Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
MACONHA CRIME E CACHAÇA É FESTA
17/08/2023
MACONHA CRIME E CACHAÇA É FESTA

Matéria principal:

 

MACONHA CRIME E

CACHAÇA É FESTA

TOPICOS

- DEPOIS DO IMPEACMENT O REGAÇO DO SENADOR

´- OS DINHEIROS CHEGANDO A SERGIPE

- JORGE ARAÚJO UMA VALSA NA PISADINHA

-  A ADVERTENCIA FEITA NO RÁDIO

- UM RETRATO SEM RETOQUE DA SAÚDE

- GENNARO UM ÍTALO-ARACAJUANO

 

 

 

MACONHA  CRIME E 

 “ CACHAÇA” É FESTA 


A  Cannabis planta que assusta, mas tem "mil e uma" utilidades. Todas licitas.
 

Um jovem entre os seus dezenove e vinte anos, preto ou pardo  e morador de favela, terminou o segundo grau e está em busca de emprego. Encontra um amigo de infância, conversam sobre a vida e ele lhe exibe uma reluzente pistola, e se gaba: “ agora tou poderoso, compro o que quero “. Suas vestes de grife contrastam com as do amigo, que não vão além da surrada sulanca. E ele lhe diz: “ cara você está precisando melhorar de vida, ter um tênis novo. Quer comprar um agora ?

Tome esse pacotinho vá levar ali, e lhe passa o endereço, é a casa de um bacana, meu cliente. Ele gosta de um barato de qualidade. O amigo sai com o pacote, sabe que é maconha,  500 gramas.

Dá azar, no caminho é preso pela polícia. Vai mofar numa delegacia, condenado a um ano de cadeia cumpre seis meses e  recupera a liberdade, condicional, todavia.

Não pensa mais em conseguir emprego.  O Estado brasileiro, a lei do Estado brasileiro, lhe deu a convicção de que terá de ser bandido. Foram seis meses na “Universidade”  convivendo com os seus “ professores doutores “.

Agora, “diplomado”, pertence a uma facção, em vez de simples  pistola ostenta um fuzil.

  Dessa forma o

Estado brasileiro, as leis do Estado brasileiro, alimentam e engordam o crime.

Assanham -se os  que batem no peito e orgulhosos, se declaram conservadores, alarmados com a possibilidade de descriminalização parcial da maconha. Apenas no caso de usuários e de jovens como este,  hipotético a que aludimos para traduzir uma realidade cruel.

Com essa nova interpretação da lei, as penitenciárias terão mais vagas até para o traficante que vende aquelas drogas efetivamente dizimadoras,  responsáveis pela existência das cracolândias .

Dizem então os sisudos ou raivosos conservadores: Legalizada a maconha, estarão abertas as portas para o consumo em massa, a devastação dos princípios morais, bases sólidas da família e naufrágio da nossa Nação.

 Colocamos cachaça entre aspas no título desta matéria, isso, para deixá-la simbolizando um nome coletivo abrangendo todas as bebidas alcoólicas.

Cheguemos à cerveja. Trata-se  da bebida mais consumida no mundo. Neste mês de agosto há uma sexta- feira em que se comemora o dia internacional da cerveja. O mundo todo ergue copos ou tulipas até enormes.   Desde que consumida em excesso, a cerveja provoca a embriaguez. Quantos acidentes são diariamente provocados por motoristas após uma cervejada? Esses, mesmo quando ferem ou matam, são conduzidos a uma delegacia, pagam fiança, e vão responder a processo em liberdade. Já o pardo ou preto  que transportava 500 gramas de maconha...........

Se a maconha for a porta para os vícios mais graves, as bebidas alcoólicas seriam  então as cancelas abertas para todos eles?

Essa é a questão: quando há excesso, tanto maconha como o álcool causam efeitos idênticos. Mas a maconha por ser um hábito trazido ao Brasil pelos escravos vindos da África, e incorporada aos seus costumes, teria de ser logo rotulada pelo preconceito.

 O senhor de engenho, o dono de extensos cafezais, fumava tranquilo e elegantemente o seu cachimbo ou charuto, aliás fétido, imitando modas europeias,  que sofisticavam nada mais do que um vício, impulsionado pelo rendoso negócio do tabaco.

A maconha era estigmatizada como coisa do demônio, ligada aos hábitos ou costumes trazidos dos fundos da África. Indigna dos salões elegantes.

Ao conservador que se apega às  suas “regras morais” pseudo- virtuosas, "veja-se o caso dos rolex" não interessa encontrar soluções criteriosas e objetivas para os problemas que se apresentam na fluidez das sociedades modernas. Usando o discurso anarco-totalitário, eles querem simplesmente, encontrar pretextos para causar pavor diante de um futuro que seria incerto e ameaçador. O medo e a revolta leva às escolhas imprudentes ou equivocadas; e em consequência surgem os líderes “conservadores “, aqueles que “ defendem “ hipocritamente Deus, Pátria, Família. E para que se concretize na visão deles essa defesa, todos os absurdos são tolerados, inclusive o oito de janeiro deste ano. Aquele cenário de fúria e vandalismo que nos envergonhará ao longo da nossa história.

Eles escolhem temas especiais e sempre polémicos, como no caso a maconha, ou o aborto, ou mais ainda as questões de gênero,  com isso o debate sobre questões sociais, econômicas se contamina e dispersa.

Tomando seu uísque, seu gin, sua cachacinha, alimentando seu erotismo envergonhado, vendo cenas  de nudismo ao celular ou tablet, o mais “austero” dos conservadores vai afinando o seu discurso contra   a conspiração diabólica pelo afrouxamento dos costumes, e a extinção de Deus, da Pátria e da Família. Bem instalados, seguros e confortáveis, os conservadores,  acionistas de empresas de bebidas alcoólicas,  da Coca- Cola, que também pode ser vício  se consumida com exagero, e espalha o diabetes pelo mundo todo, estariam, todos eles bem mais tranquilos, se a sociedade fosse como o vinho , e lentamente envelhecesse.

Se o homem das cavernas fosse um conservador ele não teria conseguido a posse do fogo; depois , ao tornar-se agricultor, e também sendo conservador, não teria inventado a enxada, o ancinho, a roda, o arado, o moinho.

Mas o homo-sapiens, único ser vivo até agora conhecido com  capacidade  de pensar e projetar o futuro, aderiu, por necessidade de sobrevivência à ideia  apenas instintiva do progresso.

Se dependêssemos dos conservadores, a escravatura teria durado mais uns vinte anos no Brasil, envergonhando a República, feita também à revelia deles.  Mas, como observou Gilberto Freire “ o advento do cavalo-vapor” foi como uma inundação capaz de reduzir o sistema patriarcal brasileiro  a “ restos de naufrágio”. E acrescentou Gilberto :  Os novos sistemas de família e de sociedade teriam de basear-se sobre a mecânica , sobre o carvão, sobre o cavalo a vapor “.

Hoje, o que diria Gilberto Freire? Sem dúvidas ressaltaria a importância da ciência, e do diálogo universal em busca de soluções racionais e pacíficas.

Interpretado ao pé da letra o conservadorismo é sinônimo de imobilismo.

Ele se contrapõe ao próprio universo, onde é permanente o movimento e a transformação.

Não se quer dizer, nem mesmo insinuar que o uso livre da maconha seja um sinal de progresso. Nada disso. Apenas deixar bem claro que as formas como hoje se combate as drogas, estão superadas, e é preciso encontrar caminhos menos tortuosos para que se chegue a um consenso sobre a melhor forma de reduzir esse impulso  que leva os jovens a se verem atraídos pelas experiencias da afetação dos sentidos,  e de onde não se pode excluir o consumo desenfreado do alcool . O que é uma questão  principalmente de Saúde publica.

Nesse sentido , há um leque enorme de alternativas a serem postas na mesa, mas, que tudo  isso se faça num clima de civilidade, e sem ouvir ou temer a  atoarda ensandescida dos intolerantes do Rolex de ouro.

 

TÓPICOS

 

-DEPOIS DO IMPEACHMENT O REGAÇO DO SENADOR


O náufrago em busca de socorro.

Ameaçado agora de impeachment pelos vereadores, pressionados na Câmara pelos gritos de uma população insatisfeita, quase revoltada, o prefeito reinstalado de Canindé foi aconchegar-se, em Brasília, ao colo protetor do senador Rogério Carvalho.

Agora, agarra-se a ele como um náufrago em busca de um escolho flutuante qualquer onde se possa agarrar.

O náufrago, mesmo agarrado a essa coisa que o faz boiar, como tantas outras coisas  que boiam em águas insalubres, não adquire condições objetivas para readministrar aquilo que nunca  de fato administrou. Assim, o município de Canindé de São Francisco atravessa uma crise insolúvel, que está a exigir das lideranças políticas  estaduais uma interferência harmonizadora, a busca de uma saída  da crise onde tantos se engalfinham, e os interesses reais do povo passam ao longe.  O problema é político,  a interveniência política terá de resolvê-lo, sem prejuízo de tudo o que o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a própria Polícia, já investigaram, produzindo pesadas denúncias.

 

 -OS DINHEIROS CHEGANDO A SERGIPE


Edvaldo e Mitidieri uma dupla de bons negociadores.

Foram vistosas as somas, muitos bilhões que  o Programa de Aceleração do Crescimento   promete derramar em Sergipe, diretamente na PETROBRAS para que conclua seus trabalhos na plataforma marítima e faça jorrar o óleo e o gás. Serão mais de cento e cinquenta bilhões de reais nesses próximos três anos. Enquanto isso o governador Mitidieri e o prefeito Edvaldo, de

 Aracaju somam, juntos, empréstimos bem sucedidos de mais de um bilhão de reais.

No caso de Aracaju, há um  trem  de obras, já planejado ou em execução, mas, é quase certo que parte das obras ficarão a ser concluídas pelo sucessor ou sucessora de Edvaldo Nogueira, bem como o início do pagamento dos empréstimos. Isso faz crescer a responsabilidade do eleitor ao escolher o próximo administrador de Aracaju. Caso seja , por equivoco ou mesmo raiva, eleito um despreparado ou aventureiro tudo o que foi conseguido até agora estará em risco.

  A experiencia bem como a biografia dos candidatos, serão, certamente, as qualidades exigidas pelo eleitor esclarecido.

 

- JORGE ARAUJO, UMA  VALSA NA PISADINHA


Um valsa chegando na pisadinha.

Na equipe do governador Fábio Mitidieri,  a juventude prepondera ou quase preenche todos os espaços. São caras novas no cenário do poder e isso é um bom sinal, porque abre espaços inovadores.

A nomeação do ex-deputado, ex-vereador de Aracaju, e ex-Secretário de tantas pastas Jorge Araújo o pai de Jorginho Araújo Secretário de Governo, surpreendeu

 e foi assim como o toque de uma valsa onde só se ouvia a pisadinha, uma mescla necessária de experiencias adquiridas com a ânsia jovem de assumir protagonismos. Jorge, um cidadão sempre festejado pela sua cordialidade, equilíbrio e zelo com o dinheiro público, já tomou posse como Secretário Executivo da Secretaria da Administração. Essa denominação nova para um cargo novo em todas as principais Secretarias, parece merecer uma adequação semântica, porque fica a impressão de que quem faz é um, e o outro, o titular, seria o ornamento, apenas.

 um adorno. Talvez um vice- Secretário, ou um adjunto, fosse mais adequado.

- A ADVERTENCIA FEITA NO RÁDIO


Os dois comunicadores enxergando problemas na licitação dos transportes de Aracaju.

No programa noticioso da Rio FM de Aracaju os comunicadores Fábio Henrique e Marco Aurélio abordaram a decisão judicial que determina ao Prefeito Edvaldo Nogueira fazer, dentro de um prazo estabelecido,  a tão aguardada licitação para o transporte público de Aracaju. Trata-se de um problema que se arrasta há décadas e  é causa de incontáveis dissabores. Os dois comunicadores,  que fazem , talvez, o mais completo noticioso do rádio sergipano, levantaram a questão da Grande Aracajú, compreendendo a Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristovão. Hoje o sistema é integrado,  resultante de uma costura feita por Jackson Barreto quando Bosco Mendonça era Secretário dos Transportes. Ficou no ar a pergunta: Como ficará o transporte nas demais cidades do entorno quando só aqui for feita a licitação ?

O governador Mitidieri que foi ouvido, concordou que a situação merecia uma análise mais acurada, e prometeu colaborar na busca de um modelo  que não prejudique a população.

 

 UM RETRATO SEM RETOQUE DA SAÚDE


No livro uma corajosa e importante denúncia.

Henrique Prata, o cidadão extraordinário  mostra com o exemplo grandiloquente  dos Hospitais do Câncer de Barretos, fruto da sua dedicação, força de vontade e capacidade para sonhar e fazer, que é possível mudar o modelo viciado da Saúde no Brasil, tanto a pública como a particular. Ele conta em mais um livro que escreveu,  as suas incursões bem sucedidas nessa área tão problemática e repleta de erros e equívocos. Faz graves e diríamos até retumbantes denuncias.

É preciso ler o livro de Henrique Prata até porque o apurado com as vendas reverterá para os Hospitais de Barretos, que trabalham apenas com o SUS.

O lançamento será neste sábado, exatamente no Hospital do Câncer do sistema Barretos que Henrique Prata está concluindo em Lagarto. As verbas vieram, em grande parte, através de emendas dos dois deputados federais do município, que nisso se juntaram,  apesar de ferrenhos opositores.  Houve, nessa mágica de conciliação e entendimento entre os Bole- Boles e Saramandaias, certamente, uma habilidosa interferência de Juquinha, personagem muito conhecido no Lagarto e amigo de Henrique Prata.


 -GENNARO UM ÍTALO- ARACAJUANO


Gennaro o mestre da gastronomia agora aracajuano.

 O Mestre Gennaro Cannone, revelou sua maestria pelos sete cantos do planeta por onde andou, exibindo a sua arte que consiste em elevar a gastronomia ao Olimpo dos prazeres gustativos. É italiano, evidentemente, nascido no pequeno burgo de Montemilone, província de Potenza, isso em 1967. Correu mundo, percorreu mais de trinta países. Saiu há 18 anos da Itália, e estava há oito em São Paulo quando o encontrou Haroldo, sócio com Zezinho, desse fenômeno de qualidade que é a agora rede Forneria de Aracaju. Haroldo o convidou a vir trabalhar em Sergipe, quando havia só a Casa do bairro 13 de Julho e a da Atalaia que contavam e contam com outro maestro dos sabores, o patissier Sílvio.

Gennaro integrou-se ao nosso convívio, é Chefe,  ao mesmo tempo relações publicas, e formou um largo círculo de amizade, onde rolam papos os mais variados e agradáveis.

Um dos seus amigos,  tranquilo cliente dos fins de tarde , o procurador Jorge Murilo Seixas entendeu que ele se tornara uma das “ figuras” da nossa cidade, e sugeriu a um vereador que aracajuanizasse definitivamente o italiano . Antes a Covid   quase o derrubara.  Ele,  enxergando a presença da indesejada das gentes ao seu redor , pediu à família antes de ser intubado: se morrer quero ser enterrado nessa minha segunda terra.

 Não morreu felizmente, e graças a Deus, e agora com pulmão forte e retemperado ele diz: Aracajuano honorário, tenho a certeza que, nesta minha cidade querida, minha segunda terra que eu e minha família escolhemos para viver, vou permanecer até o fim. E sou muito agradecido aos amigos, aos vereadores, particularmente.

 Ganhamos assim nós aracajuanos, um bom ,  gentil , acolhedor,  prestativo e produtivo cidadão, daqui, e do mundo.


Interesse público 
 





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