UM POUCO DE HISTÓRIA E ONDE FICA O BRASIL (1)
Ao longo da história, onde fica o Brasil?
Na ordem geopolítica internacional, a América Latina, e o Brasil em particular, sempre ficaram fora dos pontos nevrálgicos para aonde converge o foco das visões estratégicas. Esse tabuleiro de xadrez no qual se movem as pedras que representam os interesses e as configurações do poder, se torna cada vez mais instável e complexo. Nesse jogo até a Segunda Grande Guerra a Europa sempre foi a “pedra quente”. Ali estavam as grandes potencias colonizadoras, o maior poderio econômico e militar, e pagando também o preço de ser o campo de batalha para quase todas as guerras. Fora do continente, mas, sem deixar de ser Europa, ainda hoje, apesar da recente burrice do Brexit, estava a super potência, nas Ilhas, o Império Britânico, “onde o sol nunca se punha”. A Águia Romana encimando os mastros das suas Trirremes de batalha e os estandartes das Legiões, na antiguidade, fez do Mediterrâneo o seu mare nostrum por onde transitavam o comercio e as pilhagens, que enriqueciam seus senadores e generais, em maioria, rematados larápios.
A Esquadra inglesa percorria sobranceira todos os oceanos, assegurando a vastidão dos domínios onde o “sol nunca se punha” uma supremacia que a Revolução Industrial consolidou.
Entrava em cena um novo e decisivo fator o binômio: Base Industrial – Científica e Poderio Militar.
Do outro lado do Atlântico, alterando a geopolítica europeia dominante, surgia um audaz protagonista, configurando o “binômio” como antes nenhum outro país o fizera, os americanos entravam em cena ambicionando a hegemonia.
Na Primeira Grande Guerra a Europa se dessangrava enquanto buscava-se a causa real da hecatombe, nela, a autocracia dos Tzares da “Grande Rússia” desmoronou, dando lugar a primeira experiência histórica de uma ideologia com ambições planetárias, e a Alemanha, recém unificada, media força com seus velhos inimigos, a França e a Inglaterra. Os americanos, inovando o capitalismo com a produção em série, avidamente conquistavam mercados, e entenderam que a neutralidade poderia por em risco seus volumosos créditos, obtidos com a venda de armas para os beligerantes, decidiram entrar direto na guerra, e apressar o seu resultado. Vencedores, tiveram a pretensão de ordenar o mundo à sua maneira, numa conferência de paz em Paris, onde fracassaram diplomaticamente, e sobraram as feridas da derrotada Alemanha, que fariam nascer a serpente nazista. Os ingleses, na sua ilha preservada dos piores horrores da guerra, imaginaram para o futuro próximo um mundo saneado dos extremismos, com nazifascistas e comunistas se entredevorando numa batalha final de extermínio, e o mundo liberal-capitalista, assistindo de camarote o desmoronar de ambos.
Como se sabe não foi o que aconteceu. Viria uma Segunda Guerra Mundial. Nazifascistas e comunistas, mortais inimigos, surpreendentemente se uniram, invadindo e retalhando a Polônia, dando início à tragédia.
Hitler subestimou a tenacidade inglesa, a força da união do povo inglês, e não calculou, como péssimo estrategista, a capacidade do parque industrial americano em fornecer as armas que os ingleses necessitavam. Viu, assim, a ilha resistir sozinha, mesmo depois que a França, maior potência militar da Europa derrotou a si mesma, capitulando quase inerme, porque era um país dividido entre duas facções inconciliáveis, dos extremismos de direita e de esquerda. O Marechal Pétain, herói de Verdun na Primeiro Grande Guerra, na sua fase senil, sendo intrinsicamente fascista, preferiu a covardia da rendição, depois, desonra de ir apertar a mão sangrenta do vencedor, e a pusilanimidade de chefiar um “governo” do que restou da França repartida, tendo como capital a modesta cidade de Vichy, enquanto o Quartel General dos vencedores estava instalado em Paris.
Entraram no conflito os americanos, depois do surpreendente ataque japonês às bases militares no Havaí. O país estava dividido entre o isolacionismo, naquela ocasião covarde e oportunista, dos que flertavam com o hitlerismo, mas, rapidamente uniu-se, com a solidez da convicção de que era indispensável livrar o mundo da bestialidade nazista, e do agressivo militarismo japonês. Mais uma vez os yankees definiram os rumos da guerra, e abasteceram os exércitos russos, para que tivessem êxito contra a maior máquina de guerra até então colocada num campo de batalha. Somente o V Exército do Marechal Von Paulus, tinha um efetivo de 250 mil homens, e foi literalmente destroçado em Stalingrado.
Antes que a guerra terminasse, os americanos sentindo-se já então, senhores do mundo fizeram, em Breton Woods, uma cidadezinha interiorana, a conferencia para traçar os rumos do mundo pós-guerra. Como escreveu depois o diplomata e economista Roberto Campos, que acompanhou o anódino ministro da fazenda mandado por Getúlio Vargas a representar o Brasil, “Bretton Woods moldou o que seria o mundo das próximas décadas, com a hegemonia dos Estados Unidos”.
Ali, o representante inglês, o famoso economista John Maynard Keynes, defensor da supremacia da Libra, como moeda universal, viu o Dólar subrepujar-lhe, tornando-se, dali em diante, a moeda dominante nas transações internacionais. Encolhia o Império Britânico, exibia-se, em toda a potência da sua supremacia econômica e militar, a ex-colônia inglesa nas Américas. (CONTINUA)
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Retificando Vídeo: O Evento será no período de 1 a 4 de setembro.
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COM FESTA A ESTUPIDEZ DOS QUEBRA–MOLAS TERMINA
O empresário do turismo Manoel Foguete, e Jorge Araujo, político que conhece o sertão, aplaudem o fim, ainda que tardio, dos quebra-molas.
Do motorista de caminhão, ônibus e vans, ao que dirige um carro de passeio, passando pelos turistas, feirantes, produtores rurais, gente ligada à produção e industrialização do leite, aos policiais, aos juízes e promotores que jurisdicionam nas comarcas, aos estudantes, não há, ao longo das cidades por onde passa a Rota do Sertão, quem não esteja comemorando a retirada completa dos anacrônicos quebras–molas que fazem do percurso daquela via um extenuante martírio.
Hunaldo, o proprietário de um bar e restaurante que funciona noite e dia em Monte Alegre, disse ao ex-deputado Jorge Araujo, que o número de caminhões que ali costumavam parar, tem diminuído muito ultimamente, e os motoristas reclamando de tanto quebra-molas, e buscando outros caminhos.
Manoel Foguete, o maior empresário do turismo de Sergipe, com áreas de lazer em Canindé do São Francisco, Poço Redondo, e Piranhas, onde inaugura breve um hotel com 150 apartamentos, diz, que para ele, a maior contribuição do governador Belivaldo ao turismo na região dos Cânions, será a retirada completa dos trambolhos de cimento que atrasam o percurso, causam indignação nos turistas e encarecem a viagem pelo maior consumo de combustível.
A mesma euforia é manifestada pelas pessoas que se deslocam frequentemente, pelo que, se espera, seja a ex-rodovia dos quebra-molas.
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ROUPA SUJA SE LAVA EM CASA
Diante de embaixadores estrangeiros, Bolsonaro tenta desmoralizar o sistema eleitoral brasileiro, um dos mais eficientes do mundo.
Não há palavras elegantes para classificar a reunião do presidente Bolsonaro com embaixadores do que ele resolveu denominar “ocidente democrático”. No ocidente democrático, até com maior amplitude do que os países que ele reuniu, nenhum presidente faria uma reunião com embaixadores estrangeiros para tratar de assuntos de natureza interna, a não ser que fossem, de fato, problemas que viessem a afetar as relações internacionais, e isso, sem desmerecer autoridades do país, nem levar, inconvenientemente, um general Ministro da Defesa, para corroborar um discurso polêmico e deselegante, sobre o sistema eleitoral. Além desse constrangimento causado aos diplomatas, ciosos da forma como devem operar os Três Poderes, tiveram os presentes, de ouvirem, calados, um lenga-lenga próprio de dirigentes autoritários de países democraticamente desqualificados, tipo Venezuela, Nicarágua, Cuba e tantos outros.
Não houve novidades além da teoria conspiratória, infelizmente levada a sério por altas patentes militares, às quais o presidente desejaria entregar-lhes a tarefa imprópria de fiscais eleitorais.
Os ataques rasteiros feitos a integrantes do Poder Judiciário brasileiro, causaram assombro entre os diplomatas, que dali saíram imaginando terem sido utilizados para acolitarem um presidente autoritário, temendo o julgamento popular, e querendo “melar” as eleições, um desserviço ao seu próprio país; um atentado aos bons costumes institucionais, e, além de tudo, uma demonstração de mesquinharia e primarismo, feita pela maior autoridade brasileira, que, aliás, elegeu-se democraticamente, tanto ele, como os seus filhos, com a utilização das mesmas urnas eletrônicas, acusadas agora como peças de uma fraude.
E onde está a fraude?
Pode ser que a fraude esteja, exatamente, no presidente que prometeu elevar a condição institucional, e moral até, deste país, que ele mesmo, agora, expõe ao sarcasmo internacional.
Será que ele, assim, “lavando roupa suja” para um público estrangeiro, tem consciência do que seria mesmo uma “Pátria Amada Brasil”, que ele tanto repete?
Diz a sabedoria popular: “Roupa Suja se Lava em Casa”
E quando merece ser lavada........