AS CIDADES, AS RUAS E O PASSAR DO TEMPO
Pelas ruas das cidades e nos nomes que as identificam se faz um passeio pelo tempo. Quase sempre, dando nome às ruas estão personalidades que ajudaram na construção da história particular de cada logradouro, da cidade, do país e, em casos raríssimos, que foram personagens importantes para o mundo ou, até, há alguns que nada fizeram e, mesmo assim, receberam o indevido galardão póstumo, ou ainda em vida.
Mas, no nosso caso sergipano, as homenagens imerecidas não são numerosas.
Há em Sergipe um caso emblemático de adulação explícita. Juntaram-se, prefeito, “figuras gradas da sociedade”, como se dizia naqueles tempos, e pespegaram o nome de Darcilena no nascente município de Cedro de São João. O inovador topônimo reunia os nomes de dona Darci, esposa do ditador Getúlio, e dona Helena, mulher do poderoso interventor, “tenente” Maynard Gomes. Nem é preciso dizer que a redemocratização varreu do mapa Darcilena e ressurgiu Cedro de São João, o município das “lagoas de arroz”, hoje, tão ecologicamente tentando ser enquadradas por pessoas como o professor Ailton Rocha.
Nesses surtos de leis moralizadoras ou modernizantes que periodicamente nos acometem, decidiu-se que não mais deveria ser permitido dar nomes de pessoas vivas às instalações públicas.
Aqui, o Ministério Público começou a agir. E os nomes foram sendo mudados.
Agora, a questão ganha uma dimensão maior com a exigência de que seja retirado o nome de Heráclito Rolemberg da larga e extensa avenida ladeada por prédios residenciais, muito comércio, indústrias, escolas, consultórios, clínicas. Não há ninguém satisfeito com a mudança.
O empresário Ibrahim Salim, que tem fábrica e comércio naquela movimentada e populosa artéria, é um dos que estão inconformados com a troca de nome, exatamente pelas consequências que serão geradas. Haverá o custo, a terrível burocracia que as empresas e pessoas físicas terão de enfrentar para atualização dos seus documentos, das suas licenças. Será um calvário a ser percorrido por milhares de pessoas. Heráclito tem a culpa de estar vivo, de ter, quando prefeito de Aracaju, construído aquela avenida e prestado bons serviços, quando político, a Aracaju e a Sergipe. Isso é o que se depreende dessa estranha pedagogia da lei que tentaria evitar o abuso personalista, alcançando pessoas há muito tempo fora do poder.
Seria justa a preocupação diante de possíveis abusos cometidos por políticos que poderiam, quando no poder, auferir benefícios eleitorais, espalhando seu nome por tudo quanto fosse público.
Multidões vão ao Batistão, também ao hospital João Alves Filho, passam pela avenida Heráclito Rolemberg, frequentam o Mercado Municipal Albano Franco, vivem nos conjuntos Augusto Franco, Albano Franco, João Alves Filho, passeiam nos parques governador Antônio Carlos Valadares, Augusto Franco, embarcam e desembarcam na rodoviária José Rolemberg Leite. São ex-governadores e um ex-prefeito de Aracaju. Albano, João Alves e Heráclito estão vivos, mas já deixaram a vida pública e João está muito doente. Deles, só o senador Valadares permanece ativamente na vida pública.
Albano já teve seu nome retirado de vários locais, o que é uma inominável injustiça a um homem público idoso, que continua servindo a Sergipe. Agora mesmo, fez parte do grupo que analisou modelos, a pedido do governador Belivaldo Chagas, para que se evite o fechamento da FAFEN, um crime que o governo Temer quer perpetrar contra Sergipe, a Bahia e o Brasil.
Na época das homenagens não havia impedimentos legais, deveria haver, tão somente, o bom senso, para que se evitassem os exageros. Não houve bom senso na época e parece não existir agora, quando se exige a correção de algo que não era ilícito e vem uma lei retroagindo para punir. O próprio Ministério Público também aderiu à fartura de homenagens. O antigo edifício que o MP ocupava, na Praça Fausto Cardoso, tinha, em cada andar, o nome de um ex-governador vivo.
Retiraram também do prédio da Assembleia a denominação: Palácio João Alves Filho. João o construiu, da mesma forma que construiu 4 perímetros irrigados, cada um com o nome que ele próprio lhes deu: Califórnia, Platô de Neópolis, Jacarecica, Jabeberi. Construiu a Orla da Atalaia, a Ponte Barra-Aracaju, o Hospital João Alves, a Orla Sarney. Onde se chega em Sergipe tem obra, tem realização de João Alves. Algumas, apenas, entre tantas, levam o seu nome. Ele agora está doente, talvez sem condições de acompanhar o que se passa. Façamos a ele, nesse seu silêncio, a homenagem de não criar-lhe mais constrangimentos em vida. Este escrevinhador que sempre fez oposição a João Alves e que nele nunca votou, recebeu, sem ter-lhe sequer solicitado, num gesto elegante da parte dele, o voto, quando foi escolhido para a Academia Sergipana de Letras. Isso o revela como um homem sem ódios e sem ressentimentos.
O presidente do Poder Legislativo, Luciano Bispo, teve toda razão quando resistiu o quanto pode, para cumprir a ordem, um tanto fora de ordem. Por fim, deu à Assembleia o nome de Palácio Construtor João Alves, o pai, que já morreu.
A INJUSTA RETRIBUIÇÃO DE SERGIPE A TANTAS PESSOAS COMO JOÃO ALVES
PROVIDÊNCIA MELHOR E SEM CAUSAR CONSTRANGIMENTO
Há certos hábitos arraigados na vida pública que deveriam ser contidos e o Ministério Público, aí sim, poderia agir sem causar constrangimentos ou prejuízos à coletividade e, ainda mais, gerando uma saudável economia aos cofres públicos. Melhor do que sair a constranger idosos, a causar transtornos urbanos, seria tratar de outro aspecto que faz parte dos hábitos equivocados de todos os nossos governantes, sejam eles prefeitos, governadores e até presidentes da República. Aqui entre nós há um hábito brasileiríssimo, ditado por marqueteiros em busca de lucros: a logomarca, os símbolos, a frase para cada mandato.
Entenderam que o mandato seria o período específico de cada mandatário e, assim, tome bandeira, tome banner, tome música, tome adesivos, e haja espaço para colocar o que seria o lema de cada ocupante eventual do poder. Quando se chega ao período eleitoral é um corre-corre para que se retire tudo das paredes, da frota imensa, das placas de obras já feitas ou em construção. Quando não se pode apagar, cobre-se com um pano a frase ou a imagem associada ao governante, para, assim, impedir o uso eleitoral da paranfernália marqueteira, que faz sumir muito dinheiro pelo ralo.
Há ainda um outro hábito que herdamos da ditadura de Getúlio Vargas, que, por sua vez, o copiou de outros ditadores. Na Alemanha não havia um prédio público onde não estivesse a foto do caricato e aterrorizador tirano do bigodinho, Hitler; na Rússia era o bigodão carrancudo de Stalin e na Itália a reluzente careca do histrião sinistro Benito Mussolini. Nas residências particulares, a foto na sala principal poderia ser um álibi para quando porta a dentro entrasse, um dia, a polícia política.
No Brasil era a mesma coisa. Nas casas, as mais pobres, havia o retrato de Getúlio, as vezes entronizado, como se fosse um santo, juntamente com as relíquias, as saudades da família. Era a cara do Pai dos Pobres.
Temer, essa figura por todos os motivos desprezível e repugnante, inventou um dístico, substituindo aquele de Dilma, a inepta, retirando-o da nossa bandeira: “Ordem e Progresso”. Também entronizou o seu retrato, com aquele riso, ou esgar, depois que mandaram ao lixo as fotos de Dilma.
Em Aracaju, quando o país mudou de comando, saindo Garrastazu e entrando Geisel, numa repartição pública, a foto do ex-comandante foi colocada “cuidadosamente” num sanitário, bem junto ao mictório. Não precisa nem dizer que muitos servidores gostavam imensamente de mijar na cara do homem.
Para que de dois em dois anos não tenhamos de viver essa tragicomédia reeditada, por que o Ministério Público Federal não se baseia em algum ditame da nossa Constituição, tão minudente quanto descuidada, e pede à Justiça o fim dessa prática, que custa caro, tanto aos cofres quanto à nossa imagem supostamente civilizada?
A LUTA PELA FAFEN ABERTA E A CONSPIRAÇÃO DA PETROBRÁS
Existe algo notoriamente suspeito nessa vontade de sucatear a FAFEN, tanto a de Sergipe como a da Bahia. A cúpula da empresa, ainda sob a criminosa condução do falsário Pedro Parente, inventou o eufemismo “hibernar”. A empresa, pelos planos de Parente, já estaria fechada, “hibernando”. Isto é, enferrujando, para até ser vendida como ferro velho, como deixou claro um dos planejadores do “negócio”.
Na verdade, não se quer hibernar, muito menos sucatear, o que está por trás de tudo é uma negociata em perspectiva. Fechada, a empresa perde vertiginosamente valor, enquanto todo o passivo trabalhista já estaria assumido pela holding Petrobrás, assim, desvalorizado, o “ferro velho” iria a leilão e o feliz ou felizes compradores iriam operá-la sem maiores ônus, para produzirem uma commodity que tem mercado consumidor em plena e sustentável ascensão, além de já estarem dispondo de uma oferta de gás a preços muito mais competitivos do que hoje. Seria um negócio da China.
Os governos de Sergipe, da Bahia e a pressão das bancadas federais conseguiram prorrogar o prazo para a hibernação, indo agora até final de outubro, mas isso ainda é um absurdo.
O grupo de trabalho criado pelo governador Belivaldo, coordenado pelo Secretário do Desenvolvimento, professor José Augusto Carvalho Pereira, para analisar alternativas visando impedir o fechamento, já concluiu seu trabalho, que é minucioso, e um relatório sintético sobre o problema. Os governadores de Sergipe e Bahia irão levar ao novo dirigente da Petrobras as sugestões e a exigência de que as FAFENs permaneçam em operação por mais dois anos, prazo em que se concretizaria a privatização. É inadmissível que esse governo tão trôpego, quanto corrupto de Michel Temer consume um crime já em fim de mandato. O fechamento da FAFEN, só em Sergipe, levará ao desemprego algo em torno de umas 4 mil pessoas, envolvidas na produção da amônia e ureia e na cadeia produtiva que se forma em torno daqueles insumos essenciais.
Mas a sabotagem permanece. A FAFEN, estranhamente, elevou o preço do seu produto, isso num mercado comprador que tem alternativas de ofertas e, assim, as vendas despencaram. A FAFEN tem agora em estoque algumas dezenas de milhares de toneladas. Tudo indica que irão inventar umas férias coletivas até limparem os galpões. É mais uma sorrateira manobra para justificar a urgência do fechamento.
URÉIA A GRANEL NO GALPÃO DA FAFEN/BA
A POSSIBILIDADE DO GÁS MENOS CUSTOSO
Enquanto se buscam alternativas e diálogo com a PETROBRÁS, outras medidas estão em curso. O governo de Sergipe quer criar um ambiente de negócio mais favorável para atrair compradores e impedir o sucateamento. Nisso, o fator estratégico é o gás a preço competitivo e a garantia de fornecimento.
Contatos com a CELSE, a térmica da Barra, e a Golan, a fornecedora do gás, estão sendo mantidos para viabilizar o fornecimento para a FAFEN assim que estiver instalado e operacional o navio de regaseificação, que ficará ancorado permanentemente no litoral da Barra, em frente à térmica. Isso poderá ocorrer no prazo de um ano. O gás virá do Catar e, para afinar a viola, o governador Belivaldo pretende agendar, em agosto, um encontro com o embaixador daquele país em Brasília, Jamal bin Nasser al Bader.
A FAFEN não pode ser sucateada, se a PETROBRÁS decidir fechá-la os funcionários estão dispostos a ocupar a empresa e mantê-la em operação.
Tudo isso uma consequência da desonestidade do governo desse réprobo, Michel Temer.
CANDIDATOS FALAM AOS MAÇONS NA COTINGUIBA
A Loja Maçônica Cotinguiba organizou uma rodada de palestras a serem feitas pelos principais candidatos ao governo do estado. Principais seriam aqueles que pontuam nas pesquisas, esse foi o critério. O objetivo era ouvir de cada um na disputa qual o seu plano para administrar Sergipe.
O venerável Carlos Bitencourt e sua diretoria decidiram que a ordem das exposições seria elaborada através de sorteio. Foram colocados os nomes dos cinco melhores classificados nas pesquisas.
O sorteado em primeiro lugar foi o ex-deputado federal Mendonça Prado. Ele inaugurou a rodada falando na noite de quarta-feira, dia 25, na sede da Loja, à rua Santo Amaro.
Mendonça chegou acompanhado do candidato a vice, o coronel de exército reformado Jorge Husek, do assessor Aranha e do fotógrafo Siqueira. Falou com segurança, fez críticas elegantes e focou principalmente nos problemas da educação e segurança. Mendonça foi Secretário da Segurança Pública no governo de Jackson, tratou também da modernização administrativa e apresentou propostas para a desburocratização.
O próximo a falar será o deputado federal Valadares Filho, dia 1/8; depois Dr. Emerson, dia 8/8; o senador Eduardo Amorim, dia 15/8; e em seguida, dia 29/8, o governador Belivaldo Chagas.
CANDIDATO MENDONÇA PRADO RECEBIDO NA LOJA MAÇÔNICA COTINGUIBA PARA A PRIMEIRA DAS PALESTRAS QUE FARÃO OS CANDIDATOS AO GOVERNO
UM SUPERMERCADO GERA A ENERGIA SOLAR QUE CONSOME
O supermercado Padre Cícero, em Canindé do São Francisco, é agora também a maior usina de energia solar em Sergipe. Supermercado gerando energia? Exatamente. O empresário Cleodon, proprietário do supermercado, instalou no telhado do novo prédio um conjunto com mais de 400 placas solares. O resultado é que sua conta de energia, que andava em torno de 20 mil reais, agora cai para uns 300.
Aos domingos, com o supermercado fechado, a energia produzida é injetada na rede da Energisa e, no fim de cada mês, há um encontro de contas. Cleodon nunca foi à Europa verificar como anda disseminada a geração das energias solar ou eólica, mas é um sertanejo atualizado, acompanha a evolução da tecnologia, moderniza sua empresa e, apesar de tudo, acredita no Brasil.
Enfrenta a crise gerada em Canindé pela quase desativação da Hidrelétrica de Xingó e, numa atitude pioneira, dá um exemplo a ser seguido, numa região que tem uma incidência de luz solar classificada entre as mais altas do mundo.
Investiu cerca de 700 mil reais e espera o retorno dentro de três anos. Um excelente negócio.
O equipamento foi vendido e instalado pela ProSolar SE, uma empresa instalada em Aracaju.
A CURTA HISTÓRIA DE UM PUBLICITÁRIO E JORNALISTA
Era, se não falha a memória, o ano de 1966. Por volta das oito horas, a redação do Diário de Aracaju apenas começava a funcionar. O jornal era, em Sergipe, um marco da modernização na forma de fazer o texto jornalístico e no aspecto gráfico. Pertencia à portentosa cadeia dos Diários Associados, a Globo da época.
Na redação, ainda tranquila, entra um jovem com modos educados e vai perguntando: “O que é aquilo?” Ele apontava para umas berinjelas que estavam sobre a mesa. Respondida a pergunta, ele recebe de volta: “E quem é o senhor?”. O curioso aproxima-se, alarga o sorriso e apresenta-se: “Sou Nazário Ramos Pimentel”. E vai contando a sua vida. Paraibano, era um pequeno industrial, tinha uma fábrica descaroçadora e produtora de óleo de arroz em Pão de Açúcar. Faliu. Viera morar em Aracaju, depois de pagar aos credores, e aqui residia com a mulher e suas duas filhinhas pequenas. Helena, a esposa, enfermeira, trabalhava num setor federal que cuidava, e bem, da saúde pública.
Em pouco tempo estava empregado, após uma conversa com o diretor comercial Raimundo Luiz da Silva. No outro dia, o paraibano curioso chega com uma pasta e vai começar o trabalho de vendedor, de publicitário.
Aproximava-se o 31 de março, segundo aniversário da “Revolução Democrática que Salvou o Brasil do Comunismo” e era preciso comemorá-la condignamente, ou seja, faturando. Os Diários Associados, criação de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, um genial sujeito, misto de escroque, de visionário, de inovador e, também, um generoso filantropo e mecenas.
Pimentel foi ao comandante do 28º BC, mostrou-lhe os seus “propósitos patrióticos” de exaltar a “revolução salvadora” e dele ganhou um infalível bilhete de apresentação. Aí, ele começou a levar o bilhete a empresários, prefeitos, chefes de repartições. Nunca se fez, nem se fará jamais em Sergipe, um Suplemento Comemorativo tão volumoso. Enquanto Pimentel corria a praça, um jornalista esgotava adjetivos para exaltar a “gloriosa”, embora isso lhe causasse discretos engulhos. Sobreviver é preciso.
O jornal teve de ser rodado em Salvador, a sede regional dos Diários Associados. O jornalista Odorico Tavares, o chefe, um intelectual afável, amigo e protetor de poetas e pintores desvalidos, chamou o seu diretor comercial e lhe passou uma reprimenda, dizendo que mirasse no exemplo dos sergipanos.
Garantiu-se a folha do Diário por alguns meses. Pimentel e o jornalista que redigiu as arengas, com as comissões recebidas, compraram, cada, um carro quase novo.
Depois, a história de Pimentel é bem conhecida. Criador de jornais, em Aracaju e Maceió, de uma emissora de rádio, também na capital alagoana. Montou, em sociedade com dois outros, então jovens empresários e visionários, e já ricos, Murilo Dantas e Lauro Menezes, a primeira agência de turismo em Sergipe e, também, a PPP, uma das primeiras empresas de publicidade em Aracaju.
Pimentel se tornaria hoteleiro. Foi quando a EMSETUR, antevendo o futuro em Canindé com o início das obras da hidrelétrica, projetou um hotel no ponto mais aprazível da região. O projeto foi da arquiteta Lúcia Leão, o Estado entraria com algo em torno de 40 por cento do investimento.
Um alagoano, Omena, hoteleiro em Aracaju e Maceió, topou a empreitada, iniciou o hotel e desistiu, pois já havia dúvidas sobre a continuação das obras da hidrelétrica. Foi aí que Pimentel, numa noite no Parque dos Coqueiros, tomando o bom uísque do empresário Frederico Meinberg e com o jornalista, dono das berinjelas do seu primeiro dia na redação do Diário de Aracaju, então na EMSETUR, topou assumir o hotel. No dia seguinte teve de ser relembrado do compromisso, mas foi levado ao governador Valadares e logo viajou a Canindé. Está lá até hoje, no moderno Xingó Parque Hotel, um pioneirismo que deu certo.
Nesse dia 28 de julho, data em que morreu Lampião, nascia em Campina Grande o menino Nazário Ramos Pimentel, que, em consequência disso, hoje completa oitenta anos.
PIMENTEL, UM SEMEADOR DE INICIATIVAS
ELIANE ACEITA E CHAPA DE BELIVALDO ESTÁ FORMADA
Dos cinco candidatos no páreo para governador, só um já tem preenchida a chapa. Avançando nas pesquisas e conquistando espaços, Belivaldo Chagas ganha ainda mais consistência com o sim que lhe deu Eliane Aquino ao convite recebido para tornar-se vice, na chapa de quem já foi vice na chapa e no primeiro mandato do seu marido Marcelo Déda, o luminoso cometa que clareou a política sergipana e deixou exemplos ao Brasil, sobretudo para o seu partido, o PT. Eliane fez uma carta compromisso ao aceitar o desafio e ali se consubstancia o que significa essa mulher.
Os demais candidatos ainda tateiam em busca de vices. Valadares anunciou o Dr. Emerson, que desistiria da candidatura ao governo, mas aí o delegado Alessandro, candidato ao Senado, falou grosso, e viu no gesto do Dr. Emerson uma capitulação à velha política, isso na expressão por ele usada. O Dr. Emerson refez a sua candidatura, um tanto constrangido e tendo de enfrentar o natural desgaste.
Já o senador Amorim é como se fosse um personagem em busca de um autor. Não encontra caminhos, quer uma mulher como companheira de chapa, não conseguiu ainda. O irmão Edvan Amorim articula e articula, em busca de uma composição que multiplique votos. O prazo para as convenções já se torna exíguo.
BELIVALDO E ELIANE, UMA PARCERIA PERFEITA
ÁGUA DE COCO COMPETE E JÁ AMEAÇA REFRIGERANTE
Sergipe já foi o maior produtor de coco do país. Hoje ainda é um grande produtor. E os coqueirais saíram das vizinhanças das praias e se tornaram sofisticados, com a irrigação e novas tecnologias e, assim, muito mais produtivos, no Platô de Neópolis.
O coco verde invade Aracaju e tantas outras cidades, a água de coco torna-se a bebida preferida até entre a juventude e começa a concorrer com os refrigerantes.
Agora a EMBRAPA anuncia um programa para estimular a produção de mais coco em Sergipe. Que boa notícia.
É hora de plantar coqueiro!
COLHEITA E TRANSPORTE EM UM COQUEIRAL DO PLATÔ DE NEÓPOLIS
A POLÍCIA FEDERAL E OS EPISÓDIOS EM FLORIPA
Se há uma instituição bem avaliada e elogiada pelos brasileiros é, sem dúvidas, a Polícia Federal. Enquanto polícia que age contra criminosos, que investiga corruptos, só aplausos a merecer, mas quando há indícios de autoritarismo, aí a coisa se complica.
Aplausos, por exemplo, para a bem-sucedida investigação, que levou à cadeia o truculento bandido que se fez parceiro de traficantes e, absurdamente, prefeito de uma cidade da baixada fluminense.
No episódio da Universidade de Santa Catarina, onde uma operação começou mal, pois invadiu o espaço sagrado de um campus, embora com autorização da Justiça, e daí ao suicídio do Reitor, vítima de um desnecessário excesso de poder, aí, seria a ocasião propícia para uma reflexão mais detida sobre o episódio.
É normal, é natural que haja indignação no campus, é perfeitamente lícito e constitucionalmente assegurada toda a manifestação que ali se realize e até, diante das circunstâncias especiais, que alguns excessos verbais ocorram. Isso faz parte da democracia, onde ninguém está isento de críticas, ainda mais quando, no meio de tudo isso, existe um morto ilustre, contra o qual, até hoje, nada se conseguiu provar, o que demonstra que houve, no mínimo, uma precipitação no grau a que se chegou com a prisão do reitor e, depois, a decisão humilhante de impedi-lo de frequentar o campus.
Isso não é bom para a democracia brasileira, isso não é bom para a própria imagem da Policia Federal. Querer criminalizar manifestantes que apenas usam a palavra, é excesso, é um péssimo sinal.
O pior que poderá acontecer a um país é mergulhar num Estado policialesco e o pior que poderá acontecer à própria dignidade da polícia é ser instrumento dessa forma desvirtuada e infeliz de Estado.
Por que esse rigor com um ser humano tão querido por todos, um professor, um Reitor de uma Universidade, num país governado por Michel Temer e que tem agora como astros no cenário político que se vai construindo dois escroques impunes, Valdemar Costa Neto e Roberto Jeferson, além de outros de variados quilates? Inclusive um, que faz crianças imitarem o gesto de quem empunha uma arma e atira.
Valha-nos Deus!
LUIZ CARLOS CANCELLIER, A PERSEGUIÇÃO E A MORTE