O POÇO SEM FUNDO DO FUNDO PARTIDÁRIO
É impossível esperar que haja decência, correção em um quadro político que se vem deteriorando e, a tal ponto, que deu lugar ao surgimento de partidos, contados às dezenas. São mais de trinta. Desses, mais da metade é criação de picaretas que se acumpliciam, atraídos pelas “facilidades” da política nada decente, em certos casos, tanto assemelhada aos valhacoutos onde se escondem bandidos de todos os matizes.
Desgraçadamente, a política brasileira, de tanto vaguear pelos espaços da transgressão, foi afastando os idealistas e dando lugar a refinados malandros. Um Parlamento como o nosso, onde, nas suas duas Casas, convivem livremente mais de duzentos capadócios de carteirinha, é a maior prova de que a dignidade, ali, cada vez mais se refugia em pequenos espaços, sufocada pelo poderio de uma ala sem vestígio de escrúpulos, que, pela prática ostensiva da chantagem, amplia influência e faz sentir o seu peso em todas as decisões, deixando sua marca em todos os escândalos. A máfia parlamentar gerou os mensalões, o petrolão, os doleiros e tudo onde estejam as digitais dos agentes públicos, adeptos, sem constrangimentos, do peculato amplo e irrestrito.
Assim, naturalizou-se a indecência. A coisa é tão grave, que, para o povo, política se tornou sinônimo de indignidade. Os políticos são, quase todos, colocados no fundo do poço e avaliados da pior forma possível.
Devastaram até os chamados fundos partidários, aquele volume não desprezível de dinheiro colocado à disposição dos partidos. Não se poderia esperar outra coisa, basta verificar que tipo de gente costuma apossar-se desses partidos e quantos deles têm “sucesso”, ou seja, enchem os bolsos e conquistam mandatos.
Para os males que assolam a vida pública brasileira, não há soluções a curto ou, nem mesmo, a médio prazo. Para problemas graves são exigidas soluções compatíveis com a dimensão do desacerto, contudo, a história nos mostra que a demonização pura e simples da política apenas abre caminho largo para os demagogos. Esses juntam a lábia ao porrete e entram em cena com a fantasia de salvadores, que é antiga e surrada, todavia, sempre há quem as retire dos armários, dando-lhes uma escovada de farsas, para que se tornem atraentes aos incautos, desatentos, ou simplórios.
CHÃO MOVEDIÇO DA POLÍTICA SERGIPANA
Até o dia em que se saiba quais foram mesmo os pré-candidatos que conseguiram ultrapassar a barreira da ficha limpa e registraram suas candidaturas, ninguém poderá fazer prognósticos, ou desenhar, com um mínimo de precisão, como ficará a linha de largada para o disputadíssimo páreo das urnas.
Os próprios concorrentes já começam a se dar conta de que embolou o meio de campo, isso, no momento exato em que o Supremo Tribunal Federal retirou de deputados e senadores o manto em que se abrigavam, que tem o nome de foro privilegiado, sem que se tenham atentado para a evidência de que todo privilégio é irmão gêmeo da injustiça. Por uma questão que não é de privilégio, mas de salutar equilíbrio institucional, só os chefes do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, do Senado, da Câmara Federal e do Ministério Público, no exercício das suas funções, caso sofram acusações ao seu oficio relacionadas, tenham o direito de ser julgados pelo STF. Os privilegiados pelo foro especial já foram, quase todos, devolvidos à origem dos seus deslizes, estados e municípios, onde juízes e tribunais já os condenaram antes, ou os condenarão agora. Há, também, o caso dos que estavam sem mandatos e, condenados, recorreram a instâncias superiores e os que subiram a elas depois de receberem o abrigo de um mandato. Cada caso é um caso, como se diz tão obviamente.
Mas o fato é que, como se diz, ainda de forma tão repetitiva e sem criatividade nenhuma: Há uma “espada de Dâmocles” sobre cabeças coroadas, todavia visadas, e, enquanto ela não descer de vez ou se mantiver suspensa apenas ameaçando, o quadro de indecisão persistirá. Em Sergipe a “espada” ameaça as cabeças dos pré-candidatos ao Senado, Rogério Carvalho, Heleno Silva e o deputado federal André Moura; dos pré-candidatos à reeleição, João Daniel, Adelson Barreto e do pré-candidato ao governo do estado, senador Eduardo Amorim. Sobre o caso desses políticos, disse um especialista em direito, que aquele com maior chance de escapar seria o senador Eduardo Amorim, deixando de referir-se ao ex-prefeito Heleno Silva, por desconhecer o teor de recente decisão que teria ocorrido.
ÓLEO SOBRE TELA “ESPADA DE DÂMOCLES”, 1812, DO PINTOR INGLÊS RICHARD WESTALL (1765-1836), SE ENCONTRA NO AUCKLAND MUSEUM, CHAPEL HILL, NORTH CAROLINA, USA.
APESAR DA CODEVASF O ARROZ VAI RESISTINDO
Sergipe é agora o segundo produtor de arroz do nordeste. Apesar da equivocada e ineficaz forma de gestão da empresa criada para cuidar do Vale do Velho Chico, os produtores da margem direita do trecho derradeiro antes do mar foram resistindo e a produtividade que alcançaram é das maiores no Brasil. Quanto à produção e a ascensão de Sergipe ao segundo lugar, a melhor explicação é o declínio da rizicultura em Alagoas, Bahia e Piauí. No conjunto da produção nordestina, as terras molhadas do Maranhão respondem por mais de oitenta por cento.
RIZICULTURA NO BAIXO SÃO FRANCISCO
CLEOMAR BRANDI E A SUA ORLA RENOVADA
CLEOMAR BRANDI
Foto: Jorge Henrique Oliveira
Ao por do sol da quinta-feira, 10, lá estavam, na Orla do Por do Sol jornalista Cleomar Brandi, tantas autoridades e o povo pelo meio. Aquela beira do Vasa Barris, onde fica a ponte Joel Silveira e, mais adiante, a foz alargada no encontro com o mar, merecia, sem dúvidas, um equipamento de lazer reunindo coisas de terra e coisas de mar.
Surgiram então pistas para caminhar, ou correr, patinar, deslizar em skates, também bares, restaurantes e mirante. Um mirante para ver o por de sol, o rio correndo, os barcos passando. Antes, ali pelo Mosqueiro, praia distante de Aracaju, quase inacessível por uma pista arenosa, vadeando um coqueiral extenso, lagoas e brejos, só havia canoas toscas de pescadores. Agora, há catamarãs, escunas, lanchas, a moçada faz stand up. Ou seja, a Orla virou atrativo local, onde também não faltam turistas e são gerados empregos, às centenas.
Faz uns seis anos, Edvaldo, pela segunda vez na Prefeitura (essa já é a terceira e, pelo visto, irá à quarta), resolveu dotar o Mosqueiro, exatamente, daquele equipamento, que consolidou a vocação turística. Àquela edificação, em privilegiada beira de rio, deram o nome sugestivo de Orla do Por do Sol, teve depois acrescentado o nome do jornalista Cleomar Brandi. É que ele morreu, os amigos, agoniados, queriam fazer-lhe uma homenagem e saiu então a denominação. Mas, naquela quinta, já escurecendo, familiares de Brandi, o irmão, quase um pai, o empresário e homem afavelmente amigueiro, Luiz Brandi, a sobrinha Renata, observavam que a placa assinalando a homenagem estava quase arrancada. Pois é, em pouco tempo a Orla deteriorou. Das passarelas arrancaram o madeirame, uma coisa lamentável a denunciar a pouca urbanidade de uma parte da nossa gente, tão carente de civilidade e civismo.
Daí, porque, naquele dia, se estava anunciando a reforma e expansão da Orla Cleomar Brandi, assim, o readequado espaço deveria ser chamado. O por de sol viria, por consequência, na divulgação turística. Também se poderia acrescentar, na placa, informações sobre Cleomar. Aquele baiano que por aqui chegou para encantar tanta gente, para enriquecer nossas letras com os seus textos maviosos sempre, tanto se engajados, tanto como poéticos, para espalhar fraterna luz de amor e vida; sim, ele merece ser recordado como um desses raros exemplos, em que a adversidade, a dor, o sofrimento, se transformam em celebração resiliente da beleza e da perenidade da vida, por mais exígua que ela esteja. Cleomar, na sua bravura de esperança e festa, fez da cadeira de rodas, um pedestal do herói armado com a força incomum do espírito.
Então, surgirá a nova Orla Cleomar Brandi. As obras eram anunciadas pelo governador Belivaldo, que a construirá; pelo ex-governador Jackson Barreto, que a projetou, pelo prefeito Edvaldo Nogueira, que a fez antes. Por lá, o ex-secretário do turismo Fábio Henrique, que lutou pelo projeto e, na ocasião, dizia a JB, que não deixaria de votar nele, como fora noticiado, naquele dia.
ASSINATURA DA ORDEM DE SERVIÇO PARA REFORMA DA ORLA CLEOMAR BRANDI NO MOSQUEIRO
Fotos: ASN
MUITA FARINHA PARA UM SACO MIUDINHO
Quando a delegada da Polícia Federal, Érika Mialik Marena, foi nomeada para ser superintendente em Sergipe, um jornalão paulistano viu, na transferência dela de Santa Catarina, onde estava, para Sergipe, estado pequenininho no empobrecido nordeste, uma espécie de castigo, após a repercussão negativa da prisão e posterior suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, fato no qual entidades de classe denunciaram a exacerbação que parecia fazer, do Brasil, um Estado policialesco, ainda mais porque o reitor fora, desnecessariamente, algemado. Mas na simplicidade que foi a posse da nova delegada, o delegado-chefe da PF, fez elogio e destacou a rara biografia da empossada.
A delegada Érika é elite da elite dos federais. Tem qualificações pra todo lado, inclusive em determinadas áreas estratégicas, hoje, tão marcantes nas bem sucedidas incursões que faz a PF, para ir ao QG dos corruptos. São aqueles que fazem, desgraçadamente, do Brasil, um Estado cleptocrático.
A delegada Érika não seria mandada para Sergipe, caso por aqui não houvesse um papel importante a desempenhar.
ÉRIKA MIALIK MARENA, SUPERINTENDENTE DA POLÍCIA FEDERAL DE SERGIPE
A NOITE OU A PENUMBRA DOS GENERAIS PRESIDENTES
Que todos os nossos generais-presidentes foram eticamente zelosos com os cofres públicos, disso não restam dúvidas, embora essa certeza não possa ser estendida a todos os seus comandados civis, principalmente, os que integraram as cúpulas dirigentes.
O problema é que, como escreveu James Mill num jocoso, quase epigrama, “Todos governantes, até segunda ordem, deveriam ser considerados uns patifes”. Mill, um liberal, quis dizer, com isso, que ao governante não deve faltar a crítica e, a ele, não deve ser conferido excesso de poder.
Quando ocorreram aqueles episódios, que a CIA agora traz à luz, havia, no Brasil, a censura férrea, que é a forma mais perfeitamente acabada do totalitarismo. Sem janelas para um mínimo de liberdade, o regime fechou-se em si mesmo e, como é sabido, o excesso de poder deforma quem o exerce.
O general Geisel era um luterano rigoroso, um militar brasileiro que assumia postura prussiana, o que, na acepção da palavra, condiz com um certo sentimento de honra, ou do cavalheirismo, que deve sobressair entre rivais combatentes. Admitir que ele ordenou, pessoalmente, de forma secreta, a execução sumária de presos políticos, ou seja, condenados pela ideia, torna-se um tanto contraditório, quando se sabe que foi exatamente Geisel, quem enfrentou e “manu militari” exonerou o seu Ministro do Exército Sílvio Frota, que passava panos quentes no assassinato do operário Fiel Filho, isso, depois da tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog, que motivara a exoneração do general D’Ávila Mello, comandante do II Exército, por determinação direta de Geisel e com a observação de que fatos daquela natureza não mais acontecessem.
Mas a CIA deve saber do que fala, porque seus agentes no Brasil estavam em todos os locais, inclusive nas cúpulas militares e nos altos estamentos do poder. Esses documentos secretos, agora revelados pelo governo americano após os cinquenta anos exigidos pela lei de segurança, ainda, por aqui, vão dar muito o que falar. De tudo isso, ressalta, todavia, o caráter sempre deformado de todo o poder que se sustenta sobre baionetas. Entre nós, aliás, sempre existiram solícitos “juristas”, tipo Chico Campos, Carlos Medeiros, Buzaid, que cumpriam o oficio fúnebre das instituições, abençoando em fraudes legalistas, o destempero do despotismo.
GENERAL ERNESTO GEISEL
O PULA PULA DE JONY, O DEPUTADO PANTANEIRO
O jovem deputado Jony Marcos é um pantaneiro de Mato Grosso do Sul. Veio a Sergipe, saindo da sua terra molhada e aqui, pelo semiárido, aclimatou-se tão bem que decidiu ficar e fazer política. Era Pastor da Igreja Universal e juntava o ofício de pastorear, com o de cuidar de ganhar votos. Juntou-se a Heleno, outro Pastor da mesma igreja, então deputado estadual. Jony não é um quadro despreparado. Requintou-se. Apreciador de um bom vinho gosta, também, de percorrer bons livros. Até cancelar a matrícula por indisponibilidade de tempo, era destacado aluno da Faculdade de Direito da UNIT. Quando concluir o curso surgirá, sem dúvidas, um bom advogado.
Eleito vereador de Aracaju, caracterizou-se por saber exigir do prefeito posições sempre mais espaçosas e, nisso, saiu na frente do seu padrinho político, o também pastor Heleno, que já conquistara uma liderança no sertão e, usando, com habilidade, o microfone de algumas emissoras, passava a imagem de defensor do povo sertanejo, isso colou. Jony reelegeu-se e, vidrado em política, sobretudo no que o poder pode oferecer, deu o pulo maior, quando tinha o sustentáculo de Heleno, então prefeito de Canindé. Elegeu-se deputado federal e agora está em fim de mandato, jogando tudo o que puder jogar, para assegurar a reeleição. Para deixar seu campo livre, convenceu Heleno de que ele deveria ser candidato ao Senado. Depois, tomou a iniciativa de abrir conversações com o deputado federal André Moura e o senador Amorim, preparando o terreno para a saída do governo, onde ocupava posições. Heleno o seguiu. Logo, consumou-se o anúncio da adesão ao grupo liderado por André Moura e anunciou-se a chapa para o senado: André Moura – Heleno Silva.
Heleno, um maratonista político, logo correu na frente. Em Itabaiana, ergueu, com as mãos, o braço um tanto tímido do senador Amorim, tendo ao lado o prefeito Francisquinho, que na mesma hora anunciou que nele também despejaria a cobiçada carga de votos que tem demonstrado controlar. Heleno saiu de Itabaiana acreditando mesmo na sua chance de eleger-se senador. Mas Jony fazia outras cogitações e avaliava melhor as suas chances pessoais na nova aliança que formavam.
O senador Valadares agiu rápido, ofertando de bandeja para Jony, o presente que ele mais queria: votos. Valadares desistia do Senado, concorrendo a deputado federal, e o seu filho deputado federal, ficando na cabeça da chapa como candidato ao governo, acomodando Heleno, como candidato único do grupo ao Senado, apesar das duas vagas em disputa. Jony verificou que, juntando-se ao projeto dos Valadares, ele teria a certeza da reeleição, porque herdaria os votos que o ex-governador certamente terá de sobra. Já Heleno irá encontrar um horizonte menos promissor e terá, mais rapidamente ainda, de sair em busca de um braço a levantar que lhe renda votos.
Já o senador Amorim tratou, constrangido, de esquecer o braço erguido com o suporte de Heleno, enquanto André, precavidamente, não se tendo juntado ao gesto eufórico, parece nada ter perdido.
Depois dessa reviravolta, parece que tanto para Heleno, como para Jony, ficam em dúvida os votos do ex-prefeito de Estância, o respeitado empresário e engenheiro Ivan Leite, que tem sua mulher como candidata à Assembleia Legislativa e, tanto como o marido, filiada ao PRB, o partido de Jony e Heleno. Ivan Leite já anunciou sua opção e deixou de comparecer a uma tardia reunião do PRB, por ter, antes, agendado acompanhar o governador Belivaldo, que visitava Estância, levando ações administrativas ao município.
EX-PREFEITO DE ESTÂNCIA, IVAN LEITE, E SUA ESPOSA VICE-PREFEITA E PRÉ-CANDIDATA A DEPUTADA ESTADUAL, ADRIANA LEITE (PRB), COMPROMETIDOS COM A PRÉ-CANDIDATURA DE BELIVALDO CHAGAS
AO LADO DO AEROPORTO, O MURO ESTÁ DESABANDO
Desmorona, por todo lado, o muro que separa o aeroporto Santa Maria de Aracaju. O desabar da periclitante edificação já se fez coisa concreta ao longo da Avenida Heráclito Rolemberg, o lado norte, onde o precaríssimo muramento serve, também, para revelar, melhor seria dizer denunciar, o desmazelo da administradora Infraero, um dos elos esfarelados da administração pública brasileira, contaminada pelo descuido, irresponsabilidade e a baixa qualificação de gestores retirados do bolso de políticos, sempre ansiosos por enchê-los.
Como consequência de tudo isso, caem os muros, os físicos e os virtuais, que deveriam estar a proteger uma coisa que se chamava vergonha.
HÁ UM MÊS DESABOU PARTE DO MURO NO FUNDO DO AEROPORTO SANTA MARIA, NA AV. HERÁCLITO ROLEMBERG
Foto: Portal Infonet
ESTÁCIO BAHIA, MILITANTE DA CULTURA, AUTOR PREMIADO
O professor, jornalista, acadêmico, economista, escritor, poeta e tantas coisas mais, Estácio Bahia, para não falar na sua disposição frequente de cultivar amizades e viver a comunhão da família, juntou dois louvores aos tantos que já recebeu, com poesias vencedoras de concursos, aqui em Sergipe, o Mário Jorge, da FUNCAJU, e, em São Paulo, o VIVARÁ, da Editora Brasileira.
ESTÁCIO BAHIA GUIMARÃES
LETRAS E CIÊNCIA, UMA BOA MISTURA
O presidente da Academia Sergipana de Letras, Anderson Nascimento, teve a boa ideia de juntar à ciência, também, as letras. Parece um enlace virtuoso, porque os cientistas, olhos postos na matéria, nas energias, nos fenômenos naturais e naqueles por eles produzidos, a bomba atômica é um desses e o mais deletério. Não há, contudo, fenômeno, reação química, alteração de forças, ou aproveitamento delas, que a ciência consiga fazer, sem depender da natureza, do universo que nos cerca. Com frieza, os homens, em Álamo Gordo, assistiram o clarão aterrador do primeiro petardo, que liberava a imensurável energia do átomo e, isso, prenunciava destruição e mortes em grande escala.
Todos os cientistas eram cérebros notáveis, todavia, mais apegados ao seu ofício específico e desatentos ao que era humano, profundamente humano, a dor, o sofrimento, o genocídio preparado nos laboratórios. Depois, muitos deles, espiritualizados pela leitura, a poesia, também a música, reencontraram em si mesmos o humanismo, que, temporariamente, haviam perdido. Daí, a importância da ciência caminhar ao lado das letras, do espírito, aquela coisa (como teria dito Aristóteles, ou Sócrates?) que até põe beleza na face humana. Vai daí, Anderson procurou o professor doutor José Heriberto Pinheiro Vieira, dirigente da FAPITEC para participar de um projeto unindo ciência e letras.
QUANDO A CIÊNCIA ESQUECE O QUE É HUMANO
O IMITADOR E A FACE AMORFA DE MICHEL
Queixam-se, os imitadores, da face amorfa do Michel Temer, da sua voz monocórdia, dos seus gestos desconexos e esquivos. Os imitadores se sentem desafiados a fazer riso, assumindo uma figura, que, de tão estranha, só lhes resta produzir caricaturas de traços vampirescos. Ainda não descobriram se Temer ri ou esboça um esgar trágico, que tanto pode resumir seu caráter, como o desastre moral que ele representa. A fala de Temer, até quando anuncia seus supostos sucessos, tem aquele timbre de mistério, desfaçatez, medo, cinismo, maquiavelismo.
Segundo os imitadores, é o costume das conversas degradadas com interlocutores parceiros das ocultas tratativas.
O vampiresco chega ao seu segundo ano de mandato e, nele, os humoristas imitadores não conseguiram encontrar, até agora, traços humanos, que expressassem alguma simpatia.
Também, o que esperar de engraçado em quem levou Geddel, Moreira, Jucá, Padilha, Loures, Yunes para ficarem ao seu lado? Conviver com essa turma transforma a voz em murmúrios e os gestos se fazem rápidos, as mãos revelam a pressa de quem afana. Dizem até os humoristas que, de tanto ouvir estressantes murmúrios no palácio onde vive, o cachorrinho de Marcela, a primeira dama, tentou aquele ato extremo: o suicídio nas águas do Lago Paranoá.
Já pensou o drama do cachorrinho ao acordar, vendo um vampiro estremunhando?
A REVISTA CUMBUCA E A CULTURA SERGIPANA
A revista Cumbuca, ideia do poeta acadêmico Amaral Cavalcanti, logo entusiasmando Déda, depois abençoada por Jackson, deve continuar com Belivaldo, que esta semana já recebeu o primeiro número editado no seu governo. Na Cumbuca está a expressão melhor da cultura sergipana. A revista é veículo que prestigia a inteligência.
O Conselheiro Carlos Pinna, que, aliás, tem um excelente ensaio sobre o Barão de Maruim publicado neste último número, conta o que ouviu sobre a Cumbuca numa recente visita que fez a Salvador. Lá, ele foi visitar um amigo, que é presidente da Associação Brasileira das Imprensas Oficiais. Segundo o dirigente da entidade, o Brasil tem hoje duas revistas publicadas pelos estados que se destacam das demais: uma, a Cumbuca, sergipana, outra, a Continente, pernambucana.
O jornalista Milton Alves, diretor industrial da SEGRASE, que imprime e edita a Cumbuca, recebeu mensagem de um velho amigo que reside no Paraná e há muito tempo não se comunicavam, dizendo-se encantado com a Cumbuca e colocando-a entre as melhores publicações culturais brasileiras.
O engenheiro e ex-prefeito de Carrapicho (o nome não deveria ter sido mudado quando se fez o município, polo do melhor artesanato em barro sergipano), Ricardo Roriz, agora diretor presidente da SEGRASE, é um entusiasmado com a edição de livros sergipanos e, cada vez mais, dedica-se a aperfeiçoar o aspecto gráfico da revista. Roriz entregou semana passada um lote da Cumbuca, que Belivaldo quer enviar, diretamente, a personalidades do mundo cultural brasileiro.
EDIÇÕES DA REVISTA CUMBUCA.
CONVITES:
CONVITE PARA A PREMIAÇÃO DO I CONCURSO LITERÁRIO E LANÇAMENTO DA I ANTOLOGIA LITERÁRIA DE CONTO, CRÔNICA, CORDEL E POESIA DA CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO.
CONVITE PARA A 4a. EXPOSIÇÃO “13 NOITES COM ANTÔNIO”.
CONVITE PARA A APRESENTAÇÃO DO TRABALHO EDITORIAL “AJUSTANDO AS VELAS - COMO SUPERAR-SE NA CRISE”, QUE ACONTECERÁ NO DIA 17/05, ÀS 18h30 NA LIVRARIA ESCARIZ DA AV. JORGE AMADO, NO GARCIA.