Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
TEXTOS ANTIVIRAIS (12)
01/05/2020
TEXTOS ANTIVIRAIS (12)

O VÍRUS E O COTOVELO DOS GENERAIS

A ninguém, a história irá desvendar a culpa pelo surgimento do Covid-19. Mas, a narrativa desses tempos, tão desconexos, com certeza registrará os efeitos desastrosos das atitudes insanas de um presidente da República.

Façamos, somente, um leve exercício de imaginação, supondo que, ao começar essa pandemia, o presidente do Brasil fosse o general Hamilton Mourão.

Será, que ele teria dito que tudo não passava de uma histeria coletiva, e o Covid – 19 seria, apenas, uma “gripezinha”, ou, que sendo um atleta, nele, o vírus bateria fofo, e seria neutralizado com facilidade, pela sua terrivelmente blindada super carcaça.

Será, que ele teria declarado guerra aos governadores, e acusado a quase todos de serem irresponsáveis, quando determinavam o isolamento social?

Será , que ele teria saído a passear pelas ruas, estimulando as pessoas a descumprirem normas, baixadas pelo Ministério da Saúde do seu próprio governo?

Será, que ele se envolveria em confusões sucessivas, enquanto as mortes aumentavam a cada dia, e estaria mais preocupado em interferir na Policia Federal, para impedir investigações contra os seus filhos, e deputados bolsonaristas?

Será, que ele, no auge da crise, deixaria de visitar estados e sistemas de saúde chegando à beira do colapso, e, tranquilamente, como se milhares de brasileiros não estivessem padecendo, ou sendo enterrados em covas coletivas, preferisse ir a um stand de tiro treinar a pontaria, para exibir, depois, suas performances de atirador, enquanto esconde seu teste de covid-19?

Será, que ele mudaria uma equipe ministerial empenhada em deter a pandemia, no momento exato em que o quadro se tornava mais grave, somente porque o Ministro lhe fazia sombra, demonstrando competência?

Será que ele telefonaria para o seu Ministro da Justiça e Segurança Pública querendo que ele exonerasse um Delegado da PF, que comandava uma investigação, apurando crimes que teriam sido cometidos pelos seus filhos, e por deputados aliados?

Será que ele, o general Mourão, no exercício da Presidência, permitiria que os seus filhos atropelassem a República, e afrontassem as Instituições?

Será, que o general Mourão iria subir na carroceria de uma viatura, para festejar manifestantes tresloucados, em frente a um comando do Exército, atentando contra a Constituição do país, e pedindo uma intervenção militar para fazê-lo ditador?

É evidente que ele não faria nada disso. Então, o país estaria pacificado, os desatinos não aconteceriam, e a cada manhã os brasileiros não viveriam uma nervosa e eletrizante ansiedade, esperando pela próxima asneira, verbalizada por um presidente parlapatão.

Então, a sanidade mental do nosso presidente, não estaria sendo questionada por prestigiosas publicações estrangeiras, como o Financial Times, a bíblia do capitalismo.

Mas, voltemos à realidade, deixando de lado meras ilusões, ou infundadas expectativas , tratemos de sobreviver aos tempos viróticos, imersos na realidade fática, nua e crua, e constatemos: quem ocupa a presidência é Jair Messias Bolsonaro.

Assim, vivemos os tempos mais turbulentos da nossa história republicana.

De um lado, o vírus que efetivamente mata e faz padecer, do outro, a negativa de levá-lo à sério, de quem teria a principal responsabilidade de combate-lo.

De um lado, a enormidade da crise econômica, a tempestade que varre o mundo, do outro, quem parece ignorar suas consequências, e dedica-se a fazer bizarros ensaios de projetos autoritários, recrutando equipes especializadas em sujar a reputação de adversários , e a demolição sistemática das Instituições republicanas.

Tudo está sob controle ? perguntou um repórter ao vice-presidente Mourão, e ele respondeu: “Está, só não se sabe de quem.”

Bolsonaro e seus filhos parecem ter feito uma aposta: dissolvem as instituições ou dissolvem a eles mesmos.

O vírus avança, poderemos chegar a dez, vinte, trinta mil mortos?

Ninguém poderá responder. Inexiste, hoje, uma coordenação central, um acompanhamento sob orientação cientifica do processo de contaminação. E o presidente desfaz o que o seu próprio governo determina.

O novo ministro da saúde não sabe ainda se combate o vírus, ou se fala o que o presidente mais gosta de ouvir.

A saída de Mandetta quase paralisou o Ministério da Saúde e o dr. Taich, parece um vampiro ao qual faltou o sangue.

Ao final dessa pandemia, quando forem contados os cadáveres, e avaliado o montante do prejuízo, recrudescerá a artilharia da central de desinformação montada nos porões do palácio do Planalto. Governadores e prefeitos das maiores cidades, serão os alvos principais. Bolsonaro já disse que no seu colo ninguém vai por a conta, então, que se cuidem aqueles que ele enxerga como seus principais concorrentes em 2022, Dória, Witzel e tantos outros. Moro, e Mandetta, ele já os tirou do caminho. O problema é saber se nesse pandemônio o Brasil sobreviverá íntegro até às eleições.

Em pelo menos vinte estados, o esquema bolsonarista de triturar inimigos que selecionam, está em ação.

O que acontece contra João Doria em São Paulo, Witzel no Rio, ocorre também em Sergipe, mesmo com a nossa insignificância política. Tanto Belivaldo como Edvaldo, já se tornaram alvos preferenciais da artilharia municiada nos fartos arsenais centralizados em Brasília. Aqui, se misturam com interesses imediatos na eleição deste ano, e insatisfações nascidas a partir das medidas de contenção da pandemia.

É bem mais fácil ficar de longe, “tirando do colo a responsabilidade", do que envolver-se diretamente com o problema, ter convicção ao adotar medidas drásticas, e sensatez ao fazer adequações, quando se alteram as circunstancias.

Bolsonaro, que nunca esteve num hospital, que nunca fez um só gesto de respeito aos que sofrem e perdem a vida; aos que estão na linha de frente do combate ao vírus, resolveu, ele próprio, dar os piores exemplos de anarquia e descumprimento de normas legais.

As “cotoveladas" dos generais que o aguardavam na cerimonia de transmissão de comando do Exército do sul , para quem sabe avaliar as sutilezas de gestos de discordâncias sem ferir regulamentos, foram uma espécie de linha vermelha, traçada entre o voluntarismo e a lei.

As Forças Armadas estão empenhadas na guerra contra o vírus, definido pelo chefe do Estado Maior como o principal desafio a ser enfrentado; enquanto isso, chega o presidente ao Quartel General, e estende a mão aos generais, que recusam aquele cumprimento, trocando-o, pelo gesto precavido e adequado do toque dos cotovelos.

Essa “cotovelada" dos generais, conjugada à advertência, esta, explicita, que foi feita pelo decano do STF, Celso de Melo, seriam a “explicação”, ao tosco presidente, que ele pode e ele manda, desde que, em acordo com a lei, e em plena sintonia com os demais poderes.

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INFORME PUBLICITÁRIO

Deso orienta o uso consciente da água e reforça canais de atendimento em períodos de pandemia

Uma das armas mais eficazes no combate ao Covid-19 é a água, por isso a Companhia de Estado de Saneamento de Sergipe – Deso alerta para o consumo consciente, e vem trabalhando dia e noite para que a água chegue às torneiras dos sergipanos.

O trabalho nas estações de tratamento, laboratórios, as equipes de manutenção, vazamentos e desobstrução de esgotos continuam na quarentena. A Deso reforça que a população também pode fazer sua parte. Na medida do possível, economizar água nesse período em que ela tem que chegar para todos os cidadãos pois, com a quarentena, muitos estão em casa e aumenta o consumo, atitudes simples fazem toda a diferença nesse momento.

Para serviços emergenciais o telefone é o 0800 079 0195, pela internet acesse www.deso-se.com.br/agenciavirtual

Como posso fazer para ajudar?

- Desligue o chuveiro enquanto passa o shampoo e se ensaboa;

- Reutilize a água da lavagem das roupas (para da descarga por exemplo);

- Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes;

- Mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa os pratos;

- Use regador para molhar as plantas;

- Atente para vazamentos visíveis e ocultos;

- Atente para o fechamento de torneiras (não deixar pingando);

- Use a máquina de lavar na sua capacidade máxima.

Pandemia faz Deso prorrogar prazo para conclusão de obras em Itabaiana

Com o intuito de preservar a vida dos trabalhadores, a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) prorrogou para o próximo mês de julho, o prazo para a conclusão das obras de micro e macrodrenagem que vêm sendo executadas em Itabaiana. Inicialmente, os serviços seriam concluídos no final deste mês, mas em virtude do novo coronavírus, muitos funcionários que são do grupo de risco precisaram ser afastados das funções, o que impactou na redução da produtividade em cerca de 30%.

Com a pandemia, foi necessário uma readequação para atender às orientações das autoridades de saúde. Além do afastamento dos funcionários que pertencem ao grupo de risco, uma série de outras ações foram adotadas para que não sejam colocadas em risco a vida de todos os envolvidos.

A empresa está atenta e, na medida do possível, aumentará o número de contingente de operários trabalhando, simultaneamente, em várias frentes de serviço. Não pode negligenciar com a saúde dos trabalhadores e nem com a população, mas, na certeza que, em breve, todos os itabaianenses comemorarão os resultados dessa importante ação que vem sendo executada no município.

Serviço prejudicado – Em nota pública divulgada no último sábado, um dia após os diretores e funcionários da Deso acompanharem in loco os problemas causados pelas fortes chuvas que caíram no município, a Deso já havia explicado o motivo pelo qual o prazo estava sendo prorrogado.

Na nota, a empresa, também, manifestou solidariedade a todos os itabaianenses e ressaltou que, assim como a comunidade, a Deso também tem sido vítima desses alagamentos, uma vez que todo o serviço de drenagem e esgotamento que vem sendo realizado está sendo prejudicado, da mesma forma como prejudicados estão comerciantes e moradores.

A obra de macro e microdrenagem está sendo executada na perspectiva de trazer solução para um problema que historicamente, conforme relatos de moradores e comerciantes, sempre ocorreu na cidade, gerando sérios danos a empresários e a comunidade em geral.

As últimas inundações ocorreram em parte das ruas cujos serviços ainda não foram concluídos. Diferentemente de outras épocas, os trechos onde os canais estão plenamente finalizados, não houve registro de alagamento, exatamente, em função da eficiência do serviço.

A Deso vem agindo sempre de acordo com as autorizações previamente emitidas pela Prefeitura Municipal de Itabaiana, bem como todas as exigências técnicas e legais de uma obra desse porte. A Deso tem compromisso e responsabilidade com a qualidade de vida e bem-estar da população e fará tudo o que for possível para entregar essa obra, totalmente, finalizada até o mês de julho, garantindo-lhe uma vida mais tranquila.


 


 

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