O cenário do segundo turno se refletirá na composição política do governo.
Na primeira entrevista, logo após confirmada a vitória de Fábio Mitidieri no segundo turno de uma frenética eleição, o governador Belivaldo Chagas, um dos fatores essenciais para que houvesse a comemoração, sintetizou metaforicamente o insucesso de adversário, senador Rogério Carvalho: “Ele sustentou-se na bengala de Lula”.
Na frase, a sutil chacota, ou verrina, que disfarçava mal a mágoa de Belivaldo em relação a Lula, de quem, numa reunião que tiveram em São Paulo, ouviu sobre Rogério palavras que, por uma questão ética, reserva-se a revela-las apenas, a um pequeno e discreto grupo de amigos.
Por isso, a “bengala” lhe pareceu incoerente e inoportuna, pois, afinal, um candidato tão depreciado pelo “bengaleiro”, não deveria ser apresentado, sem ressalvas, a um povo que a ele, Lula, deu duas repetidas e expressivas vitórias no primeiro e segundo turnos. Um povo que nele confiou, e ficaria decepcionado se soubesse qual o seu conceito pessoal a respeito da “bengala", servindo de adjutório indispensável, exatamente para quem não merecia a sua própria confiança.
Vejamos os fatores essenciais que permitiram, não só neutralizar aquele objeto, ou semi-prótese, ao qual os idosos recorrem quando lhes vão faltando as pernas, e que, no caso de Lula, ele nem teria precisado em Sergipe,
no segundo turno, para cravar uma diferença de 441 mil votos sobre Bolsonaro, havendo uma perda de apenas 19 mil votos, enquanto Rogério registrou uma média aproximada de 300 mil votos a menos do que Lula nos dois turnos.
Observando-se que no primeiro turno o vencedor teria sido Valmir de Francisquinho, com mais de 450 mil votos que foram anulados pela Justiça, e não lhe dariam a vitória, mas, disputaria com Rogério, e que, no segundo, para surpresa ou estupefação geral Valmir, bolsonarista, com sua candidatura cassada, juntou-se ao Rogério Lulista, apoiador do Orçamento Secreto, então, o que houve foi mesmo um enorme sentimento de repulsa à desastrada aliança que fora feita, saindo dela dois grandes derrotados: Francisquinho, que em Itabaiana conseguiu dar vitória a Rogério, apenas por magérrimos 500 votos, e no resto do estado não demonstrou um mínimo que fosse de capacidade para transferir votos; e o segundo perdedor, o próprio Rogério, equivocado redondamente em relação à disposição que teriam os bolsonaristas, principalmente os de Itabaiana, mais numerosos, de juntarem-se à sua “bengala", que ele, por oportunismo, iria escondê-la, em várias ocasiões.
Assim, a “bengala” não funcionou por dois motivos: a rejeição de Rogério, que ampliou-se excepcionalmente, e a capacidade de aglutinação politica que revelou o candidato Mitidieri.
Houve estratégias fundamentais, tanto para neutralizar a “bengala”, como para escancarar e desmoralizar o absurdo da aliança, “petista-bolsonarista”, que Rogério, açodado em tudo, inclusive nos seus delírios de poder, imaginou equivocadamente, que lhe garantiria uma vitória ampliada.
Rogério perdeu maciçamente os votos encaminhados antes para Francisquinho, em grande parte de bolsonaristas radicais, e outros, apenas antipetistas. Também desgastou-se visivelmente com a “bengala”, na qual, por deficiências suas, não conseguiu amparar-se, ainda mais, quando, para muitos dos seus companheiros de partido, a “bengala” careceria das provas de que Rogério seria a sua melhor ou única opção em Sergipe.
No segundo turno Fábio recebeu adesões importantes, como a do senador Alessandro e da delegada Daniele, candidatos majoritários derrotados no primeiro, enquanto a apatia de primeiro turno sempre registrada, transformou -se em empenho, principalmente dos prefeitos à cata de votos, após a eleição ou à derrota dos seus candidatos ao Legislativo.
Quais aqueles que estiveram na linha de frente do segundo embate?
O candidato, Fábio e o seu vice Zezinho Sobral, é lógico, e a pavimentação do caminho, feita pelo governador Belivaldo; pelo Prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira; pelo senador eleito, Laércio Oliveira, que alinhou o bolsonarismo e influenciou Igrejas Evangélicas; o ex-deputado André Moura, coordenador do segundo turno da campanha, corrigindo a apatia registrada no primeiro, e injetando ânimo; e a transformação ocorrida no comportamento dos prefeitos, a começar pelo mais vistoso portador de votos, o padre Inaldo de Nossa Senhora do Socorro; também o presidente da Assembleia Luciano Bispo, cuja habilidade se faz imprescindível nas campanhas majoritárias; e mais a soma razoável de votos trazidos pelos deputados federais, eleitos ou derrotados, como no caso de Heleno Silva, e da mesma forma os estaduais.
Há, nos bastidores, uma figura discreta e essencial, a do médico, ex-deputado e empresário Luiz Mitidieri. Habilidoso, e com experiência suficiente para avaliar e interpretar situações políticas. Ele foi, após o colapso no primeiro turno, conselheiro presente e decisivo na campanha, e será um conselheiro do qual, no governo, o filho Fábio não estará distante.
O quadro político-partidário do segundo turno, será refletido, diretamente, na composição do governo que Mitidieri deverá formatar e anunciar quando dezembro vier.
INFORME PUBLICITÁRIO
Mais de R$ 1,5 bilhão foram investidos na reativação de grandes indústrias em Sergipe
A política de fortalecimento do desenvolvimento econômico no Governo do Estado de Sergipe, ao longo dos últimos anos, esteve voltada para atração de empresas e também para a reativação e expansão de plantas industriais já instaladas. Os frutos deste trabalho já podem ser vistos e são ainda mais relevantes se calculado o montante investido pelas indústrias que foram reativadas em Sergipe entre 2019 e 2022.
Ao todo, R$ 1,5 bilhão foram ou ainda estão sendo investidos na recuperação das plantas, o que representa mais recursos circulando no estado, e também mais emprego para a população. Neste contexto, entre as empresas que foram reativadas e que hoje prestam um importante serviço para Sergipe e também para o país, está a Fábrica de Fertilizantes de Sergipe (FAFEN), hibernada pela Petrobras e reativada pelo grupo Unigel. Desde a hibernação da unidade, em 2019, até sua reativação, em 2021, o Governo do Estado, por meio da Sedetec, esteve próximo em todas as tratativas. Atualmente, a Unigel é a maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do Brasil e a unidade sergipana conta com a capacidade de produção de 650 mil toneladas de uréia e 450 mil toneladas de amônia. Para retomada da unidade, o grupo investiu cerca de R$ 316 milhões.
Ainda no projeto de retomada, em abril de 2022, o Grupo Unigel e o Governo de Sergipe assinaram um protocolo de intenções voltado à retomada da produção da planta de sulfato de amônio localizada na Unigel Agro SE, com previsão para o primeiro semestre de 2023. A unidade de sulfato de amônio encontra-se hibernada desde julho de 2017. Sua capacidade de produção é da ordem de 300 mil toneladas por ano. Para reativar a planta, estima-se um investimento em torno de R$ 30 milhões.
Outro exemplo de empresa que está investindo na reativação de polos industriais em Sergipe é a Carmo Energy, que arrendou o Polo Carmópolis, e aguarda transferência por parte da Petrobras para iniciar a operação. A expectativa do grupo é chegar aos níveis produzidos em 2012, ou seja, uma produção acima de 25 mil barris. Ao todo, a Carmo Energy deve investir, nos próximos 10 anos, R$ 640 milhões em inovação tecnológica e social em Sergipe.
Vidros e cerâmica
Outro grupo que chegou a Sergipe para reativar uma planta já existente e que vem se desenvolvendo ano a ano é o Vidroporto. A empresa chegou ao estado em 2019, após a aquisição da Indústria Vidreira do Nordeste (IVN), localizada em Estância, e reativou a empresa após um longo período paralisada. Atualmente, com apoio do Governo do Estado, a indústria mantém três linhas de produção ativas e mais de 260 empregos diretos. O valor do investimento foi mantido pela empresa.
A lista de empreendimentos que tiveram sua retomada iniciada nos últimos anos em solo sergipano só aumenta. A Cerâmica Capri LTDA, que assina a marca Ravello Pisos e Revestimentos, é mais um exemplo. Em outubro de 2021 a empresa iniciou as vendas de cerâmicas produzidas na antiga planta da Escurial, que estava paralisada desde maio de 2018. A reativação da planta empregou em torno de 90 colaboradores diretos, além de 150 indiretos, número que deve aumentar após a entrada em funcionamento de uma terceira linha de produção. O investimento para reativação girou em torno de R$ 5 milhões para aquisição e modernização de equipamentos, além de recursos para retomada.
PSDI
Mais recentemente, a Sabe Alimentos, outra empresa que também havia paralisado a produção, anunciou a retomada por meio da aquisição de sua planta pela empresa capixaba Laticínios Damare. A expectativa é que sejam gerados de 200 a 250 empregos diretos após a fábrica entrar 100% em funcionamento. O investimento na aquisição da planta não foi R$ 100 milhões.
Outra retomada muito positiva para o Estado é a da antiga fábrica de cimentos Nassau, que foi arrematada pelo grupo Polimix. Ao todo serão investidos R$ 500 milhões na aquisição de ativos e na modernização total do parque industrial da antiga fábrica da Itaguassu Agro Industrial, que poderá gerar uma média de 1.500 empregos, entre diretos e indiretos.
Foto: Cerâmica Capri
Foto:Cimentos Nassau
Novas oportunidades para o Litoral Sul de Sergipe, com a Lei de Zoneamento Costeiro.
No dia 11 de fevereiro foi sancionada a Lei Nº 334/2021, que trata do Zoneamento Costeiro do Litoral Sul de Sergipe. Trata-se de um passo importante na direção do desenvolvimento socioeconômico do Estado, apontado pelo Plano de Desenvolvimento Sustentável de Sergipe.
De acordo com o texto, o Litoral Sul da Zona Costeira de Sergipe está restrito à faixa marinha que se estende até 12 milhas náuticas, assim como a faixa terrestre que inclui o trecho do rio Vaza-Barris até o Rio Real.
A lei abrange, primeiramente, os municípios de Itaporanga D'ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba, que dão início a uma economia baseada na sustentabilidade, uma vez que os recursos naturais são preservados e, ao
mesmo tempo, proporcionam mais geração de emprego e renda para o povo sergipano, com a chegada de novas empresas e empreendimentos que impulsionam o turismo.
Lei de Zoneamento Costeiro. Porque acreditamos em nosso futuro.
Assembleia Legislativa de Sergipe.