Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
LUCIANO BARRETO E A SUA VOZ DE MODERAÇÃO
23/10/2018
LUCIANO BARRETO E A SUA VOZ DE MODERAÇÃO


Luciano Barreto Franco é um engenheiro de classe média, que, recém formado na Bahia, se fez empresário da construção civil. Em Aracaju, e recém casado com Maria Celi, decidiu fazer carreira solo, e criou a Celi Construções, uma homenagem à jovem esposa, com a qual atravessariam a vida juntos.

Nos anos sessenta as descobertas do petróleo primeiro em terra, depois no mar, colocavam Sergipe numa posição privilegiada em relação ao desenvolvimento pelo qual tanto se empenhava a região nordestina. Com a transferência da Região de Produção da PETROBRAS para Aracaju, resultado de uma bem-sucedida manobra política do governador Lourival Baptista, o mercado imobiliário aracajuano começou a viver tempos de euforia. Luciano entrou decididamente nessa área de negócio, ao tempo em que participava também de obras públicas.

Sua empresa cresceu, tornou-se uma das maiores do nordeste, e vai atravessando sem abalos financeiros preocupantes esses tempos de recessão e desanimo. Luciano nunca deixou de pensar e projetar as alternativas para o futuro. Entrou no ramo da hotelaria, e fez, após a morte brutal do único filho homem a obra que ficará permanentemente na história da sua vida e de Maria Celi: o Instituto Luciano Barreto Junior. São dezenas de milhares de jovens que o Instituto já formou, abrindo-lhes perspectivas para o primeiro emprego, ou a Universidade.


Luciano sempre apreciou o diálogo político, principalmente quando esse diálogo se relacionava a projetos de desenvolvimento econômico. Ele é um pragmático realizador, e também visionário. Todavia, raríssimas vezes envolveu-se com a política partidária, chegando a declarar suas preferências.

Luciano não aposta em candidatos que sejam apenas políticos, e não tenham a visão voltada para o desenvolvimento, as transformações sociais que Sergipe e o país necessitam. Líder empresarial, reúne todas as pequenas construtoras para que se fortaleçam e conquistem fatias do mercado. Mas a sua preocupação maior tem sido o insuperável entrave burocrático, e o sistema obsoleto da fiscalização exercida pelos órgãos públicos em relação às obras que contratam.

Luciano tem demonstrado, com cifras irrespondíveis, que esse sistema não conseguiu evitar a corrupção, e apenas ampliou prejuízos aos cofres públicos, paralisando obras, que, quando reiniciadas, custam, às vezes, mais do que o dobro do inicialmente contratado. Foi ao Planalto, aos Ministérios, mas as suas observações parece que não agradaram muito aos que se sentiam talvez gratificados com os equívocos cometidos, e o peso do prejuízo não lhes incomodava. Em nenhum momento Luciano se tornou um desiludido, e agora refaz sua confiança no Brasil. Em relação a Sergipe, foi claro ao definir-se a favor da candidatura de Belivaldo Chagas, nele destacando as qualidades de decência pessoal e competência administrativa.

Por isso, vê com muitas reservas essa participação ativa na campanha de Valadares Filho da delegada Daniela Garcia, cujo trabalho em defesa da sociedade ele elogia, mas, entende que acusações genéricas contra Belivaldo, servem apenas aos objetivos de um candidato que busca votos, após uma derrota de grandes proporções no primeiro turno, e usa a delegada como uma espécie de  tábua de salvação.

Dizendo-se fã do trabalho que Daniele realiza na sua área específica, Luciano lamenta por ela estar se prestando a promover uma ação de descrédito contra Belivaldo, cuja vida pública e particular é isenta de deslizes morais, e isso, não só ele, mas todos os sergipanos isentos de partidarismos eventuais, também reconhecem.

Mesmo quando percorre o terreno sensível da política, a voz de Luciano Barreto é sempre de moderação, e discernimento.

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