Há, nesses instantes assustadores que vivemos, duas coisas perniciosas: uma, é o político ladrão no Poder e utilizando-o para construir a sua própria impunidade, outra, é general falastrão querendo “salvar a pátria”, fazendo-se ditador. O político ladrão a gente sabe quando ele sai. Todos que vierem ungidos pelo nosso voto, igualmente, terão mandato com data certa para assumir, e data certa para encerrar. Já o “salvador da pátria” anunciará à Nação que se fez supremo manda-chuva, mas não dirá o dia exato em que deixará de sê-lo.
Contra o político ladrão com datas para entrar e sair do poder, mesmo numa agônica democracia, é possível organizar protestos, mostrar faixas na rua exigindo que ele saia, ou que ele seja preso, é possível, inclusive, chamá-lo assim, sem subterfúgios ou medo e claramente: ladrão. Se houve erro na escolha do desonesto, esse equívoco é compartilhado pela maioria que nele votou.
Sobre Michel Temer se poderá afirmar de forma privada ou em público que ele é o líder de uma organização criminosa, já o general que por desventura nossa, e presunção dele, se faça salvador da pátria erguido na ponta de baionetas, logo encontrará uma velha e antiga denominação, para os seus adversários ou simples dissidentes: serão todos subversivos. E contra subversivos já sabemos bem como agem os mecanismos autoritários que chegam a capturar o próprio Estado.
Nesse avacalhado regime no qual impera uma organização criminosa é possível lançar contra eles até ovos podres, sem risco de ser “suicidado” num cubículo, como aconteceu com Vladimir Herzog, um jornalista honrado e ético, cujo único crime foi o de não bater palmas para a ditadura. Neste regime comandado por uma Confraria do Peculato, são imprescindíveis os Rocha Loures, os Geddeis, carregando malas ou escondendo milhões de reais, num regime, tenha lá o nome que tiver, comandado por um todo poderoso “salvador da pátria”, logo aparecerá gente do quilate infame de um delegado Sérgio Paranhos Fleury, os assassinos corruptos , que se fazem auxiliares diretos do “salvador” e se encarregam da tarefa impura de desimpedir os “caminhos da salvação”, escondendo rastros de sangue, gritos de dor, ou “explicando”, por exemplo, porque ficou cego um preso político, o honrado petroleiro Milton Coelho, que está felizmente vivo, aqui perto em Aracaju, para contar a sua história, ou calvário.
Seremos todos covardes se formos tolerantes com a organização criminosa denunciada pela Procuradoria Geral da República, denúncia aceita pelo STF, e que será, com certeza, recusada pela Câmara Federal, frequentada por outra parte de Confraria do Peculato. Seremos covardes se nos acomodarmos, depois, com a decisão antecipadamente sabida que os deputados irão tomar.
Seremos covardes, também, caso percamos a consciência de cidadãos livres, para implorar que venha um salva-pátria a nos impor a camisa de força de uma ditadura, cuja sobrevivência será diretamente proporcional à violência que cometa, até o ponto em que houver uma inflexão, os termos se invertam, e a ditadura desmorone, devastada pelos próprios excessos. Esse não é o destino de todas elas?
Das ditaduras devemos ter o ódio e nojo como recomendava Ulisses Guimarães, e em nenhuma circunstância sequer cogitá-la como remédio possível.
A política, aquela arte da convivência humana exercitada talvez, ainda nas cavernas, fez com que, definitivamente, o homo-sapiens se tornasse menos animal e mais ser humano.
Publicidade:
O PRESIDENTE NO HOSPITAL E A “NOVEMBRADA” DO GENERAL LOTT
(Foto:Juscelino Kubitschek e o General Lott)
Rememoremos: Em 1955, no auge da crise gerada pela democrática eleição de Juscelino, o presidente Café Filho, um vice que assumiu após o suicídio de Getúlio Vargas (24/8/54) tramava para impedir a posse legítima do presidente eleito.
No auge da crise Café foi hospitalizado para fazer uma cirurgia coronariana. Assumiu o presidente da Câmara, Carlos Luz, ostensivamente adepto do golpe, entusiasmado discípulo do radicalismo político do deputado Carlos Lacerda, que disse na tribuna da Câmara e escreveu no seu jornal panfletista Tribuna da Imprensa, meses antes: “Juscelino não pode ser candidato, se candidato não pode ser eleito, se eleito, não pode ser empossado, se empossado terá de ser deposto”.
O argumento golpista: a vitória de JK não deveria ser reconhecida, porque ele não obteve maioria absoluta dos votos. Mas não havia segundo turno, e a Constituição considerava eleito o candidato com maior número de votos. JK teve 36 % dos votos, Juarez Távora, 30%, Adhemar de Barros 26% e Plínio Salgado 8%.
Carlos Luz logo exonerou o Ministro da Guerra, o general legalista Teixeira Lott, e marcou a posse do substituto para o dia seguinte, 11 de novembro. Exonerado, Lott seguiu o conselho do general Odílio Denys, e “fez descer a Vila”, os tanques da Vila Militar. Carlos Luz correu até o Arsenal de Marinha e refugiou-se a bordo do cruzador Tamandaré.
O imponente vaso de guerra levantou âncoras, levando a bordo almirantes de extrema-direita, como Sílvio Heck, Pena Botto, Hademacker, e a elite golpista da UDN, (União Democrática Nacional). Entre eles, o deputado federal Luiz Garcia, que, três anos depois seria eleito governador de Sergipe. Garcia, um jurista, não defendia o golpe, mas embarcou na incerta aventura por solidariedade ao partido.
Ao cruzar a barra, o navio foi alvo dos tiros erráticos disparados da fortaleza de Santa Cruz e do forte de Copacabana. A belonave ilesa seguiu ao porto de Santos, onde se esperava a solidariedade armada do governador Jânio Quadros e do 2º Exército. Nenhum dos dois se moveu. O cruzador retornou ao Rio, Lacerda e outros foram para o exílio.
O Congresso declarou extinto o mandato de Café Filho, e Carlos Luz era um foragido. Assumiu o presidente do Senado, o catarinense Nereu Ramos. Com Teixeira Lott no Ministério da Guerra, Nereu garantiu a posse constitucional de Juscelino, e o Brasil começou a viver então os 5 anos mais profícuos, inspirados e realizadores da sua História. A “novembrada” de Lott ficou marcado como um daqueles “jeitinhos extremos”, todavia providenciais, que os brasileiros sabem encontrar. Todavia, gerou incuráveis sequelas nas Forças Armadas, onde houve vencedores e derrotados que não sepultaram os antagonismos, embora todos os vencidos sendo anistiados. “Jeitinhos”, com tanques nas ruas, não poderão mais existir. A sociedade brasileira é bem diversa, muito mais complexa e estruturada do que aquela de 55 ou 64.
Entre Temer e Café Filho existem curiosas coincidências, fazendo-se a ressalva de que Café foi acusado apenas de peculatos de pequena monta. A indigência no que se refere ao caráter dos dois políticos é outro traço de identidade comum.
Na casa de uma amante de Adhemar, a madame Benchimol, guerrilheiros urbanos contrários à ditadura, “expropriaram” um cofre com 11 milhões de dólares.
Num apartamento de Geddel, amigo íntimo de Temer, seu poderoso ex-ministro, a polícia Federal encontra um monte de dinheiro, 51 milhões de reais. Ao câmbio de hoje o dinheiro de Adhemar, não chegaria a 35 milhões de reais.
Café Filho foi indicado a Getúlio para ser seu vice por Adhemar de Barros, nome que naquela época era sinônimo de roubalheira. Isso, em 195O.
Temer foi indicado para ser vice de Lula e de Dilma, e por eles logo aceito, com apoio, entre outros, dos integrantes de uma organização criminosa: Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, (presos) Romero Jucá, Eliseu Padilha, Moreira Franco, (ainda soltos).
Temer vai se licenciar para fazer uma cirurgia coronariana, será substituído pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Café era detestado pelo povo brasileiro, mas nem de longe sua rejeição chegava a noventa e cinco por cento, como é o caso de Temer.
E para que se complete a linha de similitudes, novembro se aproxima.
A SAÍDA ONDE ESTÁ A SAÍDA?
Setores da sociedade não contaminados pela peste do peculato precisam e devem dialogar buscando saídas possíveis, não traumáticas, sem cassações, prisões, fechamento de Casas legislativas, muito menos censura à liberdade de expressão, ou repressão aos movimentos sociais.
A democracia há que ser mantida, e na sua plenitude, o que agora não acontece, porque o chefe da “Organização Criminosa” permanece no Planalto afrontando a Nação que o rejeita, e subjugando as instituições, devastando os cofres públicos para ganhar apoio político.
Do Executivo se espalham as ações visando anular a capacidade decisória do Supremo Tribunal, a força investigativa do Ministério Público e da Polícia Federal, enquanto o povo fica anestesiado pela perda da esperança.
A solução terá de sair de um entendimento amplo, do qual os chefes militares deverão participar, sem o argumento da força armada, apenas, da força moral. E isso sabe exercitar muito bem o general comandante do Exército Eduardo Vilas Boas.
Seria uma mobilização ampla das elites, da sociedade em geral, para reverter enquanto é tempo, o caos que se aproxima. Algo assim, oitenta e sete anos depois, muito parecido com a Revolução de 1930, segundo um prognóstico feito por alguém do quilate do embaixador Rubens Ricúpero.
Poderão ser sonhos ou devaneios: a renúncia de Temer, a posse do presidente da Câmara, a decisão via judicial da inelegibilidade já em 2018, de todos os que respondam a processos de natureza criminal, em seguida, a Convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte a ser eleita para legislar com a força da representatividade plena alcançada nas urnas.
Uma coisa é certa: com essa escória do peculato estendendo o poder sobre a Nação esmagada, não haverá como escapar do esgoto onde nos jogaram.
MENDONÇA PRADO BUSCA UMA TERCEIRA VIA PARA 18
O ex-deputado federal, e ex-secretário da segurança Mendonça Prado, transita por duas vertentes que se comunicam e se relacionam, a depender de circunstâncias. Na sua caminhada política faz as escolhas para cada momento. Por vezes foi conciliador, transigiu, falou manso, aquietou-se até, sendo comedido na fala, evitando ataques pessoais, ofensas maiores aos adversários.
Já percorrendo a outra vertente de confronto e agressividade, Mendonça mostra um lado da sua face política que pode tornar-se muito dura, e até desafiadora. Agiu assim em relação ao prefeito Edvaldo Nogueira, considerando-se por ele destratado, e com o delegado de polícia Alessandro que iniciou o inquérito na EMSURB, e motivou o afastamento de Mendonça da presidência da empresa municipal.
Veio depois a sua absolvição pela Justiça e a declaração pública de que ele poderia, sem obstáculos, reassumir suas funções. O prefeito Edvaldo não o reconvidou e isso gerou a crise. Depois das declarações de rompimento que fez, Mendonça conversou com Jackson, disse que dele não tinha mágoas, mas iria procurar outro espaço para armar o seu temporário ou permanente bivaque político. Para a oposição não poderia ir. É visceral inimigo dos irmãos Amorim, também não se afina com o deputado André Moura, mas, com o senador Valadares, e o deputado Valadares Filho estaria conversando.
Filiou-se um tanto festivamente ao minguado PPS, quase uma sombra do que já foi, e mantido pela insistência de Clóvis Silveira, um pequeno empresário que até já foi candidato a Vice Governador na chapa derrotada de João Alves em 2006. Mendonça foi recebido com festa e declarações entusiasmadas do presidente nacional do partido, o deputado Freire. Assim, ganhou ânimo, teve disposição para anunciar uma possível candidatura ao governo do estado. O futuro, porém, dependerá do êxito que tiver no trabalho de compor uma frente política de envergadura, capaz de ser efetivamente uma terceira via. Não será nada fácil.
VALADARES E A TERCEIRA VIA
Quem também está capinando o terreno para encontrar uma vereda mais fácil de andar é o senador Valadares, também, como não poderia deixar de ser, o deputado federal Valadares Filho. Valadares pai não se sente muito confortável no grupo onde agora se encontra. Enxerga-se preterido, porque, entre todos, mostram as pesquisas, é o que está melhor posicionado. Esperava então ser o candidato natural do grupo ao governo, ou ter, desde logo, confirmado o apoio à sua tentativa de reeleição.
O senador Amorim, com quem Valadares melhor se afina teria aberto para ele as duas alternativas, mas o irmão Edivan Amorim, que ainda não perdeu a pose de chefe da turma, de maneira um tanto ríspida, foi claro, dizendo que não haveria espaço para ser ocupado por Valadares nas vagas majoritárias, lançando seu irmão ao governo e o deputado André Moura ao Senado.
Com o prestígio que tem hoje em Brasília, deveria caber a André um reconhecido papel preponderante no grupo. André não se definiu ainda, tudo indicando que não largaria o certo pelo duvidoso, e concorreria à reeleição, com a certeza de que seria um dos mais votados.
Valadares começa a sentir que numa disputa majoritária, mesmo para o Senado, não contaria com o apoio fechado do grupo, e apesar de estar liderando nas pesquisas, correria o risco de ser “Cristianizado”. Essa expressão decorre do nome adjetivado de um candidato à vice-presidente da República Cristiano Machado, que perdeu a eleição porque os integrantes do seu próprio partido não votaram nele. Naquela época o vice também era votado.
Com as barbas de molho o senador Valadares estaria buscando caminhos mais seguros. Há quem veja possibilidades de uma aliança dele com o PT, mais especificamente com Rogério Carvalho e também com Mendonça Prado.
Como em política nada é impossível.........
O SUPREMO ENCOLHEU POR OMISSÃO OU CONIVÊNCIA
Segundo Ulisses Guimarães, quem tem poder não abre mão dele e muito menos o transfere.
Mas os ministros da mais alta Corte, desfizeram a assertiva, quase um aforismo do Dr. Ulisses, quando, por omissão, conivência ou simples tibieza, abriram mão dos poderes com os quais a Constituição emoldurou o Supremo, para que ele se faça, em todas as circunstâncias, especialmente nas mais graves, o portador da capacidade única e irrecorrível de decidir.
O Supremo amesquinhou-se, tornando-se um Poder vulnerável às pressões e ameaças. Desse constrangimento poderia ter sido salvo se a presidente Carmen Lúcia não houvesse gaguejado tanto para prolatar o seu voto, descolado dos seus princípios e da sua própria trajetória, desempatando a votação a favor da velha oligarquia brasileira do peculato impune, agora comandada por Temer e Aécio, da qual se tornaram mais advogados do que ministros os togados Alexandre, Lewandovski, Gilmar, Marco Aurélio e Dias Tofoli.
Que a História registre os votos livres, honrados e altivos dos ministros Celso de Melo, Fachim, Rosa Weber, Luiz Roberto Barroso e Luiz Fux.
Alguns ministros disseram que somente nas circunstâncias mais extremas o STF poderia agir penalizando portadores dos diplomas de parlamentares federais no exercício dos mandatos. Ora, recentemente o STF determinou o afastamento e a prisão de um senador Delcídio Amaral, depois, o mesmo com o deputado Eduardo Cunha. Mas aqueles dois eram apenas elos da gigantesca engrenagem da “organização criminosa” identificada e denunciada pela Procuradoria Geral da República. Um Supremo Tribunal se desqualifica, se torna ainda mais desacreditado do que já é, quando se expõe assim, tão volúvel, tão futilmente leviano, até a renegar suas próprias convicções expressas em seguidos julgados que criaram jurisprudência, depois, pelos seus próprios autores desconsiderada.
Aécio relegou à condição de desprezível pó, e disso ele bem entende, a decisão anterior de três ministros agora desautorizados, ofendidos pelos colegas, exatamente aqueles cujos interesses dos seus escritórios de advocacia, dos seus negócios particulares, ou das suas tão sacralizadas amizades e fidelidades, os fazem lenientes diante do extremo, gravíssimo momento de um país governado e dominado por uma quadrilha audaciosa, que pouco a pouco vai fazendo capitular uma a uma as instituições, ou as pessoas que representem obstáculos às suas largas, ilimitadas e desavergonhadas ambições.
Agora mesmo o presidente Temer, o chefe de todos, move céus e terras para que o Senado absolva o gangster das Minas Gerais, e a ele ofereça o tapete vermelho do seu retorno, que marcará também, o momento mais triste do Senado Federal, uma Casa que já mereceu respeito dos brasileiros e por onde passaram honrados e exemplares estadistas, desde o Império até os dias de hoje, quando abriga nada mais nada menos do que uns trinta mafiosos e picaretas.
Quais as próximas instituições que serão igualmente desmoralizadas? A Polícia Federal, o Ministério Público, as Forças Armadas?
Anotemos, e anotemos em tinta perene e bem legível, o que farão nessa terça-feira, 17, os três senadores sergipanos: Maria dos Carmo Alves, Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim.
BRAYNER E A TAMPA ABERTA DE UM ESCÂNDALO ITABAIANENSE
O jornalista Diógenes Brayner é sobretudo um repórter, o farejador da notícia, e credenciou-se ao longo de tantos anos de batente jornalístico pelo cuidado como informa, pelo equilíbrio como comenta. Deve-se elogiar um jornalista de todas as formas, pelo texto, pela concisão, pela cultura, pela competência de trabalhar a notícia ou o comentário, pela coragem moral de denunciar, quando se faz imprescindível que assim o faça, se julgar que está em jogo o interesse publico. Não se elogie todavia um jornalista, chamando-o de imparcial. Imparcialidade é como a virtude, são duas coisas que devem ser procuradas, sem a ilusão de que venham a ser encontradas.
Jornalistas, temos preferências, amizades, inclinações políticas, e o melhor que podemos fazer é não nos tornamos marqueteiros de inverdades, ou fraudes. Basta isso, nada mais. Isso tem feito Diógenes Brayner, dai o conceito que desfruta.
Mas, nos alongamos tanto, e quase esquecemos do título que demos a esta matéria sobre um escândalo em Itabaiana, do qual Brayner descobriu a tampa. Desde então, na cidade serrana o curto texto tem sido lido e interpretado de diversas formas. Deixemos aos itabaianenses a tarefa de desvendá-lo.
O título e o texto: “PROBLEMAS MAIS PERIGOSOS”
A briga política em Itabaiana pode descambar para o mundo das “fantasias perigosas”, que envolvem amantes, joias de alto custo e até doenças graves. São intimidades extremamente perigosas.
Foram poucas as linhas escritas por Brayner na sua coluna e no seu Blog, mas a curiosidade dos itabaianenses muito maior, já identificou uma competição consumista de duas senhoras identificadas como Primeira e Segunda. Quando uma gasta vinte mil reais em roupas ou joias, chega a outra e compra quarenta mil. As competidoras parecem ter muito gás, ou dele não sabem o custo. E o comércio local nesses tempos bicudos de recessão e falta de dinheiro, festeja a mão aberta das concorrentes gastadoras.
O MILHO, O BOI, A CANA, A LARANJA
Fora dos perímetros irrigados em Canindé, Poço Redondo, Itabaiana, Tobias Barreto e Neópolis, onde se produz de fruta a legume e cereal, e isso chegando a alguns milhões de toneladas, precisamente quantificadas pela COHIDRO, que a todos administra, a atividade econômica no campo sergipano concentra-se principalmente na agroindústria canavieira, no milho, depois vêm o boi, e a definhante citricultura. O Perímetro de Neópolis produz agora mais côco do que a vastidão dos coqueirais de sequeiro no litoral. Com baixíssima produtividade, por falta de renovação e tecnologia, grande parte desses coqueirais está numa situação de quase abandono.
A atividade hoje com maior vigor é a plantação de milho, que se equipara à pecuária leiteira e de corte. Nos últimos anos, no semiárido a produção de milho reduziu-se muito. Ano passado a queda foi de quase 70%, mas este ano de inverno com chuvas regulares, a produção deu um salto. Além das chuvas o fator determinante para o sucesso no milho é a introdução de novas tecnologias, a busca constante da produtividade, e a preocupação com o uso permanente da terra, e o que se deve fazer para evitar a degradação do solo.
As usinas que sofreram também muito com a estiagem, este ano começam a trabalhar com vontade de ampliar a produção, e isso favorece o plantador de cana, amplia o emprego. Nos laranjais agora reduzidos a um terço do que já foram, o bom inverno interrompe anos de sucessiva descapitalização. O boi engorda nos pastos verdes e também aumenta a produção leiteira. Em resumo, 2017 está sendo em Sergipe um ano de renovação das esperanças daqueles que plantam e criam. O dinheiro em maior quantidade começa a pingar no comércio. E o melhor de tudo é que a meteorologia quase transmite a certeza de que teremos boas chuvas nos dois próximos anos.
UMA QUARTA BIENAL DO LIVRO
Há hoje em Sergipe uma proliferação de livros e escritores. É claro que se deverá fazer uma distinção qualitativa entre todos os que têm sido tão prodigamente publicados, mas o simples fato de que no interior, nos menores municípios até, têm surgido escritores e poetas, é algo a festejar, como se fosse uma espécie de despertar coletivo para o fascinante mundo da literatura, um dos pilares da cultura humanística. Especificamente, a uma pessoa cabem os maiores méritos pelo que está agora ocorrendo em Sergipe. Chama-se Domingos Pascoal, essa pessoa que se dedica em tempo integral à militância da cultura. Pode ser considerado um monge recolhido aos templos do conhecimento.
Ele, Domingos Pascoal, que é cearense, ao lado de tantos itabaianenses que se projetam na literatura nacional como é o caso de Vladimir Carvalho, Antônio Saracura, o médico blogueiro que suscita e desperta benfazejas controvérsias Antônio Samarone, o jornalista, professor e escritor Luciano Correia, mostram-se até um tanto esnobes, descobrindo que a sua Itabaiana dos caminhões e do comércio forte, dos empreendedores pequenos e vencedores, ou grandes e arrojados, é também terra da cultura, agora, cenário de um evento literário que já chega ao seu quarto capitulo.
A 4 ª Bienal do Livro de Itabaiana ocorre nos dias 20, 21 e 22 deste mês. Preparem-se para ir a Itabaiana, para conviver com livros, com escritores, de ler e de ouvir palestras e delas participar livremente. Serão três dias do melhor dos lazeres, o cultural.
QUANDO A INTERNET É PERNICIOSA
A internet é o marco da abertura do universo da comunicação para todos. Instrumento de aproximação entre pessoas e países, ferramenta multicultural capaz de vencer barreiras do preconceito, da intolerância, do ódio entre nações e etnias. A extraordinária conquista tecnológica, infelizmente vem sendo tantas vezes desvirtuada para servir a interesses mesquinhos ou criminosos.
Discute-se, diante disso, o limite de liberdade a ser permitido aos chamados internautas, os que navegam na fluidez de uma rede que não deixa vestígios fáceis, e pode esconder a canalhice das ofensas cometidas à sombra covarde do anonimato. Enquanto não se estabelece uma legislação moderna, democrática e operacional para classificar e punir os crimes cibernéticos prospera uma escória de falsos comunicadores que propagam mentiras, falseiam imagens, devastam reputações.
Em Sergipe existem agora alguns núcleos de manipuladores da informação em redes sociais orientados por interesses políticos que se misturam com um tipo de marginalidade que ainda não encontrou o adjetivo exato para definir a baixeza dos caluniadores sem nome, que se misturam na mesma sarjeta de pedófilos, proxenetas, racistas, e totalitários. O risco que tudo isso faz germinar, é que prevaleçam as tendências retrogradas que querem impor censura à livre manifestação dos internautas, que representam, exatamente, o setor mais visível e vigoroso da democracia renovada e fortalecida com a participação direta de todos os cidadãos.
EDMILSON MACHADO O AGRÔNOMO DO ANO
Edmilson Machado é um engenheiro agrônomo que, não só pela sua história profissional se faz merecedor de homenagens, Ele recebeu na sexta-feira dia 12 o prêmio de engenheiro agrônomo do ano. É homenagem que faz a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE) a um dos seus membros que se destacaram antes, ou precisamente naquele ano. Edmilson Machado é, sobretudo, um cidadão reverenciado pela capacidade e dignidade como sempre exerceu cargos públicos, e marcando intensamente a vida sergipana.
Edmilson foi o primeiro dirigente da EMBRAPA em Sergipe, iniciando a marcha dessa estatal que se projeta pela forma virtuosa como tem sido conduzida, em meio aos atropelos morais que afetam a tantos outros organismos do Estado brasileiro. A EMBRAPA em Sergipe chefiada pelo agrônomo Manoel Moacir Macedo, foi avaliada com nota 89, numa escala onde a máxima é 92. Isso em relação ao biênio 2016/2017. Num universo de 42 unidades, A EMBRAPA Tabuleiros Costeiros de Sergipe ficou entre as seis melhor avaliadas do país.
Manoel Moacir diz que essa conquista se deve à forma rigorosa de avaliação a que são submetidos todos os dirigentes e funcionários, e ao foco permanente na pesquisa e adoção de novas tecnologias.
LIVROS, LIVROS, LIVROS
Dia 16, segunda-feira, o escritor, economista, acadêmico, trompetista bom e cantor corajoso, Marcos Melo, autografa a partir das 18 horas na Academia Sergipana de Letras o livro Propriá e sua Academia de Letras, Ciências, Artes e Desportos. Marcos é fundador e presidente daquela academia, e integrante também da Academia Sergipana de Letras.
Nessa terça-feira 17, será aberto no Memorial do Poder Judiciário, praça Olímpio Campos, o evento “Cinco Sentidos”, que inclui uma exposição de artes plásticas de pintores e de um escultor sergipanos, além do lançamento do livro, Álvaro Santos - Memórias, de autoria da médica, jornalista, e ativista cultural Ilma Fontes. Os pintores que irão expor suas obras são: Kalavero, Valter Santos, Helô de Carli, as esculturas são de Edu Maia.
O presidente do Poder Judiciário desembargador Cezário Siqueira Neto, convidando para o evento, que faz parte das atividades culturais levadas a efeito pelo Memorial.
Nessa quarta-feira 18, o Dia do Médico, uma parte das comemorações será o lançamento do livro VIDA, uma coletânea de conto, poesias e crônicas de dezesseis médicos, quase todos sergipanos.
A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES), presidida pelo médico e integrante da Academia Sergipana de Letras Lúcio Prado Dias. Ele tem realizado eventos lítero-musicais, onde médicos e convidados tratam de variados temas, além da literatura, e quase sempre surgem ideias que, inclusive, muito poderiam interessar a gestores públicos. A Antologia vai homenagear em todas as suas edições um médico sergipano. O escolhido este ano foi o médico e acadêmico, que é escritor e poeta, José Abud.
Participam da Antologia os médicos Francisco Rolemberg, José Hamilton Maciel Silva, Deborah Pimentel, Marcos Ramos, Antônio Samarone, Geraldo Bezerra, Eduardo Garcia, Jose Sérvulo Nunes, Gilmário Macedo, José Marcondes, José Aderval Aragão, Nathale Prates, Lúcio Prado Dias, Ildo Simões, Cortes Rolemberg e Luiz Soares.
O lançamento será no Museu da Gente Sergipana a partir das 18 horas.
Quinta-feira dia 19, No Museu da Gente Sergipana o ex-governador e acadêmico Albano Franco autografa a partir das 18 horas o livro Artigos Globais e Outros Textos Esparsos. É o terceiro livro publicado por Albano. Como sempre as suas noites de autógrafos começam cedo e terminam tarde.
UM TÍTULO DE CIDADÃO
Dia 25 deste mês, uma quarta-feira, às 17 horas a Câmara de Vereadores de Aracaju fará sessão solene para conceder o título de cidadão ao coronel de infantaria Marco Aurélio Künster de Paula. Ele é o comandante do 28º Batalhão de Caçadores. Assim, a homenagem vai além do militar que a recebe, e estende-se à unidade do exército brasileiro que tantos serviços tem prestado a Sergipe.
Vale destacar o que nesses anos de seca fizeram os militares do 28º BC, principalmente na logística complexa de distribuição de água em caminhões-pipa que em alguns momentos chegou a atender algo em torno de umas cem mil pessoas.
O vereador Josenilto Vitale de Jesus presidente da Câmara convidando para a solenidade.
O MAPA CULTURAL DE ARACAJU
A Fundação Cultural da Prefeitura da capital apresentou aos artistas e agentes culturais o Mapa Cultural da Cidade. Trata-se de uma ferramenta que divulga as ações culturais os eventos e as oportunidades para a participação dos interessados. Servirá também ao público como calendário sempre atualizado dos eventos. Os que fazem arte poderão se utilizar livremente da plataforma, para divulgar seus trabalhos, suas apresentações.
O NOVO SHOPPING DE ARACAJU
Já tendo data marcada para a inauguração: abril do próximo ano, o Aracaju Parque Shopping do Grupo ACF, já completou a venda dos espaços maiores e economicamente estratégicos reservados para as lojas “âncoras”, aquelas sempre operadas pelas grandes redes do mercado varejista.