dos acontecimentos políticos, e assim, desenhando um quadro do futuro.
Continuou no PFL, e, como presidente do Legislativo dá sustentação forte ao governador, sem demonstrar marcas de qualquer ressentimento, por não ter dele recebido apoio, quando se candidatou à presidência, depois de exercer a liderança do governo, revelando habilidade e lealdade, palavra esta que hoje vai desaparecendo do vocabulário, ou, pelo menos, da prática política.
Amigo de Albano, amigo também de João Alves, amizade que soube colocar acima das momentâneas divergências políticas, Reinaldo, que é parlamentar com mais trânsito e capacidade de articulação na Assembléia, torna-se hoje uma espécie de passarela confiável, por onde passa o entendimento entre o PSDB de Albano e o PFL de João Alves.
Na praia das alianças reencontradas, Reinaldo ensaiou um primeiro ato, quando, festejando seu aniversário, recepcionou Albano e João, e os fez, depois de tanto tempo, trocarem um ainda ressabiado cumprimento."
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UMAS ALPERCATAS DE COURO
Frei Enoque deve ser homenageado em vida com uma estátua das suas alpercatas "subversivas".
Lá pelos fins dos anos setenta, um homem tostado de sol, alto, forte, espadaúdo, falando manso, todavia incisivo, soltava seu verbo inflamado a reverberar pelos esbraseados sertões sergipanos, e no rastro deixado pelas suas surradas alpercatas de couro, os sufocados gemidos iam-se transformando num coro de vozes altivas, quebrando os espessos silêncios que encobriram seculares injustiças.
O homem calçando aquelas alpercatas era o pernambucano Frei Enoque Salvador de Melo. Jovem estudante de direito no Recife, ele, na faculdade, ainda com uma paixão que o ligava a uma também jovem colega e namorada , recolheu-se a um Convento, de onde saiu Frade da Ordem dos Franciscanos. Fez voto de pobreza, mas não renunciou ao mundo. Pelo contrário, embrenhou-se nele, e optou pelo mundo do sertão, com a convicção firme de que não se pode cuidar da alma, descurando do corpo, fustigado pelos castigos das imperfeições sociais, que geram a fome, a opressão, o abatimento e a desesperança.
Semana passada a Igreja Católica e o povo de Poço Redondo se juntaram para festejar os cinquenta anos de ordenação do Frade.
Nesse meio século, aquelas alpercatas rasparam o chão de diversos caminhos.
Pisaram no chão fétido de um cárcere, como pena aplicada por andar caminhando por onde não devia, bisbilhotando coisas que perturbavam a paz dos donos de extensos tratos de terra, onde viviam pessoas no século vinte quase nas mesmas condições dos servos nos feudos da Idade Média.
A história dessas alpercatas impertinentes, que incomodaram alguns e levaram o conceito de cidadania às multidões, é a própria vida do Frei Enoque. Alí, História e biografia se juntam .
Aquelas alpercatas um dia foram causar vexame no Palácio do Planalto em Brasília. Albano Franco, governador, levava um relutante Frei Enoque para uma audiência com o presidente Fernando Henrique. Na entrada funcionários embirravam: Em mangas de camisa, podia entrar, mas com as unhas dos pés aparecendo numa sandália aberta, era uma inaceitável quebra de protocolo. O imbróglio através de Albano, chegou aos ouvidos do presidente, e ele foi enfático: “Liberem o homem, onde já se viu censurar alpercatas de um frade, proibi-las é o mesmo que obrigá-lo a ficar despido.”
Assim, as alpercatas “subversivas” se viram acariciando a maciez dos tapetes do poder. Naquele tempo havia entendimento, as pessoas dialogavam, adversários políticos eram ouvidos pelo presidente. E não recebiam xingamentos. Daquele encontro, do qual participou também o líder do MST em Sergipe, o hoje deputado federal João Daniel, nasceu a ideia já concretizada do Jacaré – Curituba, primeiro perímetro irrigado no país destinado exclusivamente ao Movimento dos Sem Terra.
Completando meio século de andanças benfazejas, e tendo gasto a sola de muitas alpercatas, o Frei Enoque, recebe o carinho do seu rebanho, que não é de um gado manso e submisso, mas, de um povo que pensa e tem consciência de que existe, por isso, exige mais e mais direitos, e cidadania plena.
Como não é possível em vida homenagear pessoas dando-lhes os nomes à avenidas e monumentos, se poderia encarnar, nas alpercatas a vida do Frade, e a ele homenagear com uma estátua, onde estivessem somente, as suas alpercatas artisticamente representadas.
Frei Enoque Salvador de Melo, avesso por índole e formação cristã aos balangandãs da fama e da vaidade, por certo, na sua simplicidade quase ascética, se disporia a benzer aquelas alpercatas, nelas enxergando o símbolo perfeito de uma sempre renovada esperança.
O Prefeito de Poço Redondo, Junior Chagas, também portador do sentimento sertanejo, e toda a comunidade de Poço Redondo, estão desafiados a entronizar, numa praça, aquelas alpercatas, tão repletas de simbolismos.
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ARACAJU, UMA GRAMADO NORDESTINA ?
O Natal iluminado e criativo em Aracaju poderá nos tornar a Gramado do nordeste. Mas há um caminho a percorrer.
Sucessivos prefeitos de Aracaju, Jackson Barreto, Wellington Paixão, João Gama, Marcelo Déda, João Alves, Edvaldo Nogueira, empenharam-se em manter o maior evento turístico de Sergipe: o FORRÓ CAJU. Jackson foi o idealizador, e os demais, com maior ou menor intensidade, deram andamento à festança, agora incluída entre os maiores festejos juninos do país. Edvaldo Nogueira deu o arremate final ao ampliar parcerias com a iniciativa privada, e catar recursos onde eles pudessem existir. Da última vez antes da catástrofe da pandemia, ele mesmo já se tornara parte direta na festança, com a sua presença como zabumbeiro. A festa é popular e Edvaldo tem a característica de povo.
Um menino, andou nos idos do final dos anos oitenta querendo turbinar, ou melhor, fazer existir o quase inexistente carnaval aracajuano. Saiu com um bloquinho pelas ruas, a coisa foi crescendo e surgiu o portentoso PRÉ CAJU. O menino era o hoje empresário do turismo e vereador de Aracaju Fabiano Oliveira.
Essas são duas histórias de sucesso, e, sabem bem os que laboram no setor hoteleiro, de restaurantes e bares, o comércio em geral, o que significavam em termos de faturamento esses eventos festivos.
O PRÉ CAJU acabou, infelizmente, e agora o Forró Caju parece ser o único evento com maior importância.
Nesses últimos anos se foi firmando em Aracaju a nossa tradição do Natal, das festas de final de ano com muitas luzes, e alguns eventos esparsos, numa escala crescente. A amostra inicial do Natal deste ano de fato surpreende.
Parece que tudo conspira favoravelmente para que a capital sergipana se firme no calendário turístico como , sem favor, a Gramado nordestina. Claro, muito ainda precisará ser feito a partir do grande sucesso de agora.
Mas o modelo criado, parece perfeito para assegurar o título de Gramado nordestina, que Aracaju poderá conquistar. A Prefeitura de Aracaju ampliando e fortalecendo parcerias, conseguiu o retorno da ENERGISA, e, numa sintonia fina com a FECOMÉRCIO, vale dizer, com o entusiasmo e capacidade operacional do empresário e deputado federal Laércio Oliveira, o caminho está delineado, a partir do que assistimos agora.
Um outro fator decisivo para este Natal iluminado, musical e artístico que já começou, é a presença do Instituto BANESE, no ano em que o banco comemora seus 60 anos de atividade. O arquiteto, poeta, sobretudo um esteta, que junta luzes, plasticidade e vida, Ezio Déda, é, além de tudo, um executivo criativo e operacional. Daí surge o Natal que o Instituto realiza no espaço do Memorial da Gente Sergipana, um sonho e realização de Marcelo Déda.
A partir de agora ali começa um fantástico espetáculo, juntando-se às luzes da Praça Fausto Cardoso, do Parque Augusto Franco, (Sementeira) onde em grande escala se reproduzem as nossas antigas Feirinhas de Natal.
Há, ainda, a Orquestra Sinfônica de Sergipe, e outras, Corais, grupos folclóricos, cantores, instrumentistas, tudo configurando um evento que não vai ficar circunscrito aos olhos dos sergipanos.
O que é preciso agora é começar a planejar logo o Natal e o Réveillon do ano que chega, transformando o dezembro todo, num mês de grandes atrativos, e divulgando intensamente por todo o país o surgimento em cena da nova Gramado no nordeste quente e acolhedor, a nossa Aracaju.
Quando poder público e iniciativa privada se juntam em busca de um objetivo comum, forma-se o melhor ingrediente que assegura o sucesso.
INFORME PUBLICITÁRIO
Deso realiza “Outubro Rosa” e o “Novembro Azul”
Os meses temáticos servem de alerta para o auto-cuidado Sempre em busca de informações para que os funcionários possam estar atualizados e atentos a própria saúde, a Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso promoveu o “Outubro Rosa e o Novembro Azul”, direcionados aos cuidados pessoais. Na oportunidade, durante o encontro no auditório da Sede, palestra, sorteio de brindes, coffee break, apresentação musical com "talentos da casa", aliados a muito conhecimento e trocas de
experiências.
De acordo com a coordenação de Saúde Ocupacional, é extremamente importante manter encontros internos como esse. A palestra traz uma visão diferenciada sobre o tema, com curiosidades, chamando atenção para importância da prevenção e detecção precoce das doenças. É um momento de integração, conhecimento e descontração entre colaboradores. A Deso promove saúde através dos exames ocupacionais a Mamografia e PSA, resultando em prevenção e detecção precoce do câncer de mama e próstata, dessa forma, está enaltecendo programa de saúde da mulher e do homem.
Segundo Rafael Menezes, farmacêutico, com especialização em Saúde do Adulto e Idoso pela Universidade Federal de Sergipe, que fez explanação sobre a "Saúde do Adulto", informação nunca é demais. “Por mais que tenhamos acesso, essas palestras são de suma importância, principalmente a partir dos relatos que são ditos, e podem abrir uma luz na mente do indivíduos, seja homem ou mulher, a buscar o auto-cuidado, e informação nunca é demais. De uma forma geral, como os funcionários passam muito tempo na empresa, em suas tarefas, quando inserirmos esse tipo de assunto no ambiente de trabalho, isso facilita muito a vida de cada um”, disse.
Para a coordenação de Monitoramento de Serviços, a Deso tem papel fundamental na orientação. Eventos com essa temática fazem sentido o ano inteiro, pois é necessário estar batendo o tempo todo na mesma tecla, para que as pessoas se cuidem e se amem. Essa interação renova as energias. A Deso tem uma importância grande quando traz nos periódicos a possibilidade de realizar os exames, por isso, esse tipo de encontro é fundamental. Esse é o papel da Companhia, como orientadora.
DISTRITO NORTE
O setor do Distrito Norte da Companhia também realizou o encontro, e além da interação entre os participantes, profissionais da área de saúde levam informações, tiram dúvidas e incentivam os funcionários a ficarem atentos com o auto-cuidado, através da ida a consultas médicas e realização de exames periódicos.
CIPA promove semana de atualizações na Deso
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes participou de capacitação com uma vasta programação sobre temas relevantes para os Cipeiros
Durante a última semana, o Auditório Central, da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, recebeu a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-CIPA, para atualizações necessárias e obrigatórias para os seus componentes. Temas como
Primeiros Socorros e Saúde Ocupacional foram debatidos. O objetivo: fazer com que empregadores e empregados atuem em conjunto para prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, para garantir a saúde e a segurança do
trabalhador.
De acordo com a presiência da Deso, uma empresa com o porte da Deso, com cerca de 1.700 colaboradores, além dos terceirizados, tem que estar com uma CIPA atuante e presente, reivindicando quando necessário, cobrando dos diretores, para estarem
sempre alinhados. O mais importante é que a empresa caminha junto com a Comissão, para a melhoria da saúde e ocupação dos trabalhadores, sempre visando a melhores condições de trabalho e segurança de todos.
Para a presidência da CIPA/Sede, a Semana superou as expectativas de forma positiva. A presença do pessoal chegou a uma média de 95%, tudo isso é um reflexo do trabalho desenvolvido. A Semana está dentro das exigências das normas, além de
algumas portarias, com algumas inovações. Os profissionais que participaram palestrando, trouxeram temáticas atuais, e foram utilizadas ferramentas como questionários e provas, para que pudesse ser verificado o nível de aprendizado dos participantes Cipeiros.