Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
DEPOIS DO ENORME PREJUÍZO O COMEÇO DA RECUPERAÇÃO
11/10/2022
DEPOIS DO ENORME PREJUÍZO O COMEÇO DA RECUPERAÇÃO

A chama do gás voltará acender.

A CARMO ENERGY, subsidiária sergipana da COBRA ENERGY espanhola, finalmente, agora, torna-se operadora única de todas as instalações em terra, que pertenciam e eram operadas pela PETROBRAS desde os idos dos anos 60, quando começaram as prospecções em Sergipe, até a descoberta do primeiro poço em 1963. De lá, até o instante em que, surpreendentemente tudo parou, a petroleira foi montando o imenso parque, compreendendo centenas de poços produtores, oleodutos, gasodutos, terminal marítimo, planta de gás natural, o porto off-shore. A longa adutora, que abastece com água do São Francisco a capital e seus arredores, foi financiada pela PETROBRAS, e tocada em parceria com o estado no governo Augusto Franco. Com ela, viabilizaram-se diversas indústrias, da mineradora de potássio à FAFEN, operadas por subsidiárias da PETROBRAS. Em torno desse complexo, ampliado pelas atividades de centenas de empresas privadas, girava a economia sergipana.

Um dia, tudo começou a ser abandonado. Aconteceu no governo Temer, quando encerrou suas atividades a FAFEN, depois, já no atual governo, a PETROBRAS, sem maiores satisfações desativou tudo, bateu em retirada, abandonou Sergipe, mantendo, todavia, as operações na plataforma marítima, onde se concentram agora as esperanças.

A CARMO ENERGY já contratou diversos ex- funcionários da PETROBRAS, hoje aposentados, e com eles trata de reativar os campos produtores, recuperar equipamentos danificados, voltar a produzir óleo e gás. O petróleo recomeça a jorrar e ser levado até os petroleiros no terminal marítimo, e breve voltará a ser avistada, no Terminal da Atalaia a “flare”, chama resultante da queima de gás, o excedente não aproveitável, ou desperdiçado, por insuficiência de tecnologia.

No próximo ano Sergipe estará aproximando-se dos trinta mil barris produzidos em terra, além de gás. Os botijões e caminhões tanques voltarão a ser enchidos onde sempre foram.

Não se consegue uma justificativa plausível para o duvidoso procedimento de fechar para depois vender, a mesma coisa que aconteceu com a FAFEN.

No interregno entre o encerramento e a reabertura, a economia sergipana cambaleou. E infelizmente todos os pleitos levados à Brasília foram infrutíferos.

Não fosse a atuação quase isolada do ex-ministro das minas e energia, Bento Albuquerque, talvez nada de positivo houvesse acontecido.

Mas, nesse período houve a construção de um mecanismo que tornou possível a reabertura da FAFEN, e o desenho institucional de uma “economia do gás” um tanto subjetiva, mas, a médio prazo já apresentando resultados, mais do que simplesmente animadores.

Os novos controladores da CELSE, a termelétrica da Barra dos Coqueiros, projetam novos e substanciais investimentos, algo que até 2030 deverá alcançar uma cifra próxima aos quarenta bilhões de reais. Ao governador Belivaldo Chagas eles disseram que o marco regulatório do gás elaborado em Sergipe, tem sido o estimulo para o crescimento que planejam: e disseram mais: o trabalho de uma equipe técnica sergipana tem servido de modelo que estão apresentando a outros estados, ainda em fase inicial de tratativas sobre o tema.

Nessa equipe se destacaram Marco Antônio Queiroz, secretário da fazenda, o superintendente Marcos Vinícius, Jose Augusto Pereira de Carvalho, Secretário da Indústria e Comércio, o superintendente Marcelo Menezes, o Procurador Geral Vinícius Thiago Soares de Oliveira e sua afinada equipe, o diretor da SERGÁS, Valmor Barbosa Bezerra, o assessor para assuntos de energia, Oliveira Junior.

A sintonia entre o Executivo e a Assembleia Legislativa, produziu a legislação indispensável. Sendo importante a liderança exercida pelo presidente Luciano Bispo, e, entre os deputados o protagonismo de Zezinho Sobral.

Em Brasília a bancada sempre esteve atenta ao que era necessário fazer no plano federal, destacando-se a atuação do deputado Laércio Oliveira, pelas suas ligações institucionais.

Apesar dos pesares, da fragilidade de Sergipe diante do poder central, ao abordar insistentemente assuntos evidentemente sérios e imprescindíveis, após a enorme perda de receita e queda na geração de empregos,

Sergipe continua sendo privilegiado sortudo, porque, caprichosamente, no nosso subsolo, e em frente, na plataforma marítima, estão as reservas fantástica de gás e óleo. 

O que temos agora a fazer é trabalhar muito, e de forma competente, para, a partir do próximo ano, evitar que deixemos de saborear o filé disso tudo, que será o aproveitamento econômico local do gás e do óleo, e não nos conformemos com o papel secundário de produzir e exportar matérias primas.

Temos de ir além da mesquinharia de uma discussão política marcada pela mediocridade, onde avultam, e se fazem escancarados agora, cenários deprimentes e degradantes, tais como as transações secretas de surpreendentes negócios relacionados à sede de poder, prestigio e dinheiro, tendo como personagens ousados, o senador da República Rogério Carvalho, e o ex-prefeito de Itabaiana, até então presumido “dono” de muitos votos, Valmir de Francisquinho.    

E la nave va, como diriam os italianos, mesmo com essas reincidentes tempestades de desencontros com a ética e o decoro institucional.

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ROGÉRIO TIRA DE UM BOLSO E ENCHE O OUTRO 

Rogério e Francisquinho: acordo secreto e o eleitor desprezado.

Que não se enganem petistas nem bolsonaristas, Rogério não representa nenhum deles. Ele não tem lado, nem compromissos. Rogério é, sobretudo os seus bolsos. Agora, diz a voz pública, ele retirou dos bolsos a quantia mais do que suficiente para tirar Valmir de Francisquinho do sufoco de agiotas batendo à sua porta. A dívida inicial seria de 12 milhões, mas, juros de agiotagem ninguém consegue calcular. Rogério tirou de um bolso a quantia em espécie, uma parte teria sido em dólares. Tirou, exatamente do bolso estufado, depois de ter merecido a recompensa dos grandes bancos, após aprovado o projeto que deu aos banqueiros o privilégio de uma espécie de over night permanente; a indecência do ganho com o dinheiro dormindo no Caixa. O outro bolso ele teria deixado vazando com o que escorreu para dentro, sempre secretamente é claro, pois, afinal, ele foi decisivo para a aprovação daquela afronta à moralidade pública, que se chama orçamento secreto. Assim, tão recheado, não lhe terá sacrificado a bolada levada ao novo parceiro. Há sempre em

Rogério um bolso disponível para ser alimentado com seus "alaranjamentos", ou outros golpes que exigem, nas veias, o sangue de mafiosos. Rogério não tem partido Rogério é o seu umbigo em torno do qual rodam os seus interesses. O impensável aconteceu em Sergipe: petistas e bolsonaristas de mãos dadas, um gesto que poderá causar prejuízos ao discurso em nível nacional, tanto a um lado como ao outro. Para Rogério, será mais uma jogada entre todas aquelas desprovidas de coerência, de ética e de honra, que ele se acostumou a jogar, transgredindo valores, que simplesmente ignora, ou despreza. Para Valmir de Francisquinho, que parecia até agora um fenômeno político de protesto à política tradicional, poderá significar o suicídio do político que teve algum instante de fama e credibilidade. Rogério, apenas prossegue a sua caminhada. O seu rastro político todavia, tanto petistas, como bolsonaristas, agora já o identificam. Quanto às suas digitais, isso é problema para o Ministério Público e a Polícia, já identificadas, claramente, em variadas tramóias. Criou-se, em Sergipe, por obra e graça de um aventureiro político acossado por agiotas, e de um malandro que se fantasia de homem público, um insolúvel problema, tanto para petistas como para bolsonaristas: em qual dos dois palanques lambuzados eles vão por os pés? 
 

 

INFORME PUBLICITÁRIO 

Manter a vacinação em dia é um dever coletivo que também protege a você e a sua família.

A Secretaria de Estado da Saúde reforça que todos os pais e responsáveis têm a obrigação de atualizar as cadernetas de seus filhos, em especial das crianças menores de cinco anos que devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina.

Manter a vacinação em dia é um dever coletivo que também protege a você e a sua família. Pais ou responsáveis, fiquem atentos: é fundamental manter a carteira de vacinação dos pequenos em dia. Os cinco primeiros anos, por exemplo, são decisivos contra a poliomielite. E em todas as fases da vida, há reforços necessários: adolescentes, adultos e idosos também precisam se vacinar. Atualizar a caderneta de vacinação é para todo mundo. Na dúvida, visite a Unidade Básica de Saúde mais próxima.

A maior parte das doenças infecciosas graves podem ser, atualmente, evitáveis através de vacina. Porém, é preciso estar atento ao calendário de vacinação. Sergipe conta hoje com 489 postos de saúde, distribuídos entre sede e povoados, além das unidades hospitalares que recebem as vacinas para recém-nascidos (BCG e contra Hepatite B).

Sergipe registra queda no índice de vacinação geral, sobretudo em crianças e adolescentes nos últimos três anos. A redução é resultado de uma tendência que atinge o Brasil desde 2015, mas que se acentuou com o início da pandemia da Covid-19.

O cenário é preocupante, principalmente, quanto a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice Viral D1). De janeiro a setembro do ano passado, a cobertura vacinal foi de 56%. Este ano, 41 %, segundo dados do Programa Estadual de  Imunização da Secretaria de Estado da Saúde.

Situação semelhante acontece com a imunização contra a paralisia infantil. A cobertura da vacinação contra poliomielite caiu de 73%, de janeiro a setembro de 2021, para 64% este ano de 2022. Embora o Brasil esteja livre da paralisia infantil desde 1990 é  fundamental a continuidade da vacinação para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no país.

Diante do cenário de baixa cobertura vacinal, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), vem impulsionando o movimento "Vacina Mais Sergipe" para ratificar a vacina enquanto meio essencial para erradicar e impedir o retorno de doenças.

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