CIVILIZAÇÃO x BARBÁRIE
O que estamos agora a assistir no Brasil, não é somente um processo forte de radicalização política, de fato, estamos nos encaminhando para um confronto entre a civilização e a barbárie. Pode até parecer exagerada essa afirmação, até porque, cronologicamente, já nos distanciamos muito do período em que o homem substituiu o machado de pedra pelo arado, fixou-se na terra, começou a plantar e a colher, constituiu família, aglutinou-se em tribos e, assim, foram surgindo sinais tênues de solidariedade, começou a marcha civilizatória.
QUADRO DO SÉCULO XIX RETRATANDO OS EXÉRCITOS ROMANOS LIDERADOS POR NERO CLÁUDIO DRUSO PARA BATALHA CONTRA TROPAS GERMÂNICAS (BÁRBARAS) DURANTE O SÉCULO I a.C.
Mas essa marcha não se faz linearmente. Há desvios, há obstáculos e também retrocessos. A barbárie se faz contemporânea de todos os períodos históricos, porque o ser humano carrega em si a memória da caverna e o instinto predador, dele, tantas vezes se apossa. As marcas desses momentos em que a barbárie derrota a razão são as mais numerosas e, também, as mais destacadas nos registros da história da humanidade.
É facílimo distinguir esses instantes em que a estupidez se corporifica nas tragédias e, aí, surge a sucessão de guerras, dos fanatismos, genocídios, intolerâncias, tudo aquilo que desmerece a raça humana.
No Brasil, vivemos agora um entreato dessa catástrofe. É preciso que desarmemos os espíritos, que reservemos um espaço suficiente onde possam sobreviver, juntos, a tolerância e o diálogo.
MESMO SOBREVIVENDO A FAFEN NÃO SERÁ A MESMA
A fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe, a FAFEN, ainda que sobreviva, não sendo transformada em sucata inútil a peso de ferro velho, não permanecerá sendo estatal, como ramo indesejado e rejeitado da PETROBRAS. Há uma nuvem de cinismo e pura desfaçatez na cúpula da PETROBRAS, coisa que um dos dirigentes do setor de fertilizantes deixou bem evidente, na rápida entrevista que, do Rio de Janeiro, concedeu à TV-Sergipe. Ele tratou superficialmente de prejuízos acumulados pela fábrica sergipana, mais superficialmente ainda de dificuldades, de fracassos, de fatores impeditivos que, segundo ele, tornavam impossível a manutenção da empresa. E a FAFEN, simplesmente, teria de ser fechada, depois, desmontada como sucata e, talvez, vendida a quilo para algum ferro velho. Segundo ainda o entrevistado, a FAFEN gerou, em 2017, um prejuízo da ordem de 600 milhões de reais e não haveria alternativa a não ser a desativação. Nada quis tratar sobre as consequências, limitou-se a dizer que os trabalhadores seriam reutilizados em “outras áreas da PETROBRAS”. Mentiu, ou mudou por vontade própria, o plano de demissão voluntária que a PETROBRAS está levando a efeito, depois de ter reduzido, drasticamente, suas atividades em Sergipe e Alagoas. Onde iriam, então, acomodar quase 400 trabalhadores efetivos da rejeitada FAFEN?
Diante desse cenário desenhado, é lógico constatar que a direção da petroleira considera a FAFEN um peso morto a ser descartado. Então, a estratégia seguida pelo governo de Sergipe, por toda a nossa classe política, pela sociedade sergipana em geral é, nesse momento, a mais correta. Não se insiste na manutenção da FAFEN estatal, mas se quer evitar que a tal da “hibernação” anunciada não seja consumada em junho. O que se quer impedir é a consumação da insensível e perversa ideia, arquitetada nos gabinetes isolados de uma PETROBRAS cada vez mais distanciada dos interesses nacionais, muito longe do que seria a sintonia obediente ao mandamento constitucional sobre a função social da empresa, seja ela pública ou privada. É obvio, toda empresa terá de ser lucrativa, sem isso, nenhuma sobreviverá. No momento, a PETROBRAS está sendo pressionada pelos seus acionistas, os fundos de pensão americanos principalmente, que acabam de fazer um acordo, onde ressarciram supostos prejuízos que teriam sofrido, por decisões equivocadas da empresa, atrelada ao interesse político do governo e às consequências da ação dos quadrilheiros que dela se apossaram. Ano passado, o prejuízo da petroleira foi da ordem de 700 milhões. Com o fechamento das fábricas de fertilizantes em Sergipe e Bahia, entende a Petrobras que este ano o déficit operacional estaria zerado.
Mas aí entram outras considerações que foram inteiramente desprezadas e que poderiam ser sintetizadas numa só pergunta: Fechar as fábricas facilitaria a negociação com prováveis compradores?
A petroleira preferiu usar o verbo hibernar, que pode ser intransitivo ou transitivo direto. No caso do urso, ele hiberna nos meses gélidos, busca um buraco quentinho e lá se “apaga” voluntariamente por meses, até a primavera. É a sua forma de garantir a sobrevivência, ele gera a sua hibernação.
Mas a hibernação pode ser provocada e aí já é outro caso. Na medicina, o médico avalia quando o paciente quase em estado terminal deve ser hibernado, diminuído nas suas funções básicas, reduzindo-se a temperatura corporal. Tancredo Neves, na sua alongada agonia, é um caso emblemático de hibernação. Ele foi literalmente esfriado numa cama de gelo. Como se sabe, não deu certo.
TANCREDO NEVES
Foto: Arquivo do Senado Federal/Fotos Públicas
No caso da FAFEN, o verbo traduz um mando externo, ou seja, a fábrica está sendo compulsoriamente hibernada, “apagada” e, nisso, residem todas as suspeições.
Mas esse não é um episódio que possa ser resumido à gramática, embora um outro verbo, disfarçadamente, esteja compondo a cena. Ele seria o transitivo roubar.
Estão usando o verbo errado para uma decisão que se insere num projeto mais amplo e desavergonhadamente antinacional. Nada de hibernação, na verdade, roubam, roubam o futuro do povo brasileiro, agora, especificamente, roubam a esperança de sergipanos e baianos, atingindo diretamente a capacidade de industrialização dos dois estados nordestinos.
E nós todos, a sociedade, os brasileiros, hibernamos o nosso sentimento de cidadania ou o deturpamos, na gritaria suicida do radicalismo destrutivo.
DA EUFORIA DOS MINÉRIOS À “HIBERNAÇÃO” DA FAFEN
Em torno da FAFEN gravitam múltiplas atividades econômicas. Mais de dez fábricas, as misturadoras, estão localizadas num raio de 30 quilômetros, tendo Aracaju como centro. Nele, nessa figura simbólica de geometria plana, um círculo, se inclui a indústria química situada em Laranjeiras, que fornece insumos básicos para a produção de fertilizantes. O ciclo quase fecha com um outro insumo, o potássio, produzido agora pela Mosaic na mina de Taquari-Vassouras, dentro, portanto, do círculo com diâmetro aproximado de 60 quilômetros. Em poucos locais do mundo se encontrará uma vantagem locacional tão expressiva, como a existente em Sergipe. Há mais ainda, nesse círculo quase milagroso que abrange a região da Cotinguiba, Aracaju, a hoje florescente Barra dos Coqueiros, onde se localiza um subutilizado porto e se estende, avançando pelo oceano. Nessa parte do mar, foram descobertas grandes reservas de gás e petróleo em 1968, a primeira vez no Brasil. Então, os sergipanos começaram a sonhar com um portentoso parque industrial, um polo mineral-químico e petroquímico de alargadas proporções.
Com reservas enormes de gás e petróleo, sais minerais, calcário, concentradas todas num pequeno espaço geográfico, imaginar Sergipe como um estado industrializado, não era um sonho inacessível. Progressivamente, desde então, como resultado do trabalho de sucessivos governos, do suporte oferecido invariavelmente pela bancada sergipana em Brasília, as conquistas foram surgindo. Instalou-se o Terminal da Atalaia, a Planta de Gás Natural, depois a FAFEN e a PETROMISA, esta, a primeira mina de potássio no Brasil e em todo o hemisfério sul. A ideia básica seria industrializar, em Sergipe, algo em torno de setenta por cento dos produtos aqui gerados e, para isso, projetava-se uma refinaria de petróleo, como estrutura mãe de um imenso polo petroquímico.
Não se chegou nem à metade do que foi projetado, mas afinal, uma boa etapa foi consolidada. Agora, as perspectivas seriam ainda mais favoráveis. As atividades no pré-sal, desenvolvida principalmente pela EXXON, além de outras empresas, inclusive a PETROBRAS, acenam com a possibilidade concreta de uma vultosa produção de petróleo e gás, num horizonte de tempo entre quatro e sete anos. A Mosaic, a mineradora multinacional que adquiriu o controle da mina de potássio da Vale, manterá a exploração, e deverá iniciar o Projeto Carnalita, no mais tardar, em 2019. A CELSE, maior térmica a gás do Brasil, está surgindo na Barra e entrará em operação na virada de 2019 para 2020. Com a CELSE teremos gás sobrando que virá do Catar, um dos Emirados Árabes.
MOSAIC QUER RETOMAR PROJETO CARNALITA EM SERGIPE
Foto: Agência Vale
O momento então seria o mais propício para se discutir a política nacional do gás, ou seja, o perverso monopólio da PETROBRAS, que inviabiliza a competitividade das indústrias, em consequência dos preços absurdos que estabelece para um insumo fundamental. Um dos fatores que mais oneram a produção da FAFEN é, exatamente, o gás fornecido pela Petrobras, que chega a atingir mais de trinta por cento dos custos fixos da empresa. Aí surge o paradoxo, a PETROBRAS lucrou muito com o gás, descuidou-se da FAFEN, não fez a operação correta da empresa, nela não reinvestiu, e agora dela se descarta, jogando-a ao lixo, por oportunismo ou irresponsabilidade.
Exatamente num instante repleto de boas perspectivas, quando dezenas de empresas de outros estados e estrangeiras animam-se em vir a Sergipe, atraídas pelo cenário novo que se forma, a PETROBRAS surge com a notícia desalentadora da “hibernação” de duas indústrias fundamentais: a FAFEN de Sergipe e a FAFEN da Bahia. Em Sergipe, a também na Bahia, igualmente penalizada, a PETROBRAS abandona a imagem alvissareira de empresa líder em iniciativas que causavam desenvolvimento econômico com avanço social; isso, quando a petroleira tinha compromisso com o Brasil, responsabilidade nos locais onde atuava. Apenas, como nota lembrete: Na Bahia e em Sergipe, a PETROBRAS fez as suas primeiras descobertas de óleo e gás e, nos dois estados, começou, também pioneiramente, a industrializá-los. Em 1963, num poço em Carmópolis, Sergipe surgiu como segundo estado brasileiro a produzir petróleo. Em 1968, Sergipe tornou-se o primeiro lugar no Brasil, onde se produzia petróleo e gás na plataforma marítima.
54 anos depois de dar ao Brasil a grande notícia do petróleo jorrando em Sergipe e 49 anos depois de anunciar ao mundo que o Brasil começava a produzir óleo e gás na plataforma continental sergipana, nos chega, agora, o senhor Pedro Parente, com toda a frieza de um burocrata insensível, incapaz de enxergar além dos volumes onde aprendeu a soletrar seu jargão em inglês americano, para anunciar a “hibernação” das duas FAFENs. Só em Sergipe, ele levará ao desemprego mais de 4 mil pessoas e ameaça a existência de todas as fábricas de fertilizantes, além da queda na receita do estado e do município de Laranjeiras.
PEDRO PARENTE
Nos terreiros da Cotinguiba, nos terreiros do Recôncavo, o nome de Pedro Parente já vem sendo recitado nas invocações a Exú. E ele que se cuide, porque só banho de sal grosso e muitos patuás, não irão “hibernar” o efeito dos “despachos” preparados para ele e a sua equipe.
ARGUMENTOS DE QUEM NÃO ENXERGA O BRASIL
Sobre a “hibernação” das FAFENs de Sergipe e Bahia, circulam, nos gabinetes da PETROBRAS, alguns argumentos que demonstram o descolamento total daquela empresa com um projeto de Brasil. Os dirigentes, envolvidos, hoje, com o programa de recuperação da devastada empresa, estão se lixando para qualquer outra consideração que esteja fora da sua área específica, mesmo que sejam assuntos relevantes, como, por exemplo, a segurança de uma atividade econômica chamada agronegócio. Sobre esse setor, o único da cambaleante economia brasileira que mostra vitalidade, que cresce e gera emprego nessa arrastada crise, os técnicos que estão por traz da criminosa decisão de sucatear as indústrias não enxergam o risco enorme que existe, caso passe todo o sistema produtivo do campo a depender, inteiramente, da importação de fertilizantes ou dos insumos, para aqui fazer a mistura, que consiste, basicamente, dos nitrogenados, do potássio e do fósforo, este, o único que aqui não temos. Fertilizantes de alta qualidade é o produto que as FAFENs ameaçadas fornecem.
Dos minerais, Sergipe tem reservas imensas, também uma oferta cada vez maior de gás para produzir a amônia e a ureia. Se for sucateado, o setor de fertilizantes da PETROBRAS, o Brasil irá depender inteiramente das importações. A fragilidade do agronegócio seria então ameaçadora e isso representa um grave perigo à segurança do país. O crime que a PETROBRAS está a cometer, ocorre, suspeitamente, no instante em que a nossa produção de gás e petróleo tem a perspectiva concreta de ser fantasticamente ampliada nos próximos anos. Isso é fato real, que agora já começa a acontecer.
Se, por um motivo qualquer, as importações forem interrompidas, mesmo agora, com as indústrias nacionais funcionando, haveria um efeito arrasador e imediato sobre o agronegócio. Precisamos, na realidade, montar outras plantas de amônia e ureia semelhantes à FAFEN e ampliá-la, para que aqui seja industrializado o gás que teremos em quantidade.
Numa visão estratégica abrangente que reflita o clima de incertezas no panorama global, o Brasil, quarto maior país, quinta maior população, terá, evidentemente, de cuidar melhor dos seus interesses, de proteger-se contra eventuais perigos e, ainda mais, resguardar-se dessa “quinta-coluna”, algumas vezes abrigadas em importantes gabinetes.
A “hibernação” das FAFENs, é parte pequena, sem dúvidas, dessas insidiosas manobras para a desconstrução de um projeto nacional de desenvolvimento, não isolacionista, muito pelo contrário, em diálogo com o mundo e a modernidade. Seria um objetivo a requerer, um tempero de brasilidade, o que não é encontrado nas receitas que copiamos de modelos externos. De acordo com a lógica desses modelos, que têm a pretensão de ser globais, as FAFENs deveriam mesmo ser fechadas, fossem quais fossem as consequências sobre o emprego e a calamidades provocada. Tudo, dizem os “hibernadores”, seria compensado com a importação de produtos a preços menores e o agronegócio se tornaria até mais competitivo.
Mas um povo que deixa, por incompetência ou submissão, de explorar economicamente os seus recursos naturais disponíveis, estará condenado a ser uma desenxabida colônia. E o pensamento colonizador é o que hoje transita com desenvoltura cínica pelos centros do poder em Brasília. Não ficarão satisfeitos enquanto não entregarem a Amazônia, venderem a EMBRAER, desativarem ainda mais os centros de pesquisas, venderem a preço vil o sistema energético, e nisso se inclui, também, a ideia “viralatista” de substituir a indústria local pelo produto importado. (Ver a elucidativa nota da ABIQUIM, Associação Brasileira da Industria Química, sobre a “hibernação” das FAFENs no final deste BLOG).
UM FATO POSITIVO: A CLASSE POLÍTICA SE JUNTOU E AGIU
Ressurgiu, uma cena que há algum tempo não víamos. Todos os senadores e deputados federais reuniram-se num gabinete em Brasília com o governador Jackson Barreto. O local foi o gabinete da senadora Maria do Carmo, que seria uma presença pacificadora. O encontro, foi, felizmente, marcado por muita cordialidade e registraram-se até trocas de tapinhas nas costas entre alguns, que, há algum tempo, não se encontravam, muito menos dialogavam. Jackson entrou por inteiro no clima e até descontraiu tudo, quando disse a Valadares: “Senador, já estamos velhos para continuar brigando”.
Ficou então combinada uma estratégia comum com a Bahia. Será proposto que a FAFEN continue funcionando, sem a tal “hibernação” em junho, até que surja um provável comprador da fábrica, que não é sucata, e poderá ser muito lucrativa e essencial para suprir a crescente demanda da agricultura brasileira. No grupo estava o ex-governador Albano Franco, a quem JB elogiou pela sua permanente disposição de colocar-se ao lado do interesse de Sergipe.
GOVERNADOR REUNIU SENADORES E DEPUTADOS PARA BUSCAR ALTERNATIVAS SOBRE O FECHAMENTO DA FAFEN
Fotos: Roque Sá/ASN
O presidente da ALESE, Luciano Bispo, designou a deputada Maria Mendonça e o Pastor Antônio para representarem o Legislativo. A vereadora Emília Correia representou a Câmara de Aracaju.
Segunda-feira haverá o encontro de todos com o presidente da PETROBRAS, na terça, será a audiência com o presidente Temer. O roteiro da Bahia será o mesmo, em horários diferentes.
Aguardemos, sem ficar calados, botando a boca no mundo.
A RESPOSTA PERFEITA A UMA DENUNCIA VAZIA
O desembargador Cesário Siqueira, presidente do poder judiciário, foi rápido e transparente na explicação que fez sobre uma investigação do Conselho Nacional da Magistratura a respeito de supostas irregularidades na forma da titularidade de um cartório em Estância. A investigação, pelo que foi noticiado, atingiria a ele e a desembargadora Iolanda Guimarães. O estranho nisso tudo é que a notícia correu antes mesmo que os desembargadores fossem notificados. Mas o desembargador Cesário antecipou-se, convocou a imprensa e tratou do assunto, deu as explicações necessárias e respondeu a todas as perguntas formuladas.
PRESIDENTE E CORREGEDORA GERAL DA JUSTIÇA DO TJSE, DESEMBARGADORES CEZÁRIO SIQUEIRA NETO E IOLANDA GUIMARÃES
Sobre a carreira dos dois magistrados, o presidente Cesário e a corregedora Iolanda, nunca pairaram suspeitas de irregularidades. Cesário é um magistrado discreto, culto, cioso dos seus deveres. Da desembargadora Iolanda se poderá dizer o mesmo. Complementando-se, com a afirmação, de que são juristas, e corretos seguidores da lei.
NA ILHA DO RATO O BICHO DE PORCO NO PÉ MATAVA GENTE
A Ilha do Rato era um aglomerado de gente vivendo como bichos, no extremo norte da Barra dos Coqueiros. O local, que até poderia ser chamado de paradisíaco, uma praia quase deserta na margem direita do modesto estuário do Japaratuba, cercado também pelos mangues e coqueirais. Não se sabe exatamente como formou-se a horrorosa aglomeração de tanta gente jogada na mais absoluta miséria. Sabe-se que, quase todos, vieram de Alagoas, da região do Peba, Feliz Deserto e Piassabuçu. Na Ilha do rato não era raro crianças morrerem em consequência da infestação do bicho de porco. De fome era coisa corriqueira. Não havia assistência médica, nem escola, muito menos emprego.
BICHO DE PORCO
Foi feito por volta de 2012 um relatório ao governador Marcelo Déda sobre a situação de desgraça humana da localidade, onde ratos conviviam com gente. Os pés de uma criança foram roídos por ratos. Logo depois, por lá chegava a então secretária da inclusão social, Eliane Aquino. Providenciou-se assistência médica, deram condições para o transporte das crianças até uma escola, curaram as infestações de bicho de porco e chegaram cestas básicas. Jackson era Vice-governador e pegou um projeto para construção de casas, incluindo os moradores da Ilha do rato na condição de quilombolas.
INAUGURAÇÃO DO RESIDENCIAL PONTAL DA BARRA, NA ILHA DOS RATOS
Fotos: Jorge Henrique/ASN
Na verdade, eles não são nada disso, mas era preciso aproveitar verbas disponíveis. Semana passada Jackson foi à Ilha do Rato e inaugurou 150 casas, no local onde havia a desumana favela. Agora resta cuidar para que os moradores não vendam as casas, que ficam de frente para a mar, e tenham alguma atividade produtiva, porque estavam acostumados à indolência e a tomar cachaça. A falta de perspectivas, o desamparo, a ausência do poder público, destroem, além do corpo, a dignidade humana.
A Ilha do Rato era um inferno onde as pessoas se resignavam a viver, por fatalismo, ou inércia.
VENÂNCIO PISA NOS CALOS DO SENADOR
O deputado Venâncio Fonseca participava de uma entrevista no programa de Gilmar Carvalho. Um entusiasmado integrante do PSB dos Valadares telefonou para criticar Venâncio, segundo ele, por ter trocado a oposição para acomodar-se no governo. Para essas ocasiões, Venâncio, um parlamentar que criou a carapaça protetiva nos intensos debates em plenário, tem um jeito especial de dar uma entonação à voz. Ele se faz manso, quase um quieto pregador, a fazer o discurso suave do convencimento. Mas a sua ironia e verve são demolidoras. Começou dizendo que Valadares, pai e filho, eram cristãos novos na oposição e, como tal, estavam ainda em estágio probatório. Dito isso, começou a desfilar, no tempo, a presença dos Valadares em todos os governos, para dizer, concluindo que, depois de tanto acostumados ao convívio com o poder, no governo de Jackson, ocupavam imensos espaços, também no governo federal, até recentemente, porque votaram em Temer, a favor do impeachment, agora, certamente, ainda não haviam se adaptado no terreno um tanto movediço da oposição. E por isso estavam um tanto inquietos.
DEPUTADO ESTADUAL VENÂNCIO FONSECA
Foto: Jadilson Simões/Agência ALESE
O senador Valadares, uma fera nas redes sociais, onde assegura, sem dúvidas, uma parte do trânsito que tem na opinião pública, ainda não respondeu a Venâncio.
AS INICIATIVAS DE UCHOA MUITO ALÉM DE SERGIPE
Onde existe em Sergipe, uma iniciativa para proteção do patrimônio cultural, a preservação da nossa história, haverá quase sempre a participação do professor Uchoa e da sua universidade. A UNIT é um referencial que foi além das fronteiras de Sergipe e, em Alagoas, onde se instalou e tornou-se quase do mesmo porte dos seus campi em Sergipe, começa também a surgir em iniciativas semelhantes às que aqui desenvolve. O governador Renan Filho se empenha para cada vez mais em “alagoanizar” a sergipana UNIT.
Em Aracaju, a mais nova iniciativa do Reitor Jouberto Uchoa é a instalação do Memorial de Sergipe, mantido pela UNIT, no antigo prédio da Prefeitura de Aracaju. O velho edifício andou um tanto abandonado depois que foi inaugurado o complexo administrativo professor Aloísio de Campos, onde, há mais de dez anos, instalou-se a Prefeitura. A UNIT vai iniciar a reforma do prédio no segundo semestre deste ano.
Nos Estados Unidos, Uchoa faz a sua mais ousada ofensiva. Uma parceria com a Massachussets University abre as portas para uma proveitosa incursão internacional, que se traduz, inicialmente, num convênio para o desenvolvimento de ações na área do conhecimento científico, centralizadas no braço internacional da UNIT. No dia da inauguração do novo polo, o professor Uchoa, diz que ficou impressionado com o nível das atenções que mereceu do mundo acadêmico americano.
TIRADENTES INSTITUTE ESTÁ SITUADO NO CAMPUS BOSTON DA UNIVERSIDADE DE MASSACHUSSETS E A UNIT É A PRIMEIRA UNIVERSIDADE PRIVADA BRASILEIRA A INSTALAR CENTRO DE ESTUDOS EM SOLO AMERICANO.
Fotos: portal.unit.br
O ROMPIMENTO AGORA EXPOSTO PUBLICAMENTE
O senador Valadares não esconde mais o tamanho dos desencontros que o separam do deputado federal André Moura, o líder de Temer no Congresso. Valadares postou uma forte advertência ao deputado, deixando claro que o PSB não estaria de nenhuma forma à sua disposição, nem se curvaria ao poder que ele ostenta em Brasília. De forma bem explicita, Valadares disse que André estaria acostumado a lidar com partidos que se vendem, que se deixam seduzir por facilidades oferecidas, mas, no seu PSB de Sergipe, as coisas seriam bem diferentes e deu o recado: “André, vá bater em outra porta, aqui não lhe cabe”.
Mas André Moura anuncia que vai divulgar uma gravação, feita no apartamento do líder do grupo, o empresário, articulador político Edvan Amorim. Nesta gravação, o senador Valadares teria garantido que se recebesse o apoio para a candidatura do seu filho à Prefeitura de Aracaju, faria, no futuro, politicamente, tudo o que Edvan e André lhe mandassem fazer.
ANSELMO RETORNA COM O MANDO DO CNJ
O juiz Anselmo Oliveira, posto em aposentadoria compulsória pelo Tribunal de Justiça de Sergipe, deve retornar à plena atividade, por determinação do Conselho Nacional da Magistratura. Anselmo, após a decisão, sentiu-se prejudicado, alegando que não lhe foi assegurado o direito pleno a defesa e o CNJ acolheu suas razões. O assunto, todavia, não está ainda inteiramente pacificado e resta esperar as reações no Tribunal. Anselmo se manteve tranquilo, não reagiu publicamente, mas tomou as suas medidas em defesa da sua carreira de magistrado, até então, sem incidentes que a desvirtuassem.
JUIZ ANSELMO OLIVEIRA
O APAGÃO E A RESPOSTA DA SMTT, DO DETRAN E DA PM
Na quarta-feira, dia 21, antes do fim da tarde, aconteceu o apagão. Sumiram a energia e as luzes na cidade e logo soube-se que a coisa era bem mais grave, não se restringia a Aracaju, abarcava todo o nordeste, quase todo o norte e partes do centro-oeste, sudeste e sul. Foi então um apagão quase completo. Depois, viriam as explicações de sempre. Um pequeno erro de operação, nada que comprometesse a confiabilidade do sistema, aconteceu e tudo foi feito para, imediatamente, aliviar as consequências. Todos os governos, isso sem exceções, registram os seus apagões particulares. O maior de todos foi na era Fernando Henrique Cardoso, quando, então, se tratou de instalar as termoelétricas e esticar mais ainda os linhões interligando o Brasil todo. Esse sistema, tanto é benéfico, quanto se pode tornar desastroso, potencializando, por espaços muito mais amplos, os efeitos locais de algum erro casual, como teria sido a ligação errada do disjuntor, que levou ao desastre todo o sistema. Sobre prejuízos, sobre atropelos, sobre mortes até, causadas como consequência do sumiço da luz, ninguém irá falar, muito menos a tocar na palavra ressarcimento. Foi mais um apagão, desta vez no tempo de Temer, responsável por um outro apagão: o da ética, da moralidade administrativa. Deste, não poderemos tão cedo nos livrar, ainda mais com a Suprema Corte que temos.
Em Aracaju as pessoas apressaram o retorno às suas casas, cancelaram compromissos durante a noite e, isso, quando tudo já estava às escuras, aliviou um pouco o nosso trânsito, sempre conturbado. Com o escuro, o medo provocado pela insegurança aumentou, mas, felizmente, a PM tomou a oportuna decisão de colocar, circulando pelas ruas, viaturas com as sirenes ligadas. Isso causa um certo sentimento de que existe alguma proteção.
A SMTT e o DETRAN, também agiram com rapidez e, com os guardas comandando o trânsito, substituindo os semáforos apagados, houve até, em alguns pontos, mais agilidade do que em dias normais. O coronel Luiz Fernando, secretário municipal da defesa, moveu o seu dispositivo de guardas municipais e os colocou nas ruas, iniciando a coordenação de ações em parceria com a polícia estadual.
AGENTES DA SMTT DERAM SHOW DE EFICIÊNCIA DURANTE O APAGÃO
Foto: Raul Alexandre/SMTT
O teste do apagão serviu, na prática, para ser avaliado um projeto ainda em fase de elaboração.
BNB TEM UM BILHÃO E 622 PARA APLICAR EM SERGIPE
O superintendente do BNB em Sergipe, Antônio César, anunciando e repetindo, até insistentemente, aquilo que todo empresário espera ouvir: O BNB tem, para aplicar em Sergipe este ano, um bilhão seiscentos e vinte e dois milhões de reais. Os juros são atraentes, garantem que são os melhores do país. Para a infraestrutura são 550 milhões, para o microcrédito há 407 milhões, para a micro e pequena empresa são 130 milhões e por aí segue a linha de crédito à disposição dos mais variados setores de atividades econômicas.
SUPERINTENDENTE DO BNB, ANTÔNIO CÉSAR DE SANTANA
CIRO VAI TER UM BOM PALANQUE EM ALAGOAS
CIRO GOMES
Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
O presidenciável Ciro Gomes, ao que tudo indica, terá um fortíssimo palanque em Alagoas. O governador Renan Filho estaria prestes a anunciar o apoio ao ex-Ministro e ex-governador do Ceará, um político e técnico, tantas vezes convocado para proferir aulas em universidades dos Estados Unidos e Europa.
Sexta-feira, dia 23, o deputado Inácio de Loiola fez, em Piranhas, AL, um festivo ato de filiação ao PDT. Ele recentemente desfiliou-se do PSB. Inácio, que exerce uma consistente liderança política na região sertaneja de Alagoas, faz parte da base de apoio do governador Renan Filho.
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GILTON GARCIA COM MARCELO DEDA
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CONVITES:
NAS REDES SOCIAIS:
Antropóloga cita Marielle e diz ser preciso provocar vergonha nos criminosos
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/antropologa-cita-marielle-e-diz-ser-preciso-provocar-vergonha-nos-criminosos.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa
SIMPLICIDADE X VAIDADE - A RAINHA SERVIDORA E A SERVIDORA RAINHA
GRUPO DE MULHERES CORDELISTAS NO LANÇAMENTO DO LIVRO "DAS NEVES AS NUVENS - PRIMEIRA ANTOLOGIA DAS MULHERES DO CORDEL SERGIPANO"
NOTA DA ABIQUIM SOBRE A "HIBERNAÇÃO" DAS FAFENs