(Aracaju três anos para sair do caos)
A memória não é imparcial. O fantástico armazém que chamamos de cérebro, tem lá suas conveniências quando se trata de botar para fora fatos, episódios, saberes, experiencias, também simpatias ou malquerenças, mais ainda convicções formadas, e até preconceitos. É nesse redemoinho de coisas conflitantes, que a memória desperta, nos trazendo à luz o que temos interesse de lembrar, e desprezando o que preferimos esquecer.
Costuma-se dizer que a memória nos traí, melhor seria considera-la conivente, fazendo, silenciosa e às vezes perfidamente, o jogo das conveniências. Enfim, nada mais do que o cenário humano do surpreendente teatro da vida.
A grande ameaça que existe hoje sobre a persistência da memoria, e a estabilidade dos sentimentos é, exatamente, o turbulento espaço da informação, tantas vezes deformada, e objeto de um rancoroso conflito ideológico.
O político em busca de votos, terá de levar, prioritariamente em conta, esse fenômeno disruptivo que faz pouco caso da verdade, transforma a sociedade em tribos antagonistas, e tem contribuído para corroer a memória das pessoas sobre fatos, quase do presente.
Quando a memoria deixa de contribuir para avivar os fatos, eles se perdem no esquecimento, se misturam, desvirtuados, a pontos obscuros do nosso discernimento. No caso específico de uma eleição, os eleitores se tornam as maiores vítimas, por se afastarem de alguns referenciais importantes, decisivos mesmo, para que façam as suas escolhas.
Há dois fatos bem próximos de nós, aqui em Sergipe, mais especificamente em São Cristovão e Aracaju, onde parece ter ocorrido, em parte daquelas pessoas habilitadas a votar, uma espécie de apagão, que as deixam confusas.
São Cristóvão, faz pouco mais de cinco anos, alimentava aquele noticiário deprimente, que retrata o descalabro, o mau uso do dinheiro público, a degradação da política. O incansável Juiz Costa Neto, não perdia o fôlego na pesada maratona em que se envolveu, tentando por fim à epidêmica corrosão ética assolando o município.
Conseguiu muitos êxitos, mas, o sucesso maior veio das urnas, quando foi eleito Marcos Santana. O novo prefeito iniciou um cuidadoso trabalho de recuperação moral e financeira do município. Mudou a imagem devastada da antiga capital. Fazendo boas parcerias, reviveu o outrora excelente Festival de Artes de São Cristóvão, agora consolidado outra vez no calendário cultural do país. Deu ênfase ao turismo, retomou os cuidados com a Praça de São Francisco, Patrimônio Cultural da Humanidade, e conclui, sem escândalos a sua administração, coisa inédita nos últimos 15 ou 20 anos em São Cristovão.
O prefeito Marcos Santana querendo ter mais tempo para concluir seu projeto de reencontro do município com a responsabilidade pública, pleiteia a reeleição.
Onde existe democracia são naturais às divergências, as visões pluralistas. Assim, há críticas, há observações discordantes sobre a administração municipal. Um desses críticos e candidato já posto no páreo é o coronel Rocha, um PM na reserva. Tem todo o direito de disputar o cargo de Prefeito, pois não haverá a observação desairosa de que se trata de um ficha suja.
O que espanta no caso cristovense, é o ressurgimento dos grupos que levaram São Cristóvão a figurar nas páginas policiais, e deram muito trabalho à Justiça, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Polícia. O espaço que vão encontrando, parece que resulta de uma memória coletiva, provavelmente prejudicada pelo tumulto desagregador das redes sociais.
Em Aracaju sucede algo parecido.
Faz coisa de uns cinco anos, a administração municipal chegara ao extremo da desordem, e já se configurava o caos. O prefeito João Alves, um experiente administrador público, um visionário que semeou nos seus governos obras de grande porte, e gerou desenvolvimento, já assumira o cargo afetado pela doença, abalando sua capacidade de discernimento. Como disse de forma contundente, na época, o Vice-Prefeito engenheiro Jose Carlos Machado, a administração fora invadida “por um bando de ladrões”. Aproveitaram-se da semi-demência de João, e fizeram a festança particular, destroçando a Prefeitura.
Os aracajuanos pagaram um alto preço pela esbórnia irresponsável.
Edvaldo Nogueira foi eleito numa acirrada disputa no segundo turno com o deputado federal Valadares Filho, que, apesar do seu biotipo não sugerir performances atléticas, revelou-se campeão absoluto na arte de atirar pedras, inclusive a resvalarem na sua própria história política, por sinal, sem deslizes morais, todavia, carente de coerência.
Três anos transcorridos, e a Prefeitura de Aracaju está recuperada, paga compromissos com regularidade, salários no último dia de cada mês. A cidade está limpa, o sistema educacional funciona a contento, há falhas ainda na Saúde, mas, de um modo geral Aracaju aproxima-se, efetivamente, daquilo que Edvaldo define como Cidade da Qualidade de Vida. Há obras modernizantes, outras, na periferia, restituindo a dignidade aos habitantes. Há uma Guarda Municipal eficiente, o meio ambiente bem cuidado, enfim, existem demonstrações óbvias de eficiência gerencial.
Mas, a onda das fake-news devasta a verdade em dois sentidos: falseia a realidade, e fabrica uma outra, inexistente. Nessa onda, fazem surgir supostas lideranças estreantes, que não resistem a uma análise objetiva e desapaixonada. Fala-se em nova política, todavia, são raríssimos aqueles efetivamente dotados de sensibilidade, de capacidade gerencial comprovada, que se iniciam ambicionando cargos, já tendo demonstrado sucesso em algum projeto que levaram adiante, fora da sua estrita área de ação profissional.
A política, por mais decepcionante que tenha sido a maior parte dos que a exerceram nos últimos anos, continua sendo a grande e única arte da nossa busca constante pelo bem comum.
Há políticos que falham clamorosamente, há também os que reconstroem o que estava destruído, e traçam rumos para o futuro.
Sem dúvidas, um bom tema a ser objeto de debates na próxima campanha. Sem dúvidas, uma exigência básica a ser cumprida: a demonstração da competência para gerir, no caso, as prefeituras, e entre elas a maior de todas, a nossa cidade capital, o seu entorno, com um milhão de habitantes, preparando-se para tornar-se sede de um polo econômico de grande porte, que hoje já está efetivamente em fase de montagem.
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UM “BANQUINHO” OUSADO
(Projetos consolidados e o novo cartão que corre o mundo)
O BANESE é um dos poucos bancos estaduais que ainda resistem. No caso do BANESE essa resistência se faz pela transformação, pela adoção de tecnologias, pela busca de modelos gerenciais eficientes. A eficiência é assim a melhor argumentação quando se fala insistentemente em privatizar o que resta de bancos estatais, onde se incluem aqueles menores, estaduais.
O BANESE gera lucros, está próximo em todos os sentidos aos interesses de Sergipe. Agora, setores empresariais fazem uma campanha, aliás, oportuna, para que os sergipanos deem preferencia aos produtos aqui gerados. Deveriam abrir espaço para que o BANESE fosse incluído de forma preferencial para as transações financeiras dos sergipanos.
O Instituto BANESE apoia programas de desenvolvimento, como a melhoria genética do rebanho leiteiro; na área cultural mantem o Museu da Gente Sergipana, uma preciosidade de Sergipe, um modelo de gestão traçado pelo poeta-arquiteto Ézio Déda.
A última conquista, o último avanço do banco sergipano nesses anos sob o comando de Fernando Mota, consubstancia-se, agora, com o sucesso do BANESE-Card, que leva as grifes multinacionais da Elo e Diners Club.
Ou seja, o cartão do nosso banquinho estadual já pode percorrer o Brasil todo, e quase o mundo todo também.
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CIRO GOMES E BOLSONARO
(Ciro Gomes, o político que mais conhece o Brasil critica sem o acirramento da paixão)
O ex-ministro, ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, hoje, o político que mais entende de Brasil, é, tantas vezes contundente quando crítica, mas, valoriza a oposição que faz, reconhecendo pontos positivos.
Ciro disse que aquela medida pela qual tão insistentemente clamava, que era o confinamento dos líderes das facções criminosas em presídios federais, distantes e bem guardados, aconteceu agora, finalmente, numa medida ordenada por Bolsonaro, e que o próprio governo quase não divulgou. Todos os principais chefões estão hoje devidamente enjaulados, sem visitas íntimas, sem contatos com o mundo exterior.
E o resultado disso, segundo Ciro Gomes, foi uma queda na violência que, em alguns casos chega a cinquenta por cento.
Há muito tempo os governos de esquerda, de centro esquerda, ou as pretensas sociais – democracias, já deveriam ter adotado métodos apontados como “ideias da direita”, para aplicá-los na área da segurança pública. Dissemos “pretensas sociais democracias”, porque, aquelas, efetivamente praticadas na Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia, e Nova Zelândia, não têm qualquer complacência em relação a bandidos de alta periculosidade. Todos ficam confinados em suas jaulas herméticas, todavia, desfrutam de confortos, pois há dinheiro sobrando para isso, mas, por lá não se admite visita íntima, nem progressão de pena, nem saidinha de Natal, ou coisa que o valha.
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UM TRIO QUE ACELERA
(Vinicius/PGE, Gilvan/ADEMA e Marco Antônio/JUCESE, um trio que acelera)
Empresários sergipanos, e tantos outros que aqui começam a chegar, liderando grandes grupos econômicos, são quase unanimes em reconhecer que por aqui, o ambiente de negócios passou por uma transformação modernizante.
O que aconteceu, de fato, foi uma orientação no sentido de agilizar serviços, cumprir tarefas com eficiência, empregando a mais adequada tecnologia.
A Procuradoria Geral do Estado, com sua seleção rigorosa de cabeças pensantes, o que se alcança através de concurso, tem sido fundamental na montagem do arcabouço jurídico para viabilização de projetos e adequações ambientais. Vinícius Thiago Soares, um jurista e gestor, conta com uma equipe de primeiríssima linha.
Na ADEMA, o professor biólogo Gilvan Dias dos Santos, quebrou a rotina, desprezou o que havia de inútil na burocracia e deu agilidade à liberação de licenças.
Na Junta Comercial, o técnico Marco Antônio Pinho de Freitas, como Diretor-Presidente já pode afirmar que conseguiu a proeza de fazer da JUCESE a mais ágil Junta Comercial do Brasil.
Todos lucram com isso. E a sergipanidade ganha mais alento, neste 2020, que é o ano do nosso bicentenário.