Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
 AS NOTÍCIAS DE CANINDÉ UMA ALONGADA CRÔNICA POLICIAL
03/03/2023
 AS NOTÍCIAS DE CANINDÉ UMA ALONGADA CRÔNICA POLICIAL

A boa notícia de Canindé IGUINHO E LULINHA

Quando Canindé, lá do São Franciso, se transforma em manchetes, atrai o interesse da mídia, invade as redes sociais, então, algo de muito ruim está ou terá acontecido. 

Mas, Canindé do São Francisco é o segundo Polo Turístico de Sergipe. E alcançou esse patamar apesar dos tempos turbulentos vividos, desde  que surgia a hidrelétrica de Xingó, e formava-se o extenso lago apertado entre os paredões de pedra, formando o Canion de Xingó.  Naquele canteiro de obras enorme, onde as
maiores empreiteiras do país formaram um consórcio,  nele formigavam mais de 12 mil trabalhadores. Entre eles, técnicos com salários à altura das suas qualificações, e o dinheiro corria, as oportunidades se multiplicavam. O município extenso era despovoado, a sede, nada mais do que um enfileirado de casas de difícil acesso, à beira do rio e no sopé da montanha, e, não mais do que de repente,  transformou-se  num ponto de atração na divisa entre quatro estados , e deles afluiu gente de toda espécie, e de todas as índoles. Era como se fosse uma  “corrida ao ouro“.  Alguns ganharam dinheiro, finda as obras e restando poucos postos de trabalho, retornaram, outros ficaram, ou continuaram chegando,  trazidos pela ilusão de que surgira, com a hidrelétrica, uma terra da esperança.

João Alves, (sempre ele), enxergou mais longe. Criou a infraestrutura, asfaltou a estrada precária que dava acesso ao local da ainda projetada usina, idealizou o primeiro grande perímetro irrigado em Sergipe, o Califórnia,  deixou concluído o portentoso sistema de bombeamento e irrigação, algo impensável, com um desnível de quase 200 metros a ser vencido. No Ministério do Interior deu mão forte ao projeto, e todos os demais governadores acrescentaram sua parcela para completar , adequar, e cobrir os custos da ousadia.

Logo de início os cofres da Prefeitura engordaram exponencialmente, e essa “ obesidade” atraente, foi a causa do despertar de todas as ganancias. Uma Prefeitura rica, surgindo numa sociedade extremamente pobre, poderá ser um fator de progresso e evolução social, ou, tornar-se  foco de degenerescência e criminalidade.  
Houve um tempo em que a jagunçada  refugiando-se em Canindé, usava rolex de ouro e exibia  metralhadora Uzi.

Floro Calheiros, ou Ricardo Alagoano, que na verdade era pernambucano , tornou-se Secretário de Finanças,  já rompido com o prefeito que o fizera “técnico em finanças públicas “,  depois, durante uma eleição, assumiu o controle total do município com a sua gang,  e houve gente que escapou da morte enfiando-se numa mala de automóvel, fugindo da vigilância armada por onde passavam os que entravam e saiam da cidade. Antes,  já ocorrera  a invasão do Juizado, o roubo das urnas que se transformaram em cinzas. 

Um prefeito, ao completar apenas  quatro meses de mandato “ morre” num  acidente forjado, sem que se aprofundassem as investigações, porque “ um valor mais alto se alevantava “. 

Em janeiro de 1995,   o presidente da Câmara de Vereadores, ao amanhecer,  teve sua casa invadida por homens fardados como se fossem policiais, ( alguns eram mesmo militares da PM baiana, faziam parte de um clube especial de matadores). O vereador  acordou com os disparos que abateram dois dos seus seguranças, e ao abrir a porta teve a cabeça despedaçada por dezenas de balas.

Welington Mangueira, um pacifico humanista, havia assumido a Secretaria de Segurança no primeiro governo de Albano que começava. Alertado por um amigo de Canindé, apressou-se em ir ao local. Por volta das onze horas de um dia de intenso calor, o odor nauseabundo de sangue, suor e pólvora na cena do crime, foi a primeira cena dantesca presenciada pelo estreante no rude metier policial. O  inquérito foi aberto, as investigações realizadas, mas, também naquele caso “ um outro valor mais alto se alevantava”. Ninguém pagou pelo crime. O vereador informara, numa sexta -feira,   que na próxima semana abriria um processo de impeachment contra a prefeita do município, que assumira após o estranho acidente em que  morreu o prefeito do qual ela era a vice. Nem bem começara a segunda-feira e o corpo do vereador e seus dois seguranças já estavam estendidos em poças de sangue no solar de uma casa no centro da cidade de Canindé. Ao vereador também  eram atribuídas algumas mortes.

A ousadia avançou das caatingas até um restaurante praiano, onde houve o assassinato de um conhecido agiota. Era quase o fim da manhã de um domingo de muito sol e a casa estava lotada. Outros, do mesmo  naipe dos rentistas de escorchantes juros, morreram pelas estradas, e corpos surgiram carbonizados em veículos facilmente pegando fogo. Canindé, ou os cofres de Canindé, sempre na origem de tudo, logo se constatava. Agiotagem e cofres públicos as vezes revelam aberrantes formas de interesses correlatos, que também facilmente explodem em conflitos mortais no delírio das ganancias.

Ao chegar à garagem do prédio onde morava na orla da 13 de Julho, em Aracaju, um ex-prefeito de Canindé é cercado por três bandidos que o atingem com mais de dez tiros. Ele escapou, era casado com a então prefeita Hortência, a vice que assumira com a “ vacância “ do cargo.

Na madrugada de 13 de março de 2000, o radialista da Xingó -FM Zezinho Cazuza chega à sua casa após  sair de uma festa. Na calçada junto, está um carro estacionado .Dele, sai um  tratorista da fazenda do prefeito e estraçalha o frágil Cazuza à queima roupa com um escopeta calibre doze.  Zé de Adolfo, o nome do sicário, constava na folha de pagamento da Prefeitura. Era   terceirizado   prestador de serviços gerais.

O resto daquela ignominia sangrenta é historia recente e bem conhecida. Daquela vez  se fez Justiça.

Aquele evento sangrento, que desgraçadamente não seria o último no cenário de Canindé, deu origem a uma firme atuação do Ministério Público, então sob comando do hoje Procurador aposentado Moacyr Mota, resultando na intervenção por seis meses no infelicitado município. Tendo à frente o Procurador de Justiça Fernando Matos, aquela  foi, seguramente, a  intervenção  melhor sucedida numa Prefeitura, que poderia servir de modelo permanente a ser seguido para aplicação correta dos recursos públicos. Canindé poderia ter uma das suas maiores avenidas ou praças com o nome honrado e corajoso de Fernando Matos, uma forma também de reconhecimento ao trabalho eficaz que envolveu diversos promotores, tendo à frente o hoje desembargador Luiz Mendonça, e a Justiça representada pelo Juiz Diógenes Barreto, hoje também desembargador, que foi implacável na aplicação indispensável da lei em tão insólitas circunstancias.

Ao abrir a porta da sua casa na Atalaia, bairro de alta classe média  e rica, o deputado Nego da Farmácia recebe uma descarga de pistola ponto -40. Mais uma vez, Canindé na  teia maligna que arquitetou o assassinato. Uma história tão bem conhecida e tão vivamente lembrada, em face de  dois políticos importantes envolvidos, um, como vítima inocente,  outro, como autor intelectual do crime, em conluio com a pistolagem, digamos assim, de “ elite “. E fazendo morada em Canindé do São Francisco. E havia mais um delegado de policia que atuou em Canindé, e acabou de forma trágica cometendo suicídio.

Passam os anos e o Poder Judiciário sergipano  se vê diante da maior afronta já sofrida ao longo da sua história. Numa rua movimentada na hora do rush, integrantes de uma “ operação especial, “ levada a efeito por bandidos fortemente armados, interceptam o carro oficial onde estava o desembargador Luiz Mendonça. Ele escapou ileso de dezenas de tiros, mas, seu motorista sobreviveu com o cérebro e os movimentos afetados. Era o “ recado “ de Floro, a quem o prendera por duas vezes, e das duas ele escapara com ajuda “ exterior “.

Numa delas, saindo de uma delegacia, “ fardado ,“ de outra, cruzando elegante as portas de um hospital ,  envergando  alvíssimo jaleco, e o nome cuidadosamente bordado: Dr. Ricardo Calheiros. Como se observa, a  “ajuda exterior” foi eficiente e detalhista. E Canindé mais uma vez presente no cenário tenebroso do crime.

Essa crônica policial não resume, ou muito menos abarca a história toda de Canindé. São fragmentos de épocas e circunstancias,  dissociados da forma real de vida de um povo simples, que aprecia ouvir os seus repentistas, admira um bom sanfoneiro, se veste encourado para disparar sobre um cavalo esguio, desafiando espinhos e carrascais, para retirar do pescoço da rês bravia enfiando-se pelas caatingas o troféu,  que demonstra  inigualável habilidade na pega de boi.

O  que ocorre nos gabinetes refrigerados, pouco diz respeito a essa gente, mas, aos poucos, vai tomando consciência de que o seu voto não faz, da promessa que o motivou , um compromisso a ser  respeitado. 

Uma noite lá pelos anos oitenta, quando a energia chegou ao povoado Curituba, o prefeito Jorge fez, na praça desnuda entre ruas sem calçamento, uma espécie de altar onde colocou uma televisão. No dia da inauguração veio gente de todos os locais, do Surrão, do Caqueiro, da Nova Vida, da Risada, da Pedra de Amolar, onde só havia a luz do candeeiro. E chegava para ver a luminosa novidade. Todas as noites o cenário se repetia. As pessoas também formavam  fila diante do posto onde havia um orelhão, e falavam com seus parentes em São Paulo. Era o progresso, mas a pobreza permanecia a mesma, a fome aguardava ainda a Bolsa Família para diminuir.  Houve prefeitos que deram prioridade à Educação à Saúde, tudo não foi abandono e descaso. Na Curituba, onde  nas casas mais pobres não falta agora uma televisão, as pessoas  hoje veem  e comentam os sucessos de uma dupla de irmãos  ali nascidos, Iguinho e Lulinha, que, ainda crianças já revelavam a rara habilidade de versejar, produzindo rimas instantâneas, e passeando pela história, pelos fatos, pelo absurdo: o repente, especialidade dos sertões nordestinos.

Iguinho e Lulinha já estão na mídia nacional, e através deles, Canindé se destaca.

Mas agora uma notícia que pode ser interpretada de maneiras diversas, toma conta das conversas do dia a dia. A denúncia que fez o Promotor da Comarca contra o Prefeito do município, acolhida pelo magistrado que seria o Juiz natural,  determinando o afastamento sumário do prefeito eleito pelo voto popular. O Juiz teria  “ determinado “ ao Tribunal de Contas a criação de uma equipe técnica, que, pelo período de 60 dias, iria administrar o município e aprofundar as investigações.

Por determinação do desembargador Diógenes Barreto, que acolheu um pedido de reintegração, o prefeito voltou ao exercício do cargo. O desembargador Diógenes é, como vimos, aquele mesmo que há mais de vinte anos decretou a prisão de muita gente em Canindé, e chegou ao fundo de todos os males. Logo depois, por decisão de outro Juiz,  que sempre classificamos como exemplar Juiz, Netônio Machado, o prefeito, então foragido, teve sua prisão decretada. As circunstancias agora são diversas, mudou a legislação pertinente,

Aquela, que trata de improbidade; e reforçou-se a convicção de que o voto  precisa ser colocado em primeiro plano, antes da anulação pura e simples , em primeira instancia da força e legitimidade democrática que a vontade popular representa. Por outro lado, pelo que se sabe, o atual prefeito não está envolvido em tramas de pistolagem, que, faz tempo, desapareceram por completo do município. Para isso, contribuíram tantos  prefeitos civilizados que por lá passaram.

O desembargador Diógenes todavia, não trancou as investigações  levadas a efeito pelo Tribunal de Contas.

Na raiz de tudo,  o fato de que  Canindé tornou-se bem maior e mais complexo do que era, e hoje sintonizado
com a ânsia de modernidade, desenvolvimento,  e  de uma nova mentalidade empresarial que se consolida, está a exigir dos gestores algo muito mais do que a mediocridade, ou o trato descuidado com a coisa pública.

O prefeito que parece ter saltado uma fogueira e escapado da degola, terá agora o desafio imediato de atualizar a sua gestão às expectativas da sociedade, que representa muito mais do que a louvação fácil dos puxa-sacos de plantão.

Sem experiência administrativa, o prefeito, para ter a tranquilidade de que poderá concluir sem contratempos o seu ameaçado mandato, e dar segurança jurídica e política aos investidores que se encaminham agora para Canindé, terá, com urgência, de romper o “ cercadinho “ medíocre, e qualificar a  administração. Afinal, repetimos, Canindé é hoje o segundo polo turístico de Sergipe, e em função disso, há investimentos sendo realizados,  outros programados, além de uma usina fotovoltaica já anunciada pelo governador Fábio Mitidieri , e que desta vez será , tudo indica, um projeto  que sairá da conversa, e será mesmo executado.

LEIA MAIS

ENFIM, VAI SAIR A “ADUTORA DO LEITE"


Zeca da Silva anuncia a emenda do Senador Alessandro Vieira.
O senador Alessandro Vieira, (aliás muito discreto e o que nesse caso é pior: desatento em relação à publicidade do seu próprio mandato) tornou-se o único dos nossos parlamentares a dar ouvidos ao clamor sertanejo pela construção da “  Adutora do Leite “, aquela,  que aqui insistentemente  defendemos como  imprescindível para a ampliação da nossa produção leiteira, e já incluída pontualmente no plano de governo anunciado por Mitidieri.
Nessa quinta- feira, dois de março, o atento Secretário da Agricultura Zeca Silva, foi a Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo,   fazer uma reunião com aqueles que criam ali  a pujança do negócio do leite, o nosso “petróleo branco” do semiárido.
Zeca Silva anunciou que brevemente o governador Fábio Mitidieri ali estará. Vai anunciar ou dar a ordem de serviço para que seja iniciada a construção da Adutora do Leite.
Tendo a precaução, evidentemente, de não deixar a Adutora aos cuidados, ou melhor aos desleixos, do mesmo “ gestor público “ responsável pela barragem de Barra da Onça, em Poço Redondo, onde a anunciada obra ficou vazando a agua que deveria segurar, e vazou também os oitocentos mil reais  que foram “gastos.”
Para o projeto de engenharia ser iniciado, resta determinar em qual ponto será feita a captação da água,  na margem do São Francisco em Poço Redondo, ou no alto da Barragem de Xingó em Canindé.  Pesa sobretudo para a escolha, a economia que será feita com a possibilidade do percurso  da água  por gravidade, reduzindo-se o custo da energia. Mesmo sabendo-se que a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, nesse caso,  existe  também um outro fator determinante: a topografia, que até  pode anular a vantagem da linha reta.
A obra tão esperada pela cadeia produtiva do leite, uma  adutora que garantirá o suprimento de água, já tem recursos disponíveis da ordem de cinquenta milhões de reais, liberados através de uma emenda do senador Alessandro Vieira.
Sem perda de tempo Alessandro analisou a hipótese da  Adutora do Leite, conversou com especialistas e convenceu-se também , de que a obra é essencial e exige urgência.
É oportuno acentuar que há mais de cinco anos foi lançada a ideia e só o senador Alessandro, silenciosamente analisou o projeto,  e adquiriu a certeza da sua plena viabilidade,  dos efeitos que a médio prazo serão sentidos pelos produtores do leite.
Bebendo seus sessenta litros diários de água,  as  vacas plenamente satisfeitas, e agradecendo pela fartura,  irão encher copiosamente seus úberes, e, os seus donos incentivados a cada vez mais avançarem na genética e continuarem os investimentos que fazem, e assim, transformando o sertão.
Falta agora produzir também fartamente a comida, o volumoso, e, para isso, as terras ubérrimas do sertão, molhadas pela água do São Francisco bem perto, darão a resposta em tempo breve.

TÓPICOS

1) No Batistão uma imagem que se forma
Com o Batistão lotado duelaram o Botafogo carioca e o Sergipe. Jogo duro, disputado, e o time sergipano, formado por jogadores tão  lutadores quanto mal remunerados , vencia a partida. Consumado o tempo regulamentar o juiz fixou a prorrogação, e  mantido o placar, resolveu, em decisão absurda e indecente, dar mais um tempinho para o Botafogo empatar. E foi o que aconteceu. Depois, começaram as discussões e as inevitáveis pancadarias, iniciadas por um bandeirinha, excessivamente botafoguense e destemperado, também covarde, que atingiu a cabeça do presidente do Sergipe com o cabo do seu instrumento de trabalho.
O governador Mitidieri, que estava na plateia, com os microfones à sua frente começou a denunciar o roubo, e garantindo que irá exigir o cancelamento da partida. Falou duro, grosso,  no tom que o momento requeria, e ganhou o aplauso majoritário, e a crítica democrática e em menor escala nas mídias. O cara é novinho, um estreante chegando ao mais alto cargo, mas, tudo faz crer  que sabe bem ocupar o espaço que o povo gosta.

2) Mais noticias de Canindé
Até o final do mês, e, desta vez em ultima instancia, a Justiça eleitoral determinará, ( caso siga o comportamento similar em outros casos ) o afastamento de mais quatro vereadores em Canindé do São Francisco. Dois já estão fora e os suplentes assumiram. Erros calamitosos na questão de cotas para candidatas mulheres, ao lado das vantagens oferecidas pelo atraente  fundo eleitoral recheado, provocaram as discrepâncias que agora estão sendo corrigidas.
Belivaldo no comando do PSD.
O PSD é agora o maior partido de Sergipe , e está no poder. Assim, terá de ter no seu comando uma figura política de primeira grandeza, razão pela qual já foi escolhido o ex-governador Belivaldo Chagas. A posse será no final deste mês, e Kassab, o taumaturgo mais ativo das boas artes politicas no Brasil, presidente nacional do partido, estará presidindo a solenidade.
No discurso nada antecipará, mas, nos bastidores, circulará a especulação ou estratégia, em torno da possibilidade real de vir Belivaldo a tornar-se candidato à sucessão do prefeito  de Aracaju Edvaldo Nogueira.
Belivaldo tem credibilidade alta nos círculos do poder, saiu-se muito bem no governo, restaria agora a sintonia com o eleitor aracajuano, o mais livre e exigente de Sergipe, e também muito atento aos resultados concretos da política.

3) Gilton na Academia da Educação
O advogado Gilton Garcia, personagem que em Sergipe ostenta uma das mais alentadas biografias abrangendo cargos na vida pública, toma posse nesse dia sete de março na Academia Sergipana da Educação. Será as dezenove horas na Universidade Tiradentes, e o reitor Jouberto Uchoa, também acadêmico, fará a saudação de praxe. Gilton foi professor da Universidade Federal de Sergipe, retirado abruptamente do cargo pela brutalidade abrupta do abrupto Ato Institucional nº 5. Aquele, que reduziu o Brasil ao nível mais baixo das republiquetas entregues ao alvedrio dos tiranetes.

MAIS LIVROS MENOS ARMAS



Este livro, Tempo de Contar é uma das obras onde mais se revela aquele toque pessoal ,  a verve cáustica, unida ao sabor do texto, à cultura e larga experiencia de vida do seu autor  Joel Silveira. Sem favor, ele é o maior jornalista, o  mais completo escritor já surgido em terras sergipanas, que, aliás , não são adustas, quando se trata de produzir cultura , talento e genialidade.


Este livro, Fausto Cardoso é uma biografia,  o seu autor o médico, ex-senador da República,  pesquisador atento da nossa história  e escritor consagrado Francisco Rolemberg.  Em instantes oníricos também maestro da Filarmônica Laranjeirense, tendo como assistente, nesse mister de devaneios o irmão Heráclito, também envolvido pelas artes da política , que tão bem desempenhou, aliás, estimulado pelo irmão um pouco mais velho, têm, os dois, aqueles momentos indispensáveis para  as quimeras que refrigeram a alma.
O biógrafo é um entusiasmado pelos arrojos tanto oratórios, como de coragem pessoal do biografado, o político sergipano Fausto Cardoso, um revolucionário com feitio conservador, ao estilo dos sobas interioranos que rompiam por vezes armados as convenções, e os modelos que a tradição enferrujara.


Este livro, Pagando Mico no Rádio, é uma história um  tanto farsesca, para adequar-se  ao estilo nada convencional, ou mesmo quase  tumultuário do rádio sergipano. Escrito por Antônio Barbosa um economista que trocou os livros enfadonhos da teoria econômica pela vida pulsante e cheia de surpresas  de radialista,  este Pegando Mico no Rádio é quase uma sucessão de “ causos” que só a memoria viva e privilegiada de quem viveu  de perto quase todos os episódios  poderia registrar.

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