Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
A REVISTA CUMBUCA E O CUMBUCO CULTURAL
31/01/2023
A REVISTA CUMBUCA E O CUMBUCO CULTURAL

A Cumbuca, uma publicação da EDISE, uma criação de Amaral Cavalcante, sinais de vida inteligente em Sergipe.

Amaral Cavalcanti, poeta, alma livre, mente criativa e sempre em transe, tinha frases de imensa ousadia, ou de sátira contundente. Certa vez, o poeta escandalizou, talvez, com nada mais do que uma simples pilheria, espécie de pour épater le Bourgeois, como dizem os franceses.

Sentenciou Amaral: 'Para ter sucesso como militante cultural é preciso ser gay e fumar maconha'.

Mas isso foi lá pelos idos dos anos 60 – 70, quando era preciso abalar o imobilismo. E existia a ousada e irreverente geração do Cramidô. É assim mesmo que se escreve?

Sobram poucos daquele tempo, mas Jorge Lins, sem obedecer integralmente à 'fórmula' irreverente de Amaral, da mesma forma Pascoal Maynard, (Pascoalzinho) dois ícones da militância ou devoção à cultura em Sergipe,   eram adolescentes na época, e hoje ainda com boa memória, poderão esclarecer sobre a grafia exata do recôndito pedaço de mangue e praia, ao lado dos meandros hoje aterrados do rio Poxim, onde havia uma espécie de minúsculo e permanente Woodstock tropical, desnudando vestes hipócritas do establishment, autoritário e chatérrimo.

Amaral foi o criador e editor da Cumbuca, mais uma ousadia editorial, após o seu sucesso de tantos anos com a Folha da Praia, o alternativo que dava voz aos sufocados pelas agonias da censura, ou da mídia muito bem domesticada.

A revista Cumbuca tornou-se um referenciado e livre veículo de difusão cultural, um espaço para ideias, sob o patrocínio do governo do estado. Publicado pela EDISE, a Editora de Sergipe, nos tempos em que a quase quebra dos cofres públicos, fez sumir, por economia, a Secretaria da Cultura, aquela editora, que publicou mais de 150 livros de escritores sergipanos, ao lado do Instituto BANESE, sob a visão descortinadora de Ézio Déda, mantiveram os sinais vitais do nosso organismo cultural, então, sob risco de definhamento.

Houve um florescente reviver da arte da escrita, tantos foram os novos escritores surgindo, e os mais antigos reaparecendo. Na EDISE, que é um apêndice da SEGRASE, e isso não ajuda, houve a presença do diretor técnico Milton Alves, que é jornalista, e tem convívio com o mundo cultural, diálogo com os escritores, mas, com as limitações próprias de uma editora sem autonomia.

O nome que Amaral encontrou para dar à sua revista, é uma evocação às coisas do povo, não só à utilidade de um objeto, também chamado cabaça, mais ainda à sutileza da sabedoria popular, sentida naquela afirmação: 'macaco velho não mete a mão em cumbuca'.

Amaral, o poeta, sempre dizia que a sua maior preocupação era fazer com que a Cumbuca não definhasse e viesse a ser um Cumbuco. O poeta sabia das coisas, cumbuco é uma deformação vegetal, como se fosse uma cabaça arredondada e sem utilidade prática. Cumbuco, portanto, é coisa ruim, daí a expressão boi 'cumbuco', aquele que nasce com os chifres tortos.

Mas, deixando ao lado essas desnecessárias divagações, o essencial mesmo para a cultura sergipana, entre outras coisas, é manter a atividade cultural do Instituto BANESE; encontrar apoio financeiro para retirar a nossa Orquestra Sinfônica da penúria em que vive; e dar folego e autonomia à EDISE, para publicar regularmente a Cumbuca, com um editor que tenha condições de ocupar uma parte do espaço deixado por Amaral, este, poderia ser Gilfrancisco,nosso polígrafo maior. E a EDISE indo mais além, podendo, até suprir a rede escolar estadual com publicações que venham a ampliar o limitado universo dos livros didáticos.

Para isso, é preciso ação, protagonismo, criatividade, e que não se fique na mesquinhez da dependência restrita às verbas estaduais, sempre insuficientes.

Com o novo governo de Lula, abrem-se amplos horizontes para a cultura, e é preciso sair em busca deles. E o governador Fábio Mitidieri, tem um excelente diálogo com o presidente.

LEIA MAIS


DO MARECHAL LOTT AO GENERAL TOMÁS PAIVA

Sobre um tanque de guerra, e ao lado do marechal Teixeira Lott Juscelino, um presidente cordial e pacificador, precisava exibir força, para conter o golpismo fardado.
Lá pelos anos quarenta alguém assim definiu o Brasil: 'É um pequeno país com a responsabilidade de um imenso território'.


Com muita sorte, esperteza, e algum sangue, conseguimos manter a integridade de um país gigante, sem ir além da economia do café com leite e algum açúcar, e das limitações de um elite retrógrada, dos bacharéis soletradores de velhos compêndios, e de militares aquietados ou rebelados entre causas difusas.

Já fomos definidos como o 'País do Carnaval', título que nos foi pespegado, por um marxisita dos cacauais, e materialista Pai de Santo,o babalaô das nossas letras com sabor de terra e gente, o universal Jorge Amado.

Carlos Lacerda, num instante de decepção, e fúria, quando a caserna deixou de ouvir a sua voz trovejante de golpismo, disse que o Brasil 'era o país dos marechais em pijamas'.

De fato, nenhum país do mundo teve tantos marechais como o Brasil. Foram mais de cem, menos de dez por cento deles teriam escutado o troar do canhão em um campo de batalha.

O título honorífico, era, quase sempre, o resultado da mistura ou contubérnio da política com os quartéis. Os nossos marechais tinham partido, faziam política aberta e escancaradamente, mas, sempre rodeados por deputados e senadores que alimentavam as suas vaidades, e delas retiravam proveitos.

Só uma curta lista de alguns deles: Marechal do Ar Eduardo Gomes, (a Força Aérea também tinha os seus marechais, a Marinha preferiu ficar mesmo no Almirante de Esquadra). Candidato duas vezes derrotado à Presidência da República, o intrépido aviador Eduardo Gomes fascinava as mulheres que o saudavam: 'Brigadeiro, Brigadeiro, é bonito e é solteiro'. Ele foi um dos dois sobreviventes de um desatino corajoso e cívico, a epopeia dos 18 do Forte. Uma das balas dos três mil fuzis que contra o punhado de homens disparavam, teria seccionado parte do seu órgão genital. Os seus adversários, afiados e irreverentes, faziam uma paródia cruel que assim concluía: 'Brigadeiro, Brigadeiro, é bonito é solteiro, mas não é inteiro'. 

Continuemos: Marechal Eurico Gaspar Dutra, condestável do Estado Novo getulista, derrubou Getúlio, após seus 'curtos quinze anos' no poder, para, logo em seguida, e apoiado pelo deposto ditador, ser eleito Presidente da República.

Tivemos os Marechais fundadores da República: Deodoro, monarquista que traiu a si mesmo; Floriano, jacobino implacável, mas, que recusou a ditadura; Hermes,   quando a República aos vinte anos já envelhecera, e a ele coube enfrentar as consequências do desencanto grassando entre oligarcas e militares.

Na lista numerosa de marechais, existem dois nomes que devem merecer uma atenção especial. São eles: Cândido Mariano Rondon e João Batista Mascarenhas de Morais.

O desastrado capitão que simulou governar o país, não afeito à leitura, e tendo sido um 'mau militar', conforme definição do general e ex-presidente Ernesto Geisel, não conhecia, ou não dava nenhuma importância ao trabalho notável realizado por Rondon. 

Singular desbravador das selvas brasileiras, ele orientava os seus comandados pela frase incomum: 'Morrer, se preciso for, matar nunca'.

Rondônia, estado que eterniza em seu nome a história do grande brasileiro, paradoxalmente, pela desídia, e conivência, levada ao extremo nesses últimos quatro anos, se tornou o palco da enorme tragédia do genocídio de um povo. Sobre a terra de ninguém estabeleceu-se o domínio total do garimpeiro, dos traficantes, dos contrabandistas. O capitão agrediu a memória do marechal. 

Mascarenhas de Morais comandou o contingente de tropas brasileiras no front italiano. Saiu-se muito bem na luta, e melhor ainda no seu intenso e sabotado trabalho que desenvolveu ao longo de dois anos, para treinar e enviar à Europa, finalmente, a Divisão brasileira. Na sua biografia, muito sóbria e respeitosa, ele descreve as dificuldades para que se fizesse o preparo da tropa que iria combater o nazi-fascismo, enquanto aqui, nas nossas Forças Armadas, havia a contaminação de um sentimento fascistóide, de admiração, e mesmo a emulação, pelo estado Novo, dos regimes de Mussolini, na Itália, de Franco e Salazar, na Espanha e Portugal.

A política, o fanatismo de ideologias totalitárias acirrou-se descontroladamente nos anos trinta, quando militares das três Armas, trocavam a farda pelo traje das milícias do Integralismo de Plínio Salgado, versão tropical do fascismo, e desfilavam, e se enfrentavam em combates de rua com os comunistas, estes, empenhados na implantação da ditadura do proletariado. Em maio de 38, os 'galinhas verdes' tentaram invadir o Palácio da Guanabara, onde se encontrava o ditador Getúlio Vargas com a família, e uns poucos militares fiéis. Foi o próprio Ministro da Guerra, o general Dutra, que chegou à frente de uma tropa reduzida para subjugar os invasores, alguns deles fuzilados no próprio local, após deporem as armas. Houve um suspeito imobilismo em grande parte das tropas sediadas no Rio de Janeiro.

Antes, em novembro 1935, militares do exército, inclusive alguns oficiais, seduzidos pela pregação comunista, fizeram uma rebelião orientada por Moscou, que explodiu no Rio, Recife e Natal, mataram colegas de farda, e chegaram a instalar governos provisórios, com a curta duração de pouco mais de três dias. 

Todos esse conflitos, resultaram, basicamente, do clima de politização que invadiu as casernas brasileiras. Mas, naquele tempo, essa contaminação era quase inevitável, face ao clima polarizado no cenário internacional entre nazi-fascismo e comunismo, e a agudização dos conflitos sociais.

Em 1954, um ano trágico, após o suicídio do presidente Vargas em agosto, assumiu a presidência o vice João Café Filho. Houve a eleição, Juscelino Kubitschek, venceu por apertada margem, teve 36% dos votos, o general Juarez Távora obteve 30%, Adhemar de Barros, alcançou 26%, e Plinio Salgado o fascista anistiado, ficou nos 8%. Só havia primeiro turno, e a Constituição determinava que o vencedor seria o que obtivesse o maior número de votos. Assim, a vitória de JK seria inquestionável, mas, a UDN começou a defender a tese de que só poderia ser eleito aquele que alcançasse a metade mais um. Ou seja, queria o golpe. No enterro de um general presidente do Clube Militar o coronel Bizarria Mamede, um extremado, pregou o golpe. Então, aparece a figura do militar que dominaria a cena nos próximos cinco anos, o general Henrique Duffles Baptista Teixeira Lott. Ministro da Guerra, ele dissera antes da eleição que o Exército seria a 'espada neutra' no processo sucessório, e exigiu do presidente a punição do coronel Mamede. Café Filho, alegando problema cardíaco estava hospitalizado, e Carlos Luz, presidente da

Câmara assumira a presidência. Lott, que em breve seria marechal, solicitou uma audiência ao presidente em exercício Carlos Luz, que o deixou esperando por mais de duas horas, Ao entrar, soube que estava exonerado. Era o dia 11 de novembro de 1954, Lott foi para casa e recebeu um telefonema do amigo e seu subordinado o general Odílio Denys, comandante da Vila Militar, que informou: 'Estou botando os tanques na rua'.

Carlos Luz fugiu. Meteu-se a bordo do cruzador Tamandaré tentando chegar ao porto de Santos. Antes de alcançar mar aberto, o Tamandaré, que se arrastava com apenas uma caldeira funcionando, é alvejado pelos canhões dos fortes no entorno da baia da Guanabara. No posto de comando, o almirante Pena Boto, eternamente golpista, vai orientando o curso do barco, tentando escapar da mira dos artilheiros, que erravam muito, mas, pareciam estar tentando calibrar a pontaria: e faz um comentário: 'Como atiram mal esses nossos irmãos do Exército'. E ouve atrás dele o assanhado golpista Carlos Lacerda, dizer: 'Dê graças a Deus almirante, eles estão errando de propósito, desobedecendo ao Lott'.

Lott já era o vencedor da sua 'novembrada', desfechada, segundo ele, 'Para fazer voltar o país aos quadros institucionais vigentes'. 

Carlos Luz é considerado deposto, e assume o governo o presidente do Senado Nereu Ramos, que logo decreta o Estado de Sitio. Em 20 de janeiro de 1956 Juscelino toma posse. Durante os cinco anos o Ministro da Guerra Lott, manteve o Exército sob controle, mas, foi mordido pela mosca azul, e tornou-se candidato à sucessão de Juscelino. 'Chamado de general do povo', presenteado pelos sindicatos operários com uma Espada de Ouro, Lott, candidato, acirrou ainda mais a divisão nas forças Armadas, embora tenha livrado o Brasil de um golpe de estado, que nos levaria a uma ditadura.

Sessenta e sete anos depois, a história quase se repete. Mais uma vez a politização nas Forças Armadas, no Exército, principalmente, e a tese calhorda, estimulada pelo ex-presidente de que a eleição fora fraudada, provocaram uma divisão perigosa. Não fosse o equilíbrio e bom senso dos comandos das três forças, na esteira do desmonte institucional patrocinado pelo capitão, tão incompetente quanto ególatra e insensível, o país poderia ser arrastado a uma guerra civil. E viveríamos tempos imprevisíveis, inclusive, com a possibilidade de intervenção estrangeira. 

Não temos mais marechais, o último deles morreu faz mais de vinte anos, e o titulo honorífico foi suprimido definitivamente.

Agora, em meio a uma crise sem precedentes, onde se misturaram radicais e meliantes de natureza diversas, após um período de insensatez e boçalidade que nos arrastou à beira do precipício, agora, surge a figura de um general, Tomás Paiva, que chega ao comando do Exército, para reafirmar o óbvio: As Forças Armadas são Instituições do Estado Brasileiro, ao qual servem. E não se misturam com partidos, ou candidatos. Se pautam pela Constituição Brasileira.

O general, um soldado com tradição legalista e apolítica, fala com o respaldo de todo o alto comando do Exército, onde domina a preocupação com o desvirtuamento da Força, sob risco da contaminação que dividia seus quadros, e apontava à uma situação de indisciplina e motim.

O general Paiva terá a missão de pacificar, despolitizar os militares sob seu comando, e também não deixar que passe em branco o crime que alguns cometeram.

Ele, de nenhuma forma, até porque os tempos são outros, cairia na tentação do marechal Lott, que, em função da sua inviável candidatura à Presidência, dividiu mais ainda o Exército, gerou ressentimentos, e acendeu o estopim das futuras crises.

Ao final dos quatro anos do presidente Lula, o que se espera são eleições sem tensões nem traumas, e que a faixa seja entregue ao futuro presidente, seja ele quem for, em clima de tranquilidade e festa. E que neste pais, cuja vocação é a grandeza, dele esteja definitivamente afastada a ameaça da 'republiqueta', desgraçadamente renascida na voz medíocre e irresponsável de um presidente sem compostura, dominado pelas ambições desvairadas de tornar-se ditador, ou uma espécie de Rei Momo, perdido na fuzarca das instituições demolidas.

Se isso não vier a acontecer, continuaremos mesmo sendo 'o pequeno país com a responsabilidade de um imenso território'.

LEIA MAIS

A SEALBA OU A FESTA DE 3 ESTADOS PRODUTORES

Nos campos de Sergipe, Alagoas e Sergipe,a presença dinâmica do agronegócio. A SEALBA, em Itabaiana, mostra tudo.

Acontece nesse fim de semana a SEALBA. Será em Itabaiana, que teve o pioneirismo de realizar a primeira exposição nos tempos difíceis de uma ainda resiliente pandemia, e agora faz com pompa e circunstância a segunda mostra, com toda a pujança exibida do agronegócio baiano, sergipano e alagoano. Itabaiana, sempre à frente quando se trata de realizar, de produzir.

A perspectiva, segundo o entusiasmado Secretário da Agricultura Zeca Silva, é que se faça um volume de negócios beirando os cem milhões de reais. Há implementos agrícolas, feiras de gado, leilões, e tudo o que faz o agronegócio.

Com o milho Sergipe coloca-se agora entre os grandes produtores de grãos no nordeste, já a Bahia bate recordes; e Alagoas vai substituindo canaviais pela soja e pastos. A pecuária leiteira sergipana é hoje o setor mais florescente da nossa economia, e Nossa Senhora da Glória com o complexo de laticínios, rodeada pelos centros produtores de leite como Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo, vai se tornando uma das áreas mais prósperas do país.

O engenheiro agrônomo Jose Dias, sempre atento para as perspectivas inovadoras que se abrem no campo, lembra que as transformações rápidas registradas nos três estados que fazem agora a SEALBA, resultam, em primeiro lugar, das pesquisas realizadas pela EMBRAPA, abrindo um horizonte de iniciativas para o empreendedor rural. Assim, a delimitação dos espaços para a soja, o milho, significaram a incorporação de mais de cinco milhões de hectares ao potencial produtivo graneleiro dos três estados. E para tornar isso possível, ele destaca o trabalho do ex-dirigente da EMBRAPA, Manoel Moacyr e do pesquisador Sérgio Procópio.

A SEALBA acontece com o apoio dos produtores rurais, do Governo do Estado, da Prefeitura de Itabaiana, da Federação da Agricultura, do SEBRAE, do SENAR, e outros parceiros.

LEIA MAIS

-TÓPICOS-

1) A barragem e o 'vazamento'
Havia uma barragem em Poço Redondo que apresentou grave defeito ao ser construída. Uma obra importante, numa área de assentamento, a Barra da Onça, onde há gado leiteiro que precisa de água. No governo Marcelo Déda a Ouvidoria do Estado, após receber diversas reclamações e sugestões para a recuperação da barragem, encaminhou um relatório ao governador, que tomou as providências iniciais, depois, com Jackson Barreto, o projeto entrou em pauta, e finalmente seria concluído agora, quando houve dinheiro para executá-lo, no final do governo de Belivaldo Chagas, supondo-se que as obras teriam sido iniciadas e estariam prontas.

Todavia, para surpresa do ex-governador, isso não aconteceu, na barragem onde sumia a água, sumiram também os recursos. Foram oitocentos mil reais, e restaram, ao abandono, até mesmo as mantas, material caríssimo que iria servir para impermeabilizar o fundo da barragem. É o tipo do sumidouro ainda não identificado. Com certeza, o engenheiro Paulo Sobral, reconduzido para à direção da COHIDRO, nesse novo mandato, terá tempo suficiente para explicar como aconteceu essa nova forma de vazamento, que, aliás, só uma 'engenharia financeira' poderia explicar.
Mas ele é só engenheiro, não é contador..............                       
                  

2) A Ex -Barra dos Coqueiros
Não há quem consiga manter coqueirais e mangabeiras, numa área onde a valorização de terrenos é elevada e constante. Por isso, coqueiros e todas as árvores de restinga que formavam o manto verde da ilha paradisíaca, ou quase, estão rapidamente sumindo.

Avolumam-se as obras e surgem os condomínios de luxo, e já se fala num shopping, além do impacto que acontecerá com a produção de óleo e gás na plataforma, e tendo o porto off-shore como base de apoio.

Breve, se não forem criadas áreas de preservação, para lembrar o motivo do nome do município precisarão fazer coqueiros de plástico.
                               
3) Os restos da Petrobrás
Agora, 'sob nova direção' a estatal petroleira poderá reencontrar os caminhos da brasilidade que foi perdendo desde o governo Temer, e deles se desviou por completo debaixo do tacão privateiro  de Guedes, o Posto Ipiranga do capitão sem rumo e destituído de sensatez. Para Sergipe, há a esperança do que está por vir na plataforma, também, na recuperação dos campos de terra pela nova empresa, a Carmo Energy, que trata de reativá-los.

Mas os estudos que ficaram na procuradoria Geral do Estado, talvez já concluídos pelo diligente ex-procurador geral Dr. Vinicius, certamente servirão para que o governo de Sergipe mova uma ação na Justiça, tentando ser ressarcido das enormes perdas do passivo ambiental gerado pela Petrobras e suas subsidiárias, ao longo de algumas dezenas de anos de despreocupação ecológica. É coisa de alguns bilhões.
 
 LEIA MAIS


MAIS LIVROS MENOS ARMAS

Este livro O Triunfo, é o primeiro e que revelaria o romancista sergipano Ranulfo Prata. Médico e escritor, Ranulfo Prata foi um dos precursores da literatura social. Ele viveu em Santos e lá criou um hospital do câncer. Teve vida curta, e seu filho também médico, deu sequência ao trabalho que ele realizou na luta contra a doença, na época quase incurável. Henrique Prata, neto do médico escritor, é um grande pecuarista, em homenagem ao pai e avô criou o Hospital do Câncer de Barretos, que agora existirá também em Sergipe, sendo inaugurado nos próximos dias em Lagarto.

Este livro, Escritos Outonais, é a obra mais recente da primorosa escritora sergipana, Ana Maria Fonseca Medina, que fez um ingresso no panorama literário sergipano, com o livro A Ponte do Imperador, onde desenha um magistral panorama da época, a partir da história da ponte, que, na verdade, é uma obra de arte, feita para assinalar a visita de Dom Pedro ll, que desembarcou num precário e improvisado cais, ao lado.

 

Este livro, Tempo de Travessia é um delicioso relato de memórias e aspectos biográficos, além de crônicas do médico humanista, escritor, intelectual, e político repleto de méritos, Francisco Guimarães Rollemberg. O dr.Chico.

Voltar