Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
O vôo das cardinheiras e a sombra do corvo
19/08/2017
O vôo das cardinheiras e a sombra do corvo

Fazia mais de dez anos que elas não apareciam. Finalmente, com as chuvas e a caatinga verdejante, os matos rasteiros exibindo fartas sementinhas, elas, as cardinheiras, reapareceram. E vieram, sem exageros, às centenas de milhares. Nos sertões de Sergipe passam, voando em todas as direções os bandos compactos, impressionantemente numerosos das pombinhas velozes e inquietas.

Eram tão familiares aos nordestinos sertanejos, mas rarearam, talvez espantadas pelo rigor das secas, pelo cheiro de queimado da caatinga virando carvão. A ciência deu a elas um nome vistoso: Zenaida auriculata, e a dividiu em cinco subespécies: a que vive exclusivamente aqui pelo nordeste é a Zenaida auriculata noronha. Mas os apelidos, inúmeros, quem lhes botou foi o matuto encantado com aquelas nuvens de vida exuberante, passando sobre suas cabeças.

Vejamos: cardinheira, arribação, avoante, pararí, pomba-do-sertão, pomba-de-bando, cardigueira, jurití-carregadeira, ribaçã, este último escolhido por Gonzaga para incluir a esquiva e singular pomba nas suas músicas-hinos, sensivelmente telúricas. Depois da Asa-Branca, a ribaçã é a ave mais celebrada do nordeste. As arribaçãs preferem o semiárido. Fazem os ninhais despejando displicentemente seus ovos onde existam malhadas.

Desta vez escolheram os pastos de Santa Rosa do Ermírio em Poço Redondo. Os ovos , aos milhares, ficam espalhados pelo chão sem serem chocados, e dos que escapam dos predadores, caracarás, cancãos, teiús, raposas, jaguatiricas, guaxinins, saem os ¨brugelos¨ que emplumam rápido, e em 15 dias voam. Essa capacidade extrema de resistir e proliferar faz das avoantes um presente ¨caído do ceu¨, e que chega, muitas vezes, quando a fome atormenta o nordestino, desta vez, consequência do desemprego e redução dos programas sociais.

As ribaçãns estão sendo intensivamente caçadas. As pessoas saem a fachear à noite com lanternas e varas procurando-as na caatinga. O extermínio é enorme. Há quem diga, cheio de orgulho de caçador, que abate mais de mil aves por noite. Uma avoante pesa uns 130 gramas, assim, três delas, comidas com farinha seca, matam a fome de uma pessoa. São também vendidas a 50 centavos para se transformarem em tira-gosto, custando, nos botequins, de 70 centavos a um real.

As cardinheiras, aves monogâmicas, formam casais permanentes. Entre os irracionais a monogamia ainda subsiste. Os papagaios e periquitos são definitivamente monogâmicos, quando um do casal morre, o outro fica viúvo pelo resto da vida; já a cardinheira, se um dos dois morre , logo outro casal se forma. Talvez, esse seja o segredo da sua impressionante capacidade de reproduzir-se. Nunca antes, morreram tantas cardinheiras, e nunca antes, tanta gente teve a fome saciada com a proteína que chegou batendo asas.

Talvez essa seja a última grande revoada das cardinheiras. Dos bandos enormes muito pouco restará, porque o sertanejo empobreceu mais ainda, e tem fome. Os filhotes são alimentados pelos pais que regurgitam o alimento, mas, quando o casal desaparece os ¨bruguelos¨ não sobrevivem.

No ninhal de Santa Rosa do Ermírio, o mau cheiro dos ¨bruguelos¨ que morreram de inanição, na orfandade dos pais exterminados, se espalha até aonde o vento o transporta. Tanto já tratamos aqui de avoantes, e então, onde entraria a sombra do corvo? O poema The Raven, O Corvo, é um dos mais traduzidos em línguas diversas, tarefa dificílima.

No Brasil há algumas traduções, todavia, a melhor é a que foi preciosamente feita por Machado de Assis. O autor do célebre poema, o americano Edgard Alan Poe foi um intelectual atormentado pela angústia e os desencontros de uma vida sem rumo e desregrada. O Corvo que em noite escura e fria entra no quarto onde o poeta não concilia o sono, é a própria representação dos maus presságios, das desgraças que se avizinham.

O poeta tenta afastar ou exorcisar a malsinada, diabólica ave soturna, mas o corvo permanece, acaba por incorporar-se a um busto de mármore da deusa Palas. É uma espécie de maldição que não pode ser contida. A sombra fatídica de um corvo devastador, atrevido e diabólico, e empoleirado em Brasília, espalhou-se pelo Brasil. Debaixo dessa sombra nem as prolíficas cardinheiras escapam.

DA VISITA INDECENTE À VISITA INCONVENIENTE

Aquela estranha, suspeita visita noturna de Joesley Baptista ao presidente Temer, transformou-se no motivo central da denuncia feita pela Procuradoria Geral da República, que foi acolhida pelo Supremo Tribunal. Os diálogos entre o presidente e o megaempresário, não foram apenas impróprios ou inconvenientes, aquelas conversas tão murmuradas e repletas de códigos, são indecentes.

Os Deputados por ampla maioria, impediram que graves questões de natureza moral envolvendo o Chefe da Nação, motivassem a licença para o seu julgamento. Toda a estratégia objetivando a desmoralização do MPF e da Polícia Federal foi montada sob o comando direto de Temer, do ministro do Supremo Gilmar Mendes, e do Ministro da Justiça Torquato Jardim, além de outros coadjuvantes, na sua maior parte denunciados pelo MPF.

A Procuradora Geral já escolhida, que assumirá dia 17 de setembro, Raquel Dodge, foi encontrar-se com o presidente Temer no Palácio do Jaburú, seguindo o mesmo modelo adotado por Joesley Baptista. À horas tardas, sem constar na agenda oficial. Os diálogos daquela vez não foram revelados, mas é melhor presumir que tenham sido formais e corretos. Todavia, a visita da representante do MPF, a um denunciado, não constando na agenda, sem o formalismo exigido, poderá ter sido, no mínimo, uma atitude inconveniente, que não condiz com a altivez e a independência do órgão acusador.

O acusado aliás, queria que a solenidade de posse fosse realizada no Palácio do Planalto. Os procuradores reagiram, não admitiram a genuflexão, com a qual a Procuradora estreante teria concordado.

O TAMANHO DOS VALADARES

NA TRENA DO NOVO ALIADO

Edivan Amorim, dublê de empresário e político nas horas vagas, reapareceu. Na estratégia que traça para uma nova investida rumo ao seu objetivo maior, a conquista do poder estadual, tendo o seu irmão Senador Eduardo como ponta de lança, Edivan convenceu-se que teria chegado a hora de por cartas sobre a mesa. E abriu o jogo, anunciando a avaliação que faz com uso da sua seletiva trena, do tamanho que teriam Valadares pai e Valadares filho.

Nessa medição, talvez elaborada com o excessivo rigor de quem prefere lidar com aliados coadjuvantes, nunca com atores principais, a chapa sugerida, ou sonhada por Edivan, seria formada pelo senador Eduardo para o governo, o deputado federal André Moura candidato ao Senado, enquanto Valadares pai, deixaria de concorrer à reeleição, e tentaria eleger-se deputado federal, e seu filho abriria vaga na Câmara Federal, para compor a chapa como vice.

Haveria, nesse caso, ainda uma condição a ser imposta: a transferência de alguns colégios eleitorais de Valadares Filho para um dos candidatos a federal pelo PSDB, que poderiam ser o ex-deputado José Carlos Machado, ou Albano Franco, se ele decidisse retornar à luta eleitoral. Por sinal dois nomes que fazem falta na Câmara. Tanto Valadares senador como Valadares deputado não gostaram nada da sugestão, que enxergam até como ofensa, e voltaram a esgrimir com as pesquisas revelando o senador Valadares bem à frente de Eduardo, na preferencia dos eleitores.

André, com a quase certeza de uma reeleição, caso supere seus problemas com a Justiça, preferiu calar-se, mas a trena com que Edivan mediu a influência dos Valadares seria a mesma que ele utiliza.

O SALÁRIO MÍNIMO

DE JANGO A MICHEL TEMER

O estancieiro gaúcho, deputado federal e presidente do PTB João Goulart, tinha 35 anos quando, em junho de 1953, foi feito Ministro do Trabalho pelo presidente Getúlio Vargas, de quem era amigo, e ¨vizinho de cerca¨ de uma das suas fazendas em São Borja, com a única fazenda da família de Getúlio.

Jango era dono de grande fortuna, e tinha visão social. Imaginou, no Ministério, valorizar a classe trabalhadora, entendendo que assim aliviaria as tensões sociais, afastaria dos sindicatos a influencia comunista. No radicalismo daquele tempo, ele próprio foi acusado de estar a serviço dos comunistas, e tornou-se odiado por militares extremados da direita e pela elite empresarial e controladora da mídia.

O salário mínimo criado por Getúlio logo após a revolução de 1930, era por ele reajustado de dois em dois anos. O cálculo tinha como base a capacidade de compra de 18 cestas de alimentos, onde se incluíam carne, queijo e manteiga. Após a deposição de Getúlio em 1945, eleito o general Dutra, tentou-se acabar o salario mínimo, mas houve forte resistência.

O presidente Dutra não fez nenhum reajuste em seu governo. Eleito, Getúlio iniciou o mandato em 1951 fazendo um reajuste do mínimo. Isso durou até 1954. Os sindicatos queriam 100%. Os empresários erguiam barreiras. Surgiu o Manifesto dos Coronéis assinado por 82 deles. Alegavam que o salário proposto era parte de uma conspiração comuno-sindicalista para desestabilizar o país.

Jango demitiu-se, mas antes entregou a Getúlio uma carta expondo as razões do aumento. No dia 1º de maio de 54 Getúlio anunciou o reajuste de 100 %. Se as elites brasileiras continuarem tão estupidas como eram em 1954 estariam, então, radiantes com o presidente Temer, que propõe algo inédito na história deste país: um reajuste para baixo do nosso raquítico mínimo.

Quer reduzir dez reais do trabalhador enquanto gasta bilhões comprando deputados, contrata uma ¨mucama¨ de alto luxo para cuidar da roupa de Marcela. A feliz dama de companhia recebeu um apartamento e salario de 16 mil, sem desconto. Parece que agora perderam até a preocupação com as aparências.

LULA VEM AI

O ex-presidente Lula chega por aqui continuando sua peregrinação pelo país, antecipando a campanha do próximo ano. O nordeste é o terreiro onde ele quase sozinho canta de galo. Em Sergipe, nesse desmoronar de esperanças que tem sido o governo Temer, hoje carente até de compostura, Lula chega aos 70 % de aceitação, que se sustenta basicamente nas camadas mais pobres, o enorme estamento social, retrato da desigualdade brasileira.

Os petistas que tentam a reeleição e os que estreiam como candidatos, animam-se com a vinda de Lula acreditando que na esteira da popularidade que ainda mantem o ex-presidente, possam ganhar folego, o que é duvidoso. Rogério Carvalho já imagina tornar-se candidato ao governo. Alguns petistas menos afeitos à ponderações sensatas sobre o cenário político real do país, fizeram, traduzindo o exclusivismo raivoso da deputada Ana Lúcia e congêneres, pesadas eventos que Lula participará, entre eles, a entrega do titulo de doutor honoris -causa pela UFS.

No seu governo é inegável a expansão do ensino superior e em nível técnico. Por atitudes assim intolerantes e excludentes, nessa marcha desatinada de quem dinamita pontes é que, quem pensa o Brasil, acima de interesses, inclusive pessoais, e faz criteriosas conjecturas sobre o cenário pós- eleição, defronta-se com uma realidade nada animadora, seja qual for o candidato eleito. Excluindo-se a felizmente remota possibilidade da eleição de Bolsonaro, que seria o caminho mais curto para um desastre maior, admitamos que Lula venha a ser eleito após um campanha radicalizada, que deixaria graves fraturas.

Numa economia em recessão, desemprego crescente, aumento considerável da miséria e afundamento da classe média, as exigências crescem. A base parlamentar seria outra incógnita. Lula amaciaria os ¨300 picaretas¨ frase com a qual um dia ele homenageou os deputados? Criaria um novo mensalão? Ou lhes abriria as portas da PETROBRAS? Teria condições para segurar o ímpeto dos militantes mais extremados, como esses que resolveram ofender Jackson e continuam batendo no peito: ¨Somos nós contra eles¨? Teriam Lula e sua base de apoio credibilidade firme para transitar em meio à desconfianças de uma grande parcela dos brasileiros, e até aversão radical em outros setores que representam fortes corporações? Com Lula derrotado, o vencedor se veria, da mesma forma, metido num labirinto de dificuldades intransponíveis.

O momento gravíssimo que vive o país impõe uma solução o mais próximo possível de um consenso. Nesse sentido, Lula, se sua responsabilidade com o Brasil for maior do que as ambições próprias, e do seu partido, entenderia que teria chegado o instante para uma reflexão clarificadora, depois dela, a adoção de um mea culpa, que não precisaria chegar a um pedido de perdão, mas, apenas ao reconhecimento do erro, em seguida, a mensagem transmitida ao país de que a liderança inegável do ex-presidente seria posta a serviço de um desarme dos espíritos, começando pela sua retirada do páreo eleitoral para juntar-se à lideranças do PSDB, do PSB, do PDT, do DEM, e de outros partidos de menor expressão, nos quais haja ainda sensatez, na busca de um candidato suprapartidário, que anunciaria uma plataforma para um projeto novo de Brasil, começando pelas reformas essenciais, que mereçam o aval da sociedade, e que o libertariam da chantagem daquela escória que se intitula centrão, e também das exigências impudicas das nefastas corporações.

Assim, com a energia e a criatividade revitalizadas do seu povo, o Brasil começaria a tarefa mais pragmática do que ideológica, de por abaixo as muralhas do atraso. Se poderia também incluir nos objetivos do presidente eleito, o compromisso de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, e um plebiscito para que os brasileiros decidam se deveria ser instituído o regime parlamentarista de governo.

PASCOAL NABUCO AOS 80

Passavam os meses e um jovem advogado que fora prefeito de Estância deposto após o golpe, continuava preso em Salvador. Sua esposa, professora de música e estudante universitária, foi morar na capital baiana para ficar próxima ao marido, e dava aulas de piano para reforçar o orçamento minguado e as despesas acrescidas.

O crime cometido foi ter adotado métodos inovadores para a educação e a massificação da cultura. Solto, Pascoal Nabuco, montou banca de advogado, cresceu na profissão. Fez concurso para Promotor de Justiça. Aprovado, foi nomeado pelo governador Augusto Franco. Chegou a Procurador Geral e comandou o processo de adaptação aos novos horizontes abertos para o MP com a Constituição de 88.

Exerceu cargos políticos, tornou-se uma espécie de conselheiro de lideranças politicas. Foi desembargador. Hoje aposentado, chega aos 80 anos. A moça que ensinava piano, Izabel, permanece ao seu lado, agora, como conselheira aposentada do Tribunal de Contas. Pascoal acompanha a sucessão de êxitos dos filhos e netos, e escreve livros, coloca a serviço da cidadania suas ideias, percorre o terreno da história, da politica.

Pascoal sabe que enquanto existe vida há sempre tarefas a cumprir, e faz isso com persistência, idealismo e muito talento. A prisão inicial lhe deu forças, também reflexão, e a tranquilidade de um documento emitido pelos militares, assegurando que ele, como Prefeito, não praticou um só ato administrativo que o desabonasse.

DO LATIFUNDIO ÀS FAVELAS RURAIS

A reforma agrária quebrou a espinha do latifúndio quase sempre originário da violência. A idéia base seria promover a Justiça social e modernizar as relações de produção no campo. No semiárido sergipano surgiram os assentamentos, agora dotados de casas, escolas, luz, água encanada, estradas, postos de saúde, num deles há uma escola técnica moderníssima.

Quando houver, no governo federal, a execução de um plano global de desenvolvimento para o país, se constatará que não adianta liberar crédito para quem tem somente 60 tarefas de terra no semiárido, e nada mais faz do que plantar, vez por outra, milho ou feijão, esperando pelo seguro safra.

O crédito não retorna, a inadimplência nunca será resolvida, e o governo gasta inutilmente. Melhor, mais econômico, seria o governo aplicar recursos a fundo perdido mesmo, e só para quem efetivamente quiser trabalhar, imitando-se o modelo de sucesso existente em Santa Rosa do Ermírio, que não custa um centavo aos cofres públicos.

Gastou-se muito num modelo inviável, e deram aos pobres a precária condição de viver em casas sem que possam pagar a conta de luz. São as favelas rurais, onde o crime e o tráfico também já ameaçam. Com elas, se nada começar a ser feito a fundo perdido, o gasto será muito maior nos próximos anos.

O JANOTA, O SENADOR E UM CONSELHEIRO

Deu nos jornais. Lá estava o senador Amorim alegre ao lado do engomado janotinha prefeito de São Paulo. Agora tucano, o senador nem se deu conta de que o PSDB já isola o fascista e farsista maquiado, que Alckmin conseguiu eleger, e ele agora trai o criador. No programa do PSDB, alias de alto nível, Tasso Jereissati vetou a presença de Aécio , o gangster, e de João Doria, o exterminador de mendigos.

Dória tem pressa oportunista, sabe que o seu ¨projeto de eficiência¨ para São Paulo não durará dois anos antes da desmoralização, e entra de cabeça para tornar-se candidato a presidente e largar o abacaxi paulistano, empenhando-se em algo que talvez alimente a sua patologia egocêntrica.

O senador levou a Dória um convite, pasmem, do presidente do Tribunal de Contas Clóvis Barbosa, para que, dando sequência ao seu périplo eleitoral, ele venha ao TC falar sobre administração moderna. Terá algo a dizer sobre a eficiência dos seus métodos de solução para problemas sociais, tais como água gelada sobre moradores de rua dormindo, bombas de gás contra drogados, e demolição de casas com os moradores dentro? E viva a sensatez e o respeito à dignidade da política.

A UNIT E A INOVAÇÃO

A partir dos 50 anos de existência da UNIT o Reitor, professor Uchoa, entendeu que era preciso acelerar a modernização da Universidade, e incorporar ao seu cotidiano todas as ferramentas da tecnologia. Criou um projeto de inteligência competitiva e estratégica e convidou para comandá-lo o professor doutor Domingos Alcântara Machado. Nessa área, uma publicação da Cisco do Brasil cita a UNIT entre as empresas brasileiras mais conectadas com a inovação.

A PASSAGEM E O IPTU

Enquanto anunciava uma revisão na escalada crescente do IPTU ao longo dos anos, um tormento para os aracajuanos, o prefeito Edvaldo Nogueira cumpria também a amarga obrigação de reajustar a tarifa dos transportes urbanos, depois de dois anos sem alteração. As pessoas geralmente reclamam, surgem os movimentos do ¨Não Pago¨, mas, enfim, não há outra alternativa, desde que o reajuste esteja de acordo com os custos, ampliados ainda mais agora pelo aumento dos combustíveis.

Alguns, apontam a estatização como saída até para oferecer transporte gratuito à população. O estado ainda não conseguiu fazer o milagre de prestar serviços à custo zero. No dia que esse milagre for feito, ai então, o capitalismo terá a sua morte anunciada .

EM AGOSTO AGENDA CHEIA NA MAÇONARIA

O vice governador Belivaldo Chagas que estava em exercício, sancionou a lei que cria em Sergipe o Dia da Maçonaria, 20 de agosto. O autor do projeto de lei foi o deputado Luciano Pimentel, e o presidente da AL Luciano Bispo anunciou que a partir de agora, e todos os anos, o Legislativo fará uma sessão especial de comemoração.

A primeira acontece agora dia 29. Na noite dessa sexta- feira, 18, inaugurou-se na Orla da Atalaia o monumento à Maçonaria. A obra foi iniciada pelo ex-prefeito João Alves, e Edvaldo atendendo solicitação, retomou a obra que estava paralisada e rapidamente a concluiu. Houve comemoração, quase 300 maçons estavam presentes.

Em nome de todas as Lojas falou o eminente Grão Mestre do GOB, Lourival Mariano de Santana, e em nome da Grande Loja o sereníssimo Grão Mestre Jorge Prata. O Grão Mestre do Oriente do Brasil foi representado por Orlando Carvalho Mendonça. O Venerável mestre Carlos Bitencourt representou a Loja Simbólica Cotinguiba, a mais antiga de Sergipe Foram mestres de cerimonia Wilton Torres e Marcelo Carvalho.

O prefeito Edvaldo não compareceu e mandou a representá-lo o diretor presidente da EMSURB, engenheiro Sérgio Ferrari. Da prefeitura estiveram presentes o engenheiro Ubiraci Lima, adjunto da EMSURB, e o secretário de esportes Jorge Araujo Filho. O presidente da Câmara de Vereadores de Aracaju Joselito Vitale representou o legislativo municipal. Nessa quinta-feira, 24, a comemoração dos vinte anos da Academia Maçônica de Sergipe será feita na Grande Loja, situada na rua Oscar Valois Galvão 359, em sessão aberta e com acesso livre a todos.

Serão lançados dois livros, Maçonaria da Antiguidade Até Sergipe-Breve Histórico, escrito pelos maçons Antônio Fontes Freitas e Osvaldo Novaes, e Diálogos Em 1970 escrito por Valtênio Paes de Oliveira. Os dois são prefaciados pelo maçon com mais tempo de maçonaria em Sergipe, José Francisco da Rocha, também membro fundador da Academia.

O maçon e intelectual que espalha academias em Sergipe, Domingos Pascoal fará uma palestra sobre a importância da literatura. Nessa semana de comemorações maçônicas, o maçom Wellington Vieira faz o lançamento de um folheto onde conta a história da fundação do Grande Oriente do Brasil, o GOB-Sergipe, instalado em 13 de novembro de 1992, sendo primeiro Grão Mestre Estadual Jose Augusto Machado e Grão Mestre Estadual Adjunto, José Renato Moreira Melo.

A ¨VISÃO¨ DE MILTON COELHO

O líder petroleiro Milton Coelho resultou cego no decorrer daqueles desgraçados episódios de selvageria repressiva ocorridos em Aracaju, estranhamente, quando a abertura politica já estava em curso em fevereiro de 1976. Daí, a suspeita de que a violência inominável seria parte de um plano mais amplo de generais extremados, que desejavam emparedar o presidente Geisel impedindo que ele seguisse com a anunciada distensão, ¨gradual, lenta e segura¨.

Tanto assim, que meses depois o Ministro do Exército Sílvio Frota era demitido, mas só depois que a sua tentativa de resistência armada frustrou-se diante da liderança forte de Geisel sobre os comandos militares. E assim, o Brasil encaminhou-se até a democracia, chegando a essa coisa emporcalhada que temos hoje, da qual precisamos nos libertar.

Milton Coelho não parou de pensar, e utilizando esse outro poderoso sentido, ¨enxerga¨, com lucidez o mundo, oferece ideias, participa do cenário politico aracajuano, e oferece sempre boas sugestões ocupando as redes sociais. Ele elaborou agora um relato sobre a vida do engenheiro Dênio de Brito Franco, ressaltando a importância dele para a consolidação dos projetos da PETROBRAS em Sergipe.

Mais uma vez o petroleiro aposentado em consequência da cegueira que lhe impuseram, demonstra que enxerga virtudes. Nessa linha, o escrevinhador que o admira, ousa fazer-lhe uma sugestão. Seria para que refletisse com a serenidade que o caracteriza, sobre as desavenças com Wellington Mangueira, as acusações que chegou a fazer ao militante, que, como ele, sofreu na carne a fúria de um tempo de desatinos autoritários.

Fazendo isso, e dispondo-se a uma reconciliação honrosa com o velho companheiro, e se os dois se dispusessem a um sensato aperto de mãos, os amigos estariam junto para aplaudi-los e exaltar-lhes o gesto. Outros, já em planos diferentes, tais como Rosalvo Alexandre, Marcelo Déda, Paulo Barbosa, Jackson de Sá Figueiredo, estariam a demonstrar fraterna alegria.

A DESO E OS DRONES

Carlos Melo, o dirigente da DESO leva à empresa a modernidade quando prioriza ações ambientais, tal como o plantio de matas em torno das barragens da empresa, das nascentes que preserva. Agora, é feita mais uma inovação com o uso dos drones. Eles, do alto, vão ¨espionar¨ vazamentos, ¨gatos¨ nas redes, além de tantas outras tarefas que os mínimos aparatos voadores podem desempenhar.

A TECNOLOGIA NO CAMPO

A EMBRAPA em Sergipe segue o padrão nacional que faz a empresa distanciar-se da hoje tão visível ineficiência estatal. No campo experimental de Nossa Senhora das Dores haverá uma demonstração de tecnologias usadas para o plantio da soja e outros setores.

Também uma mostra da importância da tecnologia nas atividades agro-pecuárias, especialmente, o uso dos drones. O chefe da Embrapa em Sergipe, agrônomo Manoel Moacir Macedo está convidando os interessados, para participarem do Dia de Campo a partir das nove horas, dessa terça-feira, 22.

O NOVO SHOPPING EM ABRIL

O Grupo ACF, homenagem que os filhos e a viúva fazem a Antônio Carlos Franco, usando exatamente a forma que o fazia rir muito quando assim era chamado: ACF, sigla que começou a surgir nas páginas dominicais da colunista Thaís Bezerra. Pois então, Marcos Franco, ex-deputado, agora exclusivamente empenhado com seu irmão Osvaldo na expansão do Grupo ACF, com geração de empregos, tal como o pai sempre sonhava, já anuncia para abril a entrada em operação do Parque Shopping, situado em área estratégica, voltada desde agora para o crescimento urbano e de renda que já acontece bem perto, no outro lado da ponte na Barra dos Coqueiros.

O PROCURADOR CARLOS WALDEMAR

Quem o conheceu enxergava nele um homem sensato, simples, correto e destituído de vaidades. O Procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas, Carlos Waldemar Rezende Machado, passou pela vida deixando a lembrança gratificante de um ser humano dotado daquelas qualidades indispensáveis, embora raras, que fazem menos imperfeita a humanidade.

O ESCRITOR ANTES DO PADRE

O jurista, o professor, o poeta, o acadêmico José Lima, tem sido muito mais para além de tudo isso, um homem voltado para a espiritualidade e a fé. Tanto assim fez, que maduro, entendeu ser Padre, envergar a batina, os paramentos, no exercício de uma evangelização que tem sido a própria síntese da sua vida.

A Igreja Católica ganhou um proativo Sacerdote. Tranquilo, mas em algumas vezes impaciente e pronto a verberar contra o que acha incorreto e repulsivo. O melhor nisso tudo é que se fez o Padre, mas não se perdeu o escritor, que escreve com a liberdade desatada que devem ter todos os ficcionistas. Ler José Lima aos domingos no JC é retemperar o gosto pela boa leitura.

O LUCRO DO TAMANHO DO BANCO

O BANESE, o nosso eficiente e lucrativo ¨tamborete¨, exibe agora os lucros do primeiro trimestre. Foram ganhos líquidos de 36 milhões e três mil reais. Nesse diapasão o banco terminará o ano com lucro superior a cem milhões. Coisa pouca, diante dos astronômicos ganhos de gigantes como o Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, mega-conglomerados que têm perfil global.

O BANESE é do tamanho de Sergipe, mas consegue multiplicar o capital que nele se aplica, valorizar as ações, que se tornam um bom investimento. E mais ainda, o BANESE participa de vários setores da vida sergipana, pondo em marcha o sentido filantrópico do Instituto Banese. O presidente Fernando Mota, os seus diretores, têm nas maõs os controles necessários para que o BANESE saia imune da crise sistêmica que atravessamos.

A JUSTIÇA DÁ O AVAL

Com o aval da Justiça que os isentou dos erros, até dos crimes dos quais foram acusados o ex-deputado federal Mendonça Prado e os demais dirigentes da EMSURB afastados por decisão judicial, podem retornar aos seus cargos. A decisão foi do Tribunal de Justiça de Sergipe.

As acusações foram consideradas ineptas por ausência de provas. O que mais doe nesses casos em que pessoas quando acusadas viram manchetes e alvos do sensacionalismo, é que, quando absolvidas, nem chegam a merecer um pequeno espaço nas redes sociais, no noticiário de rádio e TV, ou na mídia impressa.

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