
NESTE BLOG
1) MITIDIERI E A ARTE DE TRICOTAR
2) A ANISTIA, O "POPCORNI" O AICECRIME" E OS CHEIRA-BUNDA DE DONALD TRUMP
3) SERTÃO, TEMPO DE ESPERA E O ALGO NOVO
4) LAGARTO JÁ SE CHAMOU A TERRA DOS PAPA-JACAS
5) O livro A Casa Lilás
MITIDIERI E A ARTE DE TRICOTAR
Mitidieri candidato a releição tendo ao lado André e Rogerio, pode ter definido o jogo.
O tricot é uma forma de costura, arte que exige muita destreza e paciência. Surgiu na França como o nome indica, e espalhou-se nos tempos em que Paris ainda era capital do mundo, ditava as artes, modas, os hábitos e comportamentos sofisticados.
Mais difícil do que o crochê, outra espécie de bordado, o tricot, utiliza novelos de lãs coloridas muito vistosas, e assim ganhou um número cada vez maior de tricoteiras, ou alguns poucos tricoteiros.
O vocabulário político costuma agregar frases ou palavras que raramente são lisonjeiras. Tais como: “Ah! Aquele deputado? É de fritar bolinho e fazer crochê, não resolve nada.”
A arte da política, de fato , assemelha-se a um caprichado bordado. E entre as modalidades do manejo de agulhas e linhas , o tricot melhor representaria a metáfora aplicada aos que gravitam na sedutora órbita do poder.
O governador Fábio Mitidieri começou um tanto atordoado, talvez, sob o impacto da derrota no primeiro turno, resultante, sobretudo, de uma péssima condução da campanha. Salvo no segundo turno, com a entrada em cena dos “três técnicos” que ajustaram a equipe, o médico Luiz Mitidieri, seu pai, o governador Belivaldo e o sempre poderoso André Moura. Fábio, eleito, procurou contentar seu grupo político e formou uma equipe composta quase toda por estreantes. No poder, alguns não conseguiram disfarçar o deslumbramento.
Agora, ao iniciar-se o terceiro ano do mandato Mitidieri revela-se um dos mais hábeis, entre todos os que “ tricotaram” entre os palácios Olímpio Campos e Augusto Franco.
“Tricotou “ tão bem, que vai a uma reeleição com a perspectiva de não ter um adversário para enfrentá-lo. Na “ tricotagem” que fez, a oposição restou envolvida nas suas teias, e parece conformadíssima em reeleger uns poucos deputados.
Na verdade, inexiste uma oposição real, ou minimamente atuante. Nunca, em nenhuma outra fase republicana em Sergipe os três poderes estiveram tão afinados. E a oposição tão amestrada.
E houve uma outra “ tricotagem “, esta, com a cuidadosa característica feminina de Sara Tarsila, a Secretária da Fazenda que ajudou a fazê-la.
Em termos de finanças e equilíbrio fiscal Sergipe navega com tranquilidade, isso resulta, em parte, do intenso trabalho de rearrumação feito pelo ex-governador Belivaldo Chagas, após o trauma dos atritos institucionais entre Sergipe e Brasília, durante o mesquinho governo Temer, que, só não tornou-se mais desastroso por ter havido a providencial interveniência do então líder do governo o deputado federal André Moura.
Sergipe tem crédito, capacidade de endividamento, e faz até agora o chamado “ dever de casa”.
Por outro lado, na equipe que começou um tanto acanhada, foram revelados excelentes talentos, com capacidade de criar , inovar, e traçar rumos ao futuro.
Fábio Mitidieri elabora a sua tecelagem tendo aos seus dedos e “agulhas” o controle de um fio essencial, que, se puxado, pode desfazer em instantes toda a peça cuidadosamente elaborada , e essa é uma característica vantajosa do seu específico tricot. E o trabalho meticuloso poderá recomeçar sem maiores atropelos.
Na prática, e sem metáforas, isso simplesmente significa dizer que ele tem, até agora, o controle completo do cenário político, e, a depender de circunstancias aleatórias poderá modificá-lo em sintonia única com o seu próprio projeto de poder.
Isso ficou muito bem explícito esta semana, quando foi desenhado o quadro para a sucessão, tendo Mitidieri ao centro, disputando a reeleição e, ao lado, como coadjuvantes mirando as duas vagas no Senado, o ex-deputado federal André Moura e o senador Rogério Carvalho em busca da reeleição. Esta é, sem dúvidas, a melhor chapa que poderia ser formada.
Mitidieri entendeu que ter na chapa um Alessandro Vieira tentando a reeleição, significaria um peso a carregar às costas. O senador condenou-se a exercer apenas o improvável mandato que conquistou, por mero acaso. No Senado , Alessandro decepcionou o bolsonarismo, que era a sua essência, e não conseguiu estabelecer laços firmes com outras áreas do espectro político. Assim, carente de carisma e com pouca disposição para ser afável, ou externar alguma simpatia, o senador preferiu ser o delegado ensimesmado, transitando no campo da política e sem vocação para assumir a condição de político.
A peça do tricot elaborado por Mitidieri permitiu-lhe transitar com desenvoltura em Brasília. Para isso, talvez se tenha inspirado em Kassab, o presidente do seu partido, exímio cultor do pragmatismo. Assim, Mitidieri cuidou sempre de deixar portas e janelas escancaradas ao entendimento.
Nada mais pragmático e ao mesmo tempo triplamente produtivo, do que a sua tentativa de reeleição ao lado de André e Rogério. Os dois somam, atraem votos de setores diferentes. Se souberem fazer esses votos convergirem para a mesma direção, a deles mesmos, e a de Mitidieri, tudo se tornará mais fácil.
Se os dois candidatos ao Senado no decorrer da campanha entenderem que os adversários são os outros , e cruzarem paritariamente os seus votos, a tarefa será facilitada.
Quanto a Mitidieri, se o seu tricot continuar sendo bordado com a mesma artesania, não haverá quem ameace a sua reeleição.
Mas, o tabuleiro onde se faz o jogo político não é composto apenas por acordos e alianças de cúpula. Há um outro, e aliás decisivo elemento: o eleitor. Este, que é o povo, a cada dia se mostra mais renitente em seguir lideranças tradicionais, e se torna avesso a crer, antes de ver, e quer, por isso, ouvir pouco e ver mais. Ou seja: a capacidade de prometer está esgotada. ( Continua no próximo )
LEIA MAIS
A ANISTIA, O “POPCORNI O AICECRIME” E OS CHEIRA- BUNDA DE DONALD TRUMP
Trump levando o mundo ao caos e Bolsonaro assassinando o inglês, perdido entre o "popcorni e o aicecrime".
O mundo anda de ponta cabeça. Desde Washington a Moscou, passando por Brasília, Caixa-Prego nos fundos da ilha de Itaparica, e Pedra Mole no agreste sergipano. A doideira é ampla geral e irrestrita.
Trump, revira os fundamentos do capitalismo, destrói em três meses o que os Estados Unidos levaram um século para consolidar, desde que, antes de colocarem máquinas a vapor dentro de navios, inventaram os clippers, barcos velozes à vela e neles rodaram o mundo levando, antes dos concorrentes as suas mercadorias, isso no século dezenove, enquanto a China entre o fim do século vinte e começo deste, também fez, com tecnologia de ponta e capacidade produtiva.
Trump festeja a nova era, que a The Economist, a respeitada revista que analisa a economia planetária, chamou de The Age of Chaos, facilmente traduzível para A Era do Caos.
E enquanto a quebradeira ameaça uma recessão, uma parte expressiva dos americanos, e aqui, até um ex-presidente e governadores de estados, aplaudem o ególatra, ou moderno Nero tocando sua lira e poetando enquanto “ Roma pega fogo”.
Em um palanque onde tinha a uivar em torno algo próximo a quarenta mil pessoas, Bolsonaro exercitava seu inglês assassinado,( aicecrimi popecorne) Michele condenava o Estado laico, uma das maiores conquistas da modernidade, e Malafaia chamava os generais brasileiros de frouxos e covardes, porque se negaram a apoiar o golpe. Em Washington, Trump comemorava o Dia da Libertação, ameaçava incorporar aos Estados Unidos o Canadá e a Groenlândia, e dizia que dezenas de chefes de Estado agora vinham cheirar a bunda dele, “They come smell my ass”, interessados em negociar a estupidez das taxações.( quanta elegância!!)
Trump utilizou-se do site oficial da Casa Branca para fazer propaganda explicita do seu fundo de investimento , depois de usar informações privilegiadas e provocar uma alta pontual nas Bolsas. Em tempos normais de temperatura e pressão, isso daria um impeachment.
Por aqui o zonzo- fascista deputado Rodrigo Valadares se torna “ jurista”, e num relatório ou diktat totalitário estabelece as normas para a anistia, a ser votada na Câmara dos Deputados.
Se aprovada esta anistia nos termos em que deseja o zonzo-fascista, a partir de então qualquer vagabundo que entrar num edificação pública ou numa residência particular e resolver quebrar tudo dentro, não deixando pedra sobre pedra, terá de ser automaticamente inocentado.
Será o caos institucionalizado, e abençoado por Malafaia e sequazes......
SERTÃO, TEMPO DE ESPERA E O ALGO NOVO QUE ACONTECE
Ezio Déda, escolhido por Machadinho, para modernizar Canindé.
“ O sertão é o tempo de espera”, esta frase de Guimarães Rosa foi usada pelo arquiteto-poeta Ézio Deda para ilustrar ou dar o tom ao trabalho técnico que apresentava a uma numerosa plateia, reunida no auditório do prédio do Ministério Público em Canindé. Os projetos, que integram uma visão ambiental ampla, traçada pelo biólogo Genival Nunes, abrangem intervenções nas áreas de urbanismo, turismo, cultura e esporte. Trata-se de algo que vai muito além da pasmaceira que marcou os últimos anos a administração de Canindé, e traça caminhos para uma verdadeira revolução de conceitos , principalmente na área administrativa, em uma Prefeitura que agora busca recuperar o tempo perdido. O tempo , de uma espera sem fim.
Com a eleição de Machadinho, houve a tão esperada mudança, e agora, o que se pretende é tornar técnica e eficiente uma prefeitura desacostumada a seguir os caminhos da administração moderna.
Canindé, segundo polo turístico do estado, com os projetos criativos de Ézio Deda,irá fortalecer o fluxo turístico tendo um propósito de integração a Piranhas, em Alagoas, partindo da premissa de que turista que chega a Piranhas vai a Canindé, e vice versa.
Assim, o crescimento de um passa a ser também um estimulo para o outro, mas, Canindé precisa, com urgência, apresentar uma outra e atraente face. E é isso exatamente o que o novo prefeito Machadinho está fazendo.
Já nesse início da estação de chuvas, Machadinho começa o projeto de arborização da cidade, povoados e assentamentos, também, a recuperação da caatinga degradada, e ampliação de áreas ou santuários de reserva, em parceria com o Instituto Vida Ativa. Ele quer, ao longo desses quatro anos , plantar um número de árvores correspondente a duas por cada habitante do município.
LEIA MAIS
LAGARTO JÁ SE CHAMOU A TERRA DOS PAPA -JACAS
Sergio Reis o novo prefeito de Lagarto, conjugando o desenvolvimento com o meio ambiente.
A continuar o processo de derrubada das centenárias jaqueiras, para que se façam, com a sua madeira, peças valiosas de moveis e tantos utensílios , brevemente, a fruta da jaqueira vai desaparecer do mercado. Fruta disputada pelo sabor e possibilidade de transformar-se em doces, sucos e sorvetes, o fim da jaca seria algo deplorável, principalmente num município como Lagarto onde cada casa tinha uma ou mais jaqueiras nos quintais.
A jaqueira é uma espécie exógena, ou seja, não é originária daqui, do Brasil, veio da África, trazida pelos escravos. Por isso o IBAMA permite que elas sejam derrubadas e usadas para a marcenaria, assim, gerando renda e empregos. É um bom negócio.
Por isso não se imagine que as árvores possam ser protegidas.
Mas, existe a melhor forma de preservá-las para as próximas gerações. Simplesmente, plantando uma quantidade de mudas suficientes para substituírem, com folga, as que vão sendo derrubadas. Isso significa pensar com olhos para o futuro.
Em Lagarto, cidade que se expande, se industrializa, agora também com o novo prefeito Sérgio Reis, parece voltar-se para políticas de desenvolvimento mais consistentes. E tudo isso começa por uma visão ambiental.
Já começa o plantio de árvores, em parceria com o Instituto Vida Ativa, uma instituição sem fins lucrativos, dando-se prioridade absoluta às jaqueiras. Sérgio imagina compatibilizar a industrialização que vislumbra, inclusive tentando localizar no município um Data Center, complexo enorme de computadores, que consome muita energia e produz informações essenciais, para, por exemplo, a expansão do parque fotovoltaico nordestino. O prefeito Sérgio quer fortalecer cada vez mais o Polo da Saúde de Lagarto, que se formou com a chegada do campus de medicina da UFS ,e agora com o Hospital do Amor, a cuidar do câncer com eficiência, alcançando aqueles que só possuem o SUS. Na área da medicina a iniciativa privada também se soma em Lagarto ao processo de consolidação do Polo.
UM AVISO
O livro A Casa Lilás, que escreví , esgotou-se em um mês, após o lançamento em 2023.
Agora a Editora de Sergipe o disponibiliza no formato eBook.
Os interessados poderão acessar o seguinte link:
https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:VA6C2:95879742-b4ac-44cc-a5f3-e0588ebf98fd