Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
TEXTOS ANTIVIRAIS (34)
22/10/2020
TEXTOS ANTIVIRAIS (34)

CAATINGA, PANDEMIA, E UMA INTEGRAL DECLARAÇÃO DE VOTO

(Edvaldo, prefeito. Katarina, vice-prefeita)

(Samarone, vereador de Aracaju)

(Kaká Andrade, prefeito de Canindé)

O isolamento de sete meses no sertão, em local onde ainda existe preservada a caatinga, não foi suficiente para impedir que o vírus me tornasse mais uma vítima. Fiquei entre os 80% que não morrem, nem chegam a ser internados. Mas o Covid é extremamente cruel, mesmo sem causar maiores problemas enquanto permanece, ele, o vírus, ao bater em retirada não esquece de deixar torturantes lembranças.

Então, depois desse tempo, resolvi retornar por poucos dias a Aracaju, e tendo adquirido a convicção de que, hoje, com os meios instantâneos de comunicação, este planeta tornado aldeia, (como Mac Luhan nos anos 80 já cantava a pedra) torna possível que uma considerável parte do trabalho seja tranquilamente realizado, no chamado home office.

Suspeitava que encontraria uma cidade em péssimas condições. Acompanhei os primeiros programas eleitorais, e embora desconfiando prudentemente de candidatos que desenham o caos, tentando convencer, ao desavisado eleitor, que eles podem fazer do inferno um paraíso, comecei a imaginar que a duração da pandemia, e o foco principal nas medidas de proteção da vida, talvez houvessem afetado alguns serviços essenciais,

tais como o recolhimento do lixo, a conservação dos logradouros públicos, o fluir do trânsito, ou a própria segurança da cidade. Assim, mesmo não havendo desleixo ou omissão, muitos problemas poderiam ter sido acumulados.

Não deu para fazer uma avaliação precisa, chegando e atravessando Aracaju em horas da madrugada, desde a BR até a Atalaia, e fui dormir ainda com a impressão de que aquelas narrativas aproximando Aracaju, de uma situação de calamidade, teriam alguma consistência.

No dia seguinte, percorrendo a cidade, na verdade deambulando sem destino específico, apenas, buscando ver e constatar, logo entendi a situação incomoda em que se encontram os demais candidatos, diante do cenário bom para os aracajuanos, e adverso para quem tenta derrotar Edvaldo.

Um fato auspicioso é a presença de tantas mulheres na campanha, entre elas a delegada Daniele, pessoa afirmativa, bem falante, boa imagem televisiva, mas exagerada na redução de tudo a uma questão policialesca. E nisso, ela se revela a xerife em tempo integral, que poderá fazer falta numa delegacia aracajuana, mas, será desnecessária na Prefeitura de Aracaju, onde ninguém precisa portar armas, nem vestir colete a prova de balas. Por aqui, felizmente, não há preocupação com balas perdidas.

A delegada Daniel deixa a impressão de que está sempre aprontando-se para um duelo, e faz das palavras “balas perdidas”, que a todos poderão ferir. Talvez, esteja um tanto decepcionada, por não ter podido duelar como desejaria, no tempo em que foi assessora em Brasília, do criador da Lava Jato, o ex-Juiz Sérgio Moro, o brevíssimo.

Todos os que se intitulam moralizadores, e se fazem cavaleiros andantes em duelos permanentes contra a imensa facção de corruptos, costumam ostentar vaidosamente as suas “armaduras” que rebrilham muito sob holofotes, e isso atiça os demônios da vaidade. Esses demônios tão comuns, não são propriamente devastadores, mas, em alguns casos, podem expor ao ridículo aqueles que subjugam com suas artes: as pessoas empavonadas. Quando, porém, o diabinho da vaidade se faz também causador da empáfia ou arrogância, sendo a sua vítima um político, ele, com urgência, terá de recorrer ao exorcista. Está ai Almeida Lima que nos dá um exemplo permanente de empavonamento, e que, ao final desta campanha, massacrado pela cifra exígua de sufrágios, terá de buscar outros afazeres, que não dependam da garimpagem do voto.

A delegada Daniele parece subjugada pelos demônios polivalentes, transitando agressivos e bem próximos ao ódio. “Moleque”, foi a palavra por ela utilizada para classificar o adversário, Rodrigo Valadares, que estaria ameaçando o seu segundo lugar. Rodrigo é de fato intragável, mas, convenhamos, uma candidata apresentando-se como moderna, inovadora, distante da “velha política”, deveria, aparentar, pelo menos, um mínimo de elegância e civilidade.

Daniela imaginou-se um novo fenômeno eleitoral, uma réplica, sergipana, da “Onda Bolsonaro”, e tinha a certeza de que deixaria longe os seus adversários, a começar pelo prefeito Edvaldo, que ela detonaria, colocando na sua testa o carimbo da corrupção.

Demoliria a imagem moral, depois, poria abaixo o “mito” de administrador eficiente.

Não conseguiu nem uma coisa nem outra.

Por inabilidade, e mais uma vez arrogância, faltou-lhe capacidade para articular uma base ampla de apoiadores, e teve de abrigar-se à sombra do que consideraria a “velhíssima política”. Acolheu na sua coligação, o agora ofuscado “ex-vice rei de Sergipe,” Edvan Amorim, homem de negócios propriamente ditos, e de negócios políticos, impropriamente assim classificados. Edvan trouxe na algibeira démodé de um coronelismo de vida curta, o seu irmão, o ex-senador Eduardo Amorim, um cidadão correto, decente, um médico respeitado, mas um aborto político. Edvan não conseguiu fazer o irmão vice na chapa, mas, continua posando como eminencia um tanto pálida, na “tropa de elite” de Daniele. Ela decidiu fazer sozinha a campanha, tirando de perto aquele que a inventou politicamente, o senador Alessandro Vieira.

Valadares Filho, recente campeão de sucessivas derrotas eleitorais, buscava um lugar ao sol que poderia restar-lhe. Não conseguiu viabilizar sua candidatura a Prefeito, foi parar como vice na chapa de Daniele, para ela, por falta de alternativas. A delegada, apesar da habilidade de Valadares Filho, quase o esconde, por receio de que a “velha política” surja muito próxima, na pessoa do filho do ex-senador Valadares.

A delegada desconfia de tudo e de todos, e desconfia, mais ainda da inteligência e sensatez dos sergipanos.

O que seria do mundo não fosse o bom senso das mulheres. E a melhor característica desta campanha eleitoral em Aracaju, é a presença delas nas chapas majoritárias. A delegada Georlize, competente, equilibrada, tendo como vice o coronel Péricles, um policial que honrou a sua farda. Outra delegada, Katarina, vice de Edvaldo, ex-Superintendente da Polícia Civil, tem uma característica marcante: é firme, proativa, mas não anda a exibir-se como “caçadora de corruptos”. Talvez ela guarde na lembrança o Fernando Collor “Caçador de Marajás”.

Existe também um outro delegado candidato, Paulo Márcio, sensível aos problemas sociais, ele não os reduz a casos de polícia, tem uma narrativa de compromisso com mudanças estruturais, e limita o “teje preso” para as circunstancias nas quais se justificaria.

Nessa safra de delegados e policiais, que resulta, principalmente, de uma sensação de insegurança e impunidade, equivocadamente, se chegou ao enganoso extremo de supor que a farda ou o distintivo, e mais o discurso ecoadamente punitivo, sejam, por si sós, suficientes para pôr fim a um tempo de omissões e facilidades.

Com tantas decepções acumuladas, a safra vai chegando ao fim.

O que se busca agora é, sobretudo, a segurança de propósitos e a confiança que um candidato transmita. Quando políticos exibem aos eleitores um portfólio exemplar de ações, incluindo capacidade para inovar, captar recursos, atrair investimentos, compor alianças de resultados, investir na modernização, na geração de empregos, na redução da desigualdade social; quando, no caso de cidades, eles ajudam a transformá-las em áreas acolhedoras, em harmonização permanente com a natureza; assim, essas coisas acontecendo, a tendência clara do eleitorado é não trocar o certo pelo duvidoso, ou, pior ainda, pelo incerto e barulhento.

Por isso, como costumo fazer sempre ao longo de tantos anos, em todas as eleições, antecipo meu voto que daria em Aracaju, caso não votasse em Canindé, onde meu candidato é o engenheiro químico, ambientalista, mestre em educação, Kaká Andrade. Votaria em Edvaldo Nogueira, com sua chapa mais valorizada ainda pela presença da vice, a delegada Katarina.

Meu receio é que, sem Edvaldo, a nossa cidade corra o risco real de transformar-se num laboratório para experiências autoritário-voluntaristas, que reduziriam, nós aracajuanos, à condição de cobaias sujeitas às vaidades inconsequentes. Votaria assim, no equilíbrio, na sensatez. E na experiência bem comprovada.

Só lembrando um fato: Edvaldo conseguiu recuperar a Prefeitura, então devastada pelos que traíram João Alves, infelizmente, já afetado pela cruel demência.

Fez isso em um ano, e agora, chegando ao término do mandato, conseguiu a proeza de engordar o fundo da previdência para a cifra impressionante de um bilhão de reais. Esse dinheiro, que significa segurança para o futuro dos servidores, poderá ser devastado por um prefeito ou prefeita, ambiciosos demais, e usando o bilhão para alimentar a própria vaidade.

Para vereador votaria em Samarone, médico, professor, sanitarista, escritor, fotografo, ambientalista, cidadão decentemente inquieto, com a certeza de que estaria na Câmara um vereador culto, experiente, e sempre pronto para uma boa e civilizada briga.

Gosto, dos que se empenham na grande e permanente briga pela civilização. Edvaldo, Katarina, Samarone, Kaká Andrade, são alguns desses.

Gosto, daqueles que eu tenho a certeza de que não são demagogos aventureiros. Ou, pior ainda: ladrões.

 

INFORME DESO

Projeto Deso verde : mudas frutíferas são distribuídas na sede da Deso

A companhia de saneamento de Sergipe - Deso, através da gerência socioambiental - Gesa e da coordenação de educação ambiental - ceam, em parceria com a coordenação de preservação mananciais e segurança de barragem - cops, ligada a gerência de meio ambiente - Gmam, promoveu ação de distribuição de 150 mudas, na sede da empresa, totalizando 1200 mudas no cronograma entre as unidades da companhia. diante da programação, a próxima distribuição passará pelo distrito norte, galpão, centro de distribuição, além das regionais.

a ação representa um estímulo à participação dos funcionários e à valorização dos projetos. foi um momento que valorizou a participação dos funcionários e serviu também para que eles valorizem a iniciativa da Gesa e da Gmam em fazer a distribuição não só das mudas, mas também da cultura através do 'programa livro liberdade para a alma', que vem disponibilizando acesso a várias pessoas da empresa para consultar livros e cd's com os mais diversos assuntos.

de acordo com a coordenadora estadual do movimento nacional dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ods) - Sergipe, Sandra Sena, a iniciativa contribui para que mais pessoas tenham atitudes sustentáveis. "essa ação das mudas e a dos livros são puro ods. elas são exemplos para que outras pessoas e empresas façam algo semelhante, então, viemos para prestigiar e aplaudir a Deso por esse momento. os objetivos de desenvolvimento sustentável, propostos pela ONU e compactuados com 169 países, são muito importantes para que as novas gerações possam contribuir com o meio ambiente e ter iniciativas sustentáveis", destaca.

Projeto Deso Verde

O coordenador de educação ambiental da Deso, José Jorge Silva, explica o objetivo do projeto Deso verde. "a ideia maior é que possamos fazer um reflorestamento nos mananciais, nas áreas de nascentes, mas nada impede que essas mudas também sirvam para fomentar alguns projetos em áreas urbanas. entendemos que a água é o nosso produto e o que impulsiona nosso trabalho, por isso, nos vemos como responsáveis no processo de fomentar esses projetos para promover o replantio. sem contar que cabe a mim, enquanto educador ambiental da empresa, fazer com que as pessoas criem uma consciência sustentável", frisa.

para Jadson Barbosa, do setor de protocolo da empresa, a iniciativa é fundamental para disseminar a consciência ambiental. "é fundamental ter uma ação como essa porque estimula as pessoas a se conscientizarem em relação ao meio ambiente. a Deso está fazendo um trabalho excepcional para incentivar o plantio de mudas, a leitura e criar um ambiente mais harmônico", diz.

Projeto livro liberdade para a alma”

Para a secretária da gerência socioambiental e responsável pelo 'programa livro: liberdade para a alma', Maria Cristina Santana, esses projetos suscitam mais conhecimento sobre meio ambiente para a população. "meu projeto já vai fazer três anos em dezembro e vem crescendo aos poucos. além de ter trazido os livros e cd's, reciclei os marcadores antigos que tinha, colocando a arte do projeto de forma manual. tudo começa aos poucos e a cada dia estamos levando mais conhecimento para a população sobre como ajudar o meio ambiente, dando visibilidade aos projetos. estou muito feliz", revela


 


 

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