O deputado Laércio Oliveira fez durante esta campanha um roteiro mais abrangente, indo além do foco principal da sua estratégia de garimpagem de votos, antes concentrada com maior intensidade em outras regiões. Os candidatos a cargos proporcionais escolhem áreas onde agem com maior intensidade, e o sertão fica mais distante, tem menor densidade de eleitores.
Claro, Laércio conhece cada município sergipano, tem uma visão atualizada da realidade social e econômica de cada região, mas, nessas idas a Canindé, Poço Redondo, os mais distantes, observou mais detidamente os efeitos de uma longa estiagem que durou cinco anos, teve o refresco de alguma água ano passado e, neste ano, sente outra vez a agoniada carência de chuva, que alcança assim sete anos com um tímido intervalo.
Tendo o apoio do Frei Enoque em Poço Redondo, é óbvio que Laércio tem ouvido um desfilar de carências sociais. Frei Enoque permanece sendo um porta voz altivo do sertanejo castigado pelas adversidades.
Laércio caminhou mais, atravessou caatingas e foi ver de perto barragens em Poço Redondo, para as quais no governo de Jackson foram feitos projetos de recuperação que tinham recursos prometidos no Ministério da Integração e lá ficaram até hoje engavetados.
Chegou adiante, e em Canindé visitou a portentosa barragem do Cuiabá. É uma impressionante obra de engenharia executada no começo do século passado. Foi projetada e construída pelo grande proprietário de terras coronel Porfirio de Britto.
Ele aproveitou a bacia circundada por serranias por onde desciam as chuvas (a chama, como se fala no sertão) e criou um extenso lago. A muralha espessa e extensa é toda de pedra com argamassa lá mesmo produzida, (não havia cimento) e tem uma particularidade moderna: uma descarga de fundo que evita a salinização. Há vinte anos uma grande cheia rompeu uma parte da barragem, algo em torno de uns 40 metros, e desde então não há mais grande acúmulo de água. A barragem pela primeira vez em mais de um século agora está completamente seca.
Há um projeto pronto pelo qual se empenhou Belivaldo, mas, outra vez, faltaram as prometidas verbas federais. A recuperação daquela barragem, que também alimentava uma parte da população de Canindé com a fartura de peixes, ficaria em torno de uns dois milhões. Quando pronta garantirá água suficiente para fazer crescer os rebanhos dos assentados no povoado Cuiabá.
Laércio garantiu que voltará após a eleição, e, se reeleito, concentrará a partir de agora suas atenções para o semiárido, onde seu tino de empresário detectou também largas possibilidades de geração de emprego e renda, com a expansão da pecuária leiteira.
Um projeto de melhoria genética do rebanho está em andamento, tocado pela Emater e BANESE. A agrônoma Izildinha, que acompanha o processo de inseminação, assegura que até meados de outubro já estarão inseminadas 500 matrizes.
Laércio constatou que há necessidade de mais recursos para dinamizar o projeto e abranger todos os produtores com até dez vacas leiteiras.