SERGIPE, DO ENGENHO AO AGRONEGÓCIO (3)
(O ex deputado Zeca da Silva chega à Secretaria da Agricultura com a recomendação de ampliar a visão do governo em relação ao bem sucedido agronegócio)
Na varanda da modesta casa no sopé da imponente serrania, Dona Zefa da Guia, (assim, acrescentando o nome da montanha ao seu) fala sobre as conquistas ao longo do tempo, que foram alcançadas pelos quilombolas. Eles sempre viveram do extrativismo, ainda possível nas caatingas que restam, e na floresta de altitude quase íntegra nas cumeadas da serra. A geógrafa Lilian Wanderley certifica que a Guia vence, em altura, a Serra de Itabaiana, e ali, o microclima de certa forma ameniza os rigores nas terras baixas.
Zefa da Guia lembra de quando se fazia pelos contrafortes da montanha a lavoura de subsistência, onde, segundo ela, não faltavam o feijão de corda, o milho crioulo, favorecidos pela névoa que encobria a Serra da Guia durante a noite, umedecendo o chão.
Era tudo muito primitivo. Hoje, o quilombo tem água vinda de poços artesianos que dessedentam bichos e serve para o gasto, e dessalinizadores que a tornam potável. Tem ainda escola, posto de saúde, ruas calçadas, casas de boa qualidade.
O governo do estado ou federal, a prefeitura de Poço Redondo, que, hoje com o prefeito Júnior Chagas tem frota de caminhões-pipa trabalhando em tempo integral nos meses de estio, estes, não mais se preocupam com o local mais distante que precisava ser abastecido.
E o quilombo da parteira rezadeira, a mulher forte Zefa da Guia, começa a criar gado, produzir leite, e já tenta dar qualidade genética ao pequeno rebanho.
O semiárido, todo ele, descobre que a alternativa mais viável para escapar das limitações da aridez e do círculo vicioso da pobreza é mesmo a pecuária leiteira.
O empresário Oviedo Teixeira, comerciante e também pecuarista, quando deputado estadual não cansava de repetir que a região semiárida de Sergipe pelo clima seco seria o mais apropriado local para a pecuária leiteira, desde que se providenciasse a comida e a água.
A primeira vista, o que dizia Oviedo poderia ser nada mais do que um insolúvel enigma. O local era bom, mas sem as duais coisas fundamentais: água e ração, restaria o ar seco que impede a proliferação de pragas e das doenças pulmonares no gado. Haveria então obstáculos a vencer.
Mas o semiárido sergipano, tanto como o alagoano, estão na bacia do São Francisco. Água não falta. É preciso vontade política para que ela chegue farta onde está a vaca que precisa beber mais de cem litros diários.
Mesmo sem a água fácil, mais de seis mil produtores de leite se espalham por Poço Redondo, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Gararu, Canindé, Porto da Folha e Carira. Em conjunto eles reúnem um rebanho leiteiro em torno de umas 50 mil vacas ordenhadas.
Em Nossa Senhora da Glória os três laticínios maiores, Natville, Betânia e Natlacto, têm capacidade operacional para processar cerca de um milhão e duzentos mil litros /dia. Trabalham com capacidade ociosa, variável de acordo com a época do ano.
Isso dá uma ideia do potencial da bacia leiteira, somente no alto sertão, onde destacam-se dois casos de excelência: um, coletivo, em Santa Rosa do Ermírio-Poço Redondo, o outro, do produtor individual Paulo de Deus, em Canindé do São Francisco. O que nesses dois casos se alcançou em evolução genética e produtividade, deve-se à utilização de tecnologias que precisam ser replicadas por toda a região. O governo do estado mantem um programa de inseminação artificial para pequenos produtores, e agora lança um outro, destinado a pequenos criadores.
A produção de milho no agreste cresce continuadamente e tem servido de suporte com a silagem, a palma, volumoso essencial, é plantada intensamente no semiárido , mas é preciso ir além com um programa capaz de dobrar em cinco anos a produção local, e dar um forte impulso à economia do semiárido, ligando-a, definitivamente, à produção leiteira.
Não se deve esperar pela promessa do Canal de Xingó, obra hoje impossível a médio prazo, devido à exaustão da capacidade de investir do governo federal, e, mesmo se concretizada, não levará menos de quinze anos, tal o conhecido ritmo das obras públicas.
Uma adutora bem mais modesta, com menos de 50 km, poderia suprir o rebanho sem interrupções.
Faltaria então o alimento.
Há uma área em Canindé, o hoje assentamento Quixabeira. João Alves, numa daquelas suas “loucuras” ali pretendeu instalar um novo perímetro irrigado, mas, fez um projeto superdimensionado, despertando a inquietude das desapropriações. Desistiu, e concentrou-se apenas, na área plana às margens do rio, com terra excelente. Fim de governo, ele, apressado, começou a enterrar a tubulação (foram muitos quilômetros) e ficou-se nisso. Depois, gente vinda da Bahia com caminhões e guindastes, roubou grande parte dos tubos enormes, até que chegasse a Polícia. Restam enterrados ainda muitos tubos, e os recuperados estão sendo usados pela COHIDRO em obras diversas. O MST ocupou o local, mas, pouco se produz; apenas dois assentados instalaram minúsculas bombas, e retiram água para uso humano e de um rebanho de cabras. Não há irrigação, apesar do rio bem junto.
Naquele local, havendo entendimento, e sem prejudicar nenhum dos que hoje estão assentados, todavia improdutivos, se poderia fazer uma extensa plantação de milho, sorgo, palma e forrageiras outras, para alimentar todo o rebanho leiteiro do alto sertão.
O Quixabeira seria um projeto para viabilização da pecuária leiteira no semiárido sergipano, e causaria um salto considerável na produção e na produtividade.
O novo Secretário da Agricultura o ex-deputado Zeca Silva, que chega com a recomendação do governador Belivaldo para atrelar o governo do estado às inovações que a agropecuária sergipana exige, certamente colocará entre suas prioridades a cadeia produtiva do leite, e então, poderia analisar, minuciosamente, a exequibilidade técnica e econômica da sonhada “adutora do leite”. (Continua)
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EDVALDO, MOSCA AZUL OU VOX POPULI?
(Tendo a responsabilidade de ouvir e buscar consenso na sucessão, Belivaldo tem agora de avaliar se a “mosca azul” das pesquisas que picou Edvaldo arrefeceria o ânimo dos outros concorrentes)
O prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira, aquele que havia dito e repetido que não seria candidato ao governo do estado, interrompendo antes do meio o seu mandato de quatro anos, hoje, dizem uns, estaria mordido pela “mosca azul”, e fixado na eleição do próximo ano.
Mais do que a emblemática “mosca” que despertaria anseios e ambições, incendiando corpo e alma com seduções duvidosas ou polêmicas, haveria, na visível mudança de Edvaldo em relação ao seu futuro político, a concretude de pesquisas, que, nesse jejum de popularidade que atravessa a classe politica estariam a exibir cifras capazes de pôr em fervura a mente de qualquer político, por mais comedido que seja.
A voz do povo, levaria Edvaldo a considerar-se apto para a disputa ao governo.
No primeiro ano de um terceiro mandato, Edvaldo enxerga nas cifras sedutoras que recebeu uma espécie de irrecusável convite popular. E certamente imagina que não poderá recusá-lo, desde que se estabeleça a seu favor um indispensável consenso partidário.
Uma avaliação favorável feita por 64% dos aracajuanos, de mais de 50% dos que residem na grande Aracaju, Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão e de 45 % no resto do estado, é algo inusitado, e a partir dessa tendência, o mundo político começou a fazer e refazer estratégias. Até ontem, digamos assim, o mais provável candidato do grupo liderado pelo governador Belivaldo era o deputado federal Fábio Mitidieri, que vem trabalhando intensamente a sua candidatura e tem um sólido apoio de lideranças no interior, mas, após reveladas essas cifras, já se desenha uma possibilidade de reversão das expectativas que amplamente beneficiavam Mitidieri.
Ninguém quer perder eleição, e desde que comprovados os resultados da pesquisa, que aliás o grupo de Mitidieri enxerga com dúvidas e restrições, os estrategistas políticos chegariam à conclusão de que o mais pragmático seria remar a favor da maré.
Mas o deputado Mitidieri estaria se sentindo traído, porque, antes da eleição em Aracaju teria ouvido um quase juramento de Edvaldo, a assertiva firme de que não seria candidato, e o apoiaria caso ele se lançasse na disputa, e isso o animou a articular a sua candidatura.
Todavia, em política, e sobretudo nas disputas eleitorais as circunstancias costumam valer mais do que as palavras. Para um grupo empenhado numa disputa o que mais pesa é a conquista do voto.
Mitidieri já teria até revelado que, caso preterido, ele romperia com o grupo do qual faz parte desde a primeira eleição de Déda, e se encaminharia para apoiar outro candidato, tentando a reeleição à Câmara Federal, e o escolhido poderia ser o senador Rogério Carvalho. A defecção do jovem parlamentar causaria no grupo situacionista um considerável abalo.
Há porém quem entenda que diante da manifestação maciça dos que pretenderiam votar em Edvaldo, poderia haver um sentimento de frustração se transformando em repúdio a outro candidato escolhido pelas lideranças partidárias, sendo preterido o prefeito de Aracaju. Edvaldo surfa, agora, na onda de popularidade nascida a partir da constatação de que faz uma administração criativa e realizadora em Aracaju, e poderia repetir no governo do estado o êxito que alcançou na Prefeitura.
Os demais prováveis candidatos ao governo, Ulices Andrade, Laércio Oliveira, estariam como atentos espectadores, acompanhando os efeitos das cifras da pesquisa e o vôo da inquieta mosca azul. No caso de Laércio Oliveira, seu fraterno amigo e sócio há muito tempo nas atividades empresariais, Fernando Carvalho, hábil empresário e com veia politica, manteve, terça-feira passada dia 17, na livraria Escariz da avenida Jorge Amado uma longa conversa com o prefeito Edvaldo Nogueira.
Já André Moura, recentemente agregado ao grupo situacionista, pela impressão que causaram alguns acontecimentos recentes, estaria comprometido com a candidatura de Mitidieri, mas, ao que tudo indica, não teria maiores dificuldades em integrar uma chapa como candidato ao Senado ao lado de Edvaldo disputando o governo.
Se não houver alguma precipitação, o grupo situacionista atravessará um período de expectativas até o fim do primeiro trimestre do próximo ano, quando o governador Belivaldo Chagas, depois de exaustivas conversas vier a anunciar o nome do candidato que poderá sucedê-lo.
A habilidade política de Belivaldo estará mais uma vez sendo testada. Ele não parece disposto a acelerar o processo, preferindo conduzi-lo de forma lenta, gradual e segura, tal como recomenda a prudência, mas, enquanto isso, vai sondando as tendências de lideranças diversas e influentes, tais como os próprios possíveis candidatos, e os deputados federais, estaduais, ex-deputados como Heleno Silva, o ex-governador Jackson Barreto, o presidente da Assembleia, Luciano Bispo, habilíssimo articulador, senadores, no caso, apenas Maria do Carmo, porque o senador Rogério já age como candidato petista, enquanto o senador Alessandro, prefere o seu próprio espaço, que, tem certeza, agora estaria ampliado com a sua atuação destacada e eficaz na CPI da Covid.
No desenrolar das ações como governador, que pretende incrementar nessa reta final de mandato, o que o credenciaria mais ainda junto à opinião pública que hoje lhe é amplamente favorável, Belivaldo escolheria o momento aprazado para optar pela mais viável e pragmática das alternativas.
Quando o carnaval chegar, Belivaldo terá concluído sua peregrinação pelas diversas sendas de interesses e opiniões, e então, feita sua avaliação final estará apto a soltar a fumacinha e anunciar “urbi et orbi”, ou melhor, do Real ao São Francisco: habemus candidatum.
Apesar do latinório utilizado não há aqui, no caso da escolha do candidato à sucessão, nenhuma similitude com o processo de escolha dos papas, a não ser o jogo pesado em ambos os casos.
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O DOUTOR JORGE DA SULGIPE
(Jorge, um homem rico que fazia questão de ter hábitos austeros e detestava o luxo tanto quanto dedicava-se ao trabalho)
O filho, também engenheiro elétrico e empresário como o pai, fez o dolorido anúncio da morte do progenitor que sempre teve como exemplo, e nisso, traçou uma característica predominante na vida de Jorge do Prado Leite, ao observar que ele nasceu e morreu na mesma casa na Avenida Ivo do Prado fronteira ao rio em Aracaju: a Vila Carmen, um sobrado senhorial, porém despojado e simples, e onde estão bem nítidas as pátinas deixadas pelo tempo.
Rico, poderoso, filho de senador da República, e influente líder politico Júlio Leite, neto do homem que possuía no seu tempo a maior fortuna de Sergipe, o coronel Gonçalo Rolemberg Leite, Jorge era homem de hábitos austeros, ele mesmo, construiu um vasto patrimônio, mas, sempre desprezou a ostentação, e abominava o exibicionismo do luxo e da riqueza.
Não era um sovina, era um sensato.
Formado em São Paulo, veio dirigir a fábrica de tecidos Santa Cruz, na Estância, que seu pai dirigira e afastou-se para dedicar-se à politica.
No começo dos anos sessenta, a recém criada SUDENE mandou a sua elite de técnicos para fazer em Aracaju um curso de localização industrial, que atraiu muitos alunos, estudantes de economia, advogados, empresários e políticos. Lá estavam, entre outros, Luiz Rabelo Leite, Viana de Assis, Jaime Araújo, Jose Rosa de Oliveira Neto, Juarez Alves Costa, Jacó Charcot Pereira Rios, Renato Chagas. Antônio Augusto Leite Franco e Jorge Leite, que vinha a Aracaju e voltava à Estância todo dia. Seu automóvel um Ford modelo 1947, tinha uma cor azul fosco, já muito desgastada, e o acompanhava um pesado gravador, que o motorista trazia e o colocava sobre uma carteira na sala do curso. Jorge era metódico em tudo. As aulas começavam as oito e terminavam às doze, e Jorge voltava para almoçar em Estância. Naquele tempo a estrada não tinha asfalto. Nunca atrasou, e ao chegar ia na Vila Carmen trocar a roupa empoeirada, e tomar banho. Foi o primeiro da turma. Jaime Araújo, muito amigo de Jorge, e liderado no Partido Republicano do Dr. Júlio, mas sempre brincalhão dizia: “Jorge tirou primeiro lugar porque tinha sobre todos nós a vantagem do gravador”.
Encerrado o curso, ele convidou a todos os participantes e aos professores, técnicos da SUDENE, para irem à Mangue Seco, passando na fábrica Santa Cruz, e almoçando no Crasto. Durante a visita à indústria têxtil um dos professores começou a fazer críticas sobre a localização da fábrica, e Jorge ouvindo calado, mas, a certa altura reagiu, e disse: “Professor eu tenho aqui uma experiência de alguns anos, e o senhor chega agora e quer me ensinar. O professor foi ríspido, até deselegante e disse:” Não você não tem anos de experiência, você tem um ano repetido algumas vezes”. Sendo o anfitrião, Jorge engoliu o quase insulto, e a viagem prosseguiu. No Crasto na mesa longa arrumada embaixo de frondosas mangueiras, foram servidas moquecas fantásticas de peixe, siri, caranguejo, ostras. O professor, a certa altura virou-se para Jorge e tentando talvez, amenizar o clima que criara, disse:” Doutor Jorge, lhe confesso que nunca comi moquecas tão saborosas como estas que o senhor nos oferece e nos deleita”. Jorge endireitou-se na cadeira elevou a voz e disse: “Pois é, professor, essas receitas das moquecas são uma tradição por aqui, talvez já andem pela casa dos cem anos ou mais, são sempre repetidas, e o senhor gostou delas”.
Outra vez no mesmo Crasto, amigos de Rubens Leite, irmão mais novo de Jorge, lá estavam saboreando as moquecas, e Jorge veio participar. Um dos jovens, que então gostava de caçar, olhando as frondosas matas que se enxergam à distância, disse: “Jorge um dia desses eu gostaria de trazer minha espingarda e caçar ali nas suas matas”. Jorge fez o riso quase tímido que o caracterizava e respondeu”: Veja você, semana passada o juiz de Boquim Dr, Gibson Pinho me fez um bilhete solicitando aqui hospedagem para ir caçar naquelas matas. Eu lhe mandei um outro:” Dr. Gibson, aqui o senhor e seus amigos serão sempre bem-vindos, como hóspedes, como caçadores, não”.
Se fez então um eloquente silêncio, e todos se voltaram às moquecas.
Jorge foi, em Sergipe, o primeiro grande proprietário de terras que reservou, generosamente, uma área para preservação da natureza. Suas florestas, hoje cuidadas com a mesma dedicação pelo seu filho Ivan, formam a mancha mais extensa em Sergipe do que fora outrora a desaparecida Mata Atlântica. Jorge foi o nosso ambientalista pioneiro, desde o tempo em que a palavra ecologia era totalmente desconhecida.
Entendendo que a fábrica, mal localizada, como dissera o inconveniente professor, chegara ao ponto de quase obsolência, ele foi mais uma vez pioneiro: criou a SULGIPE, uma distribuidora de energia iniciando com a utilização do que era gerado na diminuta usina hidrelétrica que instalou para atender ao consumo da fábrica, e depois, recebendo a energia gerada pela hidrelétrica de Paulo Afonso. A SULGIPE atende hoje a maior parte dos municípios do sul do estado e alguns fronteiriços na Bahia. O governo militar no final dos anos sessenta, resolveu estatizar todas as distribuidoras privadas, Jorge resistiu, mexeu céus e terras e evitou a encampação da empresa que criara. Diante da qualidade dos serviços oferecidos o governo federal não teve maiores argumentos para justificar a transferência do comando da empresa para a ELETROBRAS.
A primeira emissora de rádio no interior, a Rádio Esperança de Estância foi criada por Jorge. Ele tinha um programa semanal, e recebeu advertência do Sindicato dos Radialistas, informando que, não sendo profissional habilitado, ele não poderia ocupar os microfones da rádio. Jorge não respondeu, suspendeu o programa e foi matricular-se no curso de jornalismo recentemente inaugurado na UNIT. Já tinha mais de sessenta anos, mas, da mesma forma como frequentara antes o curso da SUDENE, era assíduo às aulas e também graduou-se alcançando as melhores notas. Fez então um comunicado ao Sindicato informando que já era um profissional habilitado, e reativou o seu programa suspenso à espera de um diploma.
Jorge, além de tudo era persistente, perseverante. Até onde pode a força humana.
E era visionário. Numa das viagens na sua galeota motorizada, de Estância a Mangue Seco, ele contemplava o cenário das águas e manguezais fartos, e voltando-se para um ex-colega no curso da SUDENE, profetizou: “Isso aqui tem um enorme potencial turístico, um dia ainda vamos ver pontes cruzando esses rios”. E ele viveu para ver a ponte, aquela, feita por Marcelo Déda, nos aproximando mais da Bahia: a Gilberto Amado, ao fundo do amplo estuário formado por três rios miúdos, se encontrando com o mar imenso.
A Barra da Estância, hoje, um importante Polo Turístico. Apesar dos rigores até certo ponto incompreensíveis, impostos pelo Ministério Público Federal, apenas do lado sergipano.
LIVRO: A CASA LILÁS - MEMÓRIAS DE UM CRIME
O livro do jornalista e escritor Luiz Eduardo Costa, a história do famoso Crime da Rua de Campos e das circunstâncias político-sociais de Sergipe, do Brasil e do Mundo, está a venda no Quiosque do GBarbosa da Francisco Porto e nas Livrarias Escariz da Avenida Jorge Amado e dos Shoppings Jardins e RioMar.