Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
Brasil, quase uma Banana´s Republic
06/10/2017
Brasil, quase uma Banana´s Republic

Banana´s republic, assim ficaram conhecidos aqueles países pequenos, as ¨republiquetas¨ produtoras de bananas. Quase todas estavam situadas na América Central, e nelas havia ditadores, cada um mais ladrão do que o outro, sempre apoiados pela United Fruit, uma multinacional norte americana.

Algumas vezes, para defender os interesses da poderosa corporação, os marines americanos colocados à serviço dela desembarcaram com seu aparato guerreiro e instalaram ou  substituíram ditadores. A ¨meritocracia¨ da escolha baseava-se unicamente na presteza servil que demonstrassem diante da United Fruit os ¨candidatos¨ ao posto de tiranetes fascinados pelo dólar.

Esse era o tempo da diplomacia do ¨Big Stick¨ ou do porrete, inaugurada no começo do século passado pelo presidente Theodore Roosevelt. Theodore tinha um perfil contraditório. Ordenou o avanço dos ¨marines¨ sobre “banana´s  republics” para nelas instalar ou destituir ditadores submissos à United Fruit, enquanto propunha rigorosas leis internas de controle dos trusts, repetindo: “A propriedade deve ser serva e não senhora da comunidade.

Os cidadãos dos Estados Unidos devem controlar efetivamente as forças comerciais poderosas que eles criaram¨. Era caçador, e também ambientalista, criou dezenas de parques nacionais nos Estados Unidos, totalizando mais de 200 mil acres de terras. Andou fazendo expedições pelo Brasil, percorreu áreas ainda intocadas da Amazônia, cruzou o pantanal mato-grossense fuzilando onças pintadas, e a um rio que descobriu depois, deram-lhe o seu nome.

Mais de 20 anos depois do segundo mandato de Theodore Roosevelt, um outro Roosevelt, Franklin Roosevelt, que não era seu parente, assumiu a presidência no período terrível da Grande Depressão. Enquanto Theodore ficou conhecido muito mais como ¨homem do porrete¨, Franklin levou ao mundo a esperança de uma quase ressureição das cinzas com o ¨New Deal¨, o pacto inteligente para vencer a crise econômica  mundial com investimentos e confiança. No final da segunda guerra da qual Roosevelt emergiu como decisivo comandante, os Estados Unidos já eram a maior potencia mundial.

Nas ¨banana´s republics¨ já não mais existem ditadores, nelas teriam sido instalados regimes democráticos. Mas a pobreza continua, a submissão ao grande vizinho do norte é a regra com raras exceções, e suas elites permanecem apegadas aos cofres públicos com o mesmo fervor de sempre. Classificar um país como ¨banana republic¨ não deixa de ser um insulto. Um insulto, porque o termo carrega com ele significados diversos, todos sem dúvidas depreciativos, sobre uma fatalidade histórica, ou até geográfica da qual as republiquetas não puderam escapar.

O que acontece naqueles países, por vezes repete-se em outros, mais acentuadamente no que se refere às mazelas políticas e sociais que parecem transformar grandes democracias em republiquetas. Infelizmente, é isso que está a acontecer agora mais uma vez no Brasil. Temos sofrido ao longo da nossa história aqueles abalos que nos fazem resvalar do modelo esperançoso de grande potência emergente, para a deplorável situação de republiqueta. Só mesmo numa republiqueta poderiam acontecer os fatos que agora tanto nos envergonham, e revoltam.

Talvez nem mesmo naqueles países que classificamos como republiquetas, um presidente permanecesse no poder sendo acusado de liderar uma organização criminosa, de ter ministros que junto com ele estão sendo denunciados por peculato, de ter ex-ministros presos pelo mesmo crime, ex-assessores presos por carregarem malas de dinheiro, outro por esconder num apartamento 51 milhões de reais.

Um presidente que tem apoio apenas de 3% da população, que foi gravado num diálogo mafioso com um empresário corrupto e corruptor. Um presidente que está destruindo a harmonia entre os poderes, que não se defende com argumentos concretos para demonstrar inocência e agride a Procuradoria da República, o Supremo Tribunal e a Polícia Federal dizendo, num vídeo postado na rede social: ¨Precisamos lidar com mais uma denúncia inepta e sem sentido proposta por uma associação criminosa que quis parar o país¨.

Contra esse presidente que não tem a coragem moral, a dignidade de afastar-se do cargo, para, sem o uso da máquina estatal fazer a sua defesa, contra ele já se manifestam generais, alguns  na ativa e  exercendo comandos, o que projeta para o país um cenário de quebra da hierarquia nos quarteis, porque a farda não contem mais a indignação do cidadão que a enverga.

Além da denúncia que já tramita na Câmara, e que deputados devidamente ¨amansados¨ irão derrubar, o presidente que afronta as instituições terá de depor na Polícia Federal, numa investigação pedida inicialmente pelo ex-Procurador Geral Rodrigo Janot, confirmada pela nova Procuradora Raquel Dodge, a mesma que Temer nomeou desconsiderando a prioridade sempre obedecida na classificação dos nomes apresentados pelo MPF. Ele esperava que a procuradora Raquel Dodge lhe favorecesse. Deve estar agora decepcionado, vendo que a nova Procuradora também integra a ¨organização criminosa que quer parar o país¨.

Só mesmo numa republiqueta tais aberrações acontecem, sem que o povo saia da inação comodista e encha as ruas para exigir, do presidente que demonstre um mínimo de responsabilidade e honra, e renuncie ao cargo que deslustra e enlameia. Alguém já teria imaginado, um dia, o presidente do Brasil, na plenitude do regime democrático, no exercício constitucional do seu cargo, depondo a Polícia Federal, acusado de roubo?

Mas acontece agora porque o presidente se revela indigno até para comandar seus subordinados.

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A BUSCA PELA TECNOLOGIA E QUE VENHA DE ONDE VIER

Não há sociedade livre da pobreza extrema sem o uso intensivo da tecnologia. E não é fácil gerar, produzir e disseminar tecnologias, no campo, nas indústrias, na preservação do meio ambiente, na área da defesa, na educação, na saúde, na segurança pública. Tecnologia requer conhecimento, centros de pesquisas que a produza e a torne acessível.

Faz mais de meio século um economista sueco Gunnar Myrdal, começou a teorizar sobre as causas do subdesenvolvimento. Não foi pioneiro, aqui no Brasil e em outros países isso já era feito. Pioneiro mesmo foi o pernambucano Josué de Castro, que rompeu um dos tabus que se construíram para ocultar os efeitos do subdesenvolvimento. E tratou da fome, da fome epidêmica e universal, que assolava desde as palafitas dos mangues recifenses às favelas do Rio, São Paulo, na verdade, abrangia o Brasil inteiro, espalhava-se pela África, Ásia, era observada inclusive nas periferias de países desenvolvidos.

O sueco criou a expressão ¨causação circular¨, representando um elucidativo modelo geométrico das carências alinhadas e movendo engrenagens perversas do atraso, realimentando-se como num círculo vicioso em que se  acumulavam mazelas, criando uma estrutura fechada e imutável. Seria então o subdesenvolvimento uma irremovível fatalidade?

Myrdal, da mesma forma que Celso Furtado e tantos outros, não só recusaram o fatalismo da pobreza, como apontaram caminhos para a superação das barreiras do subdesenvolvimento. Em todos, perpassa a concordância quanto ao papel essencial do conhecimento. E em nossos dias o domínio da tecnologia é a urgência maior.

Esteve em Aracaju uma senhora brasileira de origem judaica Sheila Golabek Sztutman, representante da Israel Trade end Investment, que é diretamente ligada ao Ministério da Economia daquele país. Israel é do tamanho de Sergipe, com mais da metade do seu território considerado árido, ou seja, desértico. O país carece de recursos naturais, quase não tem disponibilidade de água.

Com avanços tecnológicos superou todas as dificuldades, tornou-se uma potência científica, montou uma estrutura militar que permitiu ao ¨David¨ sobreviver diante do ¨Golias¨ enorme e populoso, que o cerca por todos os lados.

Deixando o aspecto político à margem, onde persistem erros cometidos por ambos os lados que há setenta anos se enfrentam, e também fazendo a ressalva de que sem os recursos da rica comunidade judaica convergindo para  a pátria comum que nunca tiveram, o ¨milagre¨ seria impossível, é obvio então, admitir que a aproximação com Israel representa para Sergipe uma excelente oportunidade, uma grande parceria.

Nos encontros entre a senhora Sheila e representantes da Secretaria do Desenvolvimento, da Sergiptec, Prefeitura de Aracaju, Secretaria da Agricultura, Secretaria do Meio Ambiente, DESO, CODISE, tratou-se de negócios, de parcerias possíveis entre Sergipe e empresas israelenses.

Na área de recursos hídricos há uma gama imensa de coisas que podem ser feitas. No Ceará resultados da parceria com os israelenses já se fazem sentir. Foram mostradas tecnologias para dessalinização de água, inclusive com captação no mar, também para purificação imediata de águas altamente poluídas Equipamentos móveis têm capacidade para captar e dessalinizar até 5 m³ por minuto. Ao nosso semiárido tudo isso poderá servir, e, mais ainda, uma absorção da cultura israelense de valorização da água, de tratá-la com o carinho que se dedica a um ser vivo, que, para eles, tanto quanto para o nosso semiárido é absolutamente vital.

Na área da tecnologia da informação, segurança pública, saúde, Israel tem muito a nos oferecer e ensinar. A representante de Israel deu uma informação sobre a qual poderíamos meditar. Explicando como funciona a engrenagem da invenção e aplicação de tecnologias, mostrou a relação umbilical entre a Universidade e os setores que produzem a riqueza nacional.

Quase todos os estudos, as pesquisas realizadas, se voltam diretamente para a aplicação prática, visando avanços científicos que produzam lucros, e isso mantem as universidades dialogando com o escritório do Cientista-Chefe, que necessariamente deve ser um conhecedor do mundo de negócios. Aliás, esse não é modelo único de Israel. Quase todos os países desenvolvidos o adotam.

Aqui, seria difícil aplicá-lo porque persiste em expressiva parte do mundo acadêmico um pegajoso ranço ideológico, que sairia a combater o atrelamento da universidade aos interesses do capitalismo. Ainda movida pelo sonho utópico de uma sociedade igualitária vivendo à sombra do estado provedor, uma elite do pensamento acadêmico estimula candidatos a Mestres ou Doutores, a produzirem dissertações ou teses, à luz do pensamento marxsista.

Talvez, embotados pelo saudosismo do que já era, nem tenham olhos para enxergar a complexa, problemática, até apavorante pós-modernidade que se desenha à nossa frente, neste país onde, em muitos aspectos, mal chegamos a uma desenxabida situação de pós-feudalismo.

EM ITABAIANA A HORA E A VEZ DE BELIVALDO

O radialista Edvanildo Santana, na rádio Princesa da Serra FM de Itabaiana, foi o primeiro comunicador a anunciar o pré-lançamento da candidatura de Belivaldo Chagas ao governo do estado. Isso ocorreu durante uma entrevista do governador Jackson Barreto que foi inaugurar a primeira etapa do sistema de esgotamento sanitário da cidade, uma obra da DESO na qual foram investidos 22 milhões de reais. O governador deu início também às obras da Central de Abastecimento, uma reivindicação quase antiga dos produtores rurais e comerciantes da região. No CEASA serão investidos 33 milhões de reais, recursos oriundos do PROINVEST.

Durante a inauguração, com a presença de políticos, entre eles o próprio Vice Governador Belivaldo e o presidente da Assembleia Luciano Bispo, o radialista insistiu numa definição de JB sobre o processo sucessório, e então, ele antecipou para este começo de outubro o anúncio que havia dito faria até o final do mês, ressalvando, porém, que a escolha definitiva deverá recair sobre os aliados.

 BELIVALDO DA APOSENTADORIA À CANDIDATURA JÁ LANÇADA

Belivaldo se mantinha fechado em copas quando era perguntado sobre sua possível candidatura. Respondia apenas que o assunto cabia exclusivamente ao governador Jackson Barreto e aos aliados.

Agora, com o anúncio já feito ele deverá sair do mutismo e botar a boca no trombone. Terá muito a falar. Nos últimos meses, já avisado por Jackson de que ele seria o candidato, (JB já fizera antecipadas sondagens com o grupo). Belivaldo em meio ao azáfama constante de um Vice que ocupa a Secretaria da Casa Civil, encontrou tempo para debruçar-se sobre projeções de um Sergipe futuro que se deseja.

Conhecendo os problemas e as agruras do dia a dia dessa crise arrastada, Belivaldo acompanhou as ações de Jackson buscando encontrar não só lenitivos como também garantias para o trânsito pelo futuro. Esse trânsito parece agora atenuado com uma solução parcial do problema previdenciário, e os recursos que começarão a entrar provenientes do sistema PETROBRAS, depois do que fizeram o Secretário Josué Passos e o diretor da SERGÁS, o ex-prefeito de Aracaju Welington Paixão, seguindo um caminho possível, que o ex-secretário da Fazenda não teve visão para identificar, embora alguns tenham a ele levado as pistas. O fato é que o cinzento que parecia nos comprometer por muitos anos vai sendo dissipado, e Belivaldo terá mais chão firme para planejar um agressivo processo de modernização, que imagina com seus assessores para Sergipe.

No decorrer da semana Belivaldo foi intensamente bombardeado por ter pedido aposentadoria no cargo de Defensor Público. Ele tinha direito a isso, por ser na Defensoria o seu emprego fixo. Durante os mandatos que exerceu, afastou-se como manda a lei, mas o tempo de serviço conta, porque trabalhava da mesma forma no serviço público. Isso é comum e perfeitamente legal. Não haverá acúmulo de aposentadoria nem de salários. Ao ser eleito Vice Governador, Belivaldo fez opção pelo salário de Defensor, que é maior, e isso é o que recebe.

Poderá ter outra aposentadoria como deputado estadual em 4 mandatos que será proporcional ao tempo. O Fundo de Aposentadoria da Assembleia de Sergipe, tanto como das outras Assembleias, da Câmara Federal e do Senado, baseiam-se na suposição de que os descontos efetuados pelos parlamentares são suficientes para financiar as aposentadorias. Esse é um aspecto contestado, e este, sim, poderia merecer uma discussão mais ampla. Quanto à questão da aposentadoria de Belivaldo como Defensor Público, só houve esse barulho todo porque estamos vivendo há muito tempo um clima de campanha eleitoral.

A VIVO EM PANE PERMANENTE

Na contramão dos apregoados sucessos alcançados a partir da privatização, que efetivamente aconteceram, porque deixamos de ter um sistema obsoleto que tornava objeto raro e caríssimo um simplório telefone fixo, surge o gigantesco rombo da OI, algo evidentemente escuso, e tratado até agora com leniência comparável à demonstrada pelas agências reguladoras, omissas ou coniventes com o desmando que desviou bilhões para privilegiados bolsos. A conta ficou agora para ser paga pela sociedade.

Falhas no sistema da telefonia podem eventualmente ocorrer, temos hoje mais celulares do que habitantes, coisa inusitada, mas um colapso como este que há meses acontece, afetando os usuários da VIVO, é demonstração de absoluto descaso ou incompetência da tele que lucra bilhões e serve muito mal, ou cada vez pior.

DE JEAN WYLLIS PASSANDO POR BOLSONARO E O CORPUS CHRISTI

Jean Wyllys é um deputado federal eleito da mesma forma democrática como o deputado Bolsonaro. Ambos representam parcelas diversas da sociedade que poderão ser até antagônicas. É para isso que existem os Parlamentos, as células vivas e pulsantes da sociedade pluralista e heterogênea, onde mais se caracteriza aquele arco ideológico que percorre a direita, o centro e a esquerda. Todos os parlamentares, desde que obedeçam à lei, não firam dispositivos éticos inclusos no regimento, têm iguais direitos e idênticos deveres.

Bolsonaro disse no plenário da Câmara que a deputada Maria do Rosário nem merecia ser estuprada, porque é uma mulher muito feia. Assim dirigiu-se, o mesmo Bolsonaro, ao colega deputado Jean Wyllys, no dia em que se votava o impeachment da presidente Dilma: ¨Vá viado, vá votar na sapatona¨.

Até hoje nada aconteceu ao ex-capitão que se tornou político e agora quer ser presidente da República.

Em relação ao deputado Wyllys, já pedem até a sua cassação porque teria defendido a pedofilia. Mas, pelo que se lê, o deputado teria feito uma constatação com fundamentos antropológicos, de que em algumas sociedades a pedofilia era ou é habitual, e esse hábito, para nós evidentemente criminoso, é tolerado entre comunidades árabes, entre os próprios índios brasileiros, e em alguns países com cultura diferente da nossa. Se não houve apologia à nefanda pedofilia e aos delinquentes pedófilos, então, não houve crime a ser punido.

E entra agora em cena uma questão ainda mais polêmica, que é o filme Corpus Christi, dirigido por Wyllys e encenado por gays, um deles fazendo o papel de Jesus. Se faz um barulho enorme, pessoas se dizem indignadas e querem proibir a exibição do filme, até sob o argumento de que haveria um desrespeito e uma ofensa a Jesus.

Por acaso a preferência sexual marcaria um ser humano com o sinete inquisitorial da iniquidade, tornando-o indigno de representar o personagem Jesus? Por acaso o gay não seria para os cristãos uma criatura de Deus, do Pai de Jesus, aquele suave pregador da paz, da tolerância, do respeito mútuo entre irmãos?

No ¨deep south¨ o sul profundo dos Estados Unidos, onde medra com abundância a erva daninha do preconceito, da intolerância, já houve o caso do trucidamento de um negro, porque ele ¨ousou¨ numa encenação dentro de uma igreja fazer o papel de Jesus.

Até onde pode ir essa coisa abominável que é o preconceito?

LAÉRCIO PERDEU E NÃO GOSTOU

Laércio Oliveira é um parlamentar eficiente. Tem espírito público, visão modernizadora, mas talvez lhe falte alguma experiência na forma de conviver no mundo político, que é bem diversa daquela com a qual se acostumou no mundo empresarial. Não que uma seja mais virtuosa do que outra, apenas, certas sutilezas que devem ser percebidas.

Após o rompimento com os Valadares, pai senador e filho deputado, com Jackson, Valadares pai permaneceu na coordenação da bancada federal, cargo que ocupava há muito tempo. Afastado depois pela maioria, entendeu que a escolha deveria caber apenas aos três senadores, e foi permanecendo. Apareceu Laércio como solução apresentada pelos deputados, mas a bancada foi ficando mesmo sem coordenador, diante da resistência oposta pelo inconformado Valadares. Na última semana o impasse foi resolvido, e por trás dele esteve à manobra esperta do senador, só para destituir Laércio. Surgiu o deputado Jony Marcos como novo coordenador.

Na primeira reunião para que se discutissem emendas parlamentares com o governador Jackson Barreto, Laércio não compareceu, e o mesmo fizeram os Valadares que ficaram caladinhos, enquanto Laércio vocalizava o descontentamento. O senador Amorim não foi, mas mandou representante que concordou com tudo. A senadora Maria do Carmo compareceu. Presentes ainda o líder do governo no Congresso André Moura, e mais os deputados Fábio Mitidieri, Fábio Reis, João Daniel, Adelson Barreto e Jony Marcos.

A reunião segundo JB foi produtiva, e bem sucedido também o esforço que ele fez pelo entendimento. Desse clima surgirá uma emenda impositiva da bancada com recursos destinados à saúde. Todos os deputados e senadores ficaram com um documento entregue pelo Secretário do Planejamento Rosnan Pereira onde estão sugestões para 53 setores que podem ser beneficiados com emendas de cada parlamentar.

O AEROCLUBE DE SERGIPE OU ESCOLA DE AVIAÇÃO

Há meses, talvez mais de dois anos, o Aeroclube de Sergipe está com suas atividades paralisadas. Com a decisão do governo de vender a área agora urbana ao lado da Avenida Maranhão, houve uma disputa judicial que terminou com sentença favorável ao Governo.

O Aeroclube tem dois aviões Aeroboero de fabricação argentina para o treinamento básico. A licença para funcionamento foi cassada, depois restabelecida, mas não há mais o aeródromo para pousos e decolagens. O governo pretendia vender a área, mas as ofertas nessa época de crise seriam abaixo do valor pretendido. Quando alterou a estrutura previdenciária o governo recebeu recursos de um dos fundos, dando como troca um grande patrimônio imobiliário onde estava incluída a área do Aeroclube.

Pessoas atraídas pela aviação, vários deles pilotos, alguns muito experientes, não se conformam com o encerramento de uma escola de aviação que funciona em Aracaju desde 1938, e cujos pilotos foram os primeiros brasileiros que participaram de ações na Segunda Guerra, quando, em agosto de 1942, voaram sobre o oceano para localizar os restos dos cinco navios torpedeados ao largo das praias entre Sergipe e Bahia, e participaram das ações de resgate e patrulha.

O grupo quer reativar o Aeroclube, e deseja dialogar com o governo na tentativa de encontrar uma área na Grande Aracaju que seja propícia para a instalação do novo aeródromo, onde o Aeroclube, a escola de aviação, poderia retomar suas atividades.

O INSTITUTO BANESE E A FILARMÔNICA DE ITABAIANA

Itabaiana conseguiu formar uma orquestra, a Filarmônica, que se firmou pela qualidade, tornou-se nome referenciado pelos cultores da boa música. Conhecendo-se as condições que prevalecem, onde se multiplicam as carências, as necessidades imediatas, uma orquestra Filarmônica poderia parecer um exagerado sonho para uma cidade do interior sergipano. Mas a Filarmônica superou obstáculos, venceu, ganhou admiradores, e uma base de sustentação.

Nessa crise as coisas se tornaram mais difíceis, mas, nessa sexta-feira um convênio assinado com o Instituto BANESE, dará mais tranquilidade aos esforçados lutadores pela sobrevivência da orquestra.

O LIXO E A LICITAÇÃO

Essa licitação já concluída e sem ter ainda os resultados revelados até essa sexta dia 6, deverá acabar definitivamente a polêmica e até corrosiva dúvida sobre a questão da coleta e tratamento do lixo aracajuano. A licitação foi organizada de forma a distribuir os serviços prestados, tornando possível então à presença de diversas empresas.

O modelo foi cuidadosamente estudado e apresentado ao prefeito Edvaldo pelo advogado Luis Roberto Santana, presidente da EMSURB. O objetivo foi exatamente evitar que todo o volume dos serviços ficasse a cargo de só uma, ou duas empresas, o que também afasta a suspeita de privilégios. Há quem diga que os serviços poderão ser divididos entre mais de seis empresas.

É PORTUGUESA COM CERTEZA

Entre os empresários sergipanos da construção civil, desde os médios aos maiores, há muito desagrado pela entrega da construção do grande Templo da Igreja Universal em Aracaju a uma empresa de fora do estado, e que nem é brasileira. Trata-se da portuguesa Teixeira Duarte, Engenharia e Construções, com sede em Lisboa. Seria a mesma que ergueu na capital portuguesa o também portentoso templo da Universal.

Os empresários sergipanos entendem que aqui há empresas conceituadas, e que poderiam ser valorizadas pelos dirigentes da Universal, que, dessa forma, parecem distantes de Sergipe, o que é inadmissível, até pela dimensão do templo que aqui constroem para propagação da fé e fortalecimento dos seus alicerces financeiros.

Diz um hino evangélico que uma morada segura sobre a rocha deverá estar. No caso, a rocha seria, simbolicamente, a satisfação plena dos sergipanos, entre eles, os empresários da construção civil.

INFORME DESO

Como medida preventiva ao desabastecimento hídrico da Grande Aracaju, o governo do Estado, por meio da Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), recebeu dois equipamentos enviados pelo governo de São Paulo. Foram recebidos dois flutuantes com conjuntos de moto-bombas, frutos da assinatura de um termo de empréstimo de equipamentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A parceria foi celebrada entre o governador Jackson Barreto e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

De acordo com o diretor-presidente da Deso, Carlos Melo, a chegada dos equipamentos representa a antecipação do governo aos possíveis efeitos da estiagem. “Já instalamos os equipamentos para evitar qualquer problema. É uma antecipação, para que se tire qualquer risco de desabastecimento da Grande Aracaju. Com as reduções constantes da vazão do Rio São Francisco, as bombas existentes estão chegando ao limite. Caso venha a baixar mais o nível da água, as bombas recém-instaladas estão aptas a entrar em operação. A população pode ficar tranquila”, esclareceu.

Cada flutuante recebido conta com duas bombas, sendo que cada uma das bombas tem capacidade de bombeamento de mil litros por segundo. No total, os equipamentos são capazes de bombear 4 mil litros por segundo, atendendo com eficiência ao 1 milhão de habitantes que reside na região metropolitana (Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão). Os aparelhos, que foram utilizados durante a crise hídrica em São Paulo, ficarão à disposição da Deso por 180 dias, com possibilidade de extensão do prazo. A cessão do equipamento e demais materiais necessários para sua instalação, avaliados em R$ 1,023 milhão, ocorre sem custos para o Estado.

Atualmente, os flutuantes estão instalados no município de Propriá, unidade responsável pela distribuição da água para a Grande Aracaju. O transporte dos equipamentos foi feito pela Deso, em carretas. A Sabesp dispõe de assistência técnica para instalação e pré-operação dos equipamentos.

A vazão do Rio São Francisco é controlada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). De acordo com Carlos Melo, a Deso vem se esforçando para se adaptar às medidas das duas entidades. “A Chesf e a ANA são responsáveis pela redução da vazão, enquanto nós estamos tentando nos adequar. Para se ter uma noção, a vazão mínima do rio é de 1300 m³ por segundo. Hoje, estamos operando com 550m³ por segundo. A perspectiva é de que haja redução no mês de novembro, e por isso estamos nos antecipando”, afirmou.

Histórico

Diante da possibilidade de crise hídrica na capital e regiões adjacentes, o governo do Estado, por meio da Deso, e a Sabesp iniciaram tratativas para a possibilidade de empréstimo de dois flutuantes com os conjuntos moto-bombas com vazão de 4 m³/s, em caráter emergencial e temporário a fim de que se evite o desabastecimento da Região Metropolitana de Aracaju. A videoconferência foi realizada no dia 21 de agosto, obedecendo aos termos da política de planejamento hídrico do governo de Sergipe.

UM ESCRITO DE JOZAILTO LIMA

Pedindo licença ao jornalista Jozailto Lima aqui reproduzimos um dos textos do seu Blog, e o fazemos, evidentemente, em homenagem à qualidade da narrativa sobre um tema pouco abordado, e que tanto interessa aos sergipanos, que é a produção e distribuição do gás natural, insumo que fortalece a nossa competitividade, e onde se destaca a atuação na SERGÁS de um dos seus dirigentes, o ex-prefeito de Aracaju Welington Paixão.

(Texto)

Sergás é uma mina de ouro que vai render ao Governo R$ 1,5 bi extras

Wellington Paixão: liderando um negócio volumoso, que deixa recursos para Sergipe e aumenta em 447% o faturamento da Sergás. Ainda que ela seja mista, numa parceria entre a Mitsui Gás e Gaspetro (que equivale à Petrobras), a Sergás é uma empresa fantástica, de um potencial enorme e que esteve dormitando desde que fundada por João Alves Filho no começo da década de 1990. Sem que muitos lhes deem atenção que merece. Sem que, às vezes, nem mesmo o próprio Governo lhe garanta o peso que de fato tem mercado, no ano passado ela fechou com um faturamento de R$ 154 milhões, numa comercialização direta de 101 milhões de metros cúbicos de gás.

O seu poder de fogo é literalmente quente. Forte. Ela atende a um pool de 23.718 unidades residenciais concentradas em condomínios de Aracaju - pelo que tem 220 km de rede, ou dutos - uma distância circular maior do que a entre a Capital e Canindé de São Francisco. Atende a 34 postos de combustíveis com GNV, tem 8 centrais de geração e cogeração de energia, supre 168 espaços comerciais e estende seus tentáculos a 42 unidades industriais – o que é seu grande filão, equivalendo a cerca de 42% do seu potencial de negócio.

Ela é uma empresa enxutíssima. Modelo. É tocada por 62 servidores, entre os quais apenas oito cargos em comissão. Os demais, concursados. Desde o dia 16 de fevereiro do ano passado para cá, a Sergás sofreu um enxugamento rigoroso em seus custos. Em exemplo comparativo gritante: em 2015, quando ela era um brinquedinho cedido ao deputado Gustinho Ribeiro, a Sergás teve um custo de R$ 844 mil. Ano passado, terminou com R$ 112 mil e tem custo previsto de R$ 65 mil para 2017.

A solução não foi encontrado em Marte. Veio de um senhor de 77 anos, um velho conhecido dos sergipanos, que atende pelo nome de Wellington Paixão, já foi prefeito de Aracaju e que, dizem, não faz gracinha com a coisa pública, ainda que híbrida, e que tem planilha até para a quilometragem do automóvel oficial que o serve no dia a dia de diretor-presidente.

ENXUGAMENTO
Em 2015 teve um custo de R$ 844 mil. Ano passado, terminou com R$ 112 mil e tem custo previsto de R$ 65 mil para 2017

Mas tudo isso que Wellington Paixão e seus companheiros de Diretoria fizeram em nome da Sergas nesses menos de dois anos não equivale a um décimo do que pode vir a acontecer por esta empresa ainda este ano. Pode vir, e vai. Para começo de conversa, os 101 milhões de metros cúbicos de gás comercializados por ela podem catapultar, a partir de agora em outubro, para 540 milhões. Isso significa que o faturamento pularia dos R$ 154 milhões para R$ 689 milhões. Ou seja, 447% a mais.

Milagre? Uma chuva de molécula de gás desabando sobre a empresa? Nada disso. Por habilidade administrativa, conhecimento jurídico e sobretudo boa vontade de Wellington Paixão foi desentocada uma ação judicial que a Sergás move contra a Petrobras, à qual foi dado ganho de causa em favor de Sergipe. Não cabe mais recursos.

Entenda: desde que a Sergás foi fundada, a Petrobras manda diretamente da Bahia o gás que a indústria Fafen consome em território sergipano. Por isso, não paga impostos ao Governo do Estado e não partilha lucro com a Sergás. É um negócio à parte, que lesa Sergipe, que lesa a Sergás. A ação é velha. Foi julgada desde o tempo de Marcelo Déda governador. Nada foi feito para valer os direitos de Sergipe em virtude do compadrio entre o então governador e José Eduardo Dutra, que presidia a companhia.

FATURAMENTO
Os 101 milhões de metros cúbicos de gás comercializados podem catapultar, a partir de agora em outubro, para 540 milhões. O faturamento pularia dos R$ 154 milhões para R$ 689 milhões

O mais significativo disso tudo: a decisão gera R$ 1,5 bilhão em forma de ICMS a serem pagos ao Estado de Sergipe. Cabe à Petrobras desembolsar, sem mais recursos jurídicos. Já está tudo, inclusive, acertado entre Sergipe e Petrobras. E a partir de agora, o gás que viria da Bahia, sairá da própria Sergás. Daí não haver nenhum milagre. Apenas algo real, e bem encarnado, à espera de cumprimento.

 

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