Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
ARACAJU MERECE UM PORTO
31/08/2023
ARACAJU MERECE UM PORTO

NESTE BLOG

- ARACAJU MERECE UM PORTO

- ALGUNS RECORDES BRASILEIROS

-YANDRA, PREFEITA DE SOCORRO?

- CRIANÇAS QUE PAIS E MÃES ABANDONAM

-ITABAIANA, NEGÓCIO E CULTURA

 

 

 

ARACAJU MERECE UM PORTO

Os pequenos barcos se amontoam porque não há mais espaços.

A Barbosópolis, com o passar dos anos acabou ficando sem  porto.

Mas, o que vem a ser essa coisa estranha, Barbosópolis? Trata-se exatamente de Aracaju, a cidade criada por Inácio Barbosa, e planejada pelo engenheiro Pirro, assim denominada pelos  escribas  nos jornais, até os anos setenta, quando se foi tornando um anacronismo. Diziam os sancristovenses, irados com a perda da condição de capital da Província, que a nova capital não passaria de uma “vitória de Pirro”. Como é sabido, Pirro foi aquele general que diante de mais uma  sofrida vitória contra os romanos, desabafou:  Com mais uma dessa minhas tropas  se acabam.

 Mas, de fato Aracaju, surgindo  sobre o aterro de dunas demolidas, e espalhadas suas areias sobre mangues, charcos e marés, tornou-se mesmo uma vitória do arrojo e decisão, e também do Barão de Maruim, interessado em valorizar suas terras.

Do ponto de vista essencialmente lógico e prático, Aracaju foi sonhada para  ser uma cidade portuária, com acesso  mais fácil   ao mar, e a proteção de um largo estuário, que poderia abrigar dezenas de embarcações.

No  começo dos tempos da terra- brasilis, naquele estuário profundo e largo, e com uma barra sempre complicada, abrigavam -se os veleiros dos piratas franceses, que retornavam abarrotados de pau-brasil. Depois, para saírem carregados do açúcar dos engenhos da Cotinguiba, da Itaporanga, do Arauá, da Estancia.

E até meados dos anos sessenta, quando a caneta do presidente marechal Castello Branco, funcionou para extinguir as estatais de navegação, o Loyde Brasileiro e a Costeira, deixando o nosso porto, aliás complicado, a “ver navios.”

Foi mais adiante e extinguiu também as ferrovias.

Assim, Aracaju ficou a depender, por via terrestre, exclusivamente da rodovia que a ligava a Salvador e ao resto do Brasil, esta, só asfaltada a partir de 1970.

Mas, com a descoberta de petróleo no mar, em 1968, o porto de Aracaju voltou a encher-se de pequenos  barcos de transporte de gente e material, que faziam a logística das plataformas. Ficavam, os barcos modernos, ao lado dos velhos saveiros, os últimos aliás, acostando na rampa do Mercado Municipal, trazendo para a feira mercadorias  as mais diversas.

O antigo cais do porto era  uma ponte de madeira que avançava uns sessenta metros pelo rio,  no trecho da avenida Rio Branco,  onde ficava o Trapiche do Lima, entre as ruas Laranjeiras e São Cristovão. Ali, desembarcavam cargas e passageiros.

Agora, Aracaju perdeu a sua vocação marítima. Só restaram mesmo os barcos de pesca, pequenas embarcações que utilizam redes de arrasto para o camarão, e anzóis para os peixes. Ficam, todas à falta de um local apropriado aglomerando-se junto ao cais,  ao lado do Entreposto da Pesca, uma instalação  frigorifica  onde os peixes seriam recebidos, tratados e frigorificados. Nunca foi concluído. O ex-presidente esteve em Sergipe três rápidas vezes, onde fez muitos xingamentos e prometeu que concluiria o agora “ elefante branco”, ainda abandonado.

Mas, voltando à ideia do porto.

Agora, ela se fortalece, porque crescem as atividades  no pré-sal, com exclentes perspectivas e  Aracaju é o porto abrigado mais próximo. Voltam a ancorar, aqui os pequenos barcos de apoio, e lhes faltam instalações portuárias com o tamnho mínimo que exigem. Aglomeram-se esses barcos uns encostados nos outros, e mais não chegam por falta absoluta de condições.

A barra do Sergipe é complicada, e a cada dia se vai agravando o assoreamento. Mas esses barcos que aqui chegam são de pequeno calado e atravessam o sinuoso canal, onde, nas marés baixas, a profundidade não chega a três metros em alguns locais. Em compensação o estuário é amplo e razoavelmente profundo, em alguns locais chegando a mais de vinte metros.

O porto de mar na Barra dos Coqueiros, tem capacidade limitada, não recebe navios com mais de 30 mil toneladas de deslocamento, tem uma área protegida  , mas a operação para os pequenos barcos não é fácil.

A melhor alternativa para eles continua sendo mesmo o estuário do Sergipe. O porto se faz necessário, ampliando-se o cais em frente ao Mercado ou construindo um outro em local que a técnica recomendar, e que poderia até ser na Barra dos Coqueiros, e, ao mesmo tempo tentando-se finalmente, concluir o Entreposto  que seria utilizado exclusivamente pelos barcos de pesca.

É preciso também pensar na revitalização da navegação fluvial, inclusive para o transporte de passageiros entre Socorro e Santo Amaro para Aracaju, em lanchas rápidas.

Para a Barra dos Coqueiros, apesar da ponte, ainda há um fluxo considerável de transporte feito pelas lanchas chamadas tó-tó-tós, mais baratas, e que fazem o trajeto rapidamente cruzando o rio. Antes, tudo se processava através do Terminal  Fluvial, que foi transforado em Memorial de Zé Peixe, uma boa ideia do ex-governador Marcelo Déda, ele imaginava,provavelmente, que o transporte pelas canoas estaria com seus dias contados, e ocupou todo o espaço com a homenagem a Zé Peixe. Ali, o Memorial poderia ser agora, instalado no andar superior, onde fica restaurante com reduzidíssima frequência, e na parte térrea reinstalado o sistema de embarque e desembarque para  as tó-tó tós,  hoje feito de maneira precária , e com riscos, por uma pequena ponte que avança para o rio e onde funcionam acanhados quiosques, com a lama em torno de tudo. Há uma atitude de desprezo em relação aos passageiros que cumprem o sacrifício da travessia nas tó-tó-tós, e eles todos os dias renovam a exposição ao perigo.

Anuncia o prefeito Edvaldo Nogueira que, utilizando-se aqueles recursos obtidos através de empréstimos, entre tantas outras coisas, será feita a dragagem e a despoluição do rio Poxim.  Edvaldo estaria imaginando, também,  revitalizar o transporte fluvial, através das largas hidrovias que circundam a “ Barbosópolis “ e proporcionando aos passageiros, agilidade e conforto.

Tudo isso acontecendo,  Aracaju retomará a sua vocação fluvial – marítima, a principal razão a motivar o seu nascimento.

 

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ALGUNS RECORDES BRASILEIROS


O Brasil campeão de milho e soja.

Ao terminar o Ano Agrícola nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura fez um relatório  sobre as safras, e a posição norte -americana no cenário internacional.

A rede Bloomberg e  a agencia de notícia Reuters fizeram  analises dos dados, comparando-os com anos anteriores e a produção de outros países, e algumas considerações.   Nelas, destacam o Brasil como o país mais bem sucedido, tanto em resultados no setor agrícola como na área do petróleo e gás.

Os Estados Unidos que tinham uma hegemonia de mais de meio século na produção e  exportação do milho, caiu para o segundo lugar. Os americanos tiveram uma participação de 23 % na exportação mundial. Já o Brasil  ficou disparado na frente com 32 %. Reeditou-se no caso, o mesmo acontecido em relação a soja, de cuja posição, há muito tempo na dianteira, os americanos foram desbancados pelo Brasil.

A Bloomberg fez uma consideração que muito nos interessa: “ os efeitos da guerra comercial com a China e a excessiva valorização do dólar prejudicaram as exportações americanas, enquanto o Brasil não envolve problemas político-ideológicos no assunto.

Acrescenta a agencia que  uma lei brasileira editada em 2013, ajudou as multinacionais Cargill e  Bunge, a instalarem  terminais de exportação no norte brasileiro e assim reduziram custos.

Já o setor bancário americano através de uma das suas associações, entendeu que era frustrante verificar que o grande superavit comercial brasileiro não estava contribuindo para a redução interna do déficit em conta corrente.

Neste particular, os bancos sempre são muito rigorosos.

Já a agencia Reuters,  entra no sempre delicado terreno do capital estrangeiro aplicado em outros países, assinalando que, no Brasil, a área de exportação é controlada em grande parte por grupos estrangeiros, e isso faz carrear para o exterior uma soma vultosa dos pagamentos de dividendos e juros.

Nesse particular , quando ainda quase engatinhávamos em exportações, concentradas quase no minério de ferro , café e açúcar, Leonel Brizola, já fazia graves advertências,  e clamava por uma lei disciplinando essas remessas. A lei se fez, mas diante da dimensão que alcançamos,  se faz necessária algum tipo de medida, como por exemplo aquela que já fazem tantos outros países, estabelecendo um percentual  de  reaplicação de dividendos em projetos no Brasil, onde poderia ser incluída   a ampliação das próprias empresas.

Já o site especializado em petróleo  Oil – Price,  diante dos  acréscimos consideráveis de  produção de petróleo e gás, com expressivos recordes nesse mês de Junho,  avança, na previsão de que o Brasil garantirá, brevemente, a quarta posição como maior produtor de óleo e gás do planeta.

Antes da descoberta do pré -sal pela PETROBRAS, algo assim pareceria uma meta impossível.


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YANDRA, PREFEITA DE SOCORRO?


Yandra a caminho de Socorro.
 

Uma deputada jovem e em primeiro mandato, consegue, em poucos meses receber o passaporte  que a fez elevar-se do baixo- clero, tornando-se habilitada aos voos mais altos. A autora desse salto de barreira para vencer  sucessivos obstáculos foi a sergipana Yandra Moura. Dizem, experimentados parlamentares, que o período de aclimatação ou espécie de estágio probatório, sempre deve ser obedecido, para que o neófito representante do povo possa compreender  como funciona um sistema político, hoje denominado “ Parlamentarismo de Coalizão ,“ no qual, senadores e deputados ganharam um imenso poder, e o direito de manejar e direcionar verbas. Calcula-se que um parlamentar federal em Brasília  terá, ao longo dos quatro anos de mandato o direito de manejar e direcionar verbas de aproximadamente cento e cinquenta milhões de reais. O usual é que, imaginem quase todos a possibilidade de uma reeleição tranquila, direcionando esses recursos para aonde lhes rendam mais votos.

Yandra,  diferenciou-se do modelo, que, sem duvidas, é um tanto acomodatício.

Ela movimentou-se em todas as direções. Saiu a catar onde havia vazios na legislação, buscando aperfeiçoa-la; saiu a enxergar problemas que  dormitavam em pachorrentas gavetas, e saiu, sobretudo, em direção e em busca do povo, daquela parcela enorme da população brasileira,   sempre carente de uma atenção, que não se resuma à manjada afabilidade dos sorrisos pré-fabricados, já carimbados pelo povão como “coisas de políticos”.

O fato é que Yandra, a filha de André, como se caracterizou na campanha a estreante, foi surgindo como algo diferente, não aquela diferença que agita e impacta, mas o comportamento que demonstra eficiência e afetividade.

E assim, circulando algumas vezes pela cidade aonde fora antes pedir votos, Nossa Senhora do Socorro, começou a ouvir do povo a afirmação:” você vai ser a nossa Prefeita “. Depois,  surgiram as pesquisas, e Yandra surpreendeu.

Com efeito, parece que os lideres socorrenses que buscavam um candidato a substituir o Padre Inaldo, e também até alguns que lhe fazem oposição, chegaram a um denominador comum: o nome de Yandra.

 Desse fato politico que se revela bem claro, deve ter surgido a decisão de Yandra. Ela, tudo indica, será candidata à Prefeitura de Socorro.

Nossa Senhora do Socorro, no litoral, juntamente com Nossa Senhora da Glória, a antiga Boca da Mata  no semiárido, são cidades que acompanham, ou mesmo superam o ritmo de crescimento das duas  que sempre foram líderes, Itabaiana e Lagarto.

Mas, o crescimento rápido sempre acumula problemas. Socorro tornou-se cidade dormitório de Aracaju, e nela estão os maiores conjuntos habitacionais. Crescimento requer sempre mudanças pontuais, adaptações, sobretudo inovações e rodízio de administradores.

Há um sério problema de mobilidade urbana a ser resolvido, e onde entram os trilhos da antiga Leste Brasileiro, que poderiam acomodar um novo sistema, há necessidade de humanização da cidade, que precisa urgentemente de áreas verdes, de ruas arborizadas, dos seus mangues preservados, e suas águas abundantes dos rios do Sal e Sergipe que cortam o município, sendo usadas ao encontro de oportunidades que devem ser criativas. Por que não desenvolver  fazendas marinhas, a criação de ostras, de camarões, de peixes? Por que não modernizar  e ampliar o Distrito Industrial, que tem um aspecto desolador de abandono, embora ali existam indústrias importantes, inclusive integradas à  montadoras de veículos?

Por melhor que sejam administradas as cidades que passam por rápidas transformações,  e se tornam polos de desenvolvimento, sempre estão a reclamar ideias e providencias inovadoras.

Um detalhe: Yandra elegendo-se Prefeita, abre vaga para o suplente Fábio Henrique, que foi Prefeito, deputado federal, e tem forte liderança na cidade, ao lado de outros como o Padre Inaldo, atual prefeito; o tantas vezes prefeito Zé Franco, o Dr. Samuel, agora deputado estadual e muito bem votado, e vereadores que lideram em vários  concentrações urbanas. É um município onde não existe mandonismo, porque há um  variado leque de líderes, e um povo exigente, e politizado.


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 - CRIANÇAS  QUE  PAIS E MÃES ABANDONAM


Um abandono, pais responsáveis, e o poder público ausente.
 

Semana passada, tratamos aqui, daquela chaga social lancinante que é o abandono de crianças. Citamos dois locais onde a ferida se mostra em maior estágio de purulência. Primeiro, em torno do edifício Estado de Sergipe, ou Maria Feliciana, depois, em menor proporção no entorno do Supermercado Sam`s Club. No Maria Feliciana, onde se concentram todas as  quartas, à noite, dezenas  de mães, uns poucos supostamente pais,  e  dezenas de crianças, as cenas são dolorosas e ao mesmo tempo revoltantes. Ali, todas as quartas-feiras, chegam samaritanos levando sopa, e é isso que atrai tanta gente. Enquanto esperam, ou depois de tomarem o caldo grosso, ficam as crianças semi- nuas espalhadas, e a mando dos pais indo mendigar junto aos carros que param no semáforo. Nessa quarta, à noite, repetiam-se as cenas . As  águas podres correndo junto à calçada ampla, e crianças  de pés descalços pisando naquele esgoto. É um milagre uma criança ainda não ter sido atropelada.

Ousamos sugerir aos samaritanos doadores de sopa, que procurem conversar com aquelas supostas mães, advertindo-as sobre o desleixo criminoso. E se necessário suspendam a sopa, que tanto atrai, até porque uma sopa em um só dia de semana não mata a fome de ninguém. Melhor seria conversar com aquelas mães, saber se estão no Bolsa Família, e, se estiverem, por cada filho estarão recebendo 150 reais. Não deixam de ser paupérrimas por isso, mas ,pelo menos, conseguem um mínimo para viver.  É preciso ver , sentir se suas necessidades extremas são reais, ou se , claro, sem deixar de serem necessitadas, estariam escolhendo a pior forma de sobrevivência:  utilizando-se das crianças e pondo a vida delas em risco. Mas, o Poder Público, principalmente, precisa olhar de perto aquela cena, que é deprimente, e nos dá vergonha na cara, se a tivermos.


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ITABAIANA, NEGÓCIO E CULTURA


Samarone, o pensador que agita e faz.

Samarone, médico sanitarista, ex-vereador de Aracaju e agora Secretário de Cultura da pujante e pulsante Itabaiana, a Grande, revela-se O CRONISTA,  misturando cultura, experiencia de vida, e sentimento. Numa dessas crônicas ele anuncia a boa nova: “ Eu não tenho dúvidas, em  breve a Cultura  mostrará sua pujança .  Talentos não faltam. Se não bastassem a Orquestra Sinfônica e a Bienal ( sexta edição )  que vai além dos livros, o nosso teatro já está no forno. No início de novembro a Bienal volta mais forte.

 Nesse segundo semestre, teremos um festival internacional de cinema, um festival de música clássica, outro de música popular, um festival de Hip-hop e outro de cultura. Será a ebulição das artes.”

                     Que assim seja. EVOÉ.

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