A HONRA DE TEMER E O SORRISO DO GEDDEL
Geddel Vieira Lima, aquele que acumulava numa sala de um apartamento de classe média em Salvador, a quantia, nada desprezível, de 51 milhões de reais e alguns trocados, está agora, como se sabe, passando uma temporada na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Todas as manhãs, antes do banho frio e do café com pão, ou das necessidades atendidas num sanitário raso, onde se fica acocorado, que os seus companheiros do andar de baixo, os ladrões de quantias irrisórias, chamam, curiosamente, de “boi”, o nosso Geddel, agora com papada menos farta, a revelar a flacidez dos viciosos ocupantes de gabinetes refrigerados, tenta divisar, ao longe, numa empreitada impossível, o terceiro andar do Palácio do Planalto.
A vista se perde e se embaraça na lonjura alcançável dos horizontes largos, naquela imensidão do planalto, onde JK ousou instalar a nova capital brasileira. Geddel aguça a vista, ajeita os óculos, logo embaçados pela pele suarenta, e insiste na ânsia inútil. Quer, a todo custo, avistar o palácio distante, onde, seguramente, àquela hora não estaria ainda o seu amigo, o seu parceiro, o seu chefe, que um dia o acolheu em festa, para acomodá-lo naquele andar, o terceiro, numa sala junto aquela que o, digamos assim, cúmplice, acabava de ocupar, como beneficiário direto de um impeachment, para cujo desfecho o nosso Geddel contribuiu, quer comprando votos na Câmara, quer manifestando nas ruas a sua indignação cívica contra a corrupção, que contaminava exatamente aquele Palácio, onde ele, junto ao chefe, logo se alojou.
COMPLEXO PENITENCIÁRIO DA PAPUDA – PALÁCIO DO PLANALTO (IMAGEM DE SATÉLITE)
Finalmente, mais uma vez sem êxito, o nosso Geddel desiste e vai, resignadamente, a mais um banho de sol, um dos “direitos” que lhe restam, naquela horrorosa nova casa onde lhe está sendo permitido viver. De volta à sua cela, acomoda-se no catre estreito e fica a assistir televisão, um privilégio, sem dúvidas.
Mas na manhã desse dia, sexta-feira, 27 de um abril findante, que está sendo o pior da sua vida, da folgada vida que sempre viveu, eis que na tela aparece ele, o amigo, o chefe, o parceiro, o cúmplice. Era o presidente Temer, Michel, como ele preferia chamá-lo, na intimidade que sempre tiveram. Ficou atentamente a escutá-lo, notou que o rosto do presidente estava tenso, seus gestos mais nervosos e desconexos do que usualmente.
Depois de ouvir a fala do homem de quem fora Ministro, e poderoso ministro, Geddel, pela primeira vez desde a sua hora de desgraça, ao cruzar, pela segunda vez, a porta daquela penitenciária, remexeu as lembranças. Passados alguns minutos, começou a sentir um frêmito, de início quase imperceptível, mas logo o identificou como originário da sua consciência. De um tempo que, na condição de recluso, já lhe parecia imemorial, lhe vieram, bem claras, as lembranças, nítidas, fortes, quase fotografias bem definidas de episódios da sua vida, desde que se fez político, desde que se tornou amigo e parceiro de Temer, desde que foi seu Ministro, seu representante em tantos cargos estratégicos que ocupou, como uma cobiçada diretoria da Caixa Econômica. No rosto, lhe apareceu um raríssimo riso irônico, ao ouvir Temer dizer: ”Se pensam que atacarão a minha honra e de minha família, não pensem que ficarão sem resposta”.
Geddel fechou os olhos e pela mente lhe sucederam as cenas numa sequência avassaladora.
TEMER E GEDDEL REZANDO POR UMA CHUVA DE MALAS DE DINHEIRO
Malas e mais malas recheadas de dinheiro, a divisão sendo feita entre o chefe e os demais companheiros, as licitações fraudadas, os acertos sussurrados a meia voz, as chantagens também, os contatos com empresários tipo Joesley Batista, os dirigentes de empreiteiras e seus agentes, aquela rede intricada e imbricada de política e negócios, de negócios e política; as conspirações, os ardis, a montagem da rede de laranjas, o dinheiro pulverizado entre eles, a disputa pelos rendosos postos, a complicada logística para transportar e dar destino a valores, a despreocupação como tudo era feito e, de repente, o susto, o alarma, a prisão. Em todos aqueles episódios da sua vida, enxergava, o nosso Geddel Vieira Lima, o seu amigo Michel; o seu irmão, ainda deputado e solto, Lúcio Vieira Lima, que, como ele, guarda tantos segredos; o arrogante e insaciável Eduardo Cunha; o calculista Moreira Franco; o ousado e impetuoso Padilha; o sisudo coronel Baptista; o desastrado Rocha Loures; o convencido advogado Yunes e o avassalador Jucá.
AMIGOS DE GEDDEL E TEMER
Éramos, todos, uma só e eficiente turma, concluiu Geddel.
E o riso irônico não lhe saia da face, enquanto assistia o amigo falando na televisão, até que lágrimas lhe empaparam o rosto e lhe veio a desoladora reflexão: É inútil, eu nunca mais vou enxergar o gabinete que ocupei ao lado do meu amigo e sócio de aventuras Michel Temer, eu aqui, agora, e ele lá, no Planalto, falando na sua honra ferida. E fez a si mesmo a desolada e enigmática pergunta: “E, a nós todos, restaria alguma honra?”.
GEDDEL, COM OU SEM HONRA?
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
A FAFEN AMEAÇADA E A POLITICALHA DOMINANDO
A constatação é deplorável, mas, infelizmente, única que pode ser feita diante da degenerescência das nossas práticas políticas. Hoje, uma grave ameaça paira sobre a economia sergipana: o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, com todas as consequências, entre elas o colapso de uma cadeia produtiva. Mas isso tornou-se assunto secundário, diante de tantas outras preocupações “mais graves”, que dominam o nosso mundo político.
Fala-se muito em candidaturas, em composições, houve o troca troca de partidos, há a expectativa sobre a formação final dos blocos de oposição e governo, e essa é a pauta única que seguem os políticos. Tratam todos de assegurar espaços, de dar consistência às suas candidaturas. Só isso e nada mais.
Logo em seguida ao assustador panorama desenhado quando o presidente da Petrobrás anunciou, sem meias palavras, que a FAFEN entraria em hibernação a partir de julho, houve uma mobilização, os políticos anunciaram que estariam todos unidos em defesa dos interesses de Sergipe. Aconteceu a reunião no gabinete da senadora Maria do Carmo e lá estavam de A a Z, como diria Thaís Bezerra, todas as nossas miúdas tribos, pitando seus cachimbos da paz.
JACKSON BARRETO E VALADARES
Jackson e Valadares, que há muito não se falavam, permutaram gentilezas. O clima foi o melhor possível, mas dele, até agora, não se retirou nenhum resultado prático, além da promessa feita pelo presidente da Petrobrás, o nosso insensível algoz, Pedro Parente. Parente, aliás, agora acumula o cargo de dirigente da estatal do petróleo com o de presidente do Conselho de Administração da multinacional das carnes, a gigante BRF. Deve estar mais preocupado, hoje, com os frangos brasileiros que a Europa não quer mais comprar, do que com o destino de duas fábricas de fertilizantes nitrogenados, uma na Bahia, outra lá no Sergipe. Onde é que fica mesmo esse Sergipe?
SERGIPE, O MENOR ESTADO DO PAÍS
“Esse Sergipe” somos nós que aqui estamos, ao que parece “hibernando”, depois da indignação inicial que se transformou em apatia. A anunciada hibernação significa, exatamente, o desmonte da empresa, tratada de forma absolutamente descuidada, como se fosse um ferro velho, inservível, do qual a Petrobrás teria pressa em se livrar.
Diante dessa ameaça, toda a sociedade sergipana deveria estar em estado permanente de alerta, agindo nas redes sociais, cobrando iniciativas dos nossos representantes, exigindo ações das entidades representativas, fortalecendo laços de solidariedade e estratégias de ações com a Bahia, estado também vítima da hibernação anunciada pelo senhor Parente.
Se a classe política, melhor dizendo, a maior parte dela, está mais preocupada com os seus próprios problemas, inclusive complicações na área judicial, o conjunto da sociedade sergipana estaria sendo desafiada a desempenhar o protagonismo, do qual, igualmente por inércia, sempre abre mão de efetivamente exercê-lo.
Resumo da opera do até agora feito: Jackson deu os passos iniciais, juntou-se à bancada, foram a Brasília, à Petrobrás, no Rio de Janeiro, Belivaldo, chegando, criou um grupo para analisar possíveis soluções e, nesse interim, Pedro Parente anunciou que suspenderia a hibernação por noventa dias. Albano foi conversar com Temer, senadores e deputados, na sua maioria, falaram no Congresso. Em Sergipe, o presidente da Assembleia, Luciano Bispo, promoveu reuniões com os deputados, colocando em foco o problema. O deputado federal Laércio Oliveira, vem mantendo um diálogo com investidores estrangeiros, do qual poderá surgir um grupo interessado em adquirir a FAFEN.
VENDE-SE A FAFEN
O preocupante é que, diante da ameaça de hibernação, aqui entre nós, parece que baixou uma cortina nos separando do palco principal, onde prevalece a disposição maléfica de sucatear a fábrica.
A desativação da FAFEN seria a página final da tragédia que tem sido a atuação da Petrobrás em Sergipe, nesses calamitosos cinco últimos anos.
A HISTÓRIA DE UM CIDADÃO SERGIPANO
O menino Osório, nasceu em família pobre, veio ao mundo marcado por uma deformação que lhe fez curvar a espinha e causar aquilo que vulgarmente se chama “uma giba”. Ele seria por toda a vida um corcunda.
Nascera, então, um condenado pelo destino a permanecer, vida afora naquela faixa de penumbra e esquecimento, onde vivem os pobres e esquecidos, no caso dele, pior ainda, por ter de enfrentar a carga desumana do preconceito.
Os pais, carinhosos e a ele dedicados, logo foram descobrindo, enquanto a criança crescia, que o seu menino frágil parecia uma fortaleza de espírito incomum.
O “gibudinho” gostava da escola, tinha os livros como amigos e companheiros permanentes.
Anos depois, os comerciantes aracajuanos, que conviviam com o jovem contador Osório organizando as suas finanças, haviam constatado que o problema físico que lhe encurvara a espinha, teria causado, por outro lado, um fortalecimento moral, que o mantinha hirto, perfilado com decente elegância aos valores morais, à coragem cívica, ao espírito solidário, que soube incorporá-los, todos, e de forma tão arraigada quanto humilde, à sua personalidade.
Esses valores o acompanharam sempre e eles prevaleceram no cotidiano do pai de família, na faina do dia a dia pela sobrevivência, desde o início, até à banca de advogado, à toga que envergou como magistrado, à roupa que não o diferenciava dos outros presos políticos. Isso aconteceu em 1952. Vivíamos, então, o que esperávamos ser um tempo permanente de democracia, mas, que se tornou apenas um interregno entre duas ditaduras.
JUIZ OSÓRIO DE ARAÚJO RAMOS
Naquele ano, chegou a Aracaju o contra-almirante Penna Botto. Era um extremado intolerante, ao qual incomodava a simples ideia de presença popular na cena política, de reivindicações, partidas fossem de onde fossem, dos seus próprios comandados, marinheiros, ainda discriminados, ou de qualquer setor que representasse a voz subjugada do povo.
Criou, por cima da Constituição então vigente, o seu campo de concentração particular. Ficava nos arredores de Aracaju e o encheu de presos políticos. Lá foi parar Osório, Tinha então 37 anos. Cursava o terceiro ano da faculdade de Direito de Sergipe. (na época não havia a universidade, apenas 4 faculdades isoladas).
Para o campo de concentração de Penna Botto foi levado até um menor, apenas 15 anos, estudante do Atheneu. Não foi preso na sala de aula, porque a diretora, a professora Thetis Nunes, à frente do colégio, impediu a entrada dos policiais. Era Ezequiel Monteiro, que se tornaria um respeitado intelectual, (falecido há dois anos). O colocaram no fundo de um jeep, amarrado. Ao chegar onde estava o almirante, começou a cantar a Marselhesa. O bravo homem do mar o interrompeu aos gritos: “Cale a boca comunista! Cale a boca comunista!”.
Foram nove meses de cadeia que Osório suportou com resignação e decência. José Francisco da Rocha, o nosso sempre festejado Dr. Rochinha, lembra que era contemporâneo de Osório e assistiu ele sair preso da faculdade, sem perder a altivez.
JOSÉ FRANCISCO DA ROCHA, O FESTEJADO DR. ROCHINHA
Juiz, o Dr. Osório continuou semeador de iniciativas, operário das boas causas. Morou nas três comarcas onde jurisdicionou, Riachão do Dantas, Lagarto e Estância e com ele a esposa, Dona Abgail, e a numerosa prole. Lembram os seus filhos, entre eles o desembargador Osório de Ramos Filho, um seguidor dos seus passos, que o pai lhes recitava quase todos os dias: “Estudem, o conhecimento é cumulativo”.
O Juiz, todas as noites, dava aula numa das escolas da Campanha Nacional de Alfabetização. Togado, continuava desprendido, servidor por excelência, ao ofício público ao qual dedicou a vida.
Na Estância, talvez buscando dar organicidade ao seu espírito fraterno e solidário, ele tornou-se, em 1966, obreiro da Loja Maçônica Piauitinga. Um dos que assinaram a sua proposta de ingresso à Ordem Maçônica foi o líder maçom e grande empresário Constâncio Vieira.
Osório, neste abril, estaria completando 100 anos. A OAB-SE, incorporou-se às homenagens pelo centenário e fez sessão solene. Houve assim, presença da entidade na celebração da memória do advogado, que por duas vezes a presidiu e dela foi, enquanto advogou, um atuante membro.
Com a sede da OAB lotada, falou o seu atuante presidente Henry Clay Andrade; o secretário geral Aurélio Bonfim; a presidente da Academia Sergipana de Letras Jurídicas Adélia Pessoa; o ex-presidente da Ordem, ex- governador e acadêmico Gilton Garcia e o filho do homenageado, desembargador Osório de Araújo Ramos Filho. Presentes, entre outros, o desembargador Luiz Mendonça e esposa; a Procuradora Maria Cristina Foz Mendonça; o desembargador e acadêmico Edson Ulisses, ex-presidente da OAB-SE; o Procurador Geral do Município de Aracaju, desembargador aposentado Netônio Machado; o presidente da Academia de Letras de Sergipe, Anderson Nascimento; o presidente da Academia Brasileira de Medicina, Hamilton Maciel e o representante da Academia Maçônica de Sergipe, engenheiro José Lauro de Oliveira Filho.
O PRESIDENTE DA OAB/SE HENRI CLAY E O DESEMBARGADOR OSÓRIO, FILHO DO JUIZ OSÓRIO
A CIDADE PODRE E A QUALIDADE DE VIDA
Dizer que a cidade está toda podre é exagero. Mas, admitir que Aracaju não pode ser classificada como cidade da qualidade de vida, enquanto bairros inteiros estão recendendo a gás sulfídrico, aquele odor horroroso de merda putrefata, é uma verdade que entra pelas ventas dos aracajuanos e nos faz vítimas inermes de uma calamidade, causada, exatamente, por moradores mais privilegiados da cidade.
Parece estranha essa afirmação, mas é exatamente isto. Os esgotos estão poluindo cada vez mais os canais, ou riachos que cortam a cidade, entre eles o mais afetado, aquele que deságua no Sergipe, o hoje repugnante Tramanday. Há trinta anos, era um curso claro de águas límpidas. A pequena ponte de madeira que existia na Praia 13 de Julho, exatamente no local conhecido como 4 Bocas, é coisa mais antiga, talvez, uns cinquenta anos. O nome decorria dos 3 canais, entre eles o Tramanday e o rio Poxim, que ali quase se juntavam. De cima da ponte, pessoas mergulhavam, sem medo de hepatite, ou coisa pior, e lotavam as areias alvas da praia nas manhãs de domingo, onde também catadeiras recolhiam, das areias molhadas, o maçunim; os mangues em volta eram o habitat de caranguejos, aratús, guaxinins e variadas espécies de aves. Hoje, se tornam cada vez mais raros, o mangue diminuiu e o que resta vem sendo sistematicamente destruído, talvez pelos mesmos, que, tão descuidadamente, permitem que os edifícios, as casas onde moram, os prédios comerciais que ocupam, despejem no Poxim, no Tramanday, os seus esgotos sem nenhum tratamento.
ANTIGA PRAIA FORMOSA, BAIRRO 13 DE JULHO
A cidade cresceu, cercou o Poxim, cobriu os canais para esconder a transgressão, mas deixou alguns ainda descobertos, denunciando, no lamaçal fétido em que se transformaram, todo o absurdo coletivo. Aracaju também se espraiou ao longo do volumoso rio Sergipe, de outro menor, o rio do Sal, e a todos levou a sua pestilência. E tudo se vem juntar no estuário, que é tão bonito e ainda aprazível do Sergipe.
A culpa não pode ser atribuída ao prefeito Edvaldo Nogueira, que tanto proclama a qualidade de vida. Seria um excelente título a ser exibido pela nossa capital, mas isso se os aracajuanos permitissem que viesse a acontecer. Antes, não existiam redes de esgotamento sanitário disponíveis, agora, elas existem, ou estão em fase de conclusão. Mas a incivilidade coletiva fica revelada, inclusive nas áreas onde estão os aracajuanos mais endinheirados, parte dos quais, se recusa a pagar pelo sistema de saneamento que usa. E o que é pior, poluem os rios, os canais, despejando seus esgotos direto neles ou indiretamente na rede de águas pluviais. Coisa ainda mais desastrosa, porque causa uma rede de fedentina, com capacidade para ampliar seus efeitos pela cidade inteira.
Assim, Aracaju apodrece e os poderes públicos parecem impotentes. Mas o que falta é tão somente uma ação conjunta, um entendimento entre Governo, Prefeituras de Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Socorro, Ministério Público Estadual e Federal, além dos órgãos ambientais.
ESTUÁRIO DO RIO SERGIPE
Quando, finalmente ocorrer o mutirão salvador, os rios começarão a ficar menos imundos, as praias mais limpas, a cidade poderá ter o dominante aroma das flores das suas praças e avenidas, arborizadas e, então, o prefeito Edvaldo Nogueira, se for reeleito, lá pelo meio do outro mandato, poderá, com a ênfase de quem afirma com toda a convicção: Aracaju, a cidade da qualidade de vida.
Evidentemente, se houver mais projetos, como os que Jackson inaugurou, de urbanização e desfavelamento no Porto Dantas; de desafogo do tráfego, como a ligação das avenidas Rio de Janeiro-Gasoduto e outros que a Prefeitura vai realizando.
CARLOS MELO E A GESTÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE
O engenheiro Carlos Melo deixa agora a presidência da DESO, que ocupou durante quatro anos. Prata da casa, como se diz do dirigente que sai do próprio órgão, ele chegou trazendo experiências acumuladas, fez da sua gestão um tempo para inovar e mais aprender.
ENGENHEIRO CARLOS MELO, EX-PRESIDENTE DA DESO
Cidadão que preza pela honra do nome, Carlos Melo deixa a estatal das águas e saneamento sob aplausos dos seus comandados, elevando a empresa a um grau de reconhecimento entre a população, os clientes aos quais serve. Uma pesquisa de opinião recentemente feita mostrou que a DESO recebe nota elevada dos usuários, que até, diante da pergunta se a DESO deveria ser privatizada, respondem com ampla maioria de quase oitenta por cento, que não aprovam a privatização. Na gestão de Carlos Melo, a DESO executou o maior volume de obras já realizado num espaço de tempo , com o detalhe essencial de que não surgiram escândalos.
OS INDIGNOS E A PASSIVIDADE DO PARLAMENTO CÚMPLICE
Essa nova cena deprimente, patrocinada por um tal de deputado federal paraense, chamado Vladimir Costa, um entre tantos outros sevandijas que ocupam o parlamento brasileiro, é a demonstração escancarada de que no Senado, na Câmara, nos parlamentos em geral, prevalece um corporativismo que se torna a causa maior do descrédito geral dos políticos e, infelizmente, da política também. Quando se descrê ou se malsina a política, abre-se o amplo espaço para as manobras espertas dos que se dizem fora da política, contra os políticos e, por isso, se consideram aptos a ser eficientes e a cumprirem promessas, por mais demagógicas que sejam.
O indigitado Vladimir, que nem precisa se esforçar para ser repulsivo, agrediu de forma covarde um professor que lhe fez uma pergunta incomoda, enquanto ele falava. A covardia ficou evidente, porque ao dar o soco traiçoeiro no professor, tinha ao seu lado um sabujo musculoso, que desferiu o segundo golpe.
VLADIMIR COSTA, DEPUTADO FEDERAL PARAENSE
A Câmara dos Deputados certamente nada fará em relação ao Vladimir agressor e moleque. Agirá da mesma forma como antes, quando protegeu cafajestes da mesma laia e que lá estão, exibindo arrogância e impunidade. Igualzinho ao Senado Federal. Casa tão imponente na aparência, mas que afagou a panos quentes o esperto malandro Aécio Neves e outros da mesma estirpe.
UM BOM EXEMPLO, SAÍDO SABE DE QUEM? DA FIFA
Aquela entidade que regula o futebol do mundo todo, a FIFA, da qual não se poderá dizer exatamente que se aproxima da ética, tomou uma atitude que deveria ser exemplo, inclusive para o nosso Congresso, as nossas Assembleias e Câmaras Municipais. A FIFA baniu definitivamente do futebol o espertalhão Marco Polo del Nero, ex-dirigente da CBF, a entidade brasileira que acomodou, ou talvez ainda acomode, tantos malandrões como ele. Imaginem, expulso de tudo o que for futebol e em tudo que for país, pela entidade, cuja sigla não desperta lembranças de qualquer coisa virtuosa.
MARCO POLO DEL NERO, BANIDO DO FUTEBOL
ONDE ESTÁ O SUCESSO DO COMPETENTE MEIRELES?
Quando a desastrada Dilma foi derrubada, eram mais de doze milhões, os desempregados. Veio Temer com a sua equipe de nomes altamente festejados pelo mercado, o mesmo mercado, aliás, que tanto aplaudira Antônio Palocci, agora por sinal preso e tendo fechado acordo de delação para contar muitas sebosas histórias. Previa-se um sucesso, quase a curto prazo, o retorno da confiança no Brasil, a volta dos investimentos. No ano passado esboçou-se uma tímida reação, a indústria sustentou-se, parou de desabar. A agropecuária deu um notável salto, uma sequência a um roteiro de sucessos. Aí Temer não parou de gerar escândalos e Meireles, futucado pela mosca azul, entendeu-se habilitado a tornar-se candidato a presidente. Temer, no lodo do fundo do poço da rejeição, já se havia declarado candidato, já se havia é a construção gramatical certa, porque, enfim, ele era candidato dele mesmo. Começou a gastança, a irresponsabilidade explicita, inclusive para a compra de deputados e evitar o impeachment, no curso de duas denúncias sucessivas, rejeitadas, as duas, por deputados muito bem aquinhoados. O Brasil perdeu mais uma nota de crédito e o descrédito internacional, que já era grande, tornou-se enorme.
Não fossem as concessões de campos de petróleo, praticamente a economia brasileira não daria sinal de vida. Enquanto a Caixa Econômica estava sendo assaltada e objeto de todas as negociatas imagináveis, reduzia-se o crédito para a construção civil, que quase parava. Some-se a isso a devastação feita com as consequências da Lava Jato sobre empresas gigantes, como a Odebrecht e o grupo de Joesley, acrescente-se a isso, a desmoralização da imagem do governo Temer e se terá o cenário da tempestade perfeita. Chegamos agora ao recorde dos treze milhões e setecentos mil desempregados e o número de carteiras assinadas é o mais baixo desde 2012.
Resta a Temer o último ato de coerência que poderia ter: a renúncia.
QUEM PERSEGUE O PRESIDENTE LULIA?
O presidente Lulia, agora, mais uma vez se diz ameaçado, investe raivosamente contra a Polícia Federal e, indiretamente, agride a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal. Mas quem é esse presidente Lulia? Pois não é o Temer, ele se chama assim, todinho assim: Michel Miguel Elias Temer Lulia.
Então, esse Lulia que ainda anda solto, por sinal é presidente. Avançou com a sua turma sobre a República inerme, ou anestesiada e iludida e, quando imaginavam que estava tudo dominado, eis que esses milicianos, que vestem Armani, se viram diante da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, que os investiga, e o Supremo os torna réus. Outros, já foram parar na cadeia, e assim os milicianos de gravata estão sendo dizimados.
Agora, estabeleceu-se o pânico. Lulia está sendo flagrado, os seus negócios suspeitos revelados, as triangulações de pagamentos indevidos identificadas, a lavagem de dinheiro explicitada. Tudo isso está no site do Supremo Tribunal Federal, mas Lulia, quase babando ódio, faz uma entrevista (ele até havia imaginado convocar uma cadeia nacional de rádio e televisão) e ameaça a Polícia Federal, dirige sinuosas aleivosias ao Ministério Público e ao Supremo. Uma das filhas de Lulia, Maristela, suspeita de lavagem de dinheiro, vai prestar depoimento, nesse dia 3 de maio à Polícia Federal. O local será nas dependências do aeroporto de Congonhas.
Nenhum país merece um presidente desse, assim, tão desmoralizado.
Cabe aos brasileiros que ainda tenham um resto de sentimento de cidadania indagar: O que ainda faz Lulia no poder? E exigir a sua imediata renúncia.
Por muito, muito menos mesmo, nos Estados Unidos Richard Nixon renunciou, por muito menos acaba de renunciar no Perú, um presidente eleito, coisa que Lulia nem foi.
AS DUAS CORÉIAS, A GUERRA E ARACAJU
A guerra da Coréia acabou em 1953. Desde que se iniciara uns dois anos antes, os americanos insistiam que o Brasil enviasse tropas para combater ao lado deles. Quando a Segunda Guerra acabou, as tropas japonesas saíram da península coreana que ocupavam, transformando o país em colônia. Americanos ocuparam a parte sul e os russos e chineses a parte norte. Eram separados pelo paralelo 38, que se tornou uma referência importante durante o conflito. A guerra começou quando, depois de escaramuças ao longo do paralelo limite, tropas do norte, apoiadas pelos chineses, teriam invadido o sul e os americanos logo entraram em ação.
Alguns setores militares se mostravam favoráveis à entrada do Brasil no conflito, alegando que a luta era do “mundo livre” contra o comunismo. Houve reação contra essa ideia idiota de enviar brasileiros para servirem de bucha de canhão, numa guerra longínqua onde não estavam envolvidos nossos modestíssimos interesses de país, pobre, sem presença internacional. Os que se manifestavam contra logo foram carimbados como comunistas. De fato, o Partido Comunista estava envolvido na campanha: Nenhum Brasileiro na Coréia.
Em Aracaju, durante a campanha para a Prefeitura em 1952, o PCB apresentou como candidato, o professor Franco Freire, um respeitado mestre que ensinava inglês e dirigia o Departamento de Educação. Franco Freire era militante comunista e, junto com outros intelectuais do partido, elaborou um plano de governo para Aracaju, que, estranhamente, colocava em primeiro plano a luta pelo não envolvimento do Brasil na guerra coreana. Nos comícios, os oradores falavam sobre a guerra na Coréia, denunciavam o governo de Getúlio, que estaria preparando o envio de tropas brasileiras para o conflito, resultante do imperialismo americano, que queria o controle da península coreana para, de lá, ameaçar a China, que, desde 1948, se tornara comunista.
PROFESSOR MANOEL FRANCO FREIRE
O povo não entendia aquela arenga, não sabia onde ficava nem a Coréia nem a China, e o imperialismo, União Soviética, eram coisas que absolutamente não lhes interessavam. O professor Franco Freire, apesar de ser um homem moralmente integro, intelectualmente qualificado, recebeu um reduzido número de votos.
Na época se formou, um favelão no Bairro Industrial, numa área aterrada sobre o mangue, em frente onde hoje está quase concluído um novo Shopping. Ao favelão, o povo logo lhe deu um nome: Coréia Sebosa.
A guerra acabou em 1953, mas os dois lados nunca declararam oficialmente o fim de conflito, permanecendo o frágil armistício até agora, quando o ditador da Coréia do Norte dá alguns passos além do paralelo 38, para estender a mão ao presidente da Coréia do Sul. O gordinho Kim Jong-un aplicou um drible em Trump, que o ameaçava com fogo e fúria. Marcou com ele um encontro, desanuviou o ambiente, enquanto acenava para o seu colega da Coréia do Sul, Moon Jae-in. Surpreendentemente, selaram a paz em meio a promessas de uma rápida desmilitarização das fronteiras e abertura para o trânsito das pessoas. Talvez até bons negócios, no país que tem um arsenal de bombas atômicas, foguetes de longo alcance, mas um terço da população passa fome e o resto é extremamente pobre. Enquanto a Coréia do Sul, ao lado, nada em prosperidade e riqueza. Quando o gordinho for encontrar-se com o topetudo americano, dirá a ele que acabou o programa nuclear, mas não renunciará ao arsenal que já possui.
O ENCONTRO HISTÓRICO DO LÍDER DA CORÉIA DO NORTE, KIM JONG-UN, E O PRESIDENTE DA CORÉIA DO SUL, MOON JAE-IN
Inserido no implacável jogo do poder mundial, ele sabe que as grandes potências só tratam com mais respeito aqueles que possuem o poder de matar e destruir em massa. Assim, ele, por enquanto, vai vencendo o jogo perigoso no qual se meteu. Trump terá de engoli-lo, queira ou não, porque agora a Coréia do Sul e o Japão estão aquietados e já esperam fazer bons negócios no país que mais se fecha ao mundo. Kim Jong-un poderá estar interessado em seguir o exemplo chinês, tornando-se aberto na economia, um novo país capitalista, e conservando a estrutura de poder que, no seu caso, é cópia exata do totalitário modelo stalinista.
O DIA DA CAATINGA, A HOMENAGEM AO CAPITÃO OLIVEIRA ASSASSINADO
Não passou entre nós deslembrado o Dia da Caatinga. O nosso exclusivíssimo bioma nordestino, que não existe em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga é a maior arma contra a desertificação, mas, desgraçadamente, está sendo devastada. Resta-nos um quase nada, mas em Sergipe, felizmente, tratou-se, nos últimos anos, de evitar o seu desaparecimento completo. Os governos do estado e federal uniram-se para que surgissem áreas de reserva.
CAATINGA
É muito pouco ainda, mas o passo foi dado, a demonstrar que não existe acomodação diante do grave problema que se agrava, agora, porque, desempregados para não morrerem de fome, estão destruindo a caatinga e fazem carvão para vendê-lo. É talvez a mais horrorosa forma de ganhar a vida, ou de fato perdê-la, com as doenças que logo chegam dizimando a todos. Se por acaso o poder público pensar em proibir a atividade carvoeira, como manda a lei, que não o faça antes de providenciar um meio de subsistência para os carvoeiros e suas, sempre numerosas, famílias. E providenciando rápida cadeia para outros que não são carentes e ganham dinheiro à custa do crime que cometem.
CARVOEIRO
Mas os miseráveis carvoeiros de hoje apenas repetem um erro que historicamente se admitiu no semiárido, onde grandes proprietários de terra destruíram a vegetação toda para fazer pastos, usando tratores arrastando correntes e depois pondo fogo em tudo. A selvageria era tolerada, e até vista como a chegada do progresso.
Mas enfim, falando em caatinga, o governador Belivaldo foi comemorar o dia exatamente na Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico. É a nossa maior reserva, uma das mais extensas do nordeste e os órgãos ambientais se esmeram em conservá-la. Na área, Belivaldo fez homenagem ao capitão, agora postumamente major Oliveira. Ele era o audaz comandante do Pelotão da Caatinga, que combatia diretamente os bandidos mais perigosos e ele, em especial, como “buraqueiro” nascido em Porto da Folha, se fazia também propagador das teses ambientalistas. Era um protetor da caatinga.
MAJOR OLIVEIRA, AUDAZ COMANDANTE DO PELOTÃO DA CAATINGA
Foi anunciado um programa de recuperação de área devastada no assentamento Florestan Fernandes, através de um modelo aplicado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. A casa sede da área de reserva recebeu o nome do capitão Oliveira e, à sua família, foi entregue uma medalha do Mérito Ambiental, que ele não pode receber em vida, a vida que lhe foi covardemente retirada por bandidos de alto coturno.
Na reserva da caatinga foi empossado o novo comandante do Pelotão da Caatinga, major Joaldo Vicente do Nascimento e entrou em operação uma base móvel da PM, que será operada pela 4ª Companhia, sediada em Canindé do São Francisco.
GOVERNADOR EMPOSSA O NOVO COMANDANTE DA COMPANHIA INDEPENDENTE DE OPERAÇÕES EM ÁREA DE CAATINGA - CIOPAC), MAJOR JOALDO VICENTE DO NASCIMENTO
A ADOÇÃO, ONDE CARINHO E LEI SE JUNTAM E SALVAM
A adoção é uma forma indireta de salvar vidas. Forma virtuosa que requer em primeiro lugar amor, carinho e obediência estrita aos preceitos legais, que se tornam exigências indispensáveis, para que o ato se faça sem gerar problemas supervenientes.
A Loja Simbólica Cotinguiba, na sua programação, incluiu a realização de Foruns, para o debate e o esclarecimento sobre problemas que dizem respeito à nossa sociedade. Os maçons têm especial dedicação a essas causas. Assim, para a realização este ano do II Forum Maçônico, o venerável da Loja, Carlos Bittencourt, convidou o Grupo de Apoio à Adoção em Sergipe, a ACALANTO, para que se fizesse parceira na realização do fórum sobre tema que motiva a sua existência. A Acalanto, dirigida pela presidente Célia Maria Alcântara Machado Vieira, e pela vice presidente, Maria Batista de Souza, tem uma meritória folha de serviços prestados à causa da adoção. Através do seu trabalho, iniciado há 3 anos, tem levado esclarecimento e motivação para que as famílias sejam conduzidas a receber como filhos, criança, nascida sem pais que a amparem.
O Forum será uma oportunidade para ampliar, levar luzes a um problema tantas vezes cercado pelo desconhecimento ou preconceitos.
Será realizado dia 3, quinta-feira, no campus da UNIT, Farolândia. Começa às dezenove horas, no auditório Padre Melo.
O patrocínio para o evento é o resultado do protagonismo sempre demonstrado pelo Reitor da UNIT, professor Uchoa.
O ALIMENTO QUE AJUDA QUEM DELE MAIS PRECISA
Na Casa de Assistência Janaína Dutra, se desenvolve um programa que é essencial para os portadores de HIV, que não têm condições financeiras para se alimentar, de uma forma que os tornem mais resistentes para os antivirais, que tomam permanentemente. O Secretário da Inclusão Social José Carlos Felizola quer dar maior prioridade aquele programa e ampliar as cestas especiais que são distribuídas. Ele pretende ampliar o número de cestas básicas e melhorar o seu conteúdo. São 500 hoje, que constam de 16 itens, alguns deles como a linhaça e o leite de soja, essenciais para que os soropositivos se mantenham saudáveis.
SEITH/SERGIPE ENTREGA 500 CESTAS BÁSICAS A BENEFICIÁRIOS DA CASA JANAÍNA DUTRA