Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
CIRO, UMA OPÇÃO PELA PAZ
05/10/2018
CIRO, UMA OPÇÃO PELA PAZ

Fernando Hadad é um nome respeitável. Qualificado intelectualmente, professor, foi Prefeito de São Paulo e um excelente Ministro da Educação. Não deixou nas suas administrações rastros de desmantelos, nem financeiros nem éticos. Em termos políticos seria apropriado defini-lo como um social democrata, com ênfase especial sobre a questão fundamental das desigualdades, que mancham a nossa imagem de país pretensamente civilizado.

Na absurda guerrilha em que se transformou esta campanha eleitoral, o nome de Haddad ou qualquer outro que tivesse o carimbo do PT, logo seria alvo da radicalização extrema que contamina os brasileiros. Nos dias agônicos onde assistimos o sepultamento do que nos resta de civilidade, qualquer um que ouse discordar dessa onda de selvageria que as redes sociais a toda hora revelam, não escaparia da intolerância associada à moléstia sebosa da odiosidade, característica inseparável de todos os extremismos.

Haddad, sendo petista, atrai mais ainda esse fogo implacável, então, surgem os inevitáveis revides, igualmente agressivos, e forma-se o clima perfeito para o acirramento da guerrilha política. As vulnerabilidades éticas expostas pelo PT contribuem para o desmonte da sua candidatura própria, e abrem-se as largas avenidas que levarão Bolsonaro ao Planalto, legitimado pelo voto, e assim, felizmente, sem ter de realizar o seu sonho maléfico, retrógrado e desumano, de subir a rampa do Planalto com um fuzil na mão, pisando sobre cadáveres de milhares de brasileiros. Na fala, que não é fake, onde fez essa promessa, há mais de vinte anos, caso chegasse a ser presidente, Bolsonaro até fixou o número dos que teriam de morrer: seriam trinta mil, e entre eles deveria estar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Some o bom senso, atropela-se a lógica, inverte-se a realidade, e tudo rola num tropel de insanidades que ocupa a maior parte dos espaços nas redes. Estimulados por esse ambiente com cheiro de nazi-fascismo, surpreendentemente, nós, que imaginávamos fosse o Brasil um país de gente cordial e cordata, assistimos milhões ¨saindo do armário¨ carregando os ferozes sentimentos que mantinham guardados sob sete previdentes chaves, talvez por receio das reações contrárias da sociedade.

Agora, todos os absurdos que desajustados sociais sugerem ou fazem, recebem o manto protetor de uma grande parte da nossa população, que admite, sem demonstrações claras de nojo, e até com regozijo, as manifestações racistas, os desrespeitos às minorias, a apologia da violência, o desfazer de todas as linhas mestras que orientam e inspiram as sociedades democráticas. O desapreço à democracia é evidente, como também o desejo já claramente externado de uma intervenção militar, para o que dizem ser uma ¨tarefa saneadora ¨da nossa sociedade, e das suas instituições ¨podres¨. E o porta-voz de tudo é o capitão reformado Jair Bolsonaro, hoje, um candidato com imensas chances de ser eleito presidente. E se isso acontecer, por respeito à democracia e à Constituição teremos de reconhecer o resultado das urnas sem chiar nem piar, e esperar que ele, como Presidente da República, pare de ameaçar as minorias, pare de externar o seu desapreço autoritário à convivência democrática, e coloque na sua cabeça turbulenta a ideia de que se torna o presidente de todos os brasileiros.

Por tudo isso, o confronto que se prenuncia para este domingo teria de ser evitado. Tivemos a oportunidade de escolher bons e experimentados homens públicos, com capacidade gerencial e vivência politica, e nos encaminhamos para uma opção repleta de riscos.

Restaria a esperança de que uma onda de sensatez nos livrasse do resultado previsto, e fizesse com que, votos de última hora levassem Ciro Gomes ao segundo turno. Entre todos os que se alinharam nessa campanha como candidatos experientes e moralmente qualificados, Ciro é, sem dúvidas, o mais preparado para enfrentar e amainar as tempestades que teremos pela frente, exatamente por ter a capacidade de dialogar com todas as matizes do nosso espectro político-ideológico, inclusive com Jair Bolsonaro, e ser um homem público com visão de futuro.

BELIVALDO, UMA OPÇÃO POR RESULTADOS

Nesses próximos quatro anos Sergipe viverá momentos decisivos que definirão o nosso futuro. Se tivermos um governo com experiência, tino administrativo e habilidade politica, daremos então o salto decisivo.

Nos próximos anos o trabalho já iniciado no chamado ¨pré-sal sergipano¨ criará a sequência das entradas em operação de poços altamente produtivos de óleo e gás.

Empresas estrangeiras que aqui estão, e também a nossa estatal, a PETROBRAS a descobridora do pré-sal, como já fazem nos campos marítimos de São Paulo e Rio de Janeiro, aqui, operando em profundidades superiores a dois mil metros, e ainda mais com a perfuração no solo, algumas vezes atingindo mais de mil metros, tornarão Sergipe o terceiro maior produtor de óleo e gás do país, com perspectivas de irmos além de meio milhão de barris diários. Isso, a uma distância acima de 50 quilômetros das nossas praias. Imagine-se, somente, o tamanho da logística que estará sendo exigida.

Associando-se essa marca auspiciosa ao que representará a entrada em operação da usina termelétrica da CELSE, na Barra dos Coqueiros, surge a oportunidade concreta e decisiva para a instalação em Sergipe de um polo industrial de grande porte, e a garantia da competitividade da hoje ainda ameaçada FAFEN, pela facilidade que já existirá a partir de janeiro de 2020, com o fornecimento do gás a menor custo vindo do Qatar, para ser utilizado em parte, pela usina termelétrica movida a gás, e assim, ecologicamente adequada. Tudo isso exigirá planejamento, articulação política, experiência em lidar com a burocracia do serviço público.

Esse planejamento e essas ações não irão começar no próximo ano, já estão sendo postos em ação desde que se conseguiu pleno sucesso com o grupo investidor que instala a usina, um investimento superior a 5 bilhões de reais, e já com dois terços das obras concluídas na Barra dos Coqueiros, gerando quase 2 mil empregos diretos. Nesse contexto, também se inclui a sobrevivência da FAFEN, e a atração de empresas que usam o gás como insumo principal. O volume de petróleo que teremos, atrai grupos interessados em montar uma refinaria (desta vez sem fakes) e o início de um polo petroquímico. Os setores técnicos do governo há algum tempo mantêm contatos, resguardam-se da publicidade, até por receio, seguindo aquele ditado do gato escaldado que tem medo de água fria. Belivaldo supervisiona diretamente as ações deste grupo, da mesma forma como acompanha, de perto, as ações na Saúde, na Segurança e na Educação, com prioridade, e, não raro, aparece manhã cedo em hospitais, postos de saúde, delegacias e quartéis.

Há um outro projeto já avançando, que visa fazer de Sergipe um polo de distribuição de produtos para os dois maiores mercados nordestinos: o baiano e o pernambucano. Para isso o Terminal Marítimo da Barra terá de ser readequado, e a vantagem maior é que esses produtos, aqui desembarcados e estocados, pagarão impostos ao governo, tornando menos magro o orçamento, e permitindo que se invista mais na infraestrutura, na Saúde na Segurança.

Por que exatamente o nosso porto? Porque ele tem o que falta aos outros nordestinos, ao nosso lado: a área denominada retro-porto, aquela que fica junto, em terra, e serve para a armazenagem das mercadorias. E o nosso espaço é enorme. Mas essa vantagem locacional não foi descoberta pelos possíveis investidores distantes. Ela foi transformada em projeto e levada ao conhecimento do mundo corporativo.

As perspectivas não poderiam ser melhores, mas o que resta a fazer não se alcançará com discursos ensaiados e decorados, nem com as tinturas de ¨modernidade¨ de famílias querendo a conquista do poder, recriando entre nós as oligarquias, desta vez com a vitrine de uma face ¨juvenil-socialista¨, assim, entre aspas, e carente do que é essencial: a comprovada competência no exercício do ofício complexo de governar.

Belivaldo é um político e sobretudo um gestor pragmático, não se apega a figurinos ideológicos, nem se fecha em reduzidos grupelhos com interesses políticos específicos. Ele dialoga, a todos estende a mão, desde que surjam parcerias de resultados concretos para Sergipe. Assim, nesses escassos cinco meses à frente do governo, ouvindo assessores, mas sem admitir ninguém ao seu lado fiscalizando a caneta, já demonstrou que soube governar Sergipe, e tem credenciais para continuar nos governando, sem riscos de um equívoco fatal que iria comprometer gravemente o nosso futuro.

E já surgem os resultados práticos dessa forma de governar.

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