(Os professores Jorge Carvalho, Antônio Freitas, José Lima e Dilson Barreto, fundadores da Academia, foram convidar o ex-reitor da UFS agora secretário da Educação, professor Josué Subrinho, para a solenidade instalação)
Jorge Carvalho está agora aposentado como professor da Universidade Federal de Sergipe. Ainda, mais ou menos jovem, cheio de energia e repleto de ideias, nunca vestiu o pijama da ociosidade. Continua ensinando, escrevendo, fazendo ótimas fotos, e sempre a procura do que mais fazer. O foco maior da sua preocupação intelectual sempre foi a Educação.
Resolveu então reunir educadores, estudiosos dos problemas educacionais, dialogou muito com amigos, fez parceria com a Academia Sergipana de Letras, da qual faz parte, e decidiu que, juntos, iriam criar uma Academia Sergipana da Educação. E ela já foi criada. Resta agora para começar e mostrar a que veio empossar os seus quarenta membros fundadores, o que acontecerá nessa quinta -feira, dia 5.
Se a Academia vem para exercer o papel que deve ser inerente aos que pensam: defender a liberdade de pensar, então, o momento é dramaticamente o mais propício para isso.
Estamos assistindo em nosso país um processo de extremismo ideológico que nos faz retroceder aos tempos da Inquisição.
Não demora, estarão a acender fogueiras.
Uma Academia voltada para a Educação, reunindo quem tem o compromisso de pensar, pode ser mais um instrumento de clarificação das trevas, que começam a encobrir o espaço intelectual brasileiro, onde a intolerância avança.
Às Academias está reservado o papel essencial do ativismo da razão, e da civilidade. Nesse tempos tão conturbados, até as ideias iluministas que, no século dezoito, ajudaram a forjar e modelar a sociedade moderna, tornam-se alvo dos novos bárbaros, que despertam de uma hibernação letárgica nas cavernas da ignorância.
No caso específico da Educação não há tempo a perder.
O ministro da pasta chama professores de “zebras gordas”, e diz que nas nossas Universidades públicas, há plantações de maconha, e laboratórios onde produzem uma variedade de estupefacientes. Resolveram fazer uma guerra escancarada contra a cultura brasileira, e reduzem o sistema publico de Educação a um campo de batalha onde chegam como cavaleiros mambembes, qual Don Quixotes truculentos, incapazes de enxergar o que existe de generosidade e sonho no personagem épico de Cervantes, também encarnando uma sátira contra tudo o que existia de rançoso no medievo, que eles agora revivem.
Que a nova Academia surja para debruçar-se sobre os gravíssimos problemas afetando o ensino público, agravados na última década, e possa contribuir para o restabelecimento da racionalidade, fazer com que o diálogo civilizado substitua a troca de insultos, e possamos conviver com as divergências, sem trocar o argumento pelo tacape.
A Academia da Educação tem 40 Cadeiras, cada uma com um patrono e um acadêmico, que são respectivamente: 1- Ofenísia Soares Freire / Luzia Nascimento; 2- Nunes Mendonça / Jorge Carvalho; 3- Felte Bezerra / Márcia Valéria; 4 – Carvalho Neto / Paulo Amado; 5 - Etelvina Amália / Dilson Barreto; 6- Emanuel Franco / Maria das Graças Albuquerque; 7- Keziah Kolb / Ester Villas Boas; 8- Helvécio de Andrade / Ricardo Nascimento; 9-Zizinha Guimarães/ Manoel Humberto; 10- Antônio Xavier de Assis / Carlos Pinna; 11- Silvério Leite Fontes / Anamaria Bueno; 12 - Franco Freire/ Bernard Charlot; 13- Rocha Lima / Gabriela Zelice; 14- Luciano Duarte/ Patricia Verônica ; 15- Manoel Joaquim / Jouberto Uchoa; 16- Manoel Luiz / José Fernandes Lima; 17- Jose de Alencar Cardoso / Estácio Bahia; 18- Mariah Galrão / Denisson Ventura; 19- Thetis Nunes / Jose Lima Santana; 20 - João Cardoso / Antônio Fontes Freitas; 21- Abdias Bezerra / Caludefranklin Monteiro; 22 - Francisco Portugal / Fedro Portugal; 23- Leozírio Guimarães/ Olga Andrade; 24- Sebastião dos Santos / Sebastião Filho; 25- José Amado Nascimento / Geraldo Bezerra; 26- Fernando Porto / Eliana Borges; 27- Alfredo Montes / Lúcio Prado ; 28 – Antônio Garcia / Aderval Aragão; 29 – Acrísio Cruz / Marieta Barbosa; 30 – Quintina Diniz / Eliane Moura Morais; 31- Brício Cardoso / Paulo do Eirado; 32 - Penépole Magalhães / Roberto Cezar do Prado; 33- Rosa Farias / Deborah Pimentel; 34 – Benedito Oliveira / Marlene Calumbi ; 35- Jose Antônio da Costa Melo / Iara Campelo ; 36 – Luiz Antônio Barreto / Anderson Nascimento / 37 – Jose Carlos de Souza / Antônio Carlos Souza; 38 – Baltazar Góis / Elito Hora; 39- José Calazans / Guilherme Nascimento; 40 – Maria Lígia Pina / Jane Nascimento.
Para ser o primeiro presidente da ASE os acadêmicos elegeram o professor doutor Jorge Carvalho do Nascimento.