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1)EMÍLIA CORREIA ENTRE O “MORALISMO” E A FRAUDE
2) UM BARRACO EM BRASÍLIA E O CONGRESSO ALI PERTO
EMÍLIA CORREIA ENTRE O “MORALISMO” E A FRAUDE
Emília, Emília, Emília......
A cidadã, a mãe, a operadora do direito Emília Correia merece o máximo respeito. Todavia, em relação à mulher política não se pode dizer a mesma coisa
Na condição de candidata começou a perder credibilidade entre alguns apoiadores, antes muito entusiasmados, como foi o ex-deputado federal João Fontes, apenas um, entre dezenas que começaram a debandar, decepcionados com o comportamento da candidata, para eles sinuoso e falso. Emília estaria tentando transitar entre áreas diversas, confundido habilidade política com enganação. Ou seja , uma preferência oportunista pela dubiedade.
Mas, esse aspecto seria até desprezível , ou irrelevante, diante da evidencia de que a política não é, exatamente, um chão irrigado pelos rigores da ética.
Agora, a candidata real, e não o que aparenta ser, começa a ter pesadamente afetada a imagem de impoluta defensora da moralidade pública que vinha tendo algum êxito. Surge o episódio deprimente, no qual a candidata aparece como autora de uma fraude.
Uma malandragem desprimorosa, rasteira, que expõe o lado até agora oculto da política Emília, desatenta, ou, o que é pior, indiferente aos valores éticos, que fazem parte essencial daquilo que se entende como moralidade pública.
Houve a descoberta : o comunicador que comandaria o debate a ser travado entre os prefeituráveis de Aracaju nas emissoras de rádio e TV do Grupo Atalaia, era um contratado do comitê de campanha da candidata moralista. No caso, revelando-se uma moralisteira.
O comunicador não se considerou impedido, talvez, por não ter noção do que seria a ética profissional. Já Emília, que com ele estivera pouco antes do debate , dali saiu para as dependências da TV – Atalaia, festejando intimamente a vantagem que teria sobre os outros candidatos. Mas, mesmo se ela não teve acesso aos temas que seriam tratados, o que é improvável, diante da relação entre o comunicador subalterno e a Emília patroa, a malandragem rasteira ficava evidente
O fato em si, independente de interpretações, é gravíssimo, e depõe, desprimorosamente, contra a imagem da candidata.
Napoleão , a grande figura histórica, costumava reclamar contra a “ ditadura dos fatos “. No caso dele, registrados na dimensão dos seus propósitos imperiais.
Mas, o que se define como fato, ou evidencia real, insofismável, não depende do cenário onde ocorre, ou da dimensão das suas causas e efeitos, o fato, como realidade objetiva, se aplica com a mesma intensidade em todas as situações onde surge.
Sejam elas napoleônicas ou emilianas.
O fato com o qual se depara agora a candidata Emilia, seria algo impensável. Mas, para ela, infelizmente, é fato indesmentível, e escancaradamente revelador de um caráter ocultado na encenação do discurso moralista.
A pilantragem não pode ser tratada como episódio irrelevante por não ter sido inteiramente consumada a tentativa. Afinal, houve na undécima hora a substituição do mediador, quando a direção da empresa comandada pelo empresário Valter Franco, constatou a gravidade do procedimento indecente, exonerou imediatamente o mediador que foi substituído pelo respeitado e íntegro comunicador Gilvan Fontes.
Emília, que é a maior responsável pelo deprimente episódio, permanece intocada, e ninguém poderá “ exonera-la “.
Mas o eleitor pode.
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UM BARRACO EM BRASÍLIA E O CONGRESSO ALI PERTO
A favela, um barraco, as cinzas e as crianças mortas
Em uma das favelas que cercam Brasília, -aquela pérola luminosa da República- o barraco de lona e restos de madeira compensada, ficava próxima de um emaranhado de fios elétricos e cabos de fibra ótica, além das fiações resultantes de “ gatos “.
O barraco pegou fogo, um episodio que não é raro, tanto em favelas brasilienses, como em outras paulistanas ou cariocas.
Brasília é a cidade que ostenta o melhor índice de renda per capita. Ou seja, para os padrões brasileiros é comunidade rica. Mas, para não fugir ao desenxabido modelo social brasileiro de chocante desigualdade, a capital do país também tem deprimentes favelas.
Pois então, para piorar o cenário, aquele aglomerado humano não tem rede de esgotos, nem de água, há desemprego e também fome, um elenco vasto de carências, e pessoas morrem queimadas.
Foi o que aconteceu naquele barraco. Nela, morreram queimadas três crianças.
A promiscuidade, o emaranhado de fios, a completa ausência de segurança, -talvez lá os Bombeiros nunca apareçam- foram os componentes da tragédia.
Quando apagavam o fogo, e no meio das cinzas retiravam os pequenos corpos carbonizados, ao longe, as pessoas avistavam as cúpulas do Poder Legislativo, o Congresso Nacional.
Mas, lá dentro, nas cúpulas hermeticamente fechadas, ninguém, mesmo querendo, conseguiria avistar a favela, o barraco e o incêndio. Os fazedores das nossas leis, os distribuidores das emendas de dezenas de bilhões, parecem viver uma metáfora do isolamento, ou de proposital cegueira.
Os senhores congressistas, talvez hoje formando a pior legislatura da nossa história republicana, não estão cegos, sabem muito bem do que acontece lá fora, sabem que precisam dos seus eleitores, todavia, preferem legislar em beneficio próprio ou das corporações, e interesses outros que representam.
Estão agora desmontando a nova legislação para controle das armas, e vão permitir que surjam clubes de tiro anexos às Escolas. Parecem acreditar na “ pedagogia” da violência, fazendo crianças, adolescentes, conviverem com os estampidos, o transito das armas. Em vez de livros, tiros, tiros.
Querem também afrouxar a Lei da Fixa Limpa. No caso das armas, há os que pretendem liberar fuzis automáticos, iguais aquele com o qual o cafajeste ou psicopata Roberto Jeferson, ou as duas coisas, reagiu contra a Policia Federal, disparou centenas de tiros, lançou granadas e feriu dois agentes.
Já perdoaram as dividas dos partidos, que existem exatamente porque os recursos que recebem do governo são malbaratados.
Querem, também, desmontar a legislação ambiental, liberando a mineração do carvão e as termelétricas que funcionam com aquele tipo de combustível já aposentado em quase todo o mundo. O carvão é responsável por uma imensa taxa de mortalidade. Que o digam os descendentes daqueles que viviam nas cidades da Inglaterra, a partir do início da Revolução Industrial.
E não para por aqui as listas das insanidades que ganham corpo no Congresso Nacional.
Enquanto isso circula a noticia que alarma o mundo: o portentoso, o gigantesco , o maior volume de água doce do mundo, o Rio Amazonas está secando. No estreito de Óbidos, próximo a Tabatinga, informam que o nível do rio, ali chamado Solimões se mede em centímetros. Se isso for mesmo verdade, se estiver acontecendo na calha e não em áreas laterais, ou lagunas que se formam, é algo alarmante.
Todos esses sinais nos fazem olhar o futuro com desconfiança e medo. Necessitamos, urgentemente, de uma legislação mais abrangente, que nos ajude a vencer as impactantes transformações climáticas.
E o que fazem os senhores congressistas, à frente dos quais urram os extremistas da direita bolsonarista ?
Legislam sobre armas, não se conformam com a limitação dos seus privilégios e com a devastação das verbas de emendas , um cenário no qual o STF agiu para dar um freio e exigir transparência. Primeiro por uma decisão monocrática do Ministro Flávio Dino, depois, pela unanimidade dos ministros, um placar raramente alcançado.