No início do mandato de Lula, hoje o preso mais preso do Brasil, surgiu, nos jardins do Palácio da Alvorada, desenhada em cores vermelhas uma estrela, que, sem nenhuma dúvida, seria o símbolo do PT.
Não tardou a onda de protestos, justa sem dúvidas, porque nas dependências de um prédio público, aliás preeminente na República, reservado a servir como residência ao presidente e à sua família, não se pode fazer propaganda política.
Estamos completando, neste abril próximo, quinhentos e dezenove anos desde quando os portugueses chegaram às praias baianas, e rezaram missas assistidas por canibais nativos, e pelos civilizados “descobridores”. Eles navegaram intrépidos pelo mar oceano nas suas caravelas, onde havia meninos até de menos de quinze anos, que “serviam” aos tripulantes, ou seja, eram coletivamente estuprados pela marujada adulta.
Ali, à sombra da cruz que os mareados frades ergueram, começava a história de uma nova terra, e de um povo que nesses cinco séculos, entre avanços, tombos e recuos, tem buscado formatar uma civilização.
Garantem, estudiosos da realidade brasileira, que o maior entre os nossos avantajados problemas é, justamente, o encalhar do processo civilizatório no fundo raso da nossa educação deficiente.
Há também os que asseguram que a ausência de patriotismo seria o maior dos males, e assim, conferem aquele substantivo masculino um protagonismo que o termo não alcança: o de ser causa, quando, na realidade, é apenas um efeito.
A Educação, ao contrário, é causa e não efeito, sendo a própria essência da sociedade, vista como modelo onde as diversas características convergem, como a civilidade, o civismo, o respeito, a tolerância, a solidariedade.
Todas as virtudes sociais surgem a partir da educação. Esse quase mantra é repetido diuturnamente pelo médico e humanista sergipano, Jilvan Pinto Monteiro, um arauto dos seus próprios sentimentos, a clamar por educação.
Mas, às vésperas de chegarmos ao quingentésimo décimo nono aniversário, nos vem um cidadão colombiano que, faz pouco tempo, nos comparou a canibais, e tenta fazer do nosso sistema educacional um aparato posto a serviço de um partido, de um governante, e de um sistema de poder.
Esse obscurantista que a Colômbia deve ter rejeitado, agora nosso Ministro da Educação e Cultura, age como se fosse um apagador de lampiões, querendo, antes de madrugar o sol, abafar todas as luzes, numa tentativa agônica de prolongar a escuridão que é a imagem exata da sua alma cinzenta e intolerante.
Ricardo Velez Rodrigues além de ser, como diria Nelson Rodrigues, “um chato de galochas”, encarna a figura rabugenta do puxa-saco, desprovido de qualidades pessoais e humanas para exercer o pesado, ao mesmo tempo sensível, clarificante cargo que lhe deram, e por isso, tenta sobreviver pela capacidade de adular.
Não se trata aqui de criticar a sugestão para que o hino nacional fosse cantado pelos alunos e professores, isso é um capítulo a ser incluído de acordo com um consenso nas escolas. Todavia, a aprendizagem do hino deveria ser incluída nos currículos do ensino básico.
O conceito de patriotismo terá de ser bem mais abrangente do que a simples cena de jovens perfilados entoando um hino.
O amor à terra onde se nasce, resulta da vivência pessoal, da convivência com os outros, da história que se conhece, e do presente que se vive, da capacidade de interagir, e de poder expressar-se livremente.
No caso do nosso país, a cena brasiliense, chamemos assim o desvirtuado mundo institucional, gerou um sentimento popular de apatia, descrença, desencanto, e a noção de patriotismo nesse caso, não se reconstruirá na escola apenas com meninos perfilados e cantando o hino, e uivando slogans de campanha.
Precisamos mesmo é de grandes exemplos. De mobilização social, de ativismo em favor das grandes causas da nacionalidade.
E com que nos deparamos?
Com os “sérgios cabrais”, no cinismo explícito da “confissão” sem mea-culpa, com a VALE impune, e seus descarados e criminosos dirigentes mangando da vida e dos que a perderam. Como acreditar patrioticamente no futuro de uma Nação que tolera uma empresa apátrida e irresponsável como a Vale, a nos soterrar na lama?
Como acreditar sem titubeios nesta Nação, quando uma grande conquista brasileira, a tecnologia aeronáutica que alcançamos, é entregue sob o argumento covarde de que a EMBRAER não tem escala para competir com a Boeing, com a Air Bus, e então, acabou-se o equivocado sonho. Mas o mercado festeja, as ações subiram.
Nada disso estimula um patriotismo consciente, mas, deve caber a todos nós a responsabilidade de o recuperarmos. E não será o colombiano raivento, que virá nos ensinar a ser brasileiros.
A pior forma de tutela, é a do Estado sobre o processo educacional, feita com objetivos políticos e ideológicos.
O monstro totalitário nasce ai.
Nasceu na Rússia, quando ganhou o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e nas escolas o regime começou a “construir o novo homem”. Em outras palavras, um exército de robôs a serviço do totalitarismo, úteis ao déspota Stalin, e ao seu reinado de terror. Quando a URSS dissolveu-se em 1992, descobriu-se: o “novo homem” participara de massacres, de torturas, do terror da polícia política, e até rompera, por conta própria os grilhões do Estado, e se apossara das estatais, surgindo como os “novos ricos” da Rússia renascida. Dos “novos homens” construídos pela mentira do Estado opressor, surgiram ladrões, aproveitadores, cínicos.
Na Alemanha hitlerista os meninos cerraram fileiras para cantar a Horst Wessel, gritaram Heil Hitler, Sig Heil, aprenderam a adorar o “mito”, e foram por ele morrer nos campos da Sibéria, nos desertos africanos, nos oceanos do mundo, nos ares da Europa.
Mas se fizeram também bandos de assassinos, da Gestapo, das SS, gauleiters, a governar terras alheias subjugadas, e carrascos, que levaram judeus, ciganos, “inimigos da pátria”, homossexuais, esquerdistas, liberais, aos fornos crematórios nos campos de trabalhos forçados, onde, no portão sinistro do pior deles, Auschwitz, colocaram, requintadamente perversos, a frase: “Arbeit macht frei”, (o trabalho liberta ).
Perverteram a escola, contaminaram a universidade, fanatizaram os exércitos, esmagaram a cidadania, e destruíram o que restara da culta e civilizada Alemanha.
No Brasil, precisamos sim, recuperar o civismo, cantar o hino em posição de respeito, desfraldar a verde e amarela, mas sem que isso pareça o resultado da prevalência de uma ideologia sobre outra, apenas, uma natural reverencia à terra mãe, e ao povo irmão.
Na escola, precisamos sim dar eficácia ao ensino, mas, tendo nas salas de aula professores sem medo, e alunos começando a pensar com liberdade, tendo responsabilidades com eles mesmos, com o semelhante, o respeito à vida, a rejeição à violência e à intolerância, a preservação do meio ambiente, condição para que a humanidade sobreviva.
Uma escola livre, uma escola de cidadãos, uma escola pública que sirva à sociedade e ao país.
Precisamos, para desanuviar esses horizontes largos da pátria que deve ser gentil, superar logo esse conflito desagregador, pondo o Brasil em campos opostos de bolsonaristas e lulistas. Uma deformação que gente como Velez Rodrigues e outros desatinados, insistem em levar para dentro das escolas.
O Velez Rodrigues, com cara sebosa, já tentou remendar o absurdo que cometeu, e que o deixou muito mal junto ao núcleo do governo que pensa, e enxerga melhor o Brasil, entre eles o vice-presidente Mourão, que publicamente desaprovou o ainda ministro, levando o caos ao seu Ministério sem rumo, e sem sensatez.
A ELEIÇÃO NO GOB-SERGIPE
Dia nove, agora, de março, haverá eleição na maçonaria sergipana ligada ao Grande Oriente do Brasil, o GOB. Os maçons fazem parte de uma espécie de confraria que tem os seus ritos, os seus procedimentos, as suas exigências, e formam, digamos assim, fratrias modernas, que cultivam modelos específicos, mas se unem, todos, percorrendo o mesmo caminho da busca pelo que é justo e perfeito, algo que poderá até soar como utópico; mas, enfim, as utopias podem ser o alimento da esperança.
Os maçons também, como toda organização democrática, dividem-se em torno de candidaturas quando chega o tempo das eleições. Outras vezes, o consenso se constrói, mas nem sempre isso é alcançado, e nisso resta aquela sábia observação sobre a virtude real e efetiva das unanimidades.
Filiadas ao Grande Oriente do Brasil existem em Sergipe 13 lojas. São elas: a Cotinguiba, mais antiga, completará 150 anos em novembro de 2022, seguindo-se a Piauhitinga, José de Alencar Cardoso, Lealdade Cotinguibense, Tiradentes, Sérgio Goldhar, Marselhesa, Estrela de David, Clodomir Silva, Harmonia Laranjeirenses, Marcos Ferreira de Jesus, José Mesquita Silveira e Constâncio Vieira.
Vão disputar a eleição duas chapas assim formadas: Orlando Carvalho de Mendonça e Benone Farias, a chapa União, e Clairton de Santana e José Wilton Torres de Magalhães, a chapa Unidos Faremos Mais.
O atual Grão Mestre é Lourival Mariano de Santana. Ele completa dois veneralatos, o que equivale, já nesse próximo mês de junho, a oito anos. Lourival faz um trabalho merecedor da aprovação de todos, mas, o apoio dele a uma das chapas, a liderada por Clairton, gerou uma certa sensação de continuísmo, e então, a chapa liderada por Orlando e Benone apresentou-se como capaz de renovar, dando novos ares à administração.
Orlando é um empresário conceituado, dedica-se a uma obra social, o Asilo Rio Branco, que é um modelo para instituições filantrópicas.
Nesses dias que atravessamos, com o travamento do poder público pela crise financeira, e a quase estagnação da economia, cabe também à sociedade encontrar respostas para o desafio de retomar o crescimento, e evitar o acirramento da crise social. A Maçonaria é uma instituição atenta a essas circunstancias, e sempre exerceu um forte protagonismo.
A chapa de Orlando e Benone, pela experiência e a espertisse em termos gerenciais, surge como uma nova possibilidade de juntar os maçons sergipanos, mais ainda aos sentimentos do povo, fazendo com que a antiga e respeitável instituição se torne um centro de irradiação de energias criativas para a coletividade.
Com esse discurso, Orlando transmite exatamente a ideia de disposição, criatividade, elementos indispensáveis numa organização que pretende ampliar a sintonia com a sociedade sergipana.
No começo deste mês, Orlando, como convidado, mas pagando suas próprias despesas, foi a Barretos, em São Paulo, participando do grupo conduzido pelo governador do estado, que tenta atrair para Sergipe as ações do Hospital do Câncer de Barretos, criado e mantido pela dedicação do empresário Henrique Prata, um neto de sergipanos. Lá, Orlando visitou a Casa do Maçom, mantida pela Maçonaria do município, uma espécie de confortável e grátis hospedaria para maçons de todo o Brasil, que estejam fazendo tratamento oncológico. Orlando, naquela ocasião, foi despertado para um serviço mais abrangente que a maçonaria sergipana poderá desenvolver, inclusive, juntando-se ao projeto de transferência do comando do Hospital de Cirurgia de Aracaju para a fundação do empresário e filantropo Henrique Prata, o que seria um passo importante para trazer a qualidade gerencial, a experiência, e sobretudo o humanismo, elementos característicos do Hospital de Barretos, hoje, uma referência nacional de eficiência e gestão livre dos vícios, ou, sendo mais direto: da roubalheira que contamina o sistema de saúde pública brasileiro.
Orlando tem essa característica positiva de ser protagonista, de buscar caminhos para fazer e construir. E isso é muito bom.
No cenário atual das duas chapas, o que poderia prevalecer, sem deméritos ou restrições a qualquer um dos concorrentes, seria a avaliação da capacidade de liderar e construir. E nesse quesito Orlando dá exemplos constantes, ao longo da sua vida maçônica.