O FOGO E AS CINZAS DA NOSSA REPUTAÇÃO
Nossa imagem pelo mundo não anda lá muito boa. De fato a nossa reputação vai derretendo a cada dia que passa. Primeiro os calamitosos experimentos na área econômica da ex-presidente Dilma, depois o tumulto nas ruas, em seguida um processo de impeachment que deixou no ar incontáveis suspeitas. Já tínhamos a sucessão de escândalos e, em consequência deles, o possível colapso da PETROBRÁS e de várias outras empresas, entre elas, as grandes construtoras com sólida imagem internacional. Imaginou-se, até, e de certa forma houve, um retemperar de um mínimo de credibilidade em virtude do novo governo que chegava, por via transversa, é verdade, mas, afinal, tratava-se de um político experiente, um professor de Direito Constitucional e, isso, de alguma maneira disfarçava a ideia de que seria ele apenas um farsante corrupto, cercado de uma quadrilha faminta e sedenta de poder.
Temer transmitiu boa sinalização ao mercado, obedeceu à exigência de colocar nos postos chave gente ungida pela FEBRABAN e prometeu fazer as tão ansiadas reformas, que seriam as pílulas azuis para as nossas decepcionantes impotências.
Meireles, o “guarda costas” do sistema financeiro, deixou no vazio a promessa de fazer o PIB brasileiro voltar a crescer três por cento ao ano e meteu-se na aventura proposta por Temer, tornando-se candidato sem ter conseguido, até agora, sair dos dois por cento, apesar de negar, de pés juntos, que é o candidato do malvisto presidente.
A imensa crise brasileira permanece insolúvel. E, então, espalham-se pelo país as cinzas tristes de um museu abandonado, que pegou fogo. A nossa reputação, como país responsável, vai perdendo mais uns pontinhos no ranking da civilização.
E surgem os indícios fortes das causas da nossa desdita.
Em primeiro lugar um presidente desacreditado, vaidosão e antiquado, que agora, debaixo de um terceiro pedido de investigação feito pela Polícia Federal, que devassou suas ligações tenebrosas, resolveu envolver-se, de forma abjeta, no processo eleitoral e isso lhe retira qualquer resto de condição moral para o trânsito delicado nesse período de graves conturbações.
Depois, existe a soma das nossas coletivas deficiências. Um diretor do Museu que acabou em cinzas, não assume culpas, transfere-as para todo mundo, menos para ele mesmo. Mas o Museu da Quinta da Boa Vista, uma rara preciosidade, um núcleo importante de pesquisas e um acervo monumental de raridades, não tinha licença dos Bombeiros para funcionar, não tinha, sequer, extintores em condições de serem acionados, não tinha vigilantes que pudessem dar o alerta em caso de fogo. Ou seja, era uma Casa abandonada pelos seus responsáveis diretos e indiretos. Era a soma fatal das nossas omissões como povo.
Já o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela, um energúmeno que considera a ciência como “coisa do diabo”, faz uma nota lamentando a perda do belo edifício onde viveram dom João VI, Pedro I e Pedro II. E só, nenhuma referência mais, enquanto pelo mundo todo surgem as manifestações de quem enxerga a importância da Instituição para as pesquisas científicas e para a cultura de um modo geral.
Não esperemos que, para espalhar as cinzas que agora nos recobrem, venha algum ensandecido que se diz “instrumento de Deus” e espalha odiosidade, preconceito e incultura.
As cinzas são nossas, resultam de uma omissão coletiva, permanecerão, enquanto continuarmos presos à ideia covarde de que somos apenas expectadores, ausentes de um palco que, coletivamente, poderíamos ocupar.
Existem agora as cinzas, porque deixamos, indiferentes, que o incêndio acontecesse e, até, sobre ele jogamos algum combustível.
CINZAS DO MUSEU, CINZAS DO BRASIL?
DE QUE VALE MESMO AGORA O VOTO POPULAR?
Longe de nós qualquer ideia ou viés de adesão aos arraigados vícios patrimonialistas, que sempre contaminaram a vida pública brasileira, e, aliás, se espraiam por toda a sociedade. Longe de nós qualquer forma de conivência com privilégios inconcebíveis, tais como o foro privilegiado e outros.
Dito isso, abre-se um campo bem vasto para o debate sobre o chamado ativismo do MP e da Justiça, agora mais concentrado na Justiça Eleitoral, em face da proximidade das eleições. Adotou-se a prática corriqueira da cassação de mandatos, ou cassação de candidaturas, e isso se faz, algumas vezes, em decorrência de erros formais, de deslizes miúdos que a nossa mastodôntica burocracia costuma levar aos últimos limites.
O pior de tudo é que, enquanto alguns vão sendo atormentados com a imagem pesadamente afetada em face de denúncias, outros vão passando incólumes, embora sejamos todos concordes com a repetida afirmação do ex-governador Albano Franco: “Sergipe é pequeno e aqui todos se conhecem muito bem”.
Sejamos breve, para não ter de percorrer denúncias, como essa oportunisticamente feita pelo “inovador” PSB contra o governador Belivaldo, rapidamente corrigida pela Justiça; ou antiga pendenga que atormentou, por tanto tempo, a vida do deputado Luciano Bispo, presidente da Assembleia, e, agora, finalmente desfeita, entre outras miudezas que foram superadas ou ainda persistem. Isso, enquanto nos sobrevoa aquele helicóptero amarelo, onde tantos se acomodam em ambiente de tanta cumplicidade.
Em Poço Redondo correm sério risco de perder seus mandatos o advogado Júnior Chagas e o vice, o empresário Manoel da Farmácia. Júnior fixou-se em Poço logo após formado e ali começou a advogar. De uma família de pequenos produtores rurais em Carira, ele lida também com suas “roças de milho”. Faz tempo tem um caminhão-pipa que enche as cisternas de moradores distantes. Tem, por isso, o hábito de listar as suas despesas com os combustíveis.
Venceu a eleição com uma diferença superior a mil votos e teve como oponentes todas as maiores lideranças do município. Faz uma gestão equilibrada e se revela um administrador presente.
Se a chapa for cassada, assumirá interinamente a Prefeitura o presidente da Câmara, Neném de Gregório, um político de pouca expressão do povoado de Santa Rosa do Ermírio. É apenas precariamente alfabetizado e assumiria num delicado período eleitoral, sendo declaradamente cabo eleitoral do senador Valadares, que, como se sabe, é candidato á reeleição e seu filho candidato ao governo do estado.
Teríamos, então, uma ocasião absolutamente inoportuna para tumultuar a vida administrativa de um município paupérrimo, atulhado de desempregados, que enfrenta uma grave estiagem, que já chega aos seis anos e, tudo indica, irá agravar-se ainda mais.
O “crime” cometido por Júnior quando candidato: Ele contabilizou, no mês de setembro anterior à eleição, gastos de vinte e cinco mil reais em combustíveis, superiores à média dos demais meses.
Uma multa ou advertência formal não seriam os castigos mais apropriados para tais faltas?
E de que valem então os votos, a expressiva maioria de mais de mil sobre o mais próximo concorrente?
Um mandato popular pode, por da cá aquela palha, ser desconstruído?
Pegamos o vício da “pedalada fiscal”, aquela farsa que derrubou a incompetente Dilma, e está difícil nos livrarmos dele.
Enquanto isso, Michel Temer e seus comparsas...................
VOTO AINDA VALE?
HAJA COQUEIRAIS PARA SUSTENTAR O CONSUMO
Semana passada, comentamos aqui o exponencial acréscimo no consumo do chamado coco verde, do qual se usa, principalmente, a água e a polpa, que é saborosa quanto mais macia e cremosa for, antes de adquirir a consistência que tem no coco seco, que serve, basicamente, para a produção do óleo.
Chamamos a atenção para o enorme desperdício que se faz quando o resto do coco, ou seja, quase toda a volumosa amêndoa, é jogado fora, simplesmente no lixo. Sugeríamos, então, o aproveitamento industrial do coco que, triturado, poderia se transformar em adubo e isso geraria empregos e renda. Acrescentávamos que a própria Prefeitura de Aracaju, juntamente com o SEBRAE, poderia tomar a iniciativa de atrair investidores, demonstrando-se a viabilidade do projeto, ou formando uma cooperativa com pessoas recrutadas entre tantos desempregados que existem.
Dois dias depois, com muita rapidez e presteza, o que demonstra competência, o diretor-presidente da EMSURB, o advogado Luiz Roberto Santana, apresentava um completo relatório sobre o consumo do coco em Aracaju, demonstrando que a industrialização do bagaço é imprescindível.
As cifras reveladas são impressionantes.
São coletadas, por semana, mais de cento e noventa toneladas de coco, num total de quase dois mil tonéis recolhidos por toda a cidade. O relatório é bastante minucioso e detalha cada ponto de venda nos bairros da cidade, especificando a quantidade de frutos vendidos em cada local. Segundo o documento da EMSURB, o volume recolhido vai direto para o lixo, sem nenhum aproveitamento, e uma parte descartada pelos próprios consumidores.
Recebemos várias manifestações sobre o caso do desperdício do coco e, dessas, transcrevemos duas provenientes de dois agrônomos, que têm serviços prestados a Sergipe na área específica da sua profissão e em outros setores.
O que disse o agrônomo José Dias: “Tantos gritos pelos cuidados com o meio ambiente e a gente assiste, diariamente, toneladas e mais toneladas dessa matéria prima serem descartadas nos lixões e, tantas vezes, carregadas pelas águas pluviais, nos trazendo transtornos incalculáveis, esgotos entupidos, canais obstruídos, trazendo enormes dificuldades para todos nós. Mesmo atrasado, ainda há tempo para que as forças públicas incentivem e ponham em prática um excelente aproveitamento dessa matéria prima. Já pensou, pequenas empresas transformando ‘lixo’ em adubo orgânico?”
Vale a pena criar um debate.
O que disse Paulo Viana: “A matéria sobre o coco é bem oportuna e fácil de ser viabilizada, sobretudo neste momento que Aracaju tem dezenas de pontos de revenda, inclusive a preços acessíveis. Há diversos tipos de equipamentos simples, produzidos aqui no nordeste, para transformar a casca em fibras. Em Petrolina, as indústrias comercializam as fibras para os plantadores de uva, principalmente”.
LUIZ ROBERTO, UMA PROVA DE COMPETÊNCIA
UM ÊXITO NA EDUCAÇÃO, O SINTESE SENDO DERROTADO
Não se pode falar em avanço na educação em Sergipe, enquanto prevalecer, no sistema de ensino, a influência demolidora de um sindicato de professores, que não representa a maioria da classe, mas consegue impor suas ideias e suas práticas ideológicas e corporativas, que podem servir para tudo, inclusive eleger e reeleger a deputada Ana Lúcia, enquanto as escolas ficavam paralisadas, algumas vezes por quase a metade do ano letivo.
O SINTESE, os seus dirigentes, que, aliás, não prestam contas publicamente da dinheirama gorda que recebem, são profetas do caos e do atraso. Apegam-se às ideias que o mundo moderno, há muito, já sepultou. Insistem em que a Educação não deve formar quadros capacitados para “serem explorados pelo sistema capitalista”. Mas não dizem como, os alunos que estão em escolas públicas, poderão viver, exatamente no sistema capitalista, sendo aparelhados pelos professores sintesistas, para que se tornem “esclarecidos quadros, na luta pela transformação das estruturas”.
Resumindo: que eles sejam militantes, apoiadores das greves ininterruptas nas escolas onde estudam, enquanto o “novo mundo não chega” e se preparem para ser cabos eleitorais de Ana Lúcia, exatamente para que ela se eleja, reeleja, sendo deputada e gozando de todos os privilégios do sistema capitalista.
Assim, a escola pública em Sergipe foi ao fundo do poço. Sucessivos governadores reagiram, e sucessivos governadores e secretários da educação foram figurar nos vistosos outdoors espalhados pela cidade, apontados como inimigos do povo.
Marcelo Déda, eleito pelo PT e sendo, na época, o SINTESE uma ala muito influente no partido, era um homem culto, moderno e atualizado com o mundo, guardava restrições, mas não podia, de imediato, bater de frente com uma base de apoio, embora falsa e perniciosa, tendo, ao mesmo tempo, de enfrentar a oposição dura e organizada contra ele. Fez de Ana Lúcia Secretária e o desastre aprofundou-se.
Foi buscar, na Universidade, a lucidez e o conhecimento técnico do professor José Lima, um qualificado ex-Reitor. O SINTESE triturou José Lima. Uma lâmpada queimada numa sala de aula era motivo para a greve. Sacrificaram períodos letivos inteiros, depois surgia a farsa de uma recuperação, que de fato não era feita. Déda convocou Belivaldo, ele, como Secretário, conseguiu, a muito custo, evitar as greves, restabelecer o rendimento nas escolas.
O SINTESE então, no auge da revolta, antecipou a morte de Déda, simulando o seu enterro, quando ele já era um paciente terminal. Ana Lúcia e seus sequazes ajudaram a carregar o féretro.
Jackson assumiu, buscou dialogar com o SINTESE e, deles, ouviu que diálogo só existiria se fosse exonerado o professor Jorge Carvalho. Começou então o enfrentamento com o SINTESE, a oportunidade para entrarem novas ideias nas escolas e, enquanto o ambiente ia sendo arejado, a curva descendente da educação em Sergipe foi revertida, na mesma proporção em que o SINTESE era enxotado.
Enquanto isso, usando desbragadamente os recursos que o estado todos os meses lhes repassava, inclusive com descontos que eram obrigatórios nos salários dos professores, os dirigentes do SINTESE faziam um festival de outdoors em Aracaju e no interior, demolindo Jackson e o seu Secretário, Jorge Carvalho.
Agora, chega a boa novidade revelada pelo Ministério da Educação, de que Sergipe reverteu a queda da qualidade no ensino em anos sucessivos, desde que foi implantado o sistema de avaliação do IDEB, e houve uma evolução nos últimos anos. Sergipe saiu da última posição, avançou quatro pontos e, hoje, está no vigésimo terceiro lugar entre os 27 estados. O avanço no ensino do português e da matemática em Sergipe, junto com outros fatores, é considerado, pelo MEC, como um fato relevante.
O secretário da educação, professor Josué Passos Subrinho, também doutor em educação, como Jorge, e um homem sensato, considera que essa escalada de posições tende a crescer, enquanto o governador Belivaldo Chagas mantém a firme posição de livrar o ensino sergipano dos tentáculos do polvo antiquado, que se chama SINTESE, para que assim, efetivamente, a Escola Publica possa ser defendida, valorizada, e os pais tenham a certeza de que, nelas, os seus filhos poderão ter anos literalmente letivos, e não dias de tumultos e greves.
A AGONIA DO JACARÉ-CURITUBA, PRODUTORES JÁ SEM ESPERANÇA
O perímetro irrigado Jacaré-Curituba sobrevive, isso, graças à teimosia dos agricultores que nele estão assentados. Houve tempo em que existiam os problemas, mas eram menos difíceis as soluções. Agora os problemas se acumulam na mesma proporção das promessas feitas e não cumpridas.
Os canais do perímetro estão secos, só uma bomba está funcionando e os mais de 400 produtores reduziram à metade suas áreas de cultivo. A CODEVASF finge apenas que administra o perímetro, enquanto se mantem a dúvida sobre quem deveria, efetivamente, gerenciá-lo, o INCRA ou a CODEVASF, dois setores estatais que se alinham entre os mais incompetentes e afetados pela politicalha, que faz sumir o interesse público.
Sem gerenciamento, carente de quem assuma responsabilidades diante da crise enfrentada, o destino do Jacaré-Curituba será o de juntar-se como mais uma das obras malfeitas e abandonadas pela CODEVASF. Para aonde foram as anunciadas verbas pouco se sabe, além de uma modesta obra de encanamento no sistema de irrigação do projeto Betume, aquele, onde se faz uma sacrificada rizicultura, sustentada por investimentos que, se dessem efetivamente retorno ao capital empregado, teriam de produzir grãos que, em vez de casca, fossem folheados a ouro.
O problema não resulta apenas do colapso nunca resolvido do sistema de bombeamento. Ao longo do tempo, com a complacência, conivência ou omissão da CODEVASF, foram sendo instalados “gatos” ao longo do canal, que transporta, por aproximadamente 30 quilômetros, a água captada no topo da barragem da hidrelétrica de Xingó e vai descendo, por gravidade, até o perímetro, instalado nos municípios de Poço Redondo e Canindé.
Esses “gatos”, ou seja, o vazamento clandestino em dezenas de pontos, enfraquecem a capacidade de fornecimento na ponta e, por isso, o grande lago do perímetro está hoje reduzido a menos de um terço da sua superfície original. Instalou-se, até, no meio do caminho, um novo assentamento, o Valmir Mota, onde existem, hoje, quase 200 famílias plantando e produzindo. E os “gatos” se multiplicam a cada dia.
O que a CODEVASF poderia fazer, se sobrasse algum resquício de responsabilidade naquele antro de farsas e enganações, seria elaborar um projeto visando racionalizar o consumo, ampliar o tempo de irrigação, reduzindo-se as perdas e os desperdícios, para que funcionassem os dois assentamentos, prioritariamente o Jacaré-Curituba, depois, o Valmir Mota.
No Jacaré-Curituba, os assentados, agora sem esperanças, não poupam críticas ao senador Valadares, ao deputado Valadares Filho e ao deputado André Moura, porque deles teriam ouvido promessas, que o governo Temer não transformou em ações efetivas.
SEM ÁGUA E SEM PROMESSAS CUMPRIDAS
A FACADA, DESASTRE PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA
A facada desferida no candidato Bolsonaro foi um dos momentos mais tristes da nossa democracia, que luta para se manter íntegra, num clima de odiosidade que vai pulverizando a razão e transformando o país numa arena de enfurecidos gladiadores.
Na nossa história, este momento que vivemos é um dos mais repletos de péssimos vaticínios. Precisamos readquirir, com urgência, o sentimento de que somos todos brasileiros e, em consequência de discordâncias políticas, não devemos nos estraçalhar, como se fossemos pitbulls envolvidos em torneios sangrentos.
A mão que manejou a faca criminosa é, certamente, a de um psicopata, que talvez tivesse aguçada a sua psicose em consequência, exatamente, da perda de valores essenciais à convivência, como o cultivo de uma cultura de entendimento e paz.
A solidariedade levada ao candidato por todas as correntes políticas, a manifestação das entidades que defendem os direitos humanos foi um contraponto civilizado ao que se assiste, desgraçadamente, nas redes sociais. O episódio triste, que nos envergonha diante do mundo e nos faz, até, envergonhados de nós mesmos, não pode servir como pretexto para vozes desarrazoadas, que chegam a festejar o crime, ou de outras que incentivam uma vingativa noite de São Bartolomeu no nosso, agora, infelicitado país.
Vale reproduzir a manifestação do sempre sensato e pacífico, hoje, vereador de São Paulo e candidato a Senador pelo PT, Eduardo Suplicy: “Gandhi e Martin Luther King, dois pacifistas, são os modelos que devemos seguir em tempos extremos como o nosso. Estou indignado com a facada que recebeu Jair, ainda que discorde das suas ideias, das suas provocações. Não podemos tomar do cálice da violência, do ódio, da vingança”.
A DOUTORA PATRÍCIA
A professora Patrícia Verônica Nunes Carvalho Sobral de Souza acrescenta mais um diamante ao seu colar vistoso de conquistas acadêmicas. Agora, é doutora em direito com nota dez, título conferido pela Universidade Federal da Bahia. A banca examinadora lhe deu a nota com distinção pela defesa da tese intitulada, “Termo de Ajustamento de Gestão, como Forma de Tutela de Direitos Sociais. O caso do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe”.
Quem não cabe em si de tanta satisfação é o marido, o conselheiro do TJ, Carlos Alberto Sobral de Souza.
A Academia de Letras de Sergipe, da qual Patrícia é imortal, expressou seu regozijo através de nota do presidente Anderson Nascimento.
PATRÍCIA, MAIS CONQUISTAS ACADÊMICAS
DOIS PRECLAROS CIDADÃOS
No mesmo dia faleceram em Aracaju o advogado Theobaldo Eloy e o economista Nilton Pedro.
Theobaldo, casado com professora Sônia Galrão, pai do ministro do TST Augusto Cezar e da Juíza de Direito Ana Bernadete, foi um dos que mais honraram a profissão, que exerceu com saber jurídico e sentimento ético. Antigo funcionário dos Correios, Theobaldo, caracterizava-se pela discrição, o comedimento e a prática constante da cidadania.
Nilton Pedro foi um professor e um pensador sobre o desenvolvimento de Sergipe. Sargento do exército, foi preso no Recife em 1964. Veio residir em Aracaju e integrou-se à equipe de luminares da economia, que o professor Aloísio de Campos reunia ao seu redor. Um dia chegou um ofício do comandante do 4º Exército, advertindo ao governador José Leite sobre a “periculosidade subversiva” do ex-sargento. Com a interferência de Aloísio de Campos e de mais alguns, que tão bem conheciam os serviços que Nilton Pedro prestava ao estado, o governador José Leite respondeu ao general, alinhando o currículo formado por Nilton Pedro em Sergipe e sua importância para o serviço público estadual. O general esqueceu o assunto e Nilton Pedro pôde, assim, continuar a sua carreira virtuosa de cidadão devotado ao bem comum.
NILTON PEDRO PENSOU SERGIPE