Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
EMILIA SUBIU RÁPIDO E CAI MUITO LIGEIRO
06/09/2024
EMILIA SUBIU RÁPIDO E CAI MUITO LIGEIRO

NESTE BLOG

1) EMILIA SUBIU RÁPIDO E CAI MUITO LIGEIRO

2) EM CANINDÉ UM RANÇOSO GRUDOU-SE AO MALQUERER

3) MARIA, EM SERGIPE A MULHER DO SÉCULO

4) UM ARTISTA QUE VIVE ‘’EMBRENHADO” NO SERTÃO

 

 

 

EMILIA SUBIU RÁPIDO E CAI MUITO LIGEIRO

A candidata Emilia torcendo para que suas pesquisas iniciais, não sejam de fato verdadeiras.

A situação da candidata Emília é surpreendente.

Há coisa de uns três meses, segundo as pesquisas apresentadas pelo seu partido, o PL, comandado nacionalmente por Bolsonaro, e aqui em Sergipe por Edvan Amorim, antecipava-se a liquidação da fatura logo no primeiro turno. Festejavam a cifra vistosa de 52 % de intenções de voto.

O cenário político ainda era fluido.  Outras candidaturas estavam em formação, e a deputada federal Yandra Moura, aparecia com  3 %. A delegada Daniele, exercendo uma Secretaria de Estado já se afastava, mas, aguardando um sinal verde do governador Fábio Mitidieri, que viria a apoiar Luiz Roberto, candidato do Prefeito de Aracaju, que tem um vistoso trem de obras a exibir.  Daniele, em eleição anterior, tivera um bom desempenho nas urnas, não se elegendo, mas ganhando um capital eleitoral expressivo.

Entre todos, Yandra revelou-se surpreendentemente cativante, e distanciou-se dos demais, todavia, sem inviabilizar nenhum deles, que permanecem esperançosos de chegar ao segundo turno.

 Quando surgiram as pesquisas, onde Emília revelava, de fato, uma chance concreta de vencer no embate inicial, houve uma chuvarada de contestações sobre a validade da pesquisa, que, segundo alguns comentaristas, resultara de uma das artes nas quais o dirigente do partido revela uma rara habilidade. Seriam números pré-fabricados, para   dar consistência à candidata e fortalecer a imagem de uma candidatura ‘’deslocada do sistema “,  seguindo a corrente do bolsonarismo.

Agora, diante da queda vertiginosa revelada por sucessivas pesquisas, (Emilia ficaria em torno de 30 %, seguida de Yandra seis pontos abaixo) o sonhado cenário de um primeiro turno resolutivo esfumaçou-se. Até porque os demais candidatos cresceram, e se mostram competitivos, havendo a surpresa de Candisse de Lula, evidentemente a candidata do PT, que chega aos dois dígitos, desfazendo a impressão de que o próprio PT não teria entusiasmo com a candidatura da esposa do senador Rog ério Carvalho.

Agora, para Emília, resta acreditar que as pesquisas que lhe antecipavam a vitória, teriam sido uma fraude. Se não for assim, e os números de fato estivessem revelando a opção favorável do eleitor, naquela época chegando a mais de 50 % , haveria, então , uma puxada para baixo por  uma espécie de força de gravidade  fatal,  para qualquer candidato, porque resultaria   de um sentimento de desanimo, ou decepção do eleitor, que, segundo um desses decepcionados, o proativo advogado e ex-deputado federal João Fontes, poderá levar Emília  a um segundo lugar no primeiro turno, isso,  caso não entre em cena o “ imponderável da Silva “ .

 

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EM CANINDÉ UM RANÇOSO GRUDOU-SE AO MALQUERER

Machadinho

Kaka

Entre o ranço da arrogancia e a leveza da simplicidade, o embate entre os dois candidatos em Canindé.

O município sergipano de Canindé do São Francisco, carrega, com ele, uma infelicidade ou triste sina. A Prefeitura é rica, mas convive com um desolador panorama de pobreza. Canindé tem uma taxa de desemprego    entre as mais elevadas do país.

Não fosse o Perímetro Irrigado Califórnia, uma das “ousadias” de João Alves, a situação seria pior.

Mas, há fatos alentadores, como por exemplo os dois colégios da rede estadual, cujos professores e alunos fazem surgir entusiasmantes surpresas. Há ainda escolas da rede municipal que registram bons resultados.

O Colégio estadual Dom Juvêncio de Brito, dirigido com criatividade pela professora Rúbia Virgínia de Albuquerque Silva funciona em tempo integral, e alunos, orientados pelos professores, Lark Soany, de Quimica, Alex Cordeiro, de Biologia, e Mariza Nobre, de Geografia, têm feito alguns prodígios. Um deles: estão produzindo plásticos a partir de soro do leite; um outro, mais complexo: criaram um micro aparelho eletrônico, que pode ter múltiplas aplicações, na agricultura, na indústria, e em outras atividades. Nada de novo, trata-se de uma Alexia, com muito mais abrangência. O surpreendente é que eles trabalharam com sucata de aparelhos elétricos e eletrônicos, e fizeram, a custo quase zero, algo valioso.

Há, também, a esperançosa atividade leiteira, que precisa ser expandida para que ali ocorram fenômenos de transformação da economia, como acontece em Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo.   São poucos, ainda, os produtores que alcançam níveis elevados, um deles, o engenheiro Paulo de Deus, ex-prefeito de   Paulo Afonso duas vezes, e pioneiro na atividade leiteira, que ultrapassa os quinze mil litros diários, utilizando muita tecnologia, e genética.

E agora, surge na política municipal uma novidade esperançosa, porque nada se faz sem a política.

É o candidato Machadinho. Nascido na pobreza do povoado Curituba, ele superou as adversidades.  Vai bem de vida, mas nunca abandonou, e sempre acompanha a vida da sua gente. Nas suas empresas, de pequeno porte, mas organizadas, trabalham aqueles   com quem partilhava as brincadeiras da infância.  Inclusive, quando faz obras em vários outros estados.

Patrocina festas, vaquejadas, pegas de boi, isso, há mais de dez anos, e é figura benquista e popular.  O povo o tornou candidato, e assim, ele virou político. E revela vocação, juntando empatia com afetividade, coisa rara entre os políticos que cada vez mais se acostumam a comprar votos.

E dele surge a estimulante novidade.

 Religioso,  diz,  se eleito, terá na sua mesa de trabalho, de um  lado a Bíblia, do outro, a Constituição Brasileira,  aberta na página do Capítulo II Artigo 6º, onde estão os Direitos Sociais.

Em cada fala, refere-se a um deles. Sobre a Saúde, o direito à vida, comprometeu-se a entregar funcionando, em maio de 2025, no Dia das Mães, uma Maternidade, em hospital que já existe, e  inútil há muitos anos.  As parturientes  precisam deslocar-se para outros municípios, em Sergipe, Alagoas ou Bahia. Há muito tempo o Cartório de Canindé não faz um registro de criança ali nascida.

    Machadinho vai enfocando os direitos que o povo não tem.  Na Educação,  compromete-se com as escolas  em Tempo Integral;  pré-escola e creches para a infância.  Promete  ampliar o EJA, para erradicar o analfabetismo. Machadinho está convencido de que transformando em realidade direitos  até então inexistentes, ao fim do mandato poderá declarar Canindé livre da fome; livre do analfabetismo. Dessa forma,  ele vai imprimindo um tom leve, esperançoso e construtivo à sua campanha. Ao mesmo tempo, desenhando uma estratégia para gerar empregos,  criando e incentivando micro empresas através de um “ banco popular “ ou Fundo de Desenvolvimento.  Projeta um Parque da Juventude, com esportes diversos, na sua maior parte olímpicos, e estímulos ao conhecimento cientifico e tecnológico. Também, um Centro Cultural, com auditório, e salas para ensino de Música, Artes Plásticas, Dança. Teatro. E criar a Orquestra de Canindé. Uma visão civilizatória,  e não apenas devaneio, ou promessas de campanha sem consistência orçamentária.  O município tem vistosa receita, em torno de 23 milhões mensais.

 No lado oposto, agora  vocifera um cidadão, aliás vindo de boa cepa. Kaká, é filho do respeitado Orlando Andrade, que foi Interventor em Lourdes; irmão de um político humano, ,  hábil e conciliador,  o ex-prefeito  três vezes de   Canindé , sempre lembrado com saudade,  Orlandinho;  Kaká,  é  sobrinho de um notável Procurador de Justiça, que foi José Andrade; e também do sensato e afável Conselheiro do TC, Ulices Andrade. E por último , sem ser menos importante, ou, inglesando,  last  but not least, é também primo do deputado Jeferson Andrade, Presidente da Assembléia Legislativa. Com todo esse acervo familiar, que é também capital político, Kaká, nada político,  optou pelo ranço, pela baixaria, talvez, vendo sumirem os  esperados votos, e perdendo a cada dia mais apoiadores, enveredou,  então, pelos ataques pessoais rançosos.  Chamou de  “maloqueiros “ os que apoiam  Machadinho. No outro dia, estava criado em Canindé o Clube dos Maloqueiros, e a carteirinha de sócio  foi distribuída às centenas.

Por último, seus agentes clandestinos criaram nas redes sociais  uma voz soturna,  para identificar a Maçonaria, e os maçons, como gente satânica; povo  do mal, e  definindo a quase milenar e mundialmente respeitada organização ,como uma seita maléfica, de gente perversa e criminosa. E nominalmente insultaram uma autoridade maçônica, que está engajado na campanha de Machadinho.

Demonstrou  assim, o “ rançoso”, ausência de conhecimento, ao lado do desrespeito preconceituoso, ou carência total de comedimento e inteligência. E isso o torna uma espécie peçonhenta de homem público.

Antes, ele próprio, nas redes sociais, agredira e demonizara as religiões afro-brasileiras,  acusando o candidato Machadinho de estar “ fazendo  feitiços num  terreiro de macumba “.

O Pai de Santo, Tonho, cidadão conceituado, já o denunciou no Ministério Público pelo crime de preconceito religioso, e fez um   Boletim de Ocorrência na Delegacia local.

 

Os eleitores de Canindé, agora decidem, entre os ranços da malquerença  arrogante, e a política conduzida com leveza, civilidade ,  tolerância.  Necessariamente , com inteligência.

PS – O  Rançoso fez, no programa eleitoral na Rádio Xingó, uma inserção onde afirma, empavonado, que tem o apoio do Governo Federal, do Governo do Estado, e das principais lideranças políticas de Canindé.

E nas redes sociais o povo simples perguntava: “ E nóis onde fica ?”

 

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MARIA, EM SERGIPE A MULHER DO SÉCULO

A senadora Maria do Carmo Alves, e sempre a simples dona Maria.

 

(Ao primo de dona Maria, que tanto a admirava,  dr. Antônio João Messias)

 

Há os que ainda dizem, talvez equivocados: “Ao lado de um grande homem existe sempre uma grande mulher”.

 Esta afirmação seria  adequada ao tempo em que a mulher era considerada uma espécie de acessório de luxo, a compor a figura pública de um marido eminente.

A mulher, para adornar o homem.

Maria do Carmo nunca aceitou esse papel, que  disfarça a subalternidade. Ela abominava o termo Primeira -Dama.

Era, “ apenasmente “ Maria, nem doutora Maria, por ser advogada. O  povo lhe deu o nome que ela  prazerosamente adotou:  Dona Maria.

 Mesmo quando Senadora, (e exerceu três mandatos, só Lourival Baptista, seu  fraterno amigo, a igualou) ela continuou sendo Dona Maria.

Há duas personagens públicas que em Sergipe , literalmente, “ pisaram na lama “. Um, foi Jackson Barreto, outra, foi Maria do Carmo.

Jackson ,quando Prefeito, colocou o subúrbio distante, a favela mal cuidada, a pobreza esquecida,  na sua agenda de Prefeito;

 e foi ao povo, e para fazer esse caminho, era preciso “pisar na lama.”

Ninguém mais seguiu esse roteiro, até que Maria o incorporou à sua visão de  Sergipe, e do Brasil.

Essa visão diferenciada, a tornou avessa ao solene, ao luxo, aos fastígios do Poder.  Distante,  ou desconfiada dos ambientes emoldurados pela vaidade, ela cultivava a forma de vida simples, aldeã, de menina do Cedro do São João.

Ninguém  fez mais pelo social em Sergipe do que Maria do Carmo. E este foi o relevante e virtuoso papel que exerceu, com ânimo, ousadia e sonho, e nisso, tornou-se parceira essencial da maior obra administrativa jamais realizada em Sergipe. A obra de João Alves Filho. Parece impossível, mas ele deixou, prontos ou semi -acabados em seus governos, seis Perímetros irrigados. Todos de grande porte.

Essa obra que se pode classificar como gigantesca, para os padrões de um estado pobre como Sergipe,  completava-se com a visão social de Maria, resultado daquele seu hábito corriqueiro, de “ pisar na lama “.

Ninguém fez mais em Sergipe para a prevenção do câncer do que dona Maria.

Aqueles ônibus- ambulatórios que ela fez rodar pelas estradas, acompanhados por um séquito entusiasmado de médicos e médicas, de enfermeiras e enfermeiros, muitas assistentes sociais, e muito voluntariado se incorporando, seguramente, salvaram dezenas de milhares de vidas.

A vida é um palco de paradoxos. Dona Maria morreu vítima de um câncer.

Soube que era terminal, refugiou-se na prece, no carinho das duas filhas, e entendeu, tranquila, que havia chegado a sua hora.

A hora do fim de uma vida, que engrandeceu as vidas.

 

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UM ARTISTA QUE VIVE ‘’EMBRENHADO” NO SERTÃO

Para Matheus, o preto e branco traduz melhor aquelas asperezas das brenhas e do surreal dos cenários sertanejos.

 

Estar embrenhado é misturar-se com as brenhas. E que são brenhas? São aqueles caminhos difíceis, ásperos, tortuosos, ou a perda pelos labirintos da vida. O sertão das caatingas, é o cenário de brenhas que o artista Matheus Cordeiro escolheu, para, nos seus claros escuros, ou preto e branco,  dar a exata sensação de dramaticidade que as brenhas exigem. Nisso, distancia-se dos Impressionistas que o inspiram, e preferiam o êxtase das cores, misturando-se com suave naturalidade, mas , atiçando os sentidos. Matheus, fez neste  agosto findo, uma exposição no Museu da Gente Sergipana. Aquele primor idealizado por Marcelo Déda e executado com a  visão criativa do arquiteto e poeta Ézio Déda.

 Foram trinta quadros , na tinta nanquim que ele usa, e reusa.  O nome da exposição: “ Poço Redondo Embrenhas”. Matheus fez  um trocadilho a ser decifrado.

Seu mecenas foi o ex-deputado Jorge Araujo, que, extasiado sempre com o sertão e o seu revigorante ponto de parada em Poço, onde, no seu latifúndio, uma tarefa de terra, plantou centenas de árvores, e lá  conheceu o pintor, e trouxe  Matheus para  exibí-lo na capital.  E alcançou sucesso.

Viver em Poço Redondo, sobrevivendo da sua arte, não tem sido tarefa fácil para o jovem que é também publicitário, formado na UNIT, com Bolsa de Estudo. Pior ainda, um marqueteiro, buscando encontrar um Mercado, onde ainda não se descobriu o marketing. E aqui fica a sugestão para o BANESE que sempre apoiou  os pintores sergipanos, e adquiria seus quadros para emoldurar suas agencias. Por que não comprar quadros de Matheus, até muito abaixo dos preços de mercado, e distribuí-los pelas agências sertanejas, começando por Poço Redondo? E fica também a sugestão para que a Prefeita Aline, de Poço, também os adquira para pendurá-los nas paredes da prefeitura, das Escolas, do Hospital,  que aliás funcionam , tratam bem dos alunos e dos pacientes.

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