OS MITOS: Nº 1, Nº 2 (13)
Mito, esse substantivo masculino, é, na sua essência, uma palavrinha sem nenhum caráter. Ela se presta para narrativas as mais diversas e conflitantes. É, em primeiro lugar, uma expressão figurada, que suscita interpretações antagônicas, concretas ou subjetivas, reais ou fantasiosas.
A Grécia antiga, cultivando o gênero épico, entronizou o Mito, e eternizou a mitologia. Assim, Mito é mais fabulação, mais inverdade do que História real, ou personagem concreto. A construção do Mito é algo que tanto eleva ao Olimpo dos sonhos, como desce aos infernos dos horrores.
Mito, pode ser elogio, também, demérito ou afronta.
O ser humano, único armado com a inteligência, tem percorrido a História buscando encontrar mitos que compensem os seus medos, as suas fraquezas, a vulnerabilidade, em meio aos perigos do mundo.
Encontrar, e dar forma a um Mito, pode ser, para quem o busca, o momento de transferir a ele a realização de desejos, a concretização dos sonhos, a fuga das frustrações, dos fracassos pessoais, ou, também, o mergulho no temor e na inquietude de um pesadelo.
Os Mitos, a começar pelos originários na Grécia, sempre carregam um componente de dúvida e incerteza. Albert Camus, em o Mito de Sísifo, inspirado no sacrifício eterno e repetido do semideus decaído, desenvolveu a sua visão critica da condição humana.
Homero, o grande cronista da antiguidade, confere a Sísifo o papel de um herói trágico, sendo, segundo ele, o mais sábio e prudente dos mortais. Outros relatos dão a ele o comportamento de um bandido.
Os Mitos, como vemos, têm essa característica sempre ambígua.
Entre nós, nos últimos anos, surgiram dois Mitos. O primeiro formou-se desempenhando o ofício de Juiz. Prendeu bilionários, políticos poderosos, inclusive um ex-presidente, mas, cedeu lugar a um outro que o deixou em segundo plano, aproveitando-se da onda moralizante que ele criara, e chegou ao poder debaixo das aclamações: Mito, Mitoooo, Mitooooo.
Agora, os dois Mitos se engalfinham, e o Mito que conquistou a posição nº1, se vê ameaçado pelo que sobrepujou, mandando-o para uma segunda posição. O Mito nº 2, mesmo já tendo quase perdido aquela aura de herói incorruptível, justo e justiceiro, hoje, num gesto cuja interpretação transita entre canalhice e heroísmo, parece alimentar a ambição vaidosa, de ser festejado por levar um ex-presidente à cadeia, e derrubar um outro que, até, por cristalina desinteligência, o ajuda na complicada tarefa.
A guerra dos Mitos, na medida em que se descobre que ambos têm pés de barro, e podem desabar do ilusório Olimpo onde se encastelaram, leva aos brasileiros a sensação tardia, embora oportuna, de que criar Mitos, é uma tarefa tão inútil quanto absurda.
O Mito de Sísifo, aquele herói trágico e martirizado, que empurra ladeira acima uma enorme pedra, e chegando ao cimo do morro, sem que ele possa evitar, o calhau enorme rola morro abaixo. Lá retorna Sísifo ao fundo do abismo, retoma, com esperança e disposição, ao trabalho eternamente inconcluso. É o fazer e o refazer permanente, continuado, e inútil.
Sem pessimismo nenhum, mas, ainda agora assinalando os obstáculos paralelos do Covid-19, e o desmantelo da República, o cenário mitológico parece ser uma metáfora do Brasil desses nossos conturbados e amedrontadores tempos.
Escreveu Camus na abertura do seu ensaio filosófico e peça literária: “Os deuses condenaram Sísifo a rolar incessantemente uma rocha até o cume de uma montanha, de onde a pedra se precipitava por seu próprio peso. Eles pensaram, com alguma razão, que não há punição mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.”
Esses deuses assim, tão malignos, tão cruéis e sádicos, teriam “pensado” num país do futuro, que se chamaria Brasil, e que, um dia, com sua gente abatida e decepcionada por tantas bandalheiras, entregou a sua sorte a um quase desconhecido, que passaram a chamar de Mito.
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INFORME PUBLICITÁRIO
Deso orienta o uso consciente da água e reforça canais de atendimento em períodos de pandemia
Uma das armas mais eficazes no combate ao Covid-19 é a água, por isso a Companhia de Estado de Saneamento de Sergipe – Deso alerta para o consumo consciente, e vem trabalhando dia e noite para que a água chegue às torneiras dos sergipanos.
O trabalho nas estações de tratamento, laboratórios, as equipes de manutenção, vazamentos e desobstrução de esgotos continuam na quarentena. A Deso reforça que a população também pode fazer sua parte. Na medida do possível, economizar água nesse período em que ela tem que chegar para todos os cidadãos pois, com a quarentena, muitos estão em casa e aumenta o consumo, atitudes simples fazem toda a diferença nesse momento.
Para serviços emergenciais o telefone é o 0800 079 0195, pela internet acesse www.deso-se.com.br/agenciavirtual
Como posso fazer para ajudar?
- Desligue o chuveiro enquanto passa o shampoo e se ensaboa;
- Reutilize a água da lavagem das roupas (para da descarga por exemplo);
- Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes;
- Mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa os pratos;
- Use regador para molhar as plantas;
- Atente para vazamentos visíveis e ocultos;
- Atente para o fechamento de torneiras (não deixar pingando);
- Use a máquina de lavar na sua capacidade máxima.
Pandemia faz Deso prorrogar prazo para conclusão de obras em Itabaiana
Com o intuito de preservar a vida dos trabalhadores, a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) prorrogou para o próximo mês de julho, o prazo para a conclusão das obras de micro e macrodrenagem que vêm sendo executadas em Itabaiana. Inicialmente, os serviços seriam concluídos no final deste mês, mas em virtude do novo coronavírus, muitos funcionários que são do grupo de risco precisaram ser afastados das funções, o que impactou na redução da produtividade em cerca de 30%.
Com a pandemia, foi necessário uma readequação para atender às orientações das autoridades de saúde. Além do afastamento dos funcionários que pertencem ao grupo de risco, uma série de outras ações foram adotadas para que não sejam colocadas em risco a vida de todos os envolvidos.
A empresa está atenta e, na medida do possível, aumentará o número de contingente de operários trabalhando, simultaneamente, em várias frentes de serviço. Não pode negligenciar com a saúde dos trabalhadores e nem com a população, mas, na certeza que, em breve, todos os itabaianenses comemorarão os resultados dessa importante ação que vem sendo executada no município.
Serviço prejudicado – Em nota pública divulgada no último sábado, um dia após os diretores e funcionários da Deso acompanharem in loco os problemas causados pelas fortes chuvas que caíram no município, a Deso já havia explicado o motivo pelo qual o prazo estava sendo prorrogado.
Na nota, a empresa, também, manifestou solidariedade a todos os itabaianenses e ressaltou que, assim como a comunidade, a Deso também tem sido vítima desses alagamentos, uma vez que todo o serviço de drenagem e esgotamento que vem sendo realizado está sendo prejudicado, da mesma forma como prejudicados estão comerciantes e moradores.
A obra de macro e microdrenagem está sendo executada na perspectiva de trazer solução para um problema que historicamente, conforme relatos de moradores e comerciantes, sempre ocorreu na cidade, gerando sérios danos a empresários e a comunidade em geral.
As últimas inundações ocorreram em parte das ruas cujos serviços ainda não foram concluídos. Diferentemente de outras épocas, os trechos onde os canais estão plenamente finalizados, não houve registro de alagamento, exatamente, em função da eficiência do serviço.
A Deso vem agindo sempre de acordo com as autorizações previamente emitidas pela Prefeitura Municipal de Itabaiana, bem como todas as exigências técnicas e legais de uma obra desse porte. A Deso tem compromisso e responsabilidade com a qualidade de vida e bem-estar da população e fará tudo o que for possível para entregar essa obra, totalmente, finalizada até o mês de julho, garantindo-lhe uma vida mais tranquila.